Afinal de Contas - Final

Kevin nunca esteve tão perto da morte. 

O raio de luz verde havia disparado em sua direção Tudo foi tão rápido. A velocidade daquele raio era algo imaginável. Aquele foi o momento em que sua mente havia ficado totalmente vazia. Aquele pedaço de segundo era a grande situação decisiva de sua vida. Tudo parecia estar apagado de sua mente. 

Kevin não queria ter visto nada, mas não teve tempo de fechar os olhos.

Alguém saltou em sua frente. O raio de luz atingira a pessoa. O corpo desabou no chão. 

Zara gritou.

Então o olhar de Kevin havia se fixado em Yvon, que pareceu surpreso olhando de longe o corpo que jazia no chão. 

Kevin agachou no chão, para ver quem havia morrido por ele. Quem havia perdido a vida por ele. Quem era corajoso o suficiente para fazer aquilo? 

Kevin perdeu o fôlego. Não. Não...  Suas lágrimas retornaram a transbordar dos seus olhos.

_______________________________________________________________________________________

Hogwarts estava um caos. 

George corria pelos corredores da escola, procurando pelo garoto. Enquanto corria, ele percebia as paredes sendo explodidas, seres esfurecidos lutando contra professores e aurores. Pessoas morrendo.

Muitos seres enfurecidos já haviam invadido Hogwarts. Estavam destruindo cada parte, a maioria dos quadros já estavam estragados, poucas escadas estavam completas e o que não faltava eram aurores mortos em cada parte do castelo.

- Foi um massacre! - exclamou George, totalmente frustrado.

- Diretor George! - chamou Grace.

George a avistou: ela estava cercada por dois enormes cães de três cabeças que soltavam fogo.

George ergueu a varinha e exclamou:

 - Wingardium Leviosa! - e ele moveu duas rochas grandes para cada cão: eles foram derrubados. 

Grace fugiu deles na mesma hora.

- Obrigada! - ela agradeceu.

- Grace, espere! Preciso lhe pedir algo!

Ela se aproximou rapidamente.

- Kevin e Nathan desapareceram! - disse George. - Não foi você que os levou até seus quartos? 

- Na verdade, só pedi para eles irem até os quartos... a Senhorita Zara Ponkey estava com eles.

- Grace! - grunhiu ele - Você deveria tê-los levado até os quartos!

- Onde podemos procurá-los? - indagou a diretora.

- Não sei... Já procurei em todos os lugares... Até na Câmara Secreta, se quer saber! - disse o diretor, nervoso.

- Ei, e se não procurassemos naquela sala abandonada? Aquela escura e cheia de pó! Você até queria reformá-la... - disse Grace.

George franziu a testa.

- É isso! Ainda não procurei lá!

Rapidamente, os dois correram até lá. A sala era a mais afastada de Hogwarts: ficava em um corredor um pouco mais estreito que os outros, e tudo ali estava com muito pó. Os dois se surpreenderam quando viram a sala: álguém havia destruido a porta, deixando uma enorme fenda. 

- É o resultado de um feitiço Bombarda! - exclamou George. - Vamos entrar com calma e em silêncio.

Os dois se assustaram: Alceu estava grudado em uma das paredes, Yvon estava parado perto do inimigo... E ainda Kevin estava debruçado chorando, perto de um corpo.

De longe, George reconheceu: o corpo era o da enfermeira Pam. Zara chorava por perto também e Nathan estava perto do irmão, com a mão em seu ombro.

- Pam... - murmurou George. - Pam...

O que ninguém sabia era que Pam só fizera isso pois estava a beira da morte por causa do veneno que corria pelo seu sangue, e já que ela sabia que morreria, não teve dúvida em morrer ajudando alguém, o que de fato sempre gostou de fazer. 

- George Karryet! - exclamou Yvon - Veio proteger a horcrux de Alceu como a mulherzinha morta ali? - ele exclamou em um tom sarcástico.

- Não vou deixar você matar mais ninguém, Yvon. - disse Grace. - Pam sempre foi minha melhor amiga.  

Yvon a encarou.

