Capítulo 5 - As Maldições Impe

4 de Setembro de 1994

Depois da briga com Malfoy e Crabbe e a primeira conversa (mesmo que indireta) com Harry, Amber respondera a carta de Marlene avisando em que casa caíram, mas ocultando o fato da discussão com os Slytherin.

Os dois dias seguintes transcorreram sem grandes incidentes, a não ser que considerasse o sexto caldeirão derretido por Neville na aula de Poções. Snape, surpreendentemente, não tentara humilhar Amber mesmo sabendo de seu parentesco com Harry (todos os professores haviam sido avisados). Amber tinha a impressão de que ele a ignorava, mas não reclamava.

Mas, nem Neville nem Sarah tiveram a mesma sorte. Snape implicou desde o primeiro instante com Sarah e ela respondera do seu jeito marauder, levando detenção junto com Neville.

Sarah aceitara numa boa a detenção e levou isso como oportunidade para infernizar Snape. Dez minutos depois, Sarah saiu da detenção de uma hora e Amber não precisou nem perguntar para saber o motivo. Já Neville, voltou uma hora depois com um colapso nervoso, pois teve que destripar uma barrica de iguanas.

Os alunos da quarta série da Gryffindor (com excessão de Amber) estavam tão ansioso para ter a primeira aula com Moody que, na quinta-feira, chegaram logo depois do almoço e fizeram fila à porta da sala, antes mesmo da sineta tocar.

A única pessoa ausente foi Hermione, que chegou no último instante para a aula.

Amber se sentou em uma das cadeiras do meio. Nesses momentos em que ela espera o começo das aulas se sente meio solitária, sem ninguém para conversar já que tanto Sarah quanto Ginny são do terceiro ano e não se sentia muito confiante para se aproximar do “The Golden Trio”.

Mas, Amber não teve que esperar muito, pois logo ouviram os passos sincopados de Moody. Ele entrou na sala parecendo mais estranho e amedrontador que nunca.

- Podem guardar isso, - rosnou ele, se sentando na cadeira do professor - esses livros. Não vão precisar deles.

Amber percebeu que os alunos tinham um ar excitado ao guardar os seus livros, mas ela tinha certa hesitação ao guardar o livro na mochila. Moody fez a chamada normalmente com seu olho normal olhando a lista e o olho mágico fixando-se em cada aluno quando ele respondia. Amber teve a impressão de que Moody a olhou com desconfiança, mas ele logo chamou o próximo nome então ela não saberia responder. (N/A: Irei descrever essa aula porque ela é meio que importante)

- Certo, então - ele começa, quando o último nome é chamado - Tenho uma carta do Prof. Lupin - Amber abaixa a cabeça ligeiramente para esconder a sua surpresa - sobre esta turma. Parece que vocês receberam um bom embasamento para enfrentar criaturas das trevas, estudaram bichos-papões, barretes vermelhos, hinkypunks, grindylows, kappas e lobisomens, correto?

Houve um murmúrio geral de concordância.

- Mas estão atrasados, muito atrasados em maldições - disse Moody rapidamente - Então, estou aqui para pôr vocês em dia com o que os bruxos podem fazer uns aos outros. Tenho um ano para lhes ensinar a lidar com as forças das...

- Que? O senhor não vai ficar? - pergunta Rony acidentalmente

Rony ficou tenso quando o olho mágico de Moody fixou-se nele, mas logo ficou aliviado quando o professor sorriu.

- Você deve ser o filho de Arthur Weasley? - disse Moody - Seu pai me tirou de uma enrascada há alguns dias... é, vou ficar apenas este ano. Um favor especial a Dumbledore... um ano e depois volto ao sossego da minha aposentadoria.

“Mais um professor que entra e sai em DADA” pensa Amber.

