Capitulo 6



Capitulo 6

                                                 XXX--XXX


Hermione segurou o rosto de Harry nas mãos. Totalmente concentrada, formatou as maçãs do rosto dele. Quando começara a trabalhar na escultura aquela manhã, tinha pensado que isso seria uma boa terapia. Até certo ponto, estivera certa. As horas haviam passado pacificamente, sem as preocupações irritantes das duas últimas noites. Sua mente estava centrada no trabalho, não deixando espaço para os pensamentos perturbadores que a tinham perseguido durante todo o fim de semana.


 


Ela abriu e fechou as mãos lentamente, usando os músculos até que doessem e sentisse câimbras. Uma olhada para seu relógio a informou que havia trabalhado mais do que pretendera. O sol do fim da tarde entrava pelas janelas. Criticamente, enquanto amaciava a argila com cada dedo, Hermione estudou seu trabalho.


 


O modelo era bom, decidiu, com os toques adequados de aspereza e inteligência que buscara. A boca era forte e sensual, os olhos perceptivos e muito conscientes. A mobilidade do rosto, a qual Hermione achava fascinante, podia ser somente sugerida. Era um rosto que fazia alguém não confiar no seu melhor julgamento e bom senso.


Estreitando os olhos, ela estudou a réplica em argila do rosto de Harry.


 


Existem homens, pensou, que fazem das mulheres uma carreira... conquistando-as, fazendo amor com elas, abandonando-as. Há outros homens que se acomodam e se casam, constroem famílias. Como podia duvidar em que categoria Harry se encaixava?


Hermione se levantou para lavar as mãos. Paixão, refletiu. Isso é uma simples paixão.


 


Ele é diferente, e não posso negar que é excitante. Eu não seria humana se não me sentisse lisonjeada pelo fato de ele estar atraído por mim. Reagi exageradamente, isso é tudo. Ela secou as mãos num pano de prato e tentou convencer a si mesma. Uma pessoa não se apaixona assim tão rapidamente. E caso se apaixone, é apenas um sentimento superficial, nada duradouro. Os olhos de Hermione foram atraídos para o modelo de argila. O sorriso de Harry parecia zombar de todos os seus argumentos sensatos. Ela jogou o pano de prato no chão.


 


— Isso não pode acontecer assim tão rapidamente! — disse para ele furiosa. — Não desta forma. Não comigo. — Virou-se da expressão segura de Harry. — Eu não permitirei.


 


É somente o parque que ele quer, lembrou a si mesma. Uma vez que estiver finalmente convencido de que não pode tê-lo, irá embora. A dor foi inesperada, e indesejada. É isso que quero, pensou. Que ele vá embora e nos deixe em paz. Tentou não se lembrar dos novos horizontes que tinha visualizado quando estava nos braços de Harry.


 


Com um meneio abrupto da cabeça, Hermione tirou a fita que prendia seus cabe-los, de modo que caíssem soltos sobre seus ombros. Vou começar com a madeira amanhã, decidiu, e cobrir o modelo de argila. Esta noite, vou simplesmente apreciar um jantar com um homem atraente. É simples assim.


 


Com muito mais calma do que estava sentindo, tirou o jaleco de trabalho e deixou o estúdio.


 


— Olá, querida. — Pop parou a caminhonete na frente da garagem, no exato momento em que Hermione desceu o último degrau.


 


Ela notou o cansaço de seu avô no momento que ele desceu do carro. Sabendo que Pop detestava preocupações exageradas, não disse nada, mas se aproximou e o enlaçou pela cintura.


 


— Olá. Você ficou fora por um longo tempo.


 


— Alguns pequenos problemas no parque — disse ele enquanto andavam em direção a casa.


 


Aquilo explicava o cansaço, pensou Hermione quando abriu a porta dos fundos.


 


— Que tipo de problemas? — Ela esperou que ele se acomodasse à mesa da cozinha antes de ir para o fogão ferver água para o chá.


 


— Reparos, Hermione, apenas reparos. A montanha-russa e o polvo, e alguns dos brinquedos menores. — Ele se recostou na cadeira quando Hermione se virou para encará-lo.


 


— O quanto a situação está ruim? Pop suspirou, sabendo que era melhor lhe contar do que tentar escapar.


