Dica quatro: gentileza
Depois de todo o discurso de Scorpius e da crise de nervos que Hermione tivera com as alfinetadas que seu marido e Draco trocavam tudo voltara à normalidade. À estranha normalidade.
Rose estava radiante com o que o loiro havia dito. Scorpius sentiu que o peso do céu diminuiu consideravelmente depois de dizer tudo aquilo.
Estava agora em sua cama lendo mais um capítulo:
“Gentilezas:
Ser gentil não está fora de moda, portanto seja gentil! Não é difícil, nem para um homem. Conjure uma rosa para ela (espero que saibam fazer isso), puxe a cadeira para ela sentar, use o feitiço Avis para conjurar pássaros que cantem para ela (não está escrito para você cantar, só os pássaros) e carregue seus livros. Esses simples gestos fazem a diferença.”
A maior imagem era de um pássaro cantando e de um menino fazendo o mesmo, só que envolto em um circulo e uma reta em diagonal cortando-o. Os dizeres “NÃO CANTEM!”brilhavam em vermelho vivo e estavam contornados em dourado sob a figura.
Scorpius saiu de seu quarto, já sabia o que faria. Carregaria os livros de Rose e puxaria sua cadeira quando fosse se sentar. Seria um perfeito cavalheiro.
Ela não o esperava no Salão Comunal da Corvinal, então o loiro resolveu sair sozinho.
Ao sair, sorriu. Lá estava Rose, com uma pilha de livros sobre seus braços.
– Quer ajuda? – o loiro se ofereceu de prontidão.
– Adoraria! – ela descarregou metade da pilha nos braços de Scorpius – Quero levá-los até o meu quarto.
– Pra quê tudo isso?
– Minha mãe os emprestou, para estudar para os N.I.E.M.s.
– Sua mãe é a pessoa mais inteligente que já conheci. Daqui alguns anos você a supera. – o loiro comentou e a menina sorriu para ele.
– Muita bondade sua, mas nunca vou ser tão inteligente quanto ela.
A águia lhes fez uma pergunta e Rose rapidamente respondeu. Eles entraram e Rose rumou para seu quarto com Scorpius atrás.
Ao chegarem ao dormitório um ser não identificado estava deitado na cama de Rose, lendo algo.
– Ei! Esse é o meu diário! Como conseguiu abri-lo? – a menina vociferou quando constatou ser Alvo aquele ser sobre sua cama.
– Foi tão fácil quanto entrar aqui... – o menino simplesmente respondeu.
– Como assim, Alvo, – Rose se mostrava incrédula – foi fácil?
– Vocês não têm senha. Só uma pergunta boba! Então eu entrei no seu quarto.
– A questão é: por que entrou no quarto de Rose? – Scorpius interveio na discussão dos dois.
– Só queria falar uma coisa com ela.
– Posso saber o que é? – sim, o loiro estava com ciúmes.
– Se fui falar com Rose, então não é do seu interesse. – o moreno retrucou.
– Alvo! Não fale assim. Que grosseria! – a ruiva o advertiu.
– Que seja... – ele disse com indiferença e puxou a ruiva para fora, deixando Scorpius mais furioso.
Ele saiu e encontrou os dois aos cochichos encostados em uma parede. Alvo estava de costas e parecia sério, pois gesticulava bastante, mas Rose estava rindo.
Depois de alguns instantes os dois estavam rindo. Na verdade, a menina gargalhava.
– O que foi? Por que não posso saber? – o menino perguntou carrancudo.
– Não é nada, só bobeiras. – Rose disse, mas não o deixou mais calmo.
– Se vocês não vão falar, quero ir tomar meu café da manhã.
Os dois assentiram e rumaram em direção ao Salão Comunal, que já estava esvaziando.
Lá eles se encontraram com Lucy, Molly e Dominique. Rose e Scorpius se sentaram à mesa da Corvinal, que já estava quase vazia.
– Vocês não vão mesmo me dizer do que tanto riram, não é mesmo? – o loiro perguntou, derrotado.
– Desculpe, mas eu não posso. Alvo implorou que eu não contasse. Mas posso lhe assegurar que tem algo a ver com Dominique, não a você. – ela sorriu e ele se sentiu um pouco mais calmo.
Eles comeram e se dirigiram às masmorras, pois teriam duas aulas de Poções. O professor os recebeu, como sempre, de um modo caloroso.
Scorpius viu mais uma oportunidade de ser gentil com Rose. Ele colocou seus livros sobre a mesa e se virou para puxar a cadeira para que a ruiva se sentasse. Alvo chamou sua atenção por alguns instantes e ele ouviu um baque surdo de livros e uma pessoa caindo.
“Ops!” os lábios de Alvo formaram. Ele sentiu vontade de pular no pescoço daquele ser, mas se conteve. Ajudaria Rose primeiro.
– Rose! Perdão! Não foi intencional e...
– Cale a boca e me ajude. Seu imbecil! – a ruiva estava tão vermelha que podia ser confundida com seus cabelos.
– Perdão! – o loiro exclamou mais uma vez, mas foi categoricamente ignorado – Alvo! Seu desgraçado. – o menino sussurrou para que só este ouvisse.
O moreno riu de um jeito debochado e não viu quando Scorpius murmurou:
– Rictusempra – o garoto começou a rir descontroladamente e Rose o olhou com um olhar furioso que lembrava vagamente o de seu pai.
– Está rindo de mim? – ela vociferou.
Alvo gargalhou mais alto e todos olharam em sua direção.
– Pare de rir de Rose, Alvo! Que coisa mais ridícula! – Scorpius aproveitou a chance e disse.
– Al! Pare agora! – a menina estava ficando mais vermelha.
– Sr. Potter? Qual o problema? – o professor perguntou.
Alvo tentou falar, mas só conseguia rir. Ele agora estava dobrado ao meio, apertando sua barriga. Com certeza ela já estava dolorida, mas ele não conseguia parar, o que foi satisfatório na opinião de Scorpius.
O moreno não conseguia parar de rir e Rose já se mostrava realmente chateada com toda aquela situação. Alvo tentava de todas as maneiras dizer algo, mas não conseguia e cada vez que tentava ria ainda mais.
Riu tanto que Rose pegou seus livros e saiu da sala. Estava furiosa com Alvo e era bem merecido.
Scorpius pediu permissão ao professor e saiu atrás da ruiva para consolá-la e dizer que Alvo era muito infantil, portanto não deveria se importar com o que ele faz. Ela chegou a chorar de raiva, mas o loiro a abraçou e ela se apresentou ligeiramente mais calma.
Placar total:
Scorpius 6 x 11 Problemas amorosos
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