- Então... vamos direto ao assunto. Maldições. Elas tem variados graus de força e forma. Agora, segundo o Ministério da Magia, eu devo ensinar a vocês as contramaldições e parar por aí - “Imaginei” pensa Amber - Não devo lhes mostrar que cara tem as maldições ilegais até vocês chegarem ao sexto ano - Amber concorda silenciosamente - Até lá, o Ministério acha que vocês não tem idade para lidar com elas. Mas o Prof. Dumbledore tem uma opinião mais favorável dos seus nervos e acha que vocês podem aprende-las, e eu digo que quanto mais cedo souberem o que vão precisar enfrentar, melhor - Amber é obrigada a concordar nesse ponto de vista - Como vão se defender de uma coisa que nunca viram? Um bruxo que pretenda lançar uma maldição ilegal sobre vocês não vai avisar o que pretende. Não vai lança-la de forma suave e educada bem na sua cara. Vocês precisam estar preparados. Precisam estar alertas e vigilantes.

Então, Moody dá uma bronca em Lilá que estivera mostrando a Parvati um horóscopo. Aparentemente, o olho podia ver através da madeira também.

- Então... algum de vocês sabe que maldições são mais severamente punidas pelas leis da magia?

Vários braços se ergueram hesitantes, inclusive os de Rony, Hermione e Amber (as últimas duas que não conseguem ficar sem responder uma pergunta).

- Hum... - disse Rony sem muita convicção - meu pai me falou de uma... chamada Maldição Imperius ou coisa assim?

- Ah, sim - disse Moody satisfeito - Seu pai conheceria essa. Certa vez, deu ao Ministério muito trabalho, essa Maldição Imperius.

Moody abriu uma gaveta da escrivaninha e retirou um frasco de vidro que continham três enormes aranhas pretas.

Amber tentou disfarçar o estremecimento e Rony se encolheu ligeiramente na cadeira.

Moody apanhou a aranha, segurou-a na palma da mão (para que todos a vissem), apontou a varinha para ela e murmurou “Imperio” e fez a aranha começar a sapatear. Isso fez com que todos, menos Hermione e Amber, rissem. Moody explicou mais um pouco sobre a maldição e fez todos pararem de rir instantaneamente. Amber olhou para a janela incomodada.

- Mais alguém conhece mais alguma? Outra maldição ilegal?

As mãos de Hermione e Amber tornaram a se erguer e a de Neville também, o que pareceu surpreender os outros alunos.

- Qual? - perguntou Moody à Neville

- Tem uma, a Maldição Cruciatus - diz Neville fracamente.

Amber sentiu o seu rosto esquentar indicando que os seus olhos começariam a lacrimejar a qualquer instante.

- O seu nome é Longbottom? - perguntou Moody e Neville confirma com a cabeça.

Moody pega outra aranha e a coloca na escrivaninha. Moody começa a explicar sobre a maldição, mas Amber olha pela janela sem dar ouvidos, tentando de tudo não chorar. Sentiu Neville, ao seu lado, agarrar a carteira, com os nós dos dedos brancos, e arregalar os olhos enquanto só se ouvia o som da aranha sendo torturada.

Amber não encontrou sua voz para mandar o professor parar com aquilo, mas Hermione lhe fez esse favor:

- Pare! - gritou Hermione olhando para Neville

Isso chamou a atenção de Moody que logo pôs a aranha de volta no vidro. O professor explicou sobre essa também e perguntou novamente:

- Certo... mais alguém conhece alguma outra? - pergunta.

Algumas lágrimas descem pelo rosto de Amber, isso parece chamar a atenção de Moody que, antes que Hermione tive tempo para erguer a mão tremula novamente diz:

- Senhorita Evans? - chama - Pode nos dizer a última?

Amber abaixa o seu rosto, sentindo mais lágrimas descerem pelo seu rosto, enquanto sentia o olhar dos seus colegas a observando.

- Maldição da Morte - sussurra com a voz chorosa

Moody tira mais uma aranha do frasco, que tenta escapar como se soubesse o que lhe aconteceria, mas Moody a pegou de volta e gritou:

- Avada Kedavra!

A aranha caiu morta. Várias alunas abafaram gritos e Rony se atirou mais para trás ainda, quando a aranha escorregou em sua direção.

Moody continuou a aula normalmente enquanto Neville continuava estático e Amber continuava chorando. Passaram o resto da aula em silêncio, tomando notas sobre cada uma das Maldições. A sineta tocou, Moody os dispensou, todos saíram e começaram a falar sobre a aula como se tivesse sido um espetáculo fantástico.

