A Prisão dos Segredos
Kevin encostou a testa no vidro gelado da janela. Começou a chover lentamente, e Kevin começou a olhar para as gotas que escorriam na janela.
Kevin já estava começando a notar que Nathan estava frio e seco. Não parecia ser aquele irmão carinhoso que sempre foi. Kevin percebeu que muita coisa estava mudando, e mudando depressa. E pareceu que esse jeito estranho de Nathan veio junto com a carta daquela escola de magia. Essas coisas estavam ligadas de algum jeito, estabelecendo um laço forte... E que Kevin afirmou para si mesmo que iria descobrir.
A chuva engrossou, e os olhos de Kevin estavam ficando pesados cada vez mais. Sua vista se embaraçou vendo tantas gotinhas escorrerem pela janela, e logo dormiu.
...
Kevin estava deitado em um chão frio, e suas roupas eram as mesmas, só que tão apertadas que ele estava quase sufocado. Estava escuro, e para o seu desespero, ele estava tonto. Se levantou e começou a andar. Não conseguia ficar firme no chão por menos de dois segundos, sempre caía no chão de volta. A cada passo, sentia-se mais pesado, e com mais frio.
-Alguém... Ajuda... - foram as únicas palavras que ele conseguiu dizer até cair de novo no chão.
Não conseguiu levantar novamente. Parecia estar pregado no chão. Todas as suas forças sumiam depressa e uma tremenda dor se espalhou pelo seu corpo, tão rápida como a luz.
Começou a se rastejar no chão, pois tinha que sempre ir mais para frente, algo lhe dizia isso. Não podia permanecer em seu lugar e muito menos voltar.
Ele conseguiu enxergar uma luz forte que havia aparecido a quase três metros de distância. Com a luz, ele percebeu que estava em uma rua cheia de casas escuras, quebradas e abandonadas. Quanto mais perto ele chegava, mais força ele começava a ter. Então, conseguiu ficar de pé.
Era um milagre. Aquela luz devia ser alguma fonte forte de força, uma força tão forte que fazia ele querer sempre chegar mais perto.
Finalmente, Kevin estava a dois centímetros de distância da luz, que de uma forma inexplicável, se apagou. E mesmo no escuro, Kevin conseguia enxergar: ele estava de frente para uma enorme prisão.
Havia uma placa logo na entrada, mas estava tão suja que era impossível de ler o que estava escrito.
Algo surgiu atrás de Kevin. Cautelosamente, ele olhou para trás, e uma figura alta e encapuzada estava olhando para ele. Os olhos eram as únicas coisas que Kevin enxergou debaixo daquele capuz escuro.
- Olá, Kevin. - a voz da figura sombria era rouca, mas forte.
- Quem é você?
- Sou a sua Consciência. - disse - E vim abrir seus olhos nesse momento tão dificil.
- Abrir meus olhos? Mas para enxergar o quê?
- Para enxergar a verdade. - a Consciência apontou os dedos magros para Kevin. - A verdade que foi escondida de você por tanto tempo.
- É uma verdade... Dolorosa?
- De certa forma, é sim. Mas toda a verdade é valiosa. Pense sempre nisso.
- Sim, pode deixar. Eu vou pensar nisso.
- Kevin, você sabe o que está aprisionado aqui?
Ele balançou a cabeça indicando 'não'.
A Consciência juntou suas mãos, e em um piscar de olhos, a placa se limpou, ficando brilhante.
Na placa, dizia: Prisão dos Segredos.
- Todos os segredos... Estão aprisionados aqui... - disse Kevin.
- Sim, e todos estão juntos e bem espremidos.
- Não sabia que fossem tantos... Dá até um aperto no peito.
- Kevin, quando a verdade é escondida, após liberta pode trazer sentimentos ruins. Como raiva, dor, ira, ódio, fúria. - a Consciência colocou a mão no ombro de Kevin. - É capaz de você sentir dor quando descobrir tudo, mas vou te pedir para não descontar sua raiva em alguém. Se você fizer isso, tudo pode piorar, entendeu?
- Entendi... Mas e seu eu não conseguir?
- Você vai conseguir. Só depende de você.
Kevin assentiu.
Surgiu nas mãos da Consciência, uma chave de prata. Ela entregou para Kevin. Automaticamente, Kevin colocou a chave no cadeado, e abriu as portas da prisão. Ele sentiu uma ventânia tremenda vindo dali, mas conseguiu ficar firme no chão.
-Kevin - disse ela. - Agora, as verdades virão. Os segredos irão deixar de serem segredos. Seja forte.
...
Kevin sentiu uma mão grudenta dar um leve tapa em seu rosto.
- Vamos lá, hora de acordar! Sabia que você ronca? - era Perg, com seu saco de jujubas em uma das mãos.
Kevin abriu os olhos. Todos estavam fora do carro, menos ele.
- Já chegamos em Hogwarts, rapaz. - disse Buddy.
- A chuva já terminou? - perguntou Kevin.
- Já. - disse Nathan.
Kevin, ao sair do carro, lançou um olhar para Nathan, como se ele estivesse dizendo: "Temos muito o que conversar". Nathan havia percebido o olhar, mas não demorou muito para olhar para outro lado.
Então todos desciam uma pequena colina. De longe, Kevin avistou Hogwarts: um castelo realmente gigante. Uma das coisas mais belas que já vira em toda sua vida.
Comentários (1)
Cá estou eu de novo, comentando mais um capítulo fantástico! E você só abre parênteses, nunca fecha, hein? Hahahaha. Mas tudo bem, eu adoro mistério, e a sua fic com certeza é recheada deles. E, na minha opinião, as perguntas só vão aumentar agora que o Kevin está em Hogwarts, né? Acho que uma das verdades que o Kevin vai descobrir é do Nathan ser bruxo, mas é só um palpite! Esperando o próximo...Dani
2013-07-06