É apenas um jantar



Minutos depois, Lupin desceu de seu dormitório, extremamente elegante e bem vestido. Um conjunto de vestes à rigor negras e uma gravata borboleta vermelha. Os cabelos loiros penteados para trás, dando à ele um charme inegável. Sua aparência ainda era doentia e fraca, a cútis pálida e com cortes profundos, quase cicatrizados. Os olhos castanho-mel estavam alegres, mas abatidos e sem brilho. Realmente, aos olhos dos amigos, era uma surpresa sem tamanho, que Remo conseguisse se manter em pé e com uma aparência quase saudável.


- Uau! Remo Lupin!!! Quem te viu, quem te vê!!! Que lindo! – Brincou Lily, levantando-se da poltrona, com ajuda de Tiago e aproximando-se do amigo. Apoiou-se nas muletas e dobrou cuidadosamente o colarinho da camisa social, ajustou a gravata que jazia torta e alisou-o o paletó. O maroto sorriu constrangido.


- Obrigado, Lily. E então? Opinião feminina é importante. – Disse ele, caminhando até as poltronas das amigas. – Como estou??


- Perfeito! – Elogiou Catherine, achando-o lindo nesses trajes.


- Maravilhoso, Remo. Melhissa vai gostar muito, eu garanto! – Prometeu Marlene, dando palminhas.


- Olha, Pontas... O lobinho... – Disse Sirius com uma voz de falsete.


- Ai, Almofadinhas... Eu tenho tanto orgulho desse menino. As crianças hoje crescem tão rápido!! – Brincou o outro. – Parece que foi ontem que ensinamos o Sr. Probleminha Peludo a chegar em uma garota. – Continuou, limpando uma falsa lágrima.


- Ah, vão pentear pelúcios, vão! – Devolveu o loiro, rindo abertamente. – Eu preciso ir, pessoal. Não vai ao baile, Lils?


- Ah, mudei de ideia. Ficará meio chato todos se divertindo e eu sem poder me mexer muito, o gesso machuca. Então, vou só para o banquete de natal com a galera e ficarei aqui na torre mesmo. 


- É melhor mesmo que você fique mais quietinha. Boa noite, pessoal. Feliz natal!! – Disse abraçando os amigos e cruzando a porta do retrato.


Ele encaminhou-se para a sala comunal da corvinal e chamou por alguém. Quem o recepcionou foi Luanne, a Veela.


- Olá, quem é você?


- Remo, Remo Lupin. Poderia, por favor, chamar Melhissa para mim? É uma sextanista, morena, dos olhos...


- Eu sei quem é, ela estava te esperando. – E virou-se para dentro da sala comunal. – MELHISSA! O Grifinório tá aqui! – Berrou, chamando atenção dos colegas de casa. – Ela já vem... Lupin? – O maroto assentiu.


Esperou mais alguns minutos e viu a menina aparecer. Trajava um vestido creme de alças, bem comportado, que lhe alcançava os joelhos. Justo na altura do busto e com a saia levemente rodada, o traje estava adornado por um broche de flor cujas pétalas eram azul-marinho e o miolo era uma pérola. Seus cabelos amendoados caiam escovados por suas costas, estavam marcados por um arranjo de flores cor de creme, com folhas azuis. As sapatilhas eram branco-leitosas e sem nenhum detalhe.


- Está muito elegante. –Ele disse cortês. A menina corou.


- Encontrou um paquera muito gato, Mel. – A garota parecia não saber onde por o rosto, tal era a vergonha.


- Ah, obrigada Remo e, Lu... Eh, grata pelo seu elogio. Com licença, vamos? – Convidou.


- Sim. Boa noite...


- Petalon. Luanne Petalon.


- Boa noite, Petalon. E feliz natal. – Saiu guiando Melhissa. – Está realmente muito bonita. Estou me sentindo mal vestido.


- Está brincando? Você está lindo! Digo, Luanne pareceu gostar de como está vestido. – Tentou consertar para que não ficasse tão na cara o que sentia.


