A Short Goodbye
N/A: Nada melhor para inaugurar os "Sweet Moments" do que uma despedida entre pai e filho ♥
Boa Leitura...
Say a short goodbye
a short goodbye now
a short goodbye.
– Oren Lavie -
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A névoa fraca que encobria a estação Kings Cross, naquele 1º de Setembro, se dissipava aos poucos, permitindo ver com mais clareza as figuras distorcidas de alunos eufóricos pela viagem até o imponente castelo de Hogwarts e os pais que, sem nem mesmo verem os filhos partirem, já se mostravam saudosos.
Scorpius Malfoy se mostrou animado no momento que acordara naquela manhã, mas agora, vendo a quantidade de pessoas que o cercava, percebeu sua confiança dissipar-se juntamente com a fumaça do enorme trem vermelho. Tinha as mãos agarradas firmemente à da mãe, em um gesto claro de insegurança e medo do desconhecido, e conseguia sentir a figura de seu pai ao seu lado, com a mão orgulhosamente pousada em seu ombro.
“Você é o orgulho desta familia, meu filho. A esperança.” Draco Malfoy falava, e o pequeno ouvia sem entender direito oque significava tais palavras. Pelo menos até aquele momento em que seu pai se ajoelhou à sua frente e com uma expressão séria, começou a falar:
_Scorpius, quero que preste atenção no que irei falar agora, certo?. - Recebendo um gesto afirmativo, continuou: - Você conhece as histórias sobre nossa família, tudo oque sua mãe e eu lhe contamos. Sei que consegue entender que nem sempre fazemos as escolhas corretas, e confesso sem orgulho algum, que eu não fiz. E não quero que isso interfira em você, na sua imagem e em como as pessoas irão lhe encarar daqui para frente. Não quero que se importe caso lhe fale coisas sobre seu pai, seu avô ou qualquer pessoa da familia. Não tente mudar a nossa imagem, tente apenas construir a sua, tudo bem?
Scorpius piscou algumas vezes, absorvendo oque acabara de ouvir, e ele entendia que tinha a chance de fazer as escolhas que seu pai não teve, fazer seu próprio caminho sem ser generalizado por seu antepassados, e queria lhe dizer isso, mas achou que o abraço poderia substituir todas as palavras que vinham em sua mente.
E ele estava certo.
Draco retribuiu o aperto e logo o liberou para despedir-se da mãe, que esperava ansiosa pelo momento de poder beijar-lhe a face e correr os dedos pelos cabelos loiros e lisos do filho, sussurrando o quando sentiria saudade.
Enquanto era acarinhado e paparicado pela mãe, notou que o olhar do pai estava longe, mais precisamente em uma família grande, na maioria ruivos, que se encontrava na estação. Notou o cumprimento silencioso com a cabeça por ambas as partes e, logo em seguida, teve a atenção desviada para o apito do trem que anunciava os últimos minutos de despedida.
“É agora ou nunca” - pensou o garoto. Reunindo toda a coragem que possuia, virou-se para o pai que, ao seu lado, o conduzia para o trem. Aproveitando o momento do último abraço, sussurrou em seu ouvido:
_E se eu não for para a sonserina?
Ele sabia que se seus lábios não estivessem tão próximos do ouvido do pai, ele não teria escutado. Draco encarou os olhos do filho, tão parecidos com os seus e, após alguns segundos, disse:
_Sua mãe pertenceu à corvinal. Você a ama menos por causa disso, Scorpius?
_Claro que não! - Respondeu o pequeno com os olhos arregalados.
_Então não importa onde o chapéu seletor o coloque, eu quero apenas que você seja corajoso, filho.
E com um último abraço, pai e filho se despediram.
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