- Amigos? - Tudo bem, amigos!
N/A: O capítulo ficou relativamente grande (três páginas de word) então, só se aventurem a ler se tiverem paciência.
E a segunda-feira surgiu em Hogwarts mais rápido que o esperado. Em todos os alunos estava presente aquele desapontamento, pois outra vez o fim de semana acabara. Haveria outros cinco dias de aulas, deveres e obrigações. No dormitório masculino do sétimo ano da grifinória, certo maroto parecia levar mais a sério esse desapontamento.
- Levanta logo, Almofadinhas. – Vociferou Remo, que terminava de vestir o uniforme.
- Hum... De...Depois.... – Ele grunhiu em resposta, meio sonolento.
- Está dizendo isso há horas, Sirius. Levanta logo! Nenhum de nós mandou você ficar até mais de meia-noite agarrando a Lene lá em baixo. – Insiste Tiago
- Estávamos só conversando. – Ele responde. Tinha uma incrível habilidade de mentir sem ser descoberto.
- Sei... Sua conversa foi muito silenciosa. – Diz Tiago, segurando o riso.
- QUÊ???- Ele berra em resposta, dando um pulo da cama. – Você viu? Ou melhor, ouviu? Digo nos espionou?
- Talvez!!! –Diz Tiago, com um sorriso muito maroto. – Eu posso ter usado a capa, para espionar umas cenas particulares suas e da Lene, Almofadinhas.
- Está blefando! – Disse Sirius, na tentativa de convencer-se.
- Você que está dizendo. Não é obrigado a acreditar em nada do que te digo, mas não nego que se aparecer uma boa oportunidade, posso “acidentalmente” soltar a língua mais do que devo e deixar escapar uns fatos que são realmente comprometedores.
O outro arregalou os olhos, apavorado. Tiago gargalhou gostosamente, seguido por Remo, para por fim negar ter feito isso, mas que agora tinha a prova de que algo não muito descente tivesse acontecido entre Sirius e Lene na noite passada. O maroto se emburrou e deitou novamente, cobrindo a cabeça com os lençóis.
- Ah! Sai dessa, Almofadinhas! Deixa de preguiça e levanta dessa cama de uma vez. Olha o dia lindo que tá lá fora!!
- Pontas, sem ofender cara, mas acho que já passou da hora de trocar esses seus óculos, sabe. Caso não tenha visto, o dia está nublado, frio e cheio de raios e trovões para tudo que é lado. Além do mais, hoje tem aquele velho carma...
- Adivinhação! Sim eu sei, mas o dia está ótimo mesmo assim! – Completa Pontas, ainda sorrindo e apertando o nó de sua gravata.
- Alguém mais notou que o Pontas está estranhamente bem humorado hoje? – Pergunta Sirius, sentando-se em sua cama.
- Olha, acordou!!! – Fala Remo, em um tom de ironia e deboche. – Ande logo, Sr. Almofadinhas Black. Esperamos-te no salão principal. – Avisa Aluado, pegando a mochila e apoiando-a nos ombros, ao tempo em que Tiago fecha a capa do uniforme e calça suas luvas.
- Meia hora para DCAT ouviu, Sirius? Até daqui a pouco. – Fala Pontas, apoiando a varinha em uma mão enquanto guarda os livros na mochila.
- Ei! Espera aí, Pontas. Cadê o Rabicho?
- Já desceu. Tchau. – E fecha a porta do dormitório.
Enquanto isso, Lily, Lene e Cath já estavam no Grande Salão, tomando café da manhã. Tiago chega, na companhia de Remo, todos se cumprimentam, ainda que Lily e Tiago tenham se tratado um tanto friamente. Minutos depois, surge Sirius, que ainda não havia acabado de se arrumar, fechava a capa para se proteger do frio, ao mesmo tempo que calçava as luvas e tentava arrepiar os cabelos, que devido a água do banho quente, estavam totalmente lambidos e molhados. Sentou-se ao lado de Lene.
- Six amor, o que houve? Seus cabelos estão...
- Grudados Lene, eu sei! – Disse meio rápido.
