Bill e Fleur



-Dominique? – Fleur falou entrando no quarto da filha – Nic, tá tudo bem?


Dominique estava deitada na cama com o rosto enfiado no travesseiro. A cama dela era cheia de cobertores e bichinhos de pelúcia e comidas de pelúcia e tinha mais um monte de coisa espalhada pelo chão porque não cabia tudo na cama, e para finalizar algumas roupas estavam jogadas aqui e ali. Fleur sentou na cama da filha e alisou os cabelos da menina.


-Vá embora – Dominique falou – eu quero ficar sozinha.


-Filha, o que foi? – Fleur perguntou preocupada.


-Eu quero ficar sozinha! – Dominique gritou.


-E eu quero ficar com você! Vamos ter que achar um meio termo – Fleur falou – se você levantar essa cabeça daí e conversar comigo talvez eu possa lhe ajudar.


Dominique levantou a cabeça e enquanto sentava na cama ajeitou os cabelos e esfregou os olhos vermelhos de choro.


-É a Samantha, mãe – Dominique falou olhando pra baixo.


-O que tem ela? – Fleur falou levantando o queixo da menina e colocando os seus cabelos atrás das orelhas.


-Ela disse que não é mais minha melhor amiga – e Dominique começou a chorar de novo.


-Venha cá, filha – Fleur falou abraçando a menina e limpando seus olhos – me conte essa história direito.


-Lembra quando eu disse que quando a gente se conheceu no Expresso, ela disse que seria minha melhor amiga pra sempre?


-Claro que eu lembro. Você escreveu uma carta pra mim só dizendo o quão legal ela era – Fleur se lembrou das cartas de Dominique. Ela estava no primeiro ano em Hogwarts e só escrevia sobre as amigas, as roupas, o quarto, a comida, essas coisas. Nada realmente sobre a escola e as aulas.


-Foi. Só que quando a gente estava voltando pra cá, ela disse que não era mais minha melhor amiga – e ela começou a chorar de novo.


-Sem nenhuma explicação?


-Ela disse que tinha outra melhor amiga.


-No caminho de volta pra casa?


-Foi.


-Agora nas férias de natal?


-Foi.


-Acho que já sei o que está acontecendo.


-Eu também sei! Eu não tenho mais amiga! – Dominique voltava a chorar toda vez que falava. E quando Fleur voltava a falar, ela parava pra respirar.


-Não, não. Ela quis dizer que estava voltando pra casa. E que durante o feriado de natal, ia aproveitar e ficar com a antiga melhor amiga dela. Mas quando vocês duas voltarem pra Hogwarts, vai ser tudo igual. E nem adiantava você ser melhor amiga dela fora da escola, porque ela mora bem longe da gente, não é? E natal é época de ficar com a família, não com os amigos. Agora vamos levantar dessa cama, lavar esse rosto, colocar aquele vestido azul bem lindo que a gente comprou e ir se divertir e comer bem muito na casa da vovó, tá bom?


-Tá bom – Dominique falou abraçando a mãe.


-Sabe de uma coisa? O que você acha de fazer uma maquiagem bem bonita? – Fleur falou.


-É sério? Você nunca me deixou usar maquiagem – Dominique falou.


-Eu sei que não. Mas agora você já não é mais uma criança. O que você acha de chamar a Victoire pra fazer uma maquiagem bem linda em você?


-Mas ela não vai me emprestar as coisas dela.


-Claro que vai. É só você pedir com jeitinho. Vou chama-la agora mesmo – Fleur falou se levantando e dando um beijo na testa da filha – você vai ficar linda, meu amor.


Fleur saiu do quarto de Dominique e passou no quarto da filha mais velha, Victoire.


-Vic? – Fleur bateu na porta.


-Pode entrar mãe – Victoire respondeu.


Ao contrário do quarto de Dominique, o quarto de Victoire era impecável. Estava sempre arrumado e quando ela tirava algo do lugar, devolvia logo após de usar. No momento, a menina estava sentada na penteadeira escovando os lindos cabelos.


-Você tá linda, filha.


-Brigada mãe – Victoire respondeu – quando você se arrumar aposto que vai ficar linda também.


-Vic, a Dominique está meio chateada por umas coisas que estavam acontecendo, sabe?


-Na verdade não.


-Problema de pré-adolescente, você já foi assim.


-Fui?


Fleur parou um segundo pra pensar. Foi? Pra falar a verdade ela não conseguia se lembrar de Victoire tendo nenhuma crise e ela já tinha 13 anos. A Dominique ainda tinha 11, mas no verão passado tinha um problema diferente cada dia.


