Capitulo Um



N/A: Esta fic é uma parceria entre mim e Ana Farias Lovegood, ou seja, credito a ambas. Ela foi inicialmente postada em um perfil conjunto criado exatamente para as fics do projeto ‘Once Upon a Time’, do qual esta faz parte, porém, logo percebemos que o uso de um outro perfil se tornou cansativo e trabalhoso, e por isso decidimos postar em um de nossos perfis, no caso, em meu, então se você já viu esta fic em outro lugar, não se preocupe, não há plagio aqui. O antigo ‘endereço’ dela será excluído assim que todos os antigos leitores forem informados das mudanças. Espero que acompanhem a repostagem dos primeiros capítulos e a postagem do resto. Boa leitura! ^^


 


Capítulo Um


 


Nevava, estava frio e o vento não contribuía para ajudar. Parada em frente aos portões daquela mansão bruxa em Wiltshire, a garota de cabelos negros tremia de frio e pedia silenciosamente a Merlin que, por favor, não ouvisse mais um não.


As grades do portão se retorceram e criaram a forma de um rosto, uma face monstruosa desenhada por barras de ferro. A garota engoliu em seco. Estava ansiosa, nervosa e, sim, com medo. Nunca se imaginara naquela situação.


- Quem é você? O que quer? – o rosto de ferro perguntou de forma rude ao ver a menina parada diante dos portões de sua casa.


- Eu sou Astoria... Greengrass – respondeu tentando afastar seu medo – Sr. Malfoy, preciso falar com o senhor.


Era estranho chamar Draco de senhor, ele não era muito mais velho do que ela e a garota ainda se lembrava da época em que o via pelos corredores de Hogwarts andando como se fosse dono de tudo e superior a todos. Hoje ele era um exilado do mundo bruxo, uma fera presa em seu próprio castelo cercado por grades de ferro.


O rosto se dissolveu e o portão voltou ao normal sem uma única palavra de Draco. Ela ficou em choque, os outros ao menos a haviam escutado!


Astoria ia dar as costas à mansão quando os portões se abriram convidando-a a entrar. Os jardins estavam cobertos por uma camada branca, e as plantas estavam nuas, sem folhas ou flores. O inverno chegava para todos...


As portas da casa também se abriram para a menina, apresentando a ela o gigantesco hall com as tapeçarias, o lustre de cristal, o corrimão da escada com o entalhe de serpente... enfim, os resquícios do poder que o nome Malfoy já representara.


Era uma grande ironia mesmo, pensou Astoria, que os Greengrass, tão prestigiados, estivessem à beira da falência, um passo separava sua família de perder tudo o que tinham. Enquanto os Malfoys, um nome que representava a escoria do mundo bruxo, ainda mantinham todas as riquezas do passado.


- O que você quer? – Draco Malfoy estava parado no último degrau da escada olhando-a de cima.


Seu rosto não era mais a grotesca forma de ferro que vira no portão, mas, ainda assim, havia alguma coisa nele que fazia os pêlos da nuca de Astoria se arrepiarem.


Ele parecia ser mais velho do que realmente era, sua juventude havia lhe sido tirada da mesma forma que acontecera a todos os outros jovens que se envolveram diretamente na guerra. Seus cabelos platinados pareciam mais claros, os olhos azuis, mais frios. Uma expressão severa estava estampada em seu rosto.


Mas ainda não era isso que intimidava Astoria. Nos últimos anos aprendera a evitar qualquer coisa que estivesse relacionada aquele homem e sua família. Ouvira as piores histórias e boatos sobre eles.


- Vim falar sobre meu pai, Sr. Malfoy – respondeu Astoria – Sobre a dívida dele com o senhor...


Um sorriso de escarnio se formou nos lábios finos de Draco.


- E o que você teria a me dizer sobre isso?


A garota ergueu a cabeça, não era a primeira vez que tinha aquela conversa naquele dia, e todos os figurões com quem conversara anteriormente riram do fato de uma estudante do sétimo ano tentar se meter em assuntos financeiros.


Mas aquele não era momento para orgulho.


- Vim pedir que, por favor, perdoe a dívida de meu pai.


O sorriso de Draco aumentou.


- Então o Greengrass chegou ao estado que vem ameaçando estar a anos: a falência?


Astoria fez força para engolir o bolo que se formou em sua garganta e assentiu levemente. Draco a olhou por uns instantes antes de continuar.


- Infelizmente, os negócios do Greengrass foram feitos com meu pai, e como pode ver, Lúcio não está aqui – Draco fez um gesto mostrando o hall vazio exceto pela presença dos dois – Não há nada que se possa fazer.