 


— Dez mil dólares, talvez quinze. Hermione exalou o ar longamente.


 


— Dez mil dólares! — Ela passou uma das mãos sob a franja para esfregar a testa.


Não fazia sentido perguntar se ele tinha certeza. Se Pop tivesse alguma dúvida, teria mantido o problema em segredo.


 


— Bem, podemos conseguir cinco mil — começou ela, juntando o cheque que acabara de receber de Harry com suas economias.


 


— Teremos de ter um valor mais preciso, de modo que possamos decidir a quantia exata de empréstimo que iremos precisar.


 


— Os bancos não gostam de emprestar grandes somas de dinheiro para pessoas da minha idade — murmurou Pop.


 


Como viu que ele estava cansado e desencorajado, ela falou rapidamente:


 


— Não seja bobo. — Ela andou de volta até o fogão e ligou a chaleira. — De qualquer forma, eles estariam emprestando para o parque, não é? — Hermione tentou não pensar no pouco dinheiro que tinham e nos juros muito altos.


 


— Irei falar com algumas pessoas amanhã — prometeu, ele, pegando seu cachimbo para indicar que aquela conversa sobre negócios estava terminada. — Você jantará com Harry esta noite?


 


— Sim. — Hermione pegou xícaras e pires.


 


— Um bom jovem. — Ele aspirou do cachimbo com prazer. — Gosto dele. Tem estilo.


 


— Sim, muito estilo — zombou ela quando a chaleira começou a apitar. Cuidadosamente, despejou água fervendo em duas xícaras.


 


— E sabe pescar — acrescentou Pop.


 


— O que, é claro, faz dele um modelo de virtude.


 


— Bem, isso não me faz pensar menos de Harry. — Pop falou com contentamento, sorrindo para o rosto de Hermione. — Não pude deixar de notar vocês dois na roda-gigante na outra noite. Vocês formam um casal muito bonito.


 


— Pop, por favor. — Sentindo as faces esquentarem, Hermione foi para a pia mexer com pratos.


 


— Você parecia gostar bastante dele naquele momento — assinalou seu avô antes de provar o chá. — Não notei nenhum protesto quando Harry a beijou. — Pop deu um gole, apreciando o líquido quente. — Na verdade, você pareceu gostar.


 


— Pop! — Ela se virou, perplexa.


 


— Ouça, Mione, eu não estava espionando — disse ele suavemente, e tossiu para mascarar uma risada. — Vocês estavam em público, sabe. Aposto que muitas pessoas notaram. Como eu disse, vocês formam um belo casal.


 


Hermione voltou para se sentar à mesa, sem a menor ideia do que iria dizer.


 


— Foi só um beijo — conseguiu após um tempo. — Não significou nada.


 


Pop assentiu duas vezes e bebeu seu chá.


 


— Não significou — insistiu ela.


 


Ele lhe deu um de seus sorrisos angelicais.


 


— Mas gosta dele, não gosta? Hermione baixou os olhos.


 


— Às vezes — murmurou ela. — Às vezes, gosto.


 


 


Pop lhe cobriu a mão com a sua e esperou até que ela o olhasse novamente.


 


— Gostar de alguém é a coisa mais fácil do mundo se você se permitir.


 


— Eu mal o conheço — disse Hermione rapidamente.



— Confio nele — murmurou Pop com simplicidade.


 


Ela estudou o rosto do avô.


 


— Por quê?


 


Pop deu de ombros, então baforou de seu cachimbo de novo.


 


— Uma sensação que tenho, uma expressão nos olhos dele. Num empreendimento que envolve pessoas, como o meu, você passa a ser um bom juiz de caráter. Harry tem integridade. Quer as coisas do jeito dele, certo, mas não trapaceia. Isso é importante.


Hermione ficou sentada em silêncio por um momento, não tocando no seu chá que esfriava.


 


— Ele quer o parque — disse ela baixinho.


 


Pop a olhou através de uma nuvem de fumaça do cachimbo.


 


— Sim, eu sei. Ele falou isso diretamente. Não fica se esquivando ou fazendo jogos. —


 


A expressão de Pop suavizou um pouco quando fitou dentro dos olhos de Hermione.


 


— As coisas nem sempre permanecem iguais na vida, Hermione. É isso que faz a vida dar certo.