- Na verdade eu ia dizer, sebosos. Assim, lembrando os do Snape! – As risadas foram inevitáveis. Até Lily não se segurou e riu. Remo se engasgou com o suco e começou a ficar roxo pela falta de ar.
- Merlin!!!! Ele está se asfixiando! – disse Lily, apavorada. – Anapneo. – Pronunciou ao apontar a varinha para amigo. Este, ofegou e tossiu par alguns minutos.
- Lene, eu sempre soube que não ia com a minha cara, mas daí me matar? – Falou Remo zombando da amiga. Novas risadas. Quando Sirius esticou a mão para alcançar uma torrada a sineta tocou.
- Mas que bosta! Hoje não é meu dia! Primeiro o Pontas e o Aluado que me torram o juízo, depois o chuveiro não esquentava a água e eu precisei fazer um feitiço, só para avisar os elfos precisam limpar os resquícios da mini-explosão, e agora a sineta! Ah, sério! Isso é um complô contra mim. – Todos riram, ele pegou uma torrada, untou-a com geléia de morango e saiu do salão com os amigos, rumo à aula.
DCAT era a matéria que a maioria dos alunos gostava, não apenas por as aulas serem quase inteiramente práticas, mas também pelo fato de ser muito interessante se defender da magia das trevas. Assim que adentraram o ambiente de estudos, viram a sala mais escura que o de costume. O professor, Louis Morrison, tio de Catherine, tinha um excelente domínio de sua disciplina, embora fosse um tanto excêntrico e tivesse hábitos para lá de estranhos. Às vezes trancava as janelas sem nenhuma desculpa razoável para o feito, ou apenas divagava sobre assuntos variados durante as aulas. Catherine tinha um carinho grande pelo tio, ela era órfã e crescera sendo criada por ele e pela avó em uma comunidade trouxa do interior, ele era o exemplo de pai que ela possuía, mas não por isso deixava de tratar-lhe com todo o respeito e a educação que se deve a um professor.
- Entrem! Venham todos! Hoje vamos ter uma aula magnífica! Onde vamos aprender a usar a nossa luz interior, por isso... Por isso a escuridão, para que achem sua luz... Eu – E começou a divagar totalmente do propósito da aula.
- Se é para achar luz interior, eu não sei como farei, mas tenho algo que se chama varinha bem aqui, e não será um esforço grande fazer um Lumos. – Disse Pedro, zombando do professor. Ele sussurrou apenas para os amigos, que riram.
- Bom... Vocês eu não sei, mas eu vou aproveitar esse escurinho... Lene, meu amor, quer ir para o fundo da sala comigo? – Falou Sirius, dando a voz um tom provocante.
- Eu? Não Black, obrigada. Pretendo ver a aula. – Disse ela, arrancando risadas de deboche dos marotos.
- Lene! Você é mais cega que o Potter! Está escura a sala, não vai poder VER a aula, poderá assisti-la. – Zombou Lily.
- Hum. Olhem o barulho crianças! – Repreendeu o professor. – Lumos Máxima . – Os marotos riram. – Ótimo, assim está melhor. Quem aqui se lembra da nossa última aula? Sobre o que falamos?
Lily levantou a mão, juntamente com um aluno da corvinal.
- Srta. Evans, que tal darmos a vez a outros alunos, hum? Mas caso o Sr. Prewett não saiba responder, voltamos para a senhorita. Pode ser? – O professor perguntou, Lily respondeu que sim com um aceno de cabeça.
- Seria sobre dementadores, professor? – Indagou Fábio Prewett.
- Quase! Quase, muito perto senhor! Lily? Sabe me responder?
- Sobre patronos professor. – Ela disse a ele simplesmente.
- Exato! Como sabemos, o patrono é uma energia positiva que podemos usar para espantar DEMENTADORES – Ele deu ênfase à última palavra para encorajar Fábio. – entre outros seres das trevas. O professor Amos, de feitiços, me disse que havia praticado com os senhores o movimento de varinha necessário para executar o feitiço. Todos se recordam? É levantando e...
