Quer-me assim? Assim me terá!
PARTE 2
O sábado amanheceu frio e chuvoso em Hogwarts, como o passeio até o vilarejo fora cancelado, os alunos não tiveram outra opção a não ser ficar no castelo, estudando. No domingo não foi diferente. Outro dia de chuva forte.
- Mas que droga! – Exclamou Sirius – Por Merlin! Eu quero fazer algo que não seja dormir, comer, estudar ou perder do Remo no xadrez!
- Calma, Six. Logo a chuva passa e você vai com o Tiago para o campo de quadribol. – Disse Lene, na tentativa de acalmá-lo.
- Mas você disse isso há uma hora, Lene! E ontem o Remo disse a mesma coisa de manhã! E hoje eu quero treinar! – Reclamou Tiago que estava sentado no sofá. Parecia uma criança que não havia ganhado seu presente de natal, sua feição de birra era terrível. Vestia um jeans velho, uma camisa vermelha e sua jaqueta azul marinho por cima, calçava um tênis, cuja sola estava gasta.
- Potter! Controle seus nervos! Há pessoas querendo ler! Ninguém aqui é meteorologista para saber quando a chuva vai parar! Mas se tem tanta vontade de treinar, por que não vai logo? Pegue sua vassoura e vá para o campo! – Disse Lily com amargura.
- Bem que eu queria, Evans! Mas não vou te dar o prazer de me dar uma detenção depois. Nem quero me gripar, então o melhor a fazer é esperar.
- Que é a coisa mais chata do mundo! – Reclamou Almofadinhas
- Sirius, será que você poderia ser menos chato? Olhe, ao invés de reclamar, venha se sentar ao meu lado, me abraçar... Podemos curtir um tempinho juntos...
- Ah, claro que eu vou, Lenezinha do meu coração!!!! – Disse Sirius, levantou-se da poltrona onde estava sentado na frente da lareira e se dirigiu ao sofá em que Lene estava acomodada e a abraçou. Iniciaram um beijo terno e romântico.
- E começou a melosidade, eca! Eu vou para a cozinha. Quer vir Pontas?
- Não. Vou ficar! – Disse Tiago, sorrindo malandro. Pedro deu de ombros e saiu pelo buraco do retrato. – Então, Almofadinhas...
O outro nem ouviu, estava beijando Lene, totalmente distraído do mundo.
- ALMOFADINHAS! – Berrou Tiago. Muitos primeiranistas que estavam ali a estudar se assustaram.
- Cale-se Potter! Deixe-o com a namorada. – Resmungou Lily incomodada com os gritos.
Tiago a ignorou e continuou a chamar pelo amigo, como este não o respondeu, ele se aproximou do casal e berrou no ouvido do amigo.
- SIRIUS ALMOFADINHAS BLACK! ACORDA PRO MUNDO REAL! FICOU ALUADO FOI?!
- ALUADO TALVEZ! SURDO NÃO!!!! – Devolveu Sirius irritado – Me deixa, Pontas! Vai atrás de qualquer uma aí para se distrair! Caso não tenha notado, quero ficar com a minha namorada. Ou será que VOCÊ está aluado demais pensando na Lily, para perceber?!
- EI! ALUADO AQUI SÓ SOU EU! – Disse Aluado do seu canto da sala. Estava acomodado junto a janela, observando a chuva cair do lado de fora. Algumas vezes lembrava-se de se concentrar em seu livro. Usava um casaco de couro comprido por cima da roupa para esquentar o corpo.
- PAREM DE GRITAR!!!!! – Gritou Lily. Seu grito era estridente, um som alto e agudo, que Remo julgou ser capaz de furar os tímpanos de qualquer um. – Chega! Eu quero ler! Parem com isso ou chamarei a Mcgonagoll! – Continuou a garota, que estava sentada em uma poltrona, enrolada em um grosso edredom azul-céu que lhe cobria as pernas e o abdômen, deixando de fora apenas seu busto, a cabeça e os braços, que seguravam um grosso volume de leitura: Frankstain. Seus cabelos estavam amarrados em uma trança que alcançava o meio de suas costas.
- Ora, Lily! Não seja chata! Estamos trancados sem ter o que fazer! – falou Remo, voltando sua atenção para a amiga.
- Isso não dá a vocês o direito de me deixarem surda, sabiam? Eu quero ler! – Reclamou ela.
- Então, cara amiga... É melhor achar outro lugar... Vamos fazer algo, marotos? – Indagou Sirius
- Six!!! E eu? – Perguntou Lene com um tom choroso na voz.
- Pode vir com a gente, Lene! – Respondeu o namorado.
- OBA!!!!
- Quer fazer o que Pontinhas? – Continuou o maroto, dessa vez para o amigo
- Pontinhas? Vai se catar, cachorro sarnento, pulguento e piolhento!!! É Pontas Potter! – Devolveu Tiago, brincalhão, passando a mão pelos cabelos arrepiados.
