Prólogo



Outubro, 1975




    Já era noite, o tempo estava agradável e Narcissa Black se encontrava pronta em um quarto no último andar da Mansão Malfoy, tentando conter seu nervosismo para que pudesse descer.


   Parou em frente ao espelho quando ia em direção à porta. Ela estava realmente bonita, até mais que Bellatrix, ousaria dizer. Ficou um tempo observando cada detalhe de si mesma, imaginando como todos os olhares se voltariam para ela quando entrasse naquele salão. O vestido era exatamente como sempre havia sonhado. Ele era todo rendado com um decote em V não muito profundo, as mangas iam até a metade de seu antebraço. Havia uma faixa prateada que contornava sua cintura e na parte da frente, se curvava acompanhando a linha entre seus seios. Logo abaixo da faixa, a saia se abria em camadas de renda, se tornando mais rodado conforme seguia até o chão. (http://i01.i.aliimg.com/wsphoto/v1/269863901/2013-New-Arrival-EU466-Elegant-long-font-b-sleeves-b-font-Lace-font-b-Wedding-b.jpg)


   Os cachos loiros perfeitamente modelados para a ocasião caiam por seus ombros, duas mechas puxadas uma de cada lado da cabeça na altura dos olhos, presas atrás por um pequeno arranjo de pequenas flores compostas por diamantes e safiras, em perfeita sintonia com a cor de seus olhos.      


   Sem dúvidas todos os fatores em sua vida contribuíam para que tivesse o casamento dos sonhos. Estava perfeitamente bela, teria um marido considerado perfeito pela alta sociedade, logo logo mais uma união entre duas famílias de sangue perfeitamente puro seria concretizada. Tudo o que ela sempre sonhara, e ainda assim, algo parecia errado. A sensação de felicidade e expectativa que deveria tomar conta de si naquele momento tinha seu lugar ocupado pelo medo e a mais profunda insegurança. Não estava se casando por amor. Definitivamente não. Mas ela gostava de Lucius, ele era sim um homem agradável e sempre fora respeitoso com ela, no fim das contas se tornar sua esposa e passar o resto da vida ao lado dele não seria tão ruim assim. Não podia ser. Mas nada disso importava naquele momento já que, sendo uma Black, ela nunca fora dada ao luxo de poder escolher o que seria de sua vida. Teria apenas que aguentar a realidade que lhe fora imposta. Tudo o que lhe restava era vestir aquele mesmo sorriso mascarado que fora ensinada a vida toda a sustentar em público e ignorar todos aqueles pensamentos. E aquele definitivamente não era o momento para se inundar neles, Lucius a esperava alguns andares abaixo, ele e toda a alta sociedade. Correu os olhos uma última vez pela imagem no espelho antes de continuar o caminho até a porta, descer as escadas e ir de encontro ao abismo que se estendia a sua frente.




   A cerimônia foi extremamente massante, como de esperado, toda aquela formalidade era irritantemente repetitiva. A festa também não poderia ter sido muito diferente, apesar de Narcissa ter até se divertido um pouco em alguns momentos; ela dançou com Lucius, cumprimentou todos os presentes, dançou com mais alguns e assim tudo transcorreu bem até que o último convidado deixasse a Mansão. Os que lá passariam a noite foram para seus respectivos aposentos, incluindo o jovem casal.




   Lucius a conduziu até o terceiro andar em um silêncio constrangedor até chegarem a uma porta alta de mogno quase preto, ele girou a maçaneta de prata e os dois entraram em um quarto extremamente sofisticado. Assim que ouviu a porta fechar atrás de si, Narcissa sentiu um peso no estômago, todas as forças se esvaindo com a mesma facilidade com que o ar deixava seus pulmões. De início ela pensava que fosse apenas o nervosismo inerente ao momento, uma intuição passou por sua cabeça dizendo-a que aquela noite não seria exatamente como ela imaginava, mas é claro que Narcissa ignorou, se prendendo ao pensamento inicial. Sua intuição começava a se acentuar a medida que Lucius se aproximava, a atmosfera se tornando mais pesada com os passos dele. Sentiu as mãos de seu marido abrindo o vestido fria e apressadamente, totalmente diferente do modo cortês como ele sempre a tratava em público. E os gestos dele seguiram, impessoais e brutos, da mesma forma com que abrira o vestido, explorando cada parte do corpo dela assim que todas as peças de roupa do casal se encontraram no chão.


   A puxou até a cama, deitando-se em cima dela e dirigindo sua boca aos seios, atacando com tanta fúria que Narcissa teve de se esforçar mais ainda para não empurrar aquele homem para longe de si. Aquela boca marcando seu corpo de forma tão grosseira e aquelas mãos percorrendo cada centímetro de pele que ela possuía faziam com que todo músculo tocado por Lucius ardesse em chamas, o impulso de se livrar daquilo sendo reprimido ao máximo e pesando em seu peito; era tudo invasivo demais para ela.