 


— Não sei o que quer dizer. Você... está pensando em lhe vender o parque?


 


Pop ouviu o tom de pânico na voz da neta e deu-lhe um tapinha na mão.


 


— Não nos preocuparemos com isso agora. O primeiro problema é conseguir consertar


os brinquedos para o feriado da Páscoa. Por que você não usa o vestido amarelo que gosto esta noite, Mione? Aquele com o pequeno casaquinho. O traje me faz pensar sobre primavera.


 


Hermione considerou questioná-lo mais, então desistiu. Não havia ninguém mais


teimoso que seu avô quando ele punha na cabeça que um assunto estava encerrado.


 


— Tudo bem. Acho que subirei e tomarei um banho.


 


— Hermione. — Ela se virou à porta e olhou para ele. — Divirta-se. Às vezes, é melhor ser flexível.


 


Quando ela se afastou, Pop olhou para a porta da entrada vazia, e pensativamente alisou sua barba.


 


Uma hora depois, Hermione olhou-se no vestido amarelo. O tom era laranja-amarelado e se destacava contra sua pele. As linhas eram simples, aderindo ao corpo esbelto e enfatizando sua altura. Sem o casaquinho, seus braços e ombros estavam nus, exceto pelas alcinhas finas. Ela escovou os cabelos em movimentos longos e firmes. As pequenas argolas de ouro em suas orelhas eram a única joia.


 


— Ei, Hermione!


 


A escova parou no meio do ar enquanto observava seus próprios olhos se arregalarem no espelho. Ele não estava realmente gritando por ela do lado de fora!


 


— Meg!


 


Meneando a cabeça com incredulidade, Hermione foi para a janela. Harry estava parado dois pisos abaixo. Ergueu uma das mãos para saudá-la quando ela apareceu na janela.


 


— O que está fazendo? — perguntou Hermione.


 


— Abra a tela.


 


— Por quê?


 


— Abra — repetiu ele.


 


— Se espera que eu pule, pode esquecer. — Por curiosidade, ela abriu a tela e se inclinou para fora da janela.


 


— Pegue!


 


Seus reflexos responderam antes que pudesse pensar. Hermione agarrou o maço que ele jogou para cima e descobriu suas mãos cheias de narcisos. Enterrou o rosto no buquê.


 


— Eles são lindos. — Os olhos dela sorriram sobre as flores e para ele. — Obrigada.


 


— De nada — retornou Harry. — Você vai descer?


 


— Sim. — Ela jogou os cabelos para trás dos ombros. — Sim, sim, em um minuto.


 


Harry dirigia rapidamente e com competência, mas para o restaurante Row, como Hermione tinha antecipado. Ele virou em direção ao oceano e seguiu para o norte. Ela relaxou, apreciando a luz tranquila do anoitecer, e o modo como ele dirigia sem esforço.


 


Reconheceu a área. As casas lá eram maiores, mais elaboradas do que as casas no centro ou nos arredores da cidade. Havia cercas vivas altas para garantir privacidade, tanto das outras casas como das praias públicas. Havia gramados bem aparados, salgueiros, árvores floridas e caminhos asfaltados no interior das propriedades. Harry entrou em uma delas, que ficava mais afastada das outras, e que era cercada por arbustos púrpura.


 


A casa era pequena para os padrões do bairro, e feita de uma madeira envelhecida que Hermione sempre achava atraente. Era uma construção de diferentes níveis, com um solário coroando o piso superior.


 


— O que é isso? — perguntou ela, gostando da casa imediatamente.


 


— Aqui é onde eu moro. — Harry se inclinou de lado a fim de abrir a porta do lado dela, então saiu pelo seu próprio lado.


 


— Você mora aqui?


 


Ele sorriu com o tom surpreso e desconfiado na voz de Hermione.


 


— Tenho de morar em algum lugar, Mione.


 


Ela andou ao longo do caminho de pedra que levava à casa.


 


— Suponho que não pensei sobre o fato de você comprar uma casa aqui. Isso sugere raízes.


 


— Eu as tenho — disse ele. — Apenas as transfiro de lugar facilmente.


 


Ela olhou para a casa, para o jardim espaçoso.


