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- Eu quero essa sugestão do chefe, a número 3, a do pato à moda.


 


- Ok, senhor. – O garçom anotou o pedido de Draco. – E a senhorita?


 


- Eu quero essa salada quente, com frango grelhado sem-


 


- Sem sal, marinado no azeite, com limão siciliano, alecrim e uma colherinha de pimenta síria.


 


- Isso! Obrigada, Oliver, você é o melhor. – Astoria sorriu. O garçom sorriu de volta e se retirou.


 


- Tori, você sabia que esse transtorno obsessivo compulsivo tem tratamento, né?


 


- Fuck you! – Astoria fingiu zangar-se.


 


- Pois bem, - Draco sabia que não adiantava contestar - tenho uma bomba e acho que vai te dar um grande crédito no Profeta Diário.


 


- Você vai me contar um furo?


 


- Exatamente. E não é um furo qualquer. É a reportagem da vida de qualquer jornalista.


 


- Mas Draco, eu só sou a fotógrafa...


 


- Eu sei, Tori. Você pode trabalhar em parceria. Escolha alguém da sua confiança e faça valer a pena.


 


- Ok, ok, o que é?


 


- Meu pai tem contatos... ele conhece muita gente importante. Ontem à noite, um empresário, o dono da Nimbus, foi até lá em casa e meio que deixou escapar um esquema de fraude em partidas de quadribol. Parece que tem a ver com manipulação de resultados. Tem um árbitro da FIQUAD envolvido.


 


- Draco! Isso é uma grande...!


 


- É, eu sei, eu sei. Vocês precisam investigar com cautela, mas eu posso te passar alguns nomes pra começar.


 


- Ok. Uau! Obrigada!


 


- Só peço que não envolva a minha família, ok?


 


- Seu pai está envolvido?


 


- Porra, Tori, não!


 


- Ok, ok... Eu precisava saber. Pode ficar tranquilo.


 


 


(...)


 


 


- Leia pra mim!


 


- Ok, ok! –


 


Gina respondeu com o maior sorriso que poderia dar. A ruiva desdobrou o exemplar recém-impresso do Profeta Diário, pigarreou fingindo pompa e começou a ler a matéria principal que estampava a capa:


 


Profeta Diário revela o maior escândalo já visto no Quadribol


Reportagem: Gina Weasley


 


O GAECOM (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado Mágico) está a ponto de desmantelar uma quadrilha montada com o objetivo de manipular resultados de partidas de quadribol da Liga dos Campeões da Europa. Ela envolve um grupo de empresários, donos de fábricas de Vassouras em Liverpool e Manchester e o árbitro Walter Shephard, um dos dez juízes britânicos pertencentes aos quadros da Federação Internacional de Quadribol (FIQUAD), que reúne a elite da arbitragem mundial. Com os resultados acertados com o juiz, a quadrilha lucrava em apostas milionárias. Este é o maior golpe na paixão dos bruxos e um escândalo de repercussão internacional.


 


Gravações lareirofônicas mostram que Walter, em conluio com os empresários, "vendeu" e, em outras oportunidades, tentou "vender" os resultados de muitas das 25 partidas que apitou desde janeiro deste ano nos que são alguns dos mais importantes torneios do quadribol mundial, entre eles a Liga dos Campeões e a Libertadores do Reino Unido. Com base nos resultados combinados com o juiz, os empresários faziam apostas milionárias nos guichês dos estádios (a prática de apostas é legalizada pela FIQUAD em jogos oficiais). A quadrilha, segundo o GAECOM, teria lucrado com as fraudes mais de 1 milhão de galeões nos últimos seis meses.


 


As investigações sobre a máfia do apito tiveram origem em uma apuração jornalística iniciada pelo Profeta Diário em abril deste ano. Informado sobre o trabalho, o GAECOM obteve autorização judicial para monitorar as ligações lareirofônicas da quadrilha. Os diálogos, gravados desde maio deste ano, revelaram a existência de uma trama destinada a encher os bolsos de um grupo de apostadores à custa da boa-fé de milhares de torcedores que, ao adquirir ingressos para um espetáculo esportivo, se tornaram figurantes involuntários de uma fraude. Nela, a principal autoridade no campo, em vez de garantir a justeza do resultado e fazer com que o melhor time vença, dedicava-se a ajeitar o resultado da partida de acordo com seus interesses financeiros e os da quadrilha. Um juiz pode interferir decisivamente no resultado de um jogo de quadribol. Ele pode forjar pênaltis, expulsar jogadores injustamente, validar gols ilegais e anular gols legítimos, bem como o mau uso dos balaços e regularidades sobre a captura do pomo. Walter Shephard e seus asseclas faziam essas tramoias, maculando a alegria de milhões de torcedores, em troca de propinas que variavam entre 10.000 e 15.000 galeões por partida. >> (Matéria Completa nas páginas 4, 5, 6 e 7 desta edição)




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