-Não importa – Fleur retrucou – você faz um favor pra mim?


-Se você fizer um pra mim – Victoire falou.


-Faço. Vá, por favor, no quarto da Dominique e ajude-a a se maquiar. Ela está precisando se sentir bonita e eu sei que você pode ajuda-la – Fleur pediu.


-Tudo bem – Victoire respondeu sorrindo – sempre quis ter alguém pra maquiar além de mim. Meu favor agora – ela falou e pegou na penteadeira uma flor e um laço, ambos dourados – qual dos dois?


Ela então colocou os dois sobre o cabelo para a mãe escolher. Ela estava usando um lindo vestido branco então o que quer que fosse, ela ficaria linda.


-O laço – Fleur respondeu. Victoire o colocou no cabelo e passou a escova uma última vez.


-Brigada mãe – ela deu um beijo na bochecha da mãe e saiu para o quarto da irmã. Será mesmo que é possível? Uma menina já ter 13 anos e não ter passado por nenhuma recaída.


Mas Fleur não precisava pensar nisso agora, ela precisava se arrumar então foi direto pro quarto.


-Você já tá pronto? – Fleur arregalou os olhos quando entrou no quarto e viu o marido todo pronto terminando de pentear os cabelos.


-Você não? – Bill retrucou.


-Eu só estava falando com a Dominique. Você sabe, como pré-adolescentes são. Hoje em dia estão piores do que os adolescentes – Fleur se deitou na cama e bocejou.


-Meu amor, tá na hora de ir – Bill falou – você tem que se arrumar.


-Ah não – Fleur falou – vem, deita aqui comigo.


-Fleur...


-Só um pouquinho, vem.


Bill deitou e estava dando um beijo na mulher quando...


-Mamãe? Papai?


Fleur e Bill levaram um susto e em um segundo Bill já estava de pé.


-Oi, filho, o que foi? – Bill falou se aproximando do menino de apenas 6 anos.


-Você quer jogar comigo? – Louis estava segurando um baralho de cartas.


-Agora? Mas é noite de natal – Bill falou.


-Natal? – Louis parecia confuso.


-É! A gente vai lá pra casa da vovó com toda a família, vai comer, se divertir e amanhã de manhã o papai Noel vai deixar presentes – Bill explicou – espera aí. Você também não tá pronto?


 Louis olhou pra roupa dele e respondeu com incerteza:


-Não?


-Agora são dois – Bill falou sorrindo para a mulher que estava deitada na cama – Fleur...


-Eu ainda tenho que me arrumar – ela falou mexendo nos cabelos e mordendo os lábios.


Mais de 10 anos de casamento e Bill se apaixonava de novo cada vez que olhava para Fleur.


-Eu fico com as crianças e você com os pré-adolescentes – Bill falou piscando pra mulher.


-Combinado – Fleur falou se levantando – agora vou me arrumar.


-Louis, o que você acha de quebrar o recorde mundial e tomar o banho mais rápido possível? – Bill falou para o filho.


-Eba! – o menino comemorou e saiu correndo para o banheiro.


 

 


-Estou pronta – Fleur falou descendo as escadas e encontrando o marido e o filho sentados no sofá bem na frente.


-Uau – Bill falou percebendo o quando a amava – você está deslumbrante.


-Ah, para com isso – Fleur falou ficando envergonhada.


-Mas você tá – ele falou.


-Você também – Fleur falou dando um beijo no marido.


-E eu mamãe? – Louis os interrompeu de novo.


-Louis! Eu não o vi aí! Você tá lindo também – Fleur falou dando um beijo na testa do filho.


Louis foi meio que um “acidente” e mesmo ele já tendo 6 anos, Bill e Fleur não tinham se acostumado totalmente com a ideia de mais um pequeno em casa.


-E as meninas? – Fleur perguntou.


-Tão lá em cima – Bill respondeu.


-Vou chama-las – Fleur falou.


-Não mamãe. Eu fui e elas só ficaram lá cheias de coisas de mulherzinha e mandaram eu nunca mais voltar – Louis falou assustado.


-A diferença é que eu sou uma mulherzinha – Fleur falou e subiu as escadas.


Quando ela desceu de novo estava com as meninas do seu lado.


-Vocês estão lindas meninas – Bill falou de boca aberta.


-Obrigada meu amor – Fleur falou.


-Eu não estava falando com você – Bill falou fazendo os filhos rirem.


-Brigada pai – Victoire falou sorrindo.


-Brigada – Dominique falou olhando pra baixo.


-Todo mundo pronto? Hora de ir – Bill falou e eles partiram então para a casa da avó.

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