Todos riram. Aluado se levantou e sugeriu um jogo. A dúvida era a respeito de qual seria, pois cada um preferia o seu.
- Que tal... Verdade ou Desafio?- A voz de Sirius assumiu um tom malicioso.
- Não, Almofadinhas! Você sempre quer esse! Chega! – Respondeu Tiago. – Prefiro xadrez.
- Só porque você é bom, Tiago! – Falou Lene. – Sugiro Snap Explosivo.
- Ah não! Esse enjoou, Lene! Que tal... – Remo pareceu pensar
- Podemos jogar A palavra é? – Indagou Lily meio tímida
- LILY????? – Falaram surpresos. Tiago até esqueceu-se de chamá-la de Evans – Não estava lendo amiga? – Continuou Lene
- Desisti. Vocês falam demais! – Repreendeu em tom de brincadeira. – E então? O que acham?
- Não sei como se joga.
- Simples Six. Sentamos em forma de roda e alguém diz uma palavra, os outros têm que cantar uma música que tenha essa palavra. Quem disser a música primeiro, ganha e pode escolher a próxima palavra. Que tal? – Ela explicou. Todos concordaram, assentaram-se sobre o tapete. Lene ficou entre Sirius e Lily, que estava ao lado de Remo. Cath era vizinha de Remo e de Tiago, que se assentara ao lado de Sirius.
- Posso começar? – Indagou Lene
- Claro!! – Lily disse. – Vai lá Lene.
- A palavra é... Hipogrifo!
- Isso é impossível!!! Quem faria uma música sobre um hipogrifo? – Falou a ruiva, indignada
- “Você sabe dançar como um hipogrifo? Ma mama ma mama ma mama...” –Respondeu Tiago. Sua voz era grave, mas ao mesmo tempo doce, macia e animada.
- Isso mesmo, Tiago! Sua vez! – Disse Lene dando palminhas.
- Arroz!
- Arroz? – Perguntaram as meninas, perdidas no assunto.
- Ah! Essa eu sei Pontas! “Eu sou um bolinho de arroz...” – Começou Sirius. A voz do maroto era meio desafinada, o que fez as meninas rirem.
- “Meus bracinhos vieram depois...” - Continuou Remo, sorrindo. Tinha a voz calma, quase aveludada.
- “Mas ainda assim não faço nada...” – Tiago acompanhou-os. Parecia que cada um sabia a estrofe da música que deveria cantar.
- “Pois sou um bolinho de arroz!”- Terminaram juntos, rindo. As garotas os acompanharam nas gargalhadas.
- O que foi isso? Que raio de música é “Sou um bolinho de arroz”? – Indagou Lene
- Cara Lene, há muitos mistérios entre nós, marotos. Só posso te dizer que essa é a música do Almofadinhas. – Disse Tiago, fazendo cara de suspense. – Eu tenho a minha, mas não, não vou cantá-la, o rabicho tem a dele e o Remo...
- Ele não tem!!!! Por Merlin! Remo não tem música ainda, Pontas!!! Temos que criar uma!! – Falou Sirius desesperado, como se a criação da música de Remo fosse caso de vida ou morte.
- Ah!! Eu tenho uma... É trouxa, mas... Você vai amar, Remo!!! – Disse Lily, sua voz estava carregada de ironia. Todos riram e Remo encolheu-se um pouco, assustado com a menina. – Hum, hum... – Fez ela, limpando a garganta. – “Remo, remo, remo meu barquinho devagar. Remando, remando, remando, remando, a vida eu vou levar”. – Quando ela acabou, a gargalhada foi geral. Não havia ninguém sério. Tiago socava o tapete com os punhos e Lene rolava pelo chão, rindo. Sirius derramava lágrimas provocadas pelo riso e Remo? Ele agitava as mãos freneticamente, numa busca desesperada pelo ar que lhe faltava devido às risadas.
Quando o ataque múltiplo de risos acabou, todos se reacomodaram novamente, Sirius já avisou:
- Não se preocupe, Aluado. Eu tenho a memória boa o suficiente para recordar a sua música para SEMPRE!!! – Novos risos. – Certo, agora a palavra é... Vai ser difícil...
- Oi, gente. – Falou Pedro
- Ah! Oi Pedro, que tava fazendo?
- Visita básica até a cozinha, Lene. E vocês? O que fazem? – Indagou curioso
- Jogando uma brincadeira que a Lily ensinou. – Respondeu Remo.
- Ah, sim. Ah! Por falar em Lily, Minerva me pediu para avisar que vocês têm reunião de monitoria com a Lufa-Lufa hoje ás 15 horas e que o Pontas e o Almofadinhas precisam reunir o time de quadribol ainda hoje para marcar os treinos do ano inteiro, porque ela quer agendar o campo com antecedência para vocês. – Falou ele.
