(78)
– (78) –
– Aquilo é um cachorro?
– Quê?
– Um par de olhos, ali... debaixo da poltrona... é um cachorro?
– Ah... é o Otto. – disse com um largo sorriso. – Ele não é lindo?
– É, mas –
– O quê?
– Ele está olhando pra gente.
– E daí?
– Ele não pode ficar lá fora? Estamos tirando a roupa.
– Por Merlim, Tori! O cachorro não entende.
Tori, é claro, abriu a boca para continuar discutindo, mas Gina conseguiu beijá–la antes que pudesse dizer qualquer coisa. Por um longo momento Tori deixou Gina fazê–la esquecer do observador canino e ela apenas aproveitou as carícias que a ruiva lhe fazia com os lábios.
Otto, porém, bufou a fim de demonstrar que não estava nada satisfeito com uma completa estranha se agarrando com sua dona em frente aos seus aposentos de luxo.
– Na sala, pelo menos? – interrompeu com um sussurro baixo.
– Astoria, ele é só um cachorro. Não é um sobrinho de dez anos pervertido.
– Na sala. – insistiu invertendo as posições. – Por favor...
– O que você tem contra cachorros? – perguntou Gina levantando–se da cama em um tom indignado. – Eles são melhores que pessoas.
– Nada! Eu adoro cachorros. Mesmo. É só que... privacidade, um pouquinho só.
– Privacidade? Privacidade pra quê?
Gina sorriu maliciosamente para Tori e, depois de caminhar até a janela lentamente, puxou as cortinas para o lado.
– O que você está fazendo?
Gina sorriu maliciosamente mais uma vez e abriu a janela, deixando um ar ligeiramente abafado entrar e tomar conta do corpo quase completamente nu de Astoria.
– Gina! – protestou Astoria de imediato.
– O quê? – perguntou puxando Tori para si e beijando–a.
– Há pessoas passando! Qualquer uma pode simplesmente olhar.
– E...? – perguntou mordiscando o lábio da outra.
– Elas verão você me agarrando. Seminua.
– Você é linda. Não há o que esconder.
E, com mais um sorriso malicioso, Gina jogou Tori de volta na cama e deitou–se sobre ela novamente.
– O cachorro. E a janela. – interrompeu.
– Tori.
– Sim?
– Você está estragando nossa primeira vez.
– Mas nós já estivemos juntas antes!
– É, mas a primeira primeira vez não conta.
– Como assim? Por quê?
– É sempre atrapalhada e contida, oras. Nunca há entrega.
– Você está dizendo que não gostou de transar comigo?
– Não é isso que estou dizendo. Estou dizendo que a primeira vez sempre é estranha. E é exatamente por isso que há uma grande importância na segunda vez. Segunda vez que você está fazendo questão de adiar.
– Não. Você está dizendo que foi estranho transar comigo.
– Bem... sim... mas sempre é.
– Pra ambas as partes, Weasley? Tem certeza?
– Tori –
– Quer saber? Deixa pra lá. – murmurou levantando–se já recolhendo suas peças de roupa pelo chão. – O Otto pode ficar.
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