- Floreteando – Responderam todos os alunos em um coro animado.
- Exato. Contudo pedi à ele, que me permitisse ensinar esse feitiço a vocês. Então, vamos lá! O encantamento é Expecto Patronum. Lembrem-se, é feitiço do patrono, mas pronunciamos Patronum! Todos, sem a varinha, por favor.
- Expecto Patronum – Repetiu-se o coro pela sala.
- Ótimo! Será que alguém se arriscaria a realizar um patrono? Alguém? – Indagou esperançoso.
- Eu!!! Eu vou! – Sirius berrou do seu canto, chamando a atenção de todos.
-Certo, venha então, Sr. Black! – O professor encorajou. Almofadinhas fez pose de valente e se levantou da carteira onde estava. Estufou o peito, muitas garotas de ambas as casas suspiraram e Lene revirou os olhos. Dirigiu-se até o centro da sala. – Agora se lembre, é preciso estar concentrado em uma lembrança...
- Muito feliz, eu sei. Obrigado. Lá vai, então. – Ele inspirou e fechou os olhos. Lembrou-se de quando sua carta de Hogwarts chegara, não, não era o suficiente. Ao embarcar no trem, não, ainda não era forte o bastante para produzir um patrono. De quando conheceu Tiago e Remo. É, esse fora um momento muito feliz. Concentrou-se nele o máximo que pode. – Expecto Patronum! – Disse claramente, de sua varinha irrompeu um cão. Um Terrier, para ser mais preciso. Corria pela sala, iluminando-a.
- Oh!!! Mas que patrono perfeito Sr. Black. 10 pontos para “a morada dos destemidos”. – Divertiu-se Louis. – Mais alguém quer vir? – Muitos levantaram as mãos, eis que vai um corvino para o centro da sala, sua tentativa é frustrada. Ele retorna à cadeira. – Por que não o Sr. Potter?
- Hum... O.K, eu vou. – E passou a mão pelos cabelos. Seguiu ao centro da sala e fechou os olhos. Sua vida passou como um filme em seus olhos. Conhecer os marotos? Não! Que tal... Conhecer a Lily? É essa era uma memória forte, mas nem de longe a que queria. Quando deu seu primeiro beijo? Não! Certamente não era uma lembrança feliz, era cômica, nojenta, mas não feliz! O que escolheria então? Quando... Quando subiu pela primeira vez em uma vassoura? Ah, que alegria!!! Ainda não era essa. Que tal... Quando teve a ruiva em seus braços? Seria perfeita, se ela sentisse algo por ele. Mas havia uma, uma especial... A do dia em que pisou pela primeira vez no castelo! Essa era a mais feliz que possuía. – Estou pronto. Expecto Patronum. – E o cervo prateado pairou graciosamente no ar. Erupção de aplausos.
- Parabéns, acho que mais 10 pontos, hum! – E então riu. O professor passou um olhar pela sala, em busca de próximos voluntários. Seu olhar parou em... Lily, que anotava freneticamente. -Srta. Evans! É a sua vez.
Lily arregalou os olhos, empalideceu. O que? Ir na frente de toda a classe? Nem por mil galeões! Ela era muito tímida, seu rosto corou e começou a suar frio. –E...Eu? Na... Na... Na... Não! Estou bem aqui só observando professor. Na.. Não! – Choramingou ela, quando Louis Morrison estendeu a mão para ela e a guiou até o centro da sala.
- É simples, concentre-se...
- Em uma lembrança feliz! Eu sei a teoria professor. Mas, a prática... Sempre fui boa em DCAT, só não estou à vontade na frente da turma. Está bem! Eu vou – Ela resmungou quando ele a fitou com um sorriso bondoso, encorajando-a. Suou frio, em que pensaria para fazer um patrono? Quando ficou amiga de Severo? Não! Ela não era mais tão próxima assim a ele. Quando recebeu a carta da escola? Não! Foi a época em que mais brigou com Petúnia. Quando veio para a escola? Não! Conheceu o Potter quando veio para cá. Nunca se deu bem em vassouras, logo sua primeira aula de vôo também não seria... Merlin! Que dificuldade! Quem sabe... Sim! Sua primeira aula de poções. Amara desde o primeiro segundo fazer as misturas. Era uma aula de química do mundo dos bruxos e Lily... Amava química. – Expecto Patrono. Ai! Não! É Patronum! Desculpe professor, posso tentar de novo? – Ele assentiu. Ela se reconcentrou. – Expecto Patronum. – E uma luz prateada saiu de sua varinha, contudo não tinha forma de animal algum, era apenas uma luz.