 


— Você escolheu o lugar perfeito. Harry lhe pegou a mão, entrelaçando os dedos de ambos.


 


— Entre — convidou ele.



— Quando você comprou esta casa? — perguntou Hermione enquanto subia os degraus da frente.


 


— Oh, alguns meses atrás quando vim para cá. Mudei-me a semana passada, e não tive muito tempo para procurar por móveis. — A chave foi colocada na fechadura. — Comprei algumas coisas aqui e ali, e mandei outras virem de meu apartamento em Nova York.


 


A casa estava mobiliada de forma escassa, porém com estilo. Havia um sofá baixo em biscuit, com uma variedade de almofadas coloridas e uma cadeira de vime tipo trono, complementada com uma grande hera pendurada em um vaso de cerâmica. Uma estante com duas prateleiras em latão e vidro guardava uma coleção de conchas. No piso de tábuas polidas jazia um enorme tapete de sisal.


 


A sala era aberta, com uma escadaria à direita que conduzia ao segundo nível, e uma lareira de pedra na parede esquerda. A rápida inspeção mostrou a Hermione que ele não tinha colocado suas esculturas no cômodo principal. Perguntou-se o que havia feito com elas.


 


— É maravilhosa, Harry. — Ela andou até a janela. O gramado descia numa inclinação e acabava em cercas vivas altas, que dava à casa uma privacidade confortável. — É possível ver o oceano do último nível?


 


Quando Harry não respondeu, ela virou-se para fitá-lo. O sorriso de Hermione desapareceu contra a intensidade do olhar dele. Seu coração bateu descompassado. Aquela era a parte de Harry que deveria temer, não o galante amigável que lhe jogara narcisos.


 


Ela inclinou a cabeça para trás, com medo, mas querendo enfrentá-lo de igual para igual. Ele levou as mãos ao rosto dela, e Hermione sentiu as palmas firmes em sua pele. Harry lhe afastou os cabelos do rosto quando a puxou para mais perto. Então abaixou a boca, pausando apenas por um instante antes de clamar pela sua, como se para constatar o desejo espelhado nos olhos dela. O beijo foi instantaneamente profundo, instantaneamente intenso.


 


Ela só podia ser tola... tola para acreditar que poderia se convencer a não se apaixonar por ele. Tola por pensar que a razão tinha alguma coisa a ver com o coração.



Quando Harry a afastou de si, Hermione pressionou o rosto contra o peito largo, deixando seus braços enlaçarem a cintura dele. A hesitação de Harry foi quase breve demais para ser medida, antes que a abraçasse forte. Ela sentiu os lábios dele em seus cabelos e suspirou de puro contentamento. As batidas do coração de Harry estavam firmes e rápidas em seu ouvido.


 


— Você disse alguma coisa? — murmurou ele.


 


— Hmm? Quando?


 


— Antes. — Os dedos másculos subiram para lhe massagear a nuca. Hermione tremeu de prazer enquanto tentava se lembrar do mundo antes que estivesse nos braços de Harry.


 


— Acho que perguntei se é possível ver o oceano no nível superior.


 


— Sim. — Novamente, ele levou as mãos ao rosto de Hermione a fim de incliná-la para um beijo longo e apaixonado. — É possível.


 


— Você me mostrará?


 


O toque em sua pele aumentou de pressão, e ela fechou os olhos em antecipação ao próximo beijo. Mas ele a afastou até que apenas as mãos de ambos estivessem se tocando.


 


— Depois do jantar.


 


Hermione, contente em olhá-lo, sorriu.


 


— Comeremos aqui?


 


— Eu detesto restaurantes — disse Harry, conduzindo-a em direção à cozinha.


 


— Um sentimento estranho para um homem que possui um.


 


— Vamos dizer que há momentos em que prefiro ambientes mais íntimos.


 


— Entendo. — Ele abriu a porta da cozinha, e Hermione olhou ao redor do cômodo eficiente feito em madeira e aço inoxidável. — E quem cozinhará desta vez?


 


— Nós dois — disse ele com facilidade e sorriu-lhe. — Como você gosta de seu bife?