- É, mas não é com ela que estou indo ao baile. – E olhou sugestivo para a amiga. Melhissa corou e virou o rosto. Remo pareceu compreender quanto profundamente românticas, foram suas palavras apenas depois e envergonhou-se. Fizeram todo o caminho até a sala de Slug em um silêncio quase incômodo. Chegaram ao baile por volta das19h. Ainda não haviam chegado muitos estudantes, não devia ter mais do que sete alunos ali. Melhissa levou Lupin até professor Slughorn para que se cumprimentassem.


-Oi, professor. – O bruxo virou-se e viu a menina, acompanhada do maroto. – Boa noite.


- Hô! Olá Srta. E quem é esse jovem que a acompanha? – Cumprimentou ambos com um aperto de mão. – Pelas barbas de Merlin! É o Sr.Lupin!


- Sim, senhor. Como tem passado? – Disse cordialmente o maroto.


- Muito bem, muito bem. E sua avó, meu rapaz... Está melhor? – Inquiriu o mestre, que sabia da situação de Lupin, mas alimentava a mentira para que ninguém desconfiasse.


- Ah... Vai indo, é a idade... Mas deu uma leve melhorada durante essa semana que a visitei. – O professor sorriu com um falso interesse. – Dá-nos licença um instante, professor? Obrigado. – E saiu, puxando Melhissa.


- O que houve? – Quis saber ela, intrigada


- Snape. Está muito próximo dali e ele sabe! – A menina arregalou os olhos, assustada. – Não quis dar brechas para que ele dissesse algo comprometedor. – Ela assentiu.


- E como foi? A semana, foi difícil? – Perguntou, passando a mão sobre as fundas cicatrizes no rosto de Aluado.


- Nunca é agradável, mas... Prefiro não falar disso aqui. – Ela assentiu. – E você? Como está? – Mudou a conversa, tirando as mãos dela delicadamente de seu rosto.


- Normal. Deveres, tarefas, aulas... Falei com o pessoal de casa e... Só. – Ele sorriu de como a menina subestimava seu cotidiano. Conversaram um pouco sobre natal em ambos os países, falaram de suas famílias e de escola. Quando deram conta do horário, já fora servido o banquete. – Vamos comer algo? – Sugeriu ela.


  - Me parece uma ideia fantástica. Estou faminto!


Jantaram dividindo mesa com um casal de amigos da lufa-lufa, as gêmeas do sexto ano da grifinória e o capitão do time de quadribol da corvinal. O tempo passou rápido e logo era hora de tornar aos dormitórios. Remo despediu-se dos colegas, agradecendo pela noite agradável, todos se desejaram um feliz natal, inclusive Snape (muito a contragosto) aproximou-se do licantropo para felicitá-lo as festas de fim de ano. Lupin viu-se surpreso e apenas agradeceu e retribuiu os votos, estupefato. Melhissa o guiou até a sala comunal da corvinal. O caminho foi percorrido no já tão conhecido silêncio sepulcral.


- Obrigada pela noite, Remo. Foi uma companhia maravilhosa. – Ela agradeceu.


- Pelo contrário! Eu que agradeço o convite. Foi uma honra ser seu par hoje. – Ela corou, mas não deixou de fitá-lo.


- Sei que anda ocupado, Sr. Lupin, mas já pensou no que conversamos em Hogsmeade?


- Um pouco, mas ainda não estou satisfeito com a resposta que achei para tudo isso... Estou tentando mudá-la.


- E qual a resposta que tem para me dar agora?


- Agora? Bom... Tem umas semanas, eu concluí que... estouapaixonadoporvocê – Disse rapidamente e corando muito. Ela compreendeu.


- Sei... Sabe, eu me contento com essa resposta... Para mim está de bom tamanho! – Brincou tentando quebrar a tensão, que era quase palpável.


A mente do maroto trabalhava à mil. Pensou no que diriam Tiago e Sirius. “Se gosta dela...” com muita certeza seria o que diria o primeiro. “Anda logo, lobinho. Vai nessa” provavelmente diria o outro. E ele? Ele mesmo, queria aquilo? O coração dele disparava e suas mãos estavam geladas de um suor frio. “É, lobinho... Ao menos uma vez, seja feliz” .