Neville saiu na frente e se encostou na parede chocado. Amber pensou em falar com ele, já que sabia sobre Alice e Frank Longbottom, mas nunca havia dirigido a palavra a ele, mal o conheci e mal conseguia controlar o seu choro agora que a aula havia acabado.

“Que legal!” pensa amargamente “Parece que eu só sei chorar. Primeiro em 2 de Setembro quando Malfoy me fez perder a paciência e agora isso”.

Ela viu Hermione se aproximar de Neville e falar com ele. Logo depois, Moody se aproximou de Neville e o chamou para o acompanhar.

- Você está bem, Evans? - perguntou ao passar por ela

Amber simplesmente acenou com a cabeça olhando para um ponto qualquer. Então, Moody e Neville andaram de volta para a sala de aula.

- Amber? - chamou Hermione - Está tudo bem com você?

Amber novamente acenou com a cabeça.

- Vem, você precisa lavar esse rosto - diz Hermione a puxando delicadamente - Harry, Rony vão indo para o Salão Principal. Encontro vocês lá

Então, Hermione ajuda Amber a lavar o rosto (depois de mais um ataque de choro) e consegue diminuir um pouco o inchamento dos olhos dela. Logo, elas seguem para o Salão Principal.

- Parece que só sei chorar, não é? - Amber dá uma risada seca

- Você teve seus motivos. A aula foi bem perturbadora mesmo - diz Hermione

- Mas eu já chorei há 2 dias atrás por causa do Malfoy

- Aquelas foram lágrimas de raiva. Acontece! Malfoy é um idiota, não dê ouvidos a ele.

Amber acena com a cabeça e se senta junto com Sarah e Ginny, que estão sentadas próximas de Harry e Rony. Novamente, Hermione come rapidamente e sai do Salão Principal.

Quando o jantar acaba, todos voltam para o Salão Comunal. Neville está mais calmo lendo um livro de Herbology. Sarah começa a fazer desesperadamente um dever que era para ser entregue no dia seguinte, mas que por preguiça, ela não fizera até aquele momento. E tentava desesperadamente conseguir uma ajuda de Amber que estava implacável naquele dia. No final, conseguiu fazer o dever com um pouco da ajuda de Ginny.

Amber, que estava com os deveres em dia, lia um livro qualquer.

- Ah! Sarah! - chama Amber

- O que é? - pergunta Sarah

- Esqueci de te mostrar a carta que a sua mãe mandou - ela entrega para Sarah

- Quando foi isso?

- 2 dias atrás. Desculpe! Muita coisa na cabeça...

- Já respondeu?

- Já.

Ginny então resolve puxar assunto com as duas:

- O que aconteceu que você chegou com os olhos vermelhos no Salão Principal hoje? - pergunta

- Aula com o Moody... Maldições Imperdoáveis - Amber responde vagamente

- Foi legal? - pergunta Sarah não entendendo que Amber não queria falar no assunto.

Ginny lança um olhar de “cala a boca” para a Sarah e Amber não se dá o trabalho de responder.

Depois de um tempo, o Salão Comunal começou a esvaziar e tanto Ginny quanto Amber decidiram que já era a hora de irem dormir. Então, só ficaram Sarah, Harry, Rony e os gêmeos. Sarah percebe que os gêmeos estão amontoados juntos escondendo um pergaminho.

- Fred? George? - pergunta se aproximando e os assustando, fazendo-os esconderem o pergaminho apressados

- Olá! Você sumiu hoje - diz George naturalmente

- O que estão escondendo? - pergunta desconfiada, com os braços cruzados, se sentando ao lado deles

- Nada - respondem juntos

- Que pergaminho era aquele?

- Que pergaminho?

- No qual vocês estavam escrevendo

- Não temos ideia do que você está falando!