Havia um encorpado vinho tinto para acompanhar a refeição que eles comeram a uma mesa de vidro. Uma dúzia de velas tremeluzia em um aparador atrás deles, presas em pequenos castiçais de latão. O humor de Hermione estava tão suave quanto o vinho que subia à sua cabeça. O homem diante de si a tinha na palma de sua mão. Quando ela se levantou para empilhar os pratos, ele lhe segurou o braço.


 


— Não agora. Há uma lua esta noite.


 


Sem hesitação, Hermione o acompanhou. Subiram a escada juntos, uma escadaria larga, sem tapete, que era dividida em duas seções por um hall. Harry a conduziu para o quarto, principal, o qual era dominado por uma grande cama com cabeceira e pés em latão. Havia longas portas de vidro que levavam a um passadiço. De lá, uma escada subia para o solário.


 


Hermione pôde ouvir as ondas antes de mover-se para o parapeito. Além da cerca viva, o mar estava turbulento. Água branca espumava contra a escuridão. A luz da lua estava fraca, mas era auxiliada pelo poder de incontáveis estrelas.


 


Ela respirou profundamente e se inclinou sobre o parapeito.


 


— É maravilhoso aqui. Eu nunca me canso de olhar para o oceano. — Houve um clique do isqueiro dele, e o tabaco se misturou prazerosamente com o aroma do mar.


 


— Você alguma vez pensa em viajar? Hermione movimentou os ombros, um gesto abrupto e impaciente.


 


— É claro, às vezes. Isso não é possível no momento.


 


Harry tragou a cigarrilha.


 


— Para onde você iria?


 


— Para onde eu iria? — repetiu ela.


 


— Sim, para onde iria, se pudesse? — A fumaça da cigarrilha subiu no ar e desapareceu.
— Imagine, Mione. Você gosta de imaginar, não gosta?


 


Ela fechou os olhos por um momento, deixando o vinho girar com seus pensamentos.


 


— Nova Orleans — murmurou ela. — Sempre quis conhecer Nova Orleans. E Paris. Quando eu era mais nova, costumava sonhar sobre estudar em Paris como os grandes artistas. — Hermione abriu os olhos novamente. — Você já esteve nestes lugares, suponho. Em Nova Orleans e em Paris?


 


— Sim, já estive.


 


— Como são?


 


Harry traçou a linha do maxilar dela com a ponta de um dedo antes de responder:


 


— Nova Orleans cheira ao rio e sofre intensamente com o calor do verão. Há música o tempo todo, de boates abertas e de músicos de rua. Tem movimento constante, como Nova York, porém num ritmo mais civilizado.


 


— E Paris? — insistiu Hermione, querendo ver seus desejos através dos olhos dele. —


 


Fale-me sobre Paris.


 


— É uma cidade antiga e elegante, como uma mulher idosa magnífica. Não é muito limpa, mas isso nunca parece importar. É melhor na primavera; nada tem um aroma melhor do que Paris na primavera. Eu gostaria de levá-la a Paris. — Inesperadamente, ele pegou os cabelos de Hermione na mão. Seus olhos eram intensos novamente e estavam fixos nos dela. — Eu gostaria de ver as emoções que você controla tanto serem extravasadas. Você nunca as restringiria em Paris.


 


— Eu não faço isso. — Alguma coisa mais que o vinho começou a fazer a cabeça de Megan girar.


 


Ele jogou a cigarrilha por sobre o balaústre, então sua mão livre foi para a cintura dela para pressionar-lhe o corpo contra o seu.


 


— Não faz? — Havia uma nota de impaciência na voz de Harry quando começou a deslizar o casaco pelos ombros de Hermione. — Você tem paixão, mas a reprime.


 


Esta paixão extravasa no seu trabalho, mas mesmo isso é mantido preso num estúdio.
Quando eu a beijo, posso sentir sua paixão lutando para subir à superfície.



Ele liberou seus braços do casaco e o colocou sobre o parapeito. Lenta e deliberadamente, deslizou os dedos sobre a pele nua de Hermione, sentindo o calor da resposta.


 


— Um dia, esta paixão será libertada. Pretendo estar presente quando acontecer.



Harry desceu as alcinhas do vestido e substituiu-as com os seus lábios. Hermione não protestou contra os beijos percorrendo seus ombros e pescoço. A língua dele brincava de leve com sua pulsação quando a mão quente segurou-lhe o seio. Mas no momento que Harry a beijou, a gentileza desapareceu, e com isso a passividade dela. Desejo incitou desejo.