- Eu não vou te iludir, não te trouxe presente algum. – Disse mudando o rumo da prosa, a menina não entendeu aonde ele queria chegar com aquilo. – Mas... Feliz natal, Mel.


E muito devagar, quase em câmera lenta, ele selou seus lábios aos dela. O coração de ambos parecia despencar de tanta emoção. Mil borboletas povoavam o estômago do maroto e a morena temia desfalecer a qualquer segundo, tão bambas estavam suas pernas. Ele trouxe-a mais para perto a puxando pela cintura, repousou uma de suas mãos nos cabelos castanhos e a outra subiu para as costas da menina que enlaçara seus braços na nuca dele. Quando tudo terminou, ambos estavam ofegantes, sem ar...


- Feliz natal, Remo Lupin. – E colou sua testa à dele.


Nenhum dos dois saberia responder quanto tempo durou aquilo, mas o contato só foi quebrado quando ouviram o relógio da torre de astronomia dar sua décima segunda badalada.


- Eu sinto muito. Preciso ir. E depositou um selinho nos lábios do menino, abriu a passagem para sua sala comunal e entrou correndo. Quando cruzou o batente da porta, sua sapatilha prendeu-se e soltou-se de seu pé. Ela não percebeu, mas o maroto notou o sapato branco na entrada da sala.


- Essas princesas... Quando vão aprender a não perder os sapatos por aí? – Disse para si próprio, fazendo referência ao conto trouxa, de que tanto já ouvira Lily falar. Pegou o calçado e virou-se para ir embora. Permitiu-se um sorriso. Sua vida podia ser o maior caos, mas se morresse naquela noite, ao menos poderia afirmar que partira feliz. Nunca sentira seu coração tão acelerado por algo que não fosse pânico ou ansiedade, sentiu que, se houvessem dementadores por ali, ele seria capaz de conjurar o maior patrono do mundo.


Isso era apenas reação do fenômeno Melhissístico que se abatera sobre ele.


E foi com esse sorriso apaixonado que Aluado seguiu até seu dormitório na madrugada de natal de 1977. Aquela era só a primeira das noites felizes que estavam por vir, só a primeira.
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N/A: Postagem feita!
Espero que esteja ao agrado de todos esse novo cap.
E ai, o que acham? Remo/Cath ou Remo/Mel??? Respondam nos coments, please!!!
Quanto à segunda temporada, Talisman, eu tinha imaginado ela de outro modo. Nao vou dar spoilers, só digo que não pretendo ser fiel ao livro com relação à infância do Harry.
Essa ideia dos marotos e da Lily lerem os livros é muito boa, mas tem um problema. Embora eu tenha todos os 7 livros, os adore e também leia muitas fanfics desse tipo que você comentou, acho muito longo ter de postar todos os capítulos de todos os volume, acrescentando ainda as falas dos personagens, além de ser cansativo de escrever, fica maçante de ler. Imagine... 7 fanfics, todas com mais de 17 capítulos (uma com 36, que seria a do RdM)... 
Por isso, é muito provável que eu não escreva assim. Não gosto de abandonar minhas fics e se não for para escrever toda, eu nem começo.
Prometo que vou escrever uma 2 temporada boa e repleta de aventuras, mas até lá... Continua lendo a 1 temporada, acho que não está tão ruim assim.
De uma autora pensativa,
Morgana Pontas Potter. 

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Comentários (1)

  • Talisman José da Silva Moraes

    Olha,em relacao ao casal, acho que combina mais Remo e Mel. Foram as cenas que mais davam a entender que poderia rolar algo. Eu entendo perfeitamente seu ponto de vista. Realmente deve ser muito cansativo transcrever os livros, mas, uma coisa eu garanto: eu leria com o maior prazer! Mas paciencia. No aguardo do próximo capítulo!

    2014-03-30
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