Ela encarou os olhos frios do homem a sua frente, o bolo em sua garganta pareceu aumentar.


- Você pode fazer algo, pode esquecer a dívida – implorou, enquanto lutava para segurar as lágrimas.


- E por que eu faria isso? - Draco questionou-a.


Astoria gostaria de ter uma boa resposta para aquela pergunta, infelizmente não tinha.


- Por favor, Sr. Malfoy – uma lágrima escapou de seus olhos – é a última chance para minha família.


- Acha mesmo que eu me importo? – de todas as negativas que a garota recebera aquela, com toda a certeza, fora a pior.


O bolo na garganta de Astoria dissolveu-se completamente e as lágrimas desceram manchando sua face. A pergunta de Draco, por mais retórica que fosse, era a confirmação do que vinha sentindo desde que descobrira o estado em que sua família se encontrava.


Ninguém se importava. Os Greengrass podiam ser puros, imaculados, mas ninguém se importava. Eles estavam sós.


Astoria encarou Draco uma última vez antes de se virar e sair da mansão. As lágrimas deixavam sua vista embaçada, ela as enxugou e enxugou outra vez, pois haviam voltado a cair.


Parou no meio do jardim, respirando fundo e tentando se controlar. Sua vontade era voltar e jogar tudo o que estava pensando na cara do Malfoy.


Quem aquele loiro aguado era afinal? Os Greengrass podiam estar falindo, mas os Malfoys não tinham mais sua dignidade! Lúcio estava preso! Narcisa em uma clínica de saúde! Draco sozinho! Ele era o perdedor naquela historia! Ele! Aquele... aquele... argh!


Astoria se arrependia agora de nunca ter aprendido xingamentos como os outros sonserinos de Hogwarts, sempre se achara superior às brigas intercasas, agora queria insultar Draco como aquele imbecil nunca fora insultado antes!


Mas ela não faria isso, já se humilhara demais perante a ele. Malfoy não merecia suas súplicas ou mesmo seus insultos. Ele não merecia nada.


Seu olhar recaiu sobre uma roseira que não havia reparado antes. A planta apresentava uma única e magnífica flor. Uma rosa perfeita.


Ela não resistiu e arrancou-a. Tirando o último fragmento de beleza do jardim branco. Era sua vingança. Nada naquele lugar teria aquela rosa.


- Esta roubando flores do jardim dos outros Srtª. Greengrass? – ela se assustou quando a voz lhe falou, não havia percebido a presença de Draco atrás de si.


- Você não a merece! – Astoria deixou escapar.


- Não. Mas você sim – era a primeira frase que ele dizia que não estava carregada de ironia ou grosseria, não havia sentimento nenhum nela, apenas indiferença. A garota não soube o que dizer.


- Aposto que seu pai não sabe que está aqui – continuou Draco voltando ao seu costumeiro tom irônico – Não, o Greengrass não mandaria sua bela filha para a toca da fera, por mais desesperado que estivesse.


- Achei que não se importava Sr. Malfoy! – disse ácida dando as costas para ele.


- Pois estou disposto a lhe dar uma chance – Astoria parou sua caminhada e encarou-o, os olhos de Draco se tornaram mais cinzentos no meio de tanta neve.


- Estou ouvindo.


- A rosa que você carrega. É uma raridade nessa época do ano...


- Por isso é tão bonita – cortou-o.


- Sim – Draco mostrou-se levemente irritado com a impertinência da menina – E é a ela que sua chance está ligada.


- O quê?


- Um dia essa rosa irá murchar e morrer. Eu te dou esse prazo para me convencer de que devo perdoar a dívida de seu pai – ele sorriu, aquele maldito sorriso superior.


Draco estava querendo ligar o destino dos Greengrass a uma flor? Astoria olhou para o sorriso dele. Não, aquela não era a sua intenção. O que ele queria era descobrir até onde ela seria capaz de ir por sua família, e se ele achava que ela desistiria, por mais assustada que estivesse, ele estava muito enganado.


Enfrentaria aquele jogo bobo que Draco estava lhe propondo.


Não houve aperto de mãos para selar o acordo. As palavras de Astoria bastaram:


- Meu destino está selado a esta Rosa então!
 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Dani_Ela

    Adorei a postagem super rápida e mais ainda o capítulo! E essa história está me encantando cada vez mais. Estou aguardando o próximo capítulo, viu? Beijos!Dani. 

    2014-01-04
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.