Culpa e Arrependimento
Era final de abril, o frio dava lugar ao ar fresco e agradável da primavera.
Gina mal conseguia andar, estava sentindo a barriga pesada, as costas doíam e as pernas estavam tão inchadas que seus sapatos quase não lhe entravam mais. Descia com dificuldade as escadas quando virou um corredor e viu os alunos agitados formando uma roda, Harry estava entre eles.
- O que está acontecendo? - perguntou Gina quando se juntou a Harry.
- É o Malfoy - disse Harry.
- O que tem ele? - disse Gina perturbada abrindo passagem e vendo Draco desmaiado no chão, estava extremamente magro e abatido, o rosto barbudo denunciava que estava em depressão havia dias.
- Ele não estava nem comendo - Gina ouviu Pansy dizer - Faltou em todas as aulas esta semana, culpa de certas pessoas. - disse ela irônica.
- Alguém me ajude a levá-lo para a enfermaria! - gritou Gina.
- Acalme-se Gina, achamos melhor não mexer nele, já chamamos madame Pronfrey, Snape também está vindo - disse Harry.
- Gina ajoelhou-se com dificuldade no chão, e passou a mão no rosto de Draco, ele abriu levemente os olhos.
- Vai ficar tudo bem, você irá para a enfermaria - disse Gina.
- Gina, eu quero morrer! Fui covarde.
- Está sendo covarde querendo morrer para se livrar dos problemas - respondeu ela.
- Com licença - disse Snape empurrando alguns alunos - Preciso leva-lo para a enfermaria.
Snape conjurou uma maca e levou Draco para a enfermaria, Gina fez menção de ir junto.
- Não senhora - disse Connie - Temos que fazer o teste de Defesa Contra as Artes das Trevas. O professor Lupin já deve estar na sala a essa hora.
- Isso mesmo Gina, não deve se agitar - disse Harry - Eu prometo que trago notícias do Malfoy.
- Harry, nem sei como te agradecer - disse Gina dando-lhe um leve beijo nos lábios. Você tem sido um irmão para mim.
Harry olhou-a desapontado e Gina levou a mão a boca:
- Não foi isso que quis dizer - disse ela querendo reparar.
- Eu entendi Gina, agora vá para sua aula. - disse Harry com carinho.
- Nossa, que fora Gina! - disse Connie quando já estavam longe.
- Nem me fale, não quero nem lembrar.
- Muito bem Sr. Malfoy - disse madame Pronfrey - Irá passar a noite na enfermaria, tomará vitaminas de hora em hora. Não sei como está vivo, uma semana sem comer nada! Que falta de responsabilidade. Cuido diariamente de pessoas doentes querendo ser curadas, e você atenta contra a própria vida!
- Não tentei me matar, ok? - disse ele.
- O que eu entendo como suicídio, é quando fazemos uma coisa que sabemos que nos fará mal e mesmo assim continuamos. O fumante está cometendo suicídio, pois sabe que o cigarro pode matá-lo, e você esta cometendo suicídio, sabendo que se ficar sem se alimentar irá morrer.
- Esse seu ponto de vista assusta - disse Malfoy.
- Não é para assustar, é para alertar! A vida é muito valiosa para atentarmos contra ela! Agora com licença, preciso ver outros pacientes.
Draco permaneceu pensativo, ela tinha razão, a vida era realmente valiosa para atentar contra ela, lembrou-se do dia no teatro, na insistência de seus pais para que Gina cometesse o aborto. Ela permanecera decidida enquanto ele fora fraco. Desde o começo ela aceitara o filho e suportou todos os desafios com muita força e coragem. Pela primeira vez, Draco estava pensando no filho com amor.
- Preciso ver Gina - disse ele se levantando.
- Onde você pensa que vai? - disse madame Pronfrey o segurando na cama.
- Preciso falar com Gina.
- Sinto muito, mas daqui você não sai, poderá falar com ela mais tarde.
- Mas é importante, eu preciso dizer que a amo, que me arrependo.
- Poderá dizer amanhã, ou outro dia, se insistir serei obrigada a dar-lhe um sedativo.
Draco não teve outro remédio senão obedecer, mas sentia-se outra pessoa, sentiu um enorme amor por Gina, e pelo seu filho que chegaria.
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