- Bom, bom! Está ótimo para o que eu quero falar. Sente-se Srta. Evans, por favor. Lily foi até sua cadeira com a cabeça baixa, sentia-se tão envergonhada, ridícula! “O Potter conseguiu, fez parecer tão simples e eu, pago esse mico na frente da sala toda.”. Sua vergonha era tanta, que não teve coragem de sequer olhar para os amigos, que a observavam com dó. Sentou-se em sua carteira e subitamente lhe veio uma raiva tão grande de si. Como podia ser tão estúpida! Fazer um feitiço errado, que idiotice da parte dela, jamais se detestara tanto na vida.
- Srta. Evans, não se sinta mal por não ter conseguido um patrono perfeito na primeira tentativa, alguns requerem de mais tempo que outros. – Ela se sentiu pior, então passara a ser como um dos bruxos fraquinhos que precisam de aulas de reforço? Que papelão! – Sua energia estava ótima, notava-se que era uma memória feliz, seu patrono sem forma poderia dispersar um ou outro dementador que resolvesse atacá-la, mas ainda assim, não está perfeito, preciso dizer. Há vários motivos que impedem um patrono de ser bem sucedido: o nervosismo, a falta de concentração, a falta de uma memória feliz.... Entre muitos outros.
- Sou uma idiota! Se os outros conseguiram porque não eu?
- Não! Não se maldiga assim! Vamos analisar a situação, a Srta estava nervosa, o que pode ter ajudado; a memória que escolheu... Será que poderia nos dizer qual é? – Dialogou o professor.
- Minha 1ª noite o castelo. – Mentiu ela.
- Certo! Com toda certeza é feliz. Vi que se concentrou, logo, não irei indagar a cerca disso.
- Então, professor, quer dizer que eu errei por causa do nervoso? Apenas isso? – Indagou indignada.
- Também, também. Não quer dizer que apenas isso. Fatores como a falta de personalidade e a indecisão podem influenciar na forma do patrono. – Várias expressões de dúvida surgem nos rostos dos alunos. – Vejamos um exemplo. – Dirigiu-se à lousa e começou a rabiscá-la. – Digamos que a bruxa B ama o bruxo C. Ela pode alterar a forma de seu patrono para a mesma da dele OU para o par do animal como boi e vaca ou cão e cadela. Ficou claro? – Ecoaram sim’s pela sala. – Ótimo, agora suponha que essa mesma bruxa não sabe o que sente por C, logo seu patrono é indeciso, não sabe se assume a forma original ou a do amado. Outro caso é quando o bruxo não tem personalidade, exemplo, apenas imita os demais, copia-os. Seu patrono jamais irá assumir forma própria, pois o bruxo não tem pensamentos próprios, ele segue o pensamento dos que estão ao seu redor. Compreendido? – Novo coro de afirmações pela sala. – Sei que a senhorita tem uma personalidade forte, Srta. Evans, portanto, se eu fosse você buscaria a resposta para o “Por quê?” do patrono não na razão, mas na emoção.
Mal o professor acabara de falar, a sineta tocou. O desespero para a troca de salas fez com que Lily tivesse seu momento de sossego longe das perguntas dos amigos, que não tardariam a surgir. Fez uma nota mental de ter um bom “Papo-cabeça”com Lene e Cath à noite no dormitório. Lily teria Runas com Lene, Remo faria hora livre e Pedro iria para Estudo dos Trouxas. Tiago, Sirius e Cath se encontrariam na aula de adivinhação. Os amigos estariam separados até o almoço.