- Tá bom... Se quiserem ficar escondendo as coisas de mim. Mas não se esqueçam: eu sempre descubro tudo - faz menção de levantar, mas Fred puxa o seu braço

- Tá bem! Tá bem! Mas você não pode contar para ninguém - diz Fred impaciente

Sarah levanta uma sobrancelha indicando que estava escutando. Eles começam a conversar em cochichos para nem Harry nem Rony escutarem:

- Eu e Fred fomos a Copa Mundial de Quidditch esse ano - George começa a contar

- Sortudos - resmunga Sarah

- Apostamos com Ludo Bagman que a Irlanda ia ganhar, mas Krum capturaria o Golden Snitch. Mas, ele nos pagou com ouro de leprechaun.

- Ouro de leprechaun desaparece depois de um tempo não é mesmo?

- Exatamente!

- Não foi um engano?

- É isso o que queremos saber... Por isso estamos escrevendo essa carta. Mas, do jeito que estamos a escrevendo, está parecendo mais uma acusação...

- Aliás, não conte para ninguém, ok? - pede Fred

- Tudo bem... - responde Sarah

Então, os três ficam mais um tempo tentando pensar em como escrever a carta para Bagman. Depois de um tempo, decidem ir para os dormitórios. Sarah dá boa-noite aos gêmeos e vai para o seu quarto.

Amber se revira na cama, sem conseguir dormir. Olha para o relógio e vê que está tarde. Então, decide descer para o Salão Comunal para conversar um pouco mais com Sarah e, depois, a arrastar para o dormitório do 3º ano. Afasta o edredom e o cortinado da cama, põe o chinelo e sai do quarto. Ela está nas escadas, quase descendo quando ouve Hermione perguntando ofegante:

- Que é que ele diz? - pergunta

Amber sabia que não deveria escutar a conversa alheia, mas percebe que Sarah não está no Salão Comunal.

- Harry, estou viajando para o norte imediatamente. A notícia sobre a sua cicatriz é o último de uma série de acontecimentos estranhos que tem chegado aos meus ouvidos - Harry lê para Hermione e Rony

“Cicatriz? O que aconteceu com a cicatriz? Quem é que escreveu essa carta?” Amber pergunta-se mentalmente

- Se ela tornar a doer, - Amber fica preocupada - procure imediatamente Dumbledore. Dizem que ele tirou Mad-Eye Moody da aposentadoria, o que significa que tem identificado os sinais, mesmo que os outros não os vejam. Logo entrarei em contato com você. Dê minhas lembranças a Rony e Hermione. Fique de olhos abertos, Harry. Sirius.

Amber esbarra e derruba um jarro.

- O que foi isso? - pergunta Hermione alarmada.

Amber volta correndo para o dormitório do 4º ano, a adrenalina percorrendo o corpo. Logo, se enfia dentro da cama de dossel, ainda agitada.

Milhares de pensamentos cruzam a cabeça dela e ela não consegue torna-los coerentes. Hermione logo entra no quarto e deita na cama dela. Algum tempo depois, quando todas as suas colegas de quarto já estão dormindo, ela decide escrever para Marlene.

Ela sentia muitas saudades da madrinha e um pouco de culpa por ter omitido o fato da briga com Malfoy e todo o resto. Então, ela se senta e pega um pedaço de pergaminho, pena e tinta na mochila.

 

“Querida Marlene,

Preciso ser sincera quanto ao primeiro dia de aula: eu tive uma discussão com o Malfoy e nós trocamos alguns feitiços em pleno corredor.

Me desculpe, mas ele chamou a minha mãe daquela palavra e você sabe que eu não suporto que a chamem dessa maneira.

Sem contar que Malfoy tentou machucar o Harry. Eu só estava o protegendo.

Fora isso, teve a aula do professor Moody esta manhã (você já sabia que ele é professor de DADA?) e ele deu Maldições Imperdoáveis.

Fiquei um pouco incomodada com a aula... Você sabe o por que. Agora devem ser umas 3 horas da manhã e eu não consigo dormir... Sinto falta de você. E, mesmo que a Sarah não lhe escreva, sei que também sente. O fato de minha insônia eu não posso lhe contar por carta.

Bem, agora é melhor eu ir dormir.

Amber”

 

Amber dobra o pergaminho e o esconde embaixo do travesseiro, planejando ir ao corujal bem cedo no dia seguinte.

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