- O.K! Valeu, Rabicho. É... A brincadeira vai ter de parar. O dever chama! – Brincou Pontas. – Almofadinhas, avise o resto do time, sim? Lene, venha comigo, vamos logo para a sala de táticas para...
- Sala de táticas? Isso não existe Potter! – Repreendeu Lily, com uma cara de ignorância.
- Evans, embora eu não lhe deva explicações – Tiago começou se levantando do tapete e espreguiçando-se. -, saiba que estou me referindo ao depósito de vassouras da grifinória, onde fazemos as reuniões do time e decidimos chamar de sala de táticas. Mas, ao invés de ficar querendo entender tudo que falamos, por que não vai para a sua reunião de monitoria? Afinal, não pega bem para a “certinha da grifinória” chegar atrasada na preciosa reunião dela, não é?
Lily ficou abismada com as palavras do maroto, estava tão atônita, que não teve outra reação, a não ser assentir com a cabeça, levantar-se e sair da sala em silêncio, matutando. Tiago por sua vez, sangrava por dentro, não queria falar nesse tom com sua amada ruivinha. Sabia que isso a machucava, essa não era intenção dele, nunca! Jamais quis fazer mal a ela. Os demais marotos apenas observaram o momento em silêncio e após a saída de Lily, começaram uma discussão do assunto com Tiago.
- Pontas... Você pirou de vez? Endoidou, bebeu... Cara, o que você disse para a Lily foi de propósito? – Indagou Sirius
- Não sei, Almofadinhas. – Disse em um suspiro. – Não deixei de amá-la, mas sim de sofrer por ela.
- Vai simplesmente tratá-la assim até desencanar completamente da menina? Brincar com os sentimentos dela?
- NÃO! Nunca, Aluado. Não quero machucá-la e também... Você estava certo Aluado, eu estou apaixonado por ela. – Respondeu Tiago, rapidamente, no Remo sorriu convencido.
- Apaixonado? Certo, é oficial, esse não é o Pontas! – Disse Sirius abismado.
- E por que não, Sirius? Se você se apaixonou e hoje namora há mais de dois meses, por que não ele? Sinto muito, Tiago! Eu a Cath já tentamos convencer a Lils de tudo o que você diz, mas ela é muito orgulhosa. Merlin! Ela diz que nunca vai ser um troféu seu ou mais uma na sua lista.
- Aí é que está, Lene. Eu não tenho uma lista! Vocês garotas tem mania de dizer isso. “Não vou ser umazinha da lista de fulano”. Não temos uma lista das garotas com as quais ficamos e além do mais, quantas vezes eu disse que por ela eu largaria tudo? – Falou ele, meio irritado
- Entendemos seu lado, Tiago. Mas também entendemos a Lily. Mas ao invés de reclamar da vida, por que não tenta se aproximar dela? – Falou Cath eu um tom meio cansado, ela sempre dava a mesma ideia, nunca a aceitavam.
- E como? Se a sua amiga não deixa? Estou falando, ela não acredita se eu digo que a amo. Acha que estou mentindo.
- Ela está dizendo como amigo seu burro! Seja amigo dela! Daí, para virar namorado é um passo. – Lene explicou (totalmente sem paciência) para Tiago.
- E acham que iria funcionar? – Indagou Pontas, entusiasmado.
- Se você souber como agir, até rola, Pontas. – Disse Remo, com simplicidade.
- Ah, me diga então como eu devo agir, Oh senhor dos relacionamentos, mestre do amor!!! – Disse Tiago, zombando do amigo. Os demais riram.
- Seja legal com ela, oras! Mostre que você é legal! – Disse Rabicho com a voz esganiçada.
- Hô, Hô... Quem diria... O conquistador Potter pedindo conselhos amorosos e sendo ensinado pelo Rabicho!!! Milagres acontecem mesmo. – Zombou Sirius. Novas risadas.
- Cala a boca seu cachorro irresponsável e baderneiro!!! – Respondeu entre risos. – Anda, temos uma reunião de quadribol para fazer.
- E eu uma de monitoria. Tchau, gente! Até depois. – Disse saindo pelo buraco do retrato
- Tchau Remo! – Apenas Cath respondeu. – É eu sou uma idiota! Dou conselhos amorosos para meus amigos, mas não sei como conquistar o meu maroto! Eu mereço! – Disse para si em um murmúrio rouco, seguido de um suspiro.
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N/A: Novo capítulo. Que tal? Estão odiando? Achando mais ou menos? Passável? Boazinha? Legal? Quero mais um comentário para postar o capítulo 6! Obrigada mesmo por quem lê! Estou aberta a críticas, sugestões e todo o resto.
Morgana Pontas Potter
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