Quando o relógio de Tiago marcou 12h, sua barriga roncava de fome. Foi um alívio a todos os alunos que pouco depois a sineta tocou para o almoço. Lily, fugindo das perguntas dos amigos, seguiu com eles, em silêncio, até o salão principal, serviu-se de macarronada e encarou seu prato. As cenas da aula de DCAT lhe voltavam a mente e cada vez se sentia mais humilhada.
- Mas, cara... Sério eu amei DCAT hoje! Fazer aquele patrono foi tipo... Demais! – Falou Sirius empolgado. Lene o repreendeu com uma olhada significativa, que ele não notou.
- Em que você pensou Almofadinhas? - Indagou Pedro.
- No dia em que conheci vocês. Foi um dia feliz, mas aí ficamos mais próximos na escola e tenho que aturar essas coisas que chamo de amigos até hoje. Como eu me arrependo daquele dia!! – Disse ele, zombando da cara dos amigos.
- Obrigado pela parte que me toca, Almofadas. Eu também te amo amigo. – Disse Pontas, entrando no jogo do amigo e o abraçando pelos ombros.
- EI!!! Sai para lá, Pontas. Eu tenho namorada e você sabe que só fico com garotas. – Continuou fingindo, Sirius. Ele empurrou Tiago para o lado, rindo gostosamente.
- Ah! Como dói o amor não correspondido! Vou sofrer para o resto da vida!! – Falou Tiago com uma falsa voz chorosa e afeminada. Ambos riram, sendo acompanhados por Pedro.
- Mas agora é sério, cara você viu aquele corvino? Merlin, não sabia fazer o feitiço de jeito nenhum, parecia um aborto!
- Eu sei, Almofadas. O cara é um zero a esquerda em magia. Se não sabe fazer um patrono, o que vai fazer da vida? Auror não pode ser, né? Eu acho que, se ele quiser se salvar, só com MUITA aula de reforço em ma... – Argumentou Pontas.
- TIAGO! – Berrou Cath, outros alunos viraram a cabeça, assustados. – CALA ESSA BOCA!
Após o silêncio do maroto que estava surpreso, ouviram um soluço baixo. Quando Tiago e Sirius olharam para a frente deles, viram Lily de cabeça baixa e Lene, apenas a observando, Remo segurava a mão da amiga delicadamente. Lily empurrou o prato de comida intocado, para longe e pegou a mochila que jazia no chão, jogou os cabelos pelo lado do rosto e se levantou para ir embora. Antes de ela sair, Tiago viu as esmeraldas que tanto amava soltarem uma lágrima fina que molhou a bochecha da menina e terminou seu percurso nos lábios da tão amada ruiva.
- Sou um idiota!!!! Vou atrás dela. – Disse Tiago, dando-se um tapa na testa.
- Não, Pontas. Ela não vai te ver nem pintado de ouro, vestindo uma roupa de Merlin e trazendo um pote de mil galeões nos braços. Fale com ela mais tarde. Quem sabe no fim de feitiços... – Alertou Lene, ele assentiu e retornou a se sentar no banco, ainda sentindo que era um idiota.
Pouco depois ele se levantou e alegou ter que ir até a sala da professora Minerva, para falar de assuntos do time de quadribol, embora os amigos soubessem que ele queria apenas seu momento a sós.
- Vocês acham que ele está mal pela Lily? –Indagou Lene
- Com toda certeza. Mesmo que vocês, garotas, não acreditem, o Pontas ama a ruiva. – Disse Sirius, parecendo falar sério.
- E a Lily também o ama, mas a orgulhosa não admite. Temos que ajudá-los. – Disse Cath.
- Que tal se nós formássemos um plano? Sem que o Tiago saiba?
- Boa, Lene. Adorei a ideia. Só precisamos decidir detalhes... – Falou Remo. E as mais loucas sugestões apareceram, ficaram a discutir por um longo tempo.