   Aquilo por si só já a torturava a um nível descomunal. Até que chegou o pior. O momento que algumas horas antes ela diria que fosse o mais esperado da noite, mas do momento em que a porta do quarto se fechou em diante, aquela maldita intuição já a alertara para esperar o pior.


   Ele tirou a calça junto com a cueca em um só movimento, e logo em seguida a penetrou grosseiramente sem avisos e Narcissa se contorceu. Não por prazer, mas pela mais profunda repulsa combinada com todas as dores que sentia. Era como se ele a estivesse rasgando por dentro, mais e mais a cada investida firme proferida contra o seu frágil corpo, a velocidade aumentando gradativamente. Aquele momento se estendeu pelo que pareciam horas, quando ele dava sinais de que chegaria ao ápice, investia com mais força, e com o aumento da dor o tempo aparentava ainda mais lento. E então, em um ponto no qual ela já duvidava da própria capacidade de se mexer devido ao estado latejante em que se encontrava, ele soltou um gemido alto e satisfeito, caindo em seguida sobre ela e rolando para o outro lado da cama.


   O homem puxou sua esposa para um beijo, e se virou de costas. Não trocaram uma palavra sequer, o silêncio chiando nos ouvidos dela e atiçando os milhares de sentimentos e dores que circulavam em seu interior.


   Ela estava arrasada. Passara a vida esperando o dia de seu casamento e quando finalmente conseguiu o que queria a única coisa que desejava era voltar atrás em sua decisão. Era inacreditável que as coisas pudessem ter desandado daquela forma! Lucius sempre pareceu tão doce e gentil, suas conversas sempre a entretiam tanto, ela imaginara que ele seria realmente o marido perfeito. Em nenhum momento passou pela sua cabeça que o Lucius visto pela sociedade seria o mesmo entre quatro paredes. Fora tão ingênua. Ninguém é o mesmo aos olhos da sociedade e entre quatro paredes, pelo menos não naquele universo em que ela vivia. E justamente ela, uma Black, deveria ter imaginado isso antes.


   Sua mente se esforçava ao máximo para se convencer de que não havia sido tão ruim assim, que seu casamento podia sim ser bom, até que poderia haver algum sentimento verdadeiro e puro entre os dois. Mas ela sabia que não era verdade, aquela noite fora apenas um resumo de como se estenderiam os seguintes anos, e agora não havia mais volta. O motivo daquilo? Uma razão para ela merecer tal castigo? Narcissa não pensava em nenhum, e não queria saber, no fim das contas sabia que só serviria para se sentir pior ainda, se isso fosse sequer possível. Só lhe restava aceitar o carma que o destino lhe reservara. A única opção era fechar os olhos e tentar fugir para o único lugar em sua vida que ainda controlava e sentia-se plenamente feliz. E foi exatamente o que ela fez, virou para o outro lado e se perdeu na escuridão de sua mente.



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N/A: Então, começando aqui a primeira fic Roldissa da Floreios!! :D (a primeira que eu escrevo aliás hehe) Só acho que a Cissy merece alguém melhor que o trasgo do Lucius, mas tinha que escrever esse prólogo super doído antes :'( Ele ta bem curtinho mas é só o inicio, daqui pra frente melhora. Sou super lerda pra escrever então tenham paciência kkkkkk E é isso, aproveitem a fic e comentem aqui ;) 
B.Black 

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Comentários (2)

  • Laris Black

    Cara, eu odiar o Lucius é de praxe, eu acordo e durmo odiando-o, sua fic só fez eu odia-lo ainda mais - se é possivel.  Tipo , eu não sei se sou suspeita para falar , mas eu vou falar. Você escreveu lindamente para a primeira fic, serio, da de parabens! E eu vou acompanhar pq eu gostei e não porque eu te ' conheço' de outras estaçoes hahaha. Fala serio, eu morri com o vestido! Que lindo!!!! CHOREI! Por favor, não demora atualizar, ou melhor , faça o impossivel para atualizar rapido pq eu sei como sua vida é dificil - estudante é um coco. cursinho é coco nivel 25621478. Espero o proximo. Ficou muito bem escrito , mesmo. bjs.

    2013-08-29
  • MaryLestrange

    A-M-E-I! A sua Narcissa é oootima, muito parecida com a que eu imaginava, e eu adorei o Lucius todo bruto e blergh! kkkk "sendo uma Black, ela nunca fora dada ao luxo de poder escolher o que seria de sua vida." Merlin, eu amei isso!!! *-* e o vestido dela, cravado na perfeição, né! Tá lindo o prólogo, super bem escrito, faz a gente entrar na pele da cissy e entender a mentalidade dela, o problema dela... e faz a gente ficar super anciosa pro próximo capítulo também!!!! Então ok, terei paciência, mas nem tanta! Já n basta a Pri pra demorar séculos pra psotar, então como eu já disse e repetir: vou te cobrar!!! E eu sei onde vc mora, então se demorar de mais, é melhor ficar esperta... kkkkkkk Resumindo: tá lindo, arrasou, agora quero o próximo! Bjos!  

    2013-08-18
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