 


No momento em que ele lhe mordiscou o lábio, Hermione gemeu de prazer. A boca de Harry era ávida, explorando, enquanto as mãos começavam uma outra exploração. Ele deslizou o corpete do vestido até a cintura, murmurando com aprovação quando encontrou os seios nus rijos de excitação. Hermione permitiu os toques, deleitando-se nas ondas de prazer que percorriam seu corpo. Não tinha conhecimento para guiá-la, nenhuma experiência. O desejo regrava c o instinto seguia.


 


Ela deslizou os dedos ao longo da nuca de Harry, massageando a pele quente, deleitando-se na resposta que sentiu ao seu toque. Ali estava um prazer que nunca havia explorado. Deslizou as mãos para baixo do suéter dele numa jornada lenta, explorando. Sentiu os músculos dos ombros largos se retesarem enquanto suas mãos brincavam com eles.


 


A qualidade do beijo mudou de exigente para urgente. A paixão de Harry a inundava, misturando-se com a sua própria, até que o poder combinado fosse maior do que podia suportar. A dor veio de lugar nenhum e se espalhou por seu corpo com rapidez impressionante. Doía por ele. Desejo era uma dor ao mesmo tempo aguda e irresistível. Em rendição, em antecipação, Hermione balançou-se contra ele.


 


— Harry. — Sua voz era rouca. — Quero ficar com você esta noite.


 


Ela foi pressionada contra o corpo poderoso por um momento, apartada com tanta força que não havia espaço para respirar. Então, lentamente, o sentiu afrouxar o aperto. Segurando-a pelos ombros, Harry a fitou, os olhos escuros penetrando os seus. A respiração de Hermione estava irregular, tremores corriam ao longo de sua pele. Devagar, com mãos que mal a tocavam, ele deslizou o vestido de volta no lugar.


 


— Vou levá-la para casa agora.


 


O choque da rejeição a atingiu como um soco. Ela abriu a boca, tremendo, então a fechou de novo. Rapidamente, lutando contra as lágrimas que queriam ser libertadas, pegou seu casaco.


 


— Mione. — Ele estendeu o braço para lhe tocar os ombros, mas ela se afastou.


 


— Não. Não me toque. — As lágrimas estavam engrossando a voz de Hermione.


 


Engoliu em seco. — Não vou ser acariciada na cabeça. Parece que entendi tudo errado.


 


— Você não entendeu nada errado — murmurou ele. — E não chore, por favor.


 


— Não tenho intenção de chorar — declarou ela. — Eu gostaria de ir para casa. — A mágoa estava nos olhos de Hermione, brilhando atrás das lágrimas que negava.


 


— Vamos conversar. — Harry lhe pegou a mão, mas ela a retirou.


 


— Oh, não. Não, não vamos. — Hermione endireitou os ombros e o olhou diretamente.
— Nós jantamos... as coisas foram um pouco além do que deveriam ter ido. É simples assim, e acabou.


 


— Não é simples, nem acabou, Mione. — Harry lhe deu um outro olhar demorado. —



Mas deixaremos esse assunto para uma outra hora.


 


Hermione se virou e desceu a escada.

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Muito obrigado pelos comentarios, RiemiSam, Saito, Laauras.

EI PESSOAL,
quem acha que eu deveria postar outra fic UA HHr, quando acabar essa fic? A opiniao da maioria vence. 



Obrigada por por estarem lendo, até a proxima...

 

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Comentários (2)

  • Laauras

    Eu não entendi pq o Harry "rejeitou" a Mione, o cara fica direto atrás dela e depois não quer nada?! Isso tá mt confuso, mas fazer o q né, com certeza tem coisa atrás dessa história! Amando de todas as formas possíveis.E com certeza EU quero outra fic HHr, a F&B tá precisando de mais fics dessa lindo casal, bjão e esperando que o próximo capítulo venha voando! 

    2013-08-25
  • Saito

    Gostei muito do capitulo, o fado do Harry não ter feito nada com a Mione mostra que ele tem carater e acho que ela deveria ficar feliz com isso ao invez de ficar com raiva.Vou aguardar ansiosamente suas atualizações :) 

    2013-08-19
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