Tiago vagou pelo castelo, totalmente sem rumo. Essa era uma boa maneira de esclarecer seus pensamentos. Sentiu-se culpado por te deixado Lily mal. Esperou para vê-la na sala de transfiguração, mas ela não estava lá. Aguardou-a também na aula de feitiços, mas ela não aparecera. Tiago sentou-se só e copiou todas as lições da aula, que quando acabou trouxe o jantar. Os marotos rumaram para o salão, alegando muita fome, já as meninas subiram até a torre da grifinória em busca de Lily. Voltaram minutos mais tarde.
- Lily disse que não foi as aulas da tarde, pois não estava bem. Avisou que não vai descer e que quer que levemos algo para ela jantar. Você pode levar Tiago? É que temos Astronomia e o Sirius vai comigo até a Torre para me acompanhar na aula. E se o Rabicho for levar, é capaz de ele comer tudo no caminho. Então?Pode ser? – Perguntou Lene, piscando discretamente para Cath e Remo.
- Sim, eu levo. – Terminou seu jantar minutos depois. Pegou um prato limpo e arrumou nele uma fatia de lasanha de frango. Em volta adornou com alface e um potinho de molho de queijo. Serviu um copo de suco de abóbora e cortou uma generosa parte da sobremesa de figo para a menina. Pôs tudo em uma colher que transfigurou em bandeja e pegou os talheres para a ruiva. Jogou a mochila nos ombros e equilibrou a bandeja nas mãos. – Tchau, povo. Vou ver meu anjo ruivo, que vai tentar me matar por ser gentil. Aproveito para conversar com minha amada Lily. Por isso Rabicho, não ouse entrar na sala comunal pelas próximas duas horas. – Saiu.
- Esse Pontas.... Cada dia mais apaixonado. – Falou Aluado, sorrindo.
- Acha que o plano vai dar certo? – Indagou Cath, ansiosa.
- Tomara! Deixar os dois sozinhos... Brilhante! Assim eles se resolvem. Sem público para assistir, a Lils não vai fazer ceninha. – Respondeu Lene. – Só nos resta esperar e, quem sabe, quando voltarmos da aula eles tenham uma novidade para nós.
- Quando sairmos da aula, vírgula dona Lene Black! Quando VOCÊS saírem da aula. Eu não vou!
- Ah, o senhor vai sim, Sr. Black! Mesmo não fazendo Astronomia. Ou você acha que eu sou louca de deixar meu namorado vagando sozinho pelo castelo, à noite, tendo como companhia essas Piranhas-Rouba-Namorado? De jeito, nenhum! –Vociferou Lene, categoricamente.
- Sim, senhora! Depois dessa até me calo. – Sirius brincou. As gargalhadas vieram de toda a mesa da casa.
Enquanto isso, na sala comunal da Grifinória...
- Com licença... Evans? – Indagou Tiago, meio receoso. A menina estava na sacada da sala comunal, recostada na parede, enrolada em um casaco fino.
- O que quer Potter? – Disse monotonamente.
- Três coisas. A primeira, que você coma. Trouxe algo do salão, espero que tenha acertado seu gosto. Segundo, que me diga por que está assim e terceiro – Suspirou ansioso. – falar com você sobre algo importante.
- Primeiro, não quero nada que venha de você, segundo, não aconteceu nada, largue do meu pé sobre esse assunto e terceiro, não quero conversar. Desapareça.
- Ora! Vamos, Evans. Não pus veneno na comida não, largue seu orgulho e ao menos prove! – Insistiu ele, teimoso. A constante negação da garota já o estava irritando.
- Está bem, quem sabe assim me deixa. – Ela pegou o talher e provou da lasanha. Um pequeno sorriso se formou no canto dos lábios de Tiago, a primeira fase da batalha estava ganha. – É, não está TÃO ruim.
- Admita. Está ótimo!!! – Sorriu o maroto, convencido. Embora falasse em tom de brincadeira.
- Você é insuportável Potter. – Falou ela, empurrando a bandeja para longe e virando a cabeça para o outro lado, dando à sua cara uma feição estressada.
