Prólogo

Hermione se vira mais uma vez no fundo do poço, como uma menina assustada, como se nunca tivesse enfrentado o desconhecido, aquele que sempre fazia questão de machucá-la, Sentimentos, os sentimentos a golpearam violentamente fazendo-a retornar ao chão, deixando-a rastejar como um verme, levando aquele ser frágil que um dia sentira o mundo na palma da mão, se transformar em uma garota assustada e inútil na sua insignificância, sentimentos que sempre relutou para suprimir, Hermione suprimiu e os manteve em um sono denso no fundo das masmorras mais obscuras do seu amarrotado coração, Hermione sentiu seu mundo se desintegrar por debaixo de seus pés, aqueles pés que desejava subitamente correr para longe tudo e todos por muitas vezes, queria esconder sua presença, presença insignificante, imprecisa, apagada, assim ela determinava seu caráter, sua índole, diminuída apenas chorava desatadamente perto da lareira com labaredas flamejantes crepitando sem parar dentro da mesma, seu mundo de sonhos e esperanças mais uma vez foi apagado, apagado por ele, aquele que ela amou intensamente, ele também a abandonou como Ronald Weasley fizera, uma lagrima atrás da outra teimava em cair abertamente pelas bochechas recém-coradas pela lamúria, encolhida entre as pernas, abraçadas com os próprios braços perto da lareira acesa, lembrando dele, aquele que a jogou no fundo daquele poço, a única coisa que transmitia paz para aquela frágil alma da mulher era a vida que estava carregando em seu ventre, aquele pequeno ser delicado, aquele pontinho de luz no fim do túnel negro enfadonho, Hermione passara a mão lentamente sobre a superfície lisa e calorosa de sua barriga rechonchuda, sentindo leves e delicadas batidas daquele pequeno ser dentro de seu ventre, estará correspondendo ao toque meticuloso de sua mãe, aquelas chutadas eram apenas direcionadas a Hermione, sua amada e maravilhosa mãe, Hermione sempre dava seu melhor sorriso nessa ocasião, apesar de tantas lagrimas, tanto sofrimento, sentia-se feliz perto do seu bebê, amava aquele pedacinho de gente que carregava 24 horas por dia, amava sem nunca ter sentido aquela criança em seus braços para ninar, mas isso não denotava que não aconteceria, obviamente aconteceria mais cedo do que imaginava, nove meses percorreu como correntezas fortes de um mar turbulento, logo poderia sentir a vida em suas mãos, segurar aquele pequeno ser com todo zelo do mundo como se fosse esculpido de porcelana, unicamente seu bebê e nada levaria esse conceito a mudanças, esse conceito maternal admirável.



 

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