- Avada Kedavra! - exclamou Grace. O raio de luz verde saiu da ponta de sua varinha, e atingiu Yvon, que despencara no chão.

George olhou para Grace horrorizado.

- Eu só fiz o que tinha que ser feito! - vociferou Grace, olhando para George. - E eu não vou ficar em Azkaban! Ninguém conseguirá me prender!

Grace aparatou.

Pela primeira vez, Zara apreciou a atitude de Grace. Se ela não tivesse feito aquilo, Zara havia feito. Zara teria matado Yvon mesmo com o risco de ser presa. E Grace havia se arriscado de uma maneira que Zara passou a admirá-la.

- Está feito então... - disse Alceu, rindo. - Ele está morto.

Já que Yvon morrera, seus feitiços começaram a perder as forças. Alceu se desgrudou da parede. Provavelmente na mesma hora os seres enfurecidos começariam a morrer.

- Antes de ir, eu quero dizer uma coisa- exclamou Alceu. - Kevin não é minha horcrux.

Kevin se levantou.

- Como é? - indagou Kevin, confuso.

- Eu nunca tive horcrux nenhuma. - respondeu Alceu. - Eu inventei tudo... Apenas para não me manterem em foco. Foi tudo uma farsa. E Yvon morreu acreditando nisso! - ele gargalhou - Idiota.

George se aproximou de Kevin.

- Yvon começou uma guerra... E você fez tudo isso só para proteger a si mesmo? Você não vale nada, Alceu!

Alceu abriu um largo sorriso.

- Ainda bem que cheguei a tempo para te levar a Azkaban! - gritou George, saltando em direção a Alceu.

George aparatou, levando Alceu para a prisão de Azkaban.

Um silêncio rápido ficou naquela sala. Nathan, Kevin e Zara se entreolharam lentamente.

- Terminou - disse Kevin, sorrindo - Essa guerra terminou!

- Sim! - disse Zara, rindo.

- Mas Alceu mentiu por todo esse tempo... Ele fez Kevin passar todo aquele perigo a toa! - bradou Nathan.

- Não importa. - exclamou Kevin - O importante é que terminou!

- Sim - as mãos de Nathan e Zara se juntaram. - Terminou. 

Os dois se beijaram carinhosamente. 

- Ei... Minha madrasta morreu...  - ela suspirou triste - E não tenho mais vontade de... De voltar a estudar. 

- O quê? Mas é uma oportunidade única estudar nessa escola! - exclamou Nathan. 

- Nathan - ela disse lentamente - Oportunidade única é conquistar seu coração. Eu... Posso morar com você? E... Ajudar a cuidar de sua mãe? 

Nathan e Kevin se entreolharam.

- Você decide, irmão. - disse Nathan a Kevin.

Kevin sorriu e respondeu:

- Mas é claro que sim, Zara. Viveremos como uma familia. Mas eu ficarei aqui estudando em Hogwarts. 

Os três se abraçaram.


__


O ano letivo já havia terminado, e Kevin Frake desembarcava do trêm na estação de King's Cross. Kevin saiu do trem, com sua varinha erguida e seu uniforme da Lufa-Lufa. 

Com o sorriso estampado no rosto, ele correu até Zara - ela estava totalmente sem maquiagem, e seu cabelo já estava maior - e Nathan.

- Quantas saudades de vocês! - disse Kevin, pulando de alegria. - Nem preciso contar como foi o meu ano letivo, já que contei tudo pelas cartas! 

- Sim... Mas temos uma notícia de última hora! - disse Zara, rindo.

- O que é? O que é? - indagou Kevin.

- Nossa mãe já está bem! Ela estáem casa preparando um prato especial em homenagem a seu retorno a Hogwarts! - exclamou Nathan. - Não contamos nada sobre a mamãe nas cartas pois queriamos fazer uma surpresa! 

- Vamos logo, a sua mãe quer te ver! - exclamou Zara.

Kevin chorou de alegria.

Então os três sairam da estação abraçados e ansioso para a chegada em casa. Todos estavam felizes, a infelicidade na vida de Kevin havia sido apagada. A paz esteve com eles até o último dia de suas vidas. 



fim 

 

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.