Mau sonho em um Mau Retorno
Sentado no chão, o garoto magricela, de cabelos negros, olhos verdes e grandes óculos redondos, mexia em seus pertences, todos guardados em um malão. Harry Potter acabara de chegar em casa, e já se trancara em seu pequeno quarto, pois não estava interessado em ficar com o resto de sua família. Sentia um enorme aperto no coração, e sabia o motivo. Sentia-se assim desde que Sirius Black, seu padrinho, havia morrido.
Não fazia nem duas horas que havia desembarcado do trem que o trouxera de sua escola para passas as férias de verão em casa, e já queria estar de volta na companhia de seus amigos.. Harry estudava na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, e acabara de cursar seu quinto ano.
- Harry, venha jantar, agora! – gritou tia Petúnia do andar de baixo.
Harry ficou em pé, então desceu vagarosamente até o andar de baixo, dirigindo-se até a cozinha impecavelmente limpa. Se sentou na única cadeira vaga, bem a frente de tio Válter, O homem encarou o garoto, e Harry pode ler os pensamentos do tio. Sabia que ele estava extremamente nervoso por ter sido ameaçado por alguns bruxos horas atrás.
- Se está achando que estou intimidado com as ameaças feitas por aquele povo estranho como você, está muito enganado. - vociferou tio Válter, olhando maldosamente para Harry. – Pode avisar a eles que não mudarei o jeito que te trato só porque eles não estão gostando.
Harry pode reparar que o bigode de tio Válter tremia de raiva, mas achava muito divertida toda aquela situação, finalmente algo que fizesse ele desviar seus pensamentos do padrinho. Até uma discussão com o tio seria bem vinda, se tivesse está finalidade.
-Válter, combinamos que não discutiríamos mais isso. – disse tia Petúnia calmamente.
- Ah, então andaram discutindo sobre mim? – perguntou Harry aos tios.
-Sobre você? - gritou tio Válter. – Acabamos de ser ameaçado por um bando de gente estranha. Queria o que? Que fingíssemos que nada aconteceu? – a pele do homem adquirira um tom esverdeado, e os pêlos de seu bigode estavam ouriçados. – Coma e suba para seu quarto.
E nenhuma outra palavra fora trocada durante todo o jantar. Após terminar de comer, Harry subiu para seu quarto e novamente se trancou.
Tirou Edwiges da gaiola e sentou em sua cama, fazendo carinho na coruja, que dava carinhosas bicadelas nos dedos do dono. Após algum tempo, Harry levou a ave até a janela e a soltou, para que ela pudesse esticar as asas. O garoto ficou olhando para a coruja até perdê-la de vista no escuro horizonte.
Harry deitou-se na cama, e ficou admirando o teto, tentando não pensar em Sirius. A perda de mais um símbolo paterno machucava de alguma forma o garoto. Depois de muito se revira Harry conseguiu dormir...
Andava por uma sala escura, sendo observado por homem baixo, meio careca, e que lembrava estranhamente um rato.
- Diga-me algo mestre. – disse o homem baixo.
- O que quer que eu diga, Rabicho? – disse Harry, as palavras saltando de sua boca, com uma voz bem diferente da sua. – Que estou com uma louca vontade de te matar? Que me sinto envergonhado em ainda lhe destinar tarefas, mesmo que as mais simples possíveis?
- Mestre, tente me entender, não era uma tarefa tão fac...
- Cale-se, não quero ouvir mais sua voz.
A cicatriz começou a doer violentamente. Harry acordou assustado, respirando com dificuldade. Qual o motivo para Voldemort estar tão nervoso? O que Rabicho não conseguiu fazer?
O dia já havia amanhecido. Harry se trocou e foi para o andar de baixo, tomar café da manhã. Ao sentar-se à mesa, Tia Petúnia passou para ele um quarto de grapefruit.
- Ainda estão nessa? – disse, olhando para Duda, que parecia ter engordado uns 10 kilos desde o ano anterior. – Será que vocês não reparam que ele – apontando para Duda – está cada vez mais parecido com um filho de hipopótamos?
- Cala essa boca esquisita, seu magrelo estranho. – berrou Duda.
- Ui...não sabia que tinha ensinado o animal a falar...
- Fiquei quieto moleque, e suba imediatamente para o seu quarto. – esbravejou tio Valter.
- É um prazer.
Harry se levantou se subiu as escadas correndo, ouvindo tia Petúnia consolar o filho (Você não se parece com um hipopótamo filinho.). Ao entra em seu quarto, trançou a porta e abriu seu malão, onde encontrou duas barras de chocolate e alguns pedaços de bolo de caldeirão. Pegou as guloseimas que havia comprado no trem no dia anterior e sentou na cama. Viu Edwiges parar na soleira da janela aberta. A coruja entrou no quarto e pousou sobre a gaiola vazia. Harry ficou admirando a ave enquanto mordia uma das barras de chocolate, então ouviu a campainha tocar. Nem se movimentou, sabia que provavelmente era um dos amigos de Duda, que viram chama-lo para irem espancar alguém pelo bairro.
- Potter, desça aqui... Imediatamente. – gritou tio Válter do andar de baixo
“ O que eu fiz desta vez?” pensou enquanto se dirigia até a escada. Ao chegar no patamar do primeiro andar tomou um susto ao ver um velho de longas barba e cabelos prateados, vestido de uma longa capa púrpura. Dumbledore está parado ao lado de tio Válter, na Rua dos Alfeneiros numero 4, sorrindo para Harry.
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