- Não! Pare! – Ele falou calmo. Segurou singelamente as mãos da garota, no que ela se assustou e rapidamente se afastou do maroto mais ainda, chegando a borda da sacada. - Vamos conversar. De verdade, sem estresse, sem gritos. Um papo sério, não precisa dizer nada. Se apenas me ouvir fico satisfeito! – Ela reprimiu uma careta, mas não fez objeções. – Evans, eu quero te pedir perdão. É sério, do fundo do meu coração, me desculpe. Por te irritar, por te ofender, por, talvez, te humilhar, fazer passar vergonha... Enfim, desculpa! Por tudo! Eu me toquei depois da discussão na biblioteca que eu só te causo problemas. Eu sinto muito por isso! – A garota ficou surpresa, ele realmente se humilhara para ela? Pedira-lhe perdão? Um lado seu, queria envergonhá-lo, esnobá-lo... Mas a outra parte quis perdoá-lo. E inconscientemente, ela obedeceu a essa. Sentira sinceridade nas palavras dele.
- Tá... O.K. Obrigada, está perdoado. De verdade. Se for para admitir os erros, perdão pelo escândalo na biblioteca, foi desnecessário. – Disse com sinceridade quando notou que a feição do garoto parecia desconfiar que ela estivesse falando a verdade.
-Beleza. Será que podemos recomeçar? – Indagou esperançoso.
- Recomeçar...? – Devolveu ela, desconfiada.
- Do começo, sermos amigos... Sem ressentimentos, Evans? – Estendeu-a a mão num gesto de combinar a trégua.
- Sem ressentimento, Potter. – Aceitou ela, ainda meio confusa acerca do propósito disso. – Oi, sou Lily Evans.
- Oi sou Tiago Potter. Será que posso te chamar de Lily? – Ela assentiu, ainda achando toda aquela história algo muito fora da realidade. – Certo! Lily, por que saiu do salão chorando, na hora do almoço?
Embora ainda estivesse desconfiada, Lily decidiu que era seguro se abrir com o maroto. Contou-lhe o que sentira naquele momento.
- Não! Que bobagem Lily... Você é uma bruxa excepcional, não se sinta assim. Algum dia vai conseguir. – Deu-a um abraço de amigo, que transmitiu segurança e conforto. Ela, estremeceu ao contato com o maroto, era mais baixa que ele e por isso seu rosto estava comprimido contra o peito forte dele. Ele usava um perfume de alfazema que a menina achou particularmente gostoso. Quando se soltaram, Tiago sorria e Lily também o fez.
- Obrigada, me fez sentir melhor. Você é um bom amigo Potter. – Falou sincera.
- Tiago, por favor! – Pediu o menino.
- O.K. Você é um bom amigo Tiago.
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N/A: Primeiro de tudo...
AAAAAAAAAAH!!! EU NÃO ACREDITO!!!! UM COMENTÄRIO!!!
Muito obrigada mesmo, Mari Assis! Fico feliz que esteja gostando da fic, eu também acho divertido escrevê-la. É uma maneira de me descontrair!
Ok. Agora às notas do capítulo.
Antes que vocês digam que eu não sei criar um clima de romance para o Tiago e a Lily, ou que ficou muito boba essa reconciliação, por favor entendam... Tudo tem uma razão no enredo da fic, logo... Essa amizade vinda do nada tem seus motivos de existir.
Se ficou péssimo o capítulo, desculpem, eu ainda estou aprimorando minha escrita. Se tá mais ou menos, comentem, dizendo no que posso melhorar. Se tá legalzinha, comentem pedindo mais!!! Enfim, comentem de qualquer jeito. Isso faz uma autora feliz :)!!!!
Obrigada outra vez por quem lê a fic e me aguenta nas N/A's.
Espero postar em breve o capítulo 7 (porque o cinco foi divido em dois e o um é prólogo), até lá, leiam minhas outras fics (se quiserem, tiverem tempo e paciência para ler, é claro *-*).
Então é só! Beijos à todos!
Morgana Pontas Potter
Comentários (1)
Porque você não posta pelo menos duas vezes por semana? Eu ia amar! E por favor não desista da fic.
2014-02-15