Osso, Carne e Sangue



                       Osso, carne e sangue


 


- Capítulo trinta e dois. Osso, carne e sangue – leu Susana Bones


 


Harry sentiu seus pés baterem no chão; a perna machucada cedeu e ele caiu para a frente; por fim, sua mão soltou a Taça Tribruxo.


Ele ergueu a cabeça.


- Onde estamos? – perguntou.


Cedrico sacudiu a cabeça. Levantou-se, ajudou Harry a ficar de pé e os dois olharam a toda volta.


 


Harry estava tenso desde que ouvira o nome do capítulo e isso era notável. Os agentes da ordem e seus amigos o olharam preocupados, Hermione deitou sua cabeça no ombro do amigo, Rony lhe dava tapinhas nas costas e dizia palavras de conforto. Gina vencendo a timidez entrelaçou sua mão na de Harry por debaixo da mesa. Um choque passou entre eles, um arrepio gostoso pelo corpo. Eles se entreolharam e sorriram um para o outro timidamente.


 


Estavam inteiramente fora dos terrenos de Hogwarts; era óbvio que tinham viajado quilômetros – talvez centenas de quilômetros – porque até as montanhas que rodeavam o castelo haviam desaparecido. Em lugar de Hogwarts, os garotos se viam parados em um cemitério escuro e cheio de mato. Para além de um grande teixo à direita podiam ver os contornos escuros de uma igrejinha.


Um morro se esguia à esquerda. Muito mal, Harry conseguia discernir a silhueta escura de uma bela casa antiga na encosta do morro.


Cedrico olhou para a Taça Tribruxo e depois para Harry.


- Alguém lhe disse que a Taça era uma Chave de Portal? – perguntou.


- Não. – Harry examinou o cemitério. Estava profundamente silencioso e meio fantasmagórico. – Será que isto faz parte da tarefa?


- Não sei – respondeu Cedrico. Sua voz revelava um certo nervosismo. – Varinhas em punho, não acha melhor?


- É – disse Harry, satisfeito de que Cedrico tivesse sugerido isso por ele.


Os dois puxaram as varinhas. Harry não parava de olhar para todo lado.


 


- VIGILÂNCIA CONSTANTE! – gritou Alastor Moddy assustando todo mundo.


- Credo Olho – Tonto, não precisa nos assustar desse jeito – brigou Tonks.


 


Tinha, mais uma vez, a estranha sensação de que estavam sendo observados.


- Vem alguém aí – disse de repente.


 


- Quem é? – perguntou uma pessoa (ava! ¬ _ ¬).


 


Apertando os olhos para enxergar na escuridão, eles divisaram um vulto que se aproximava, andando entre os túmulos sempre em sua direção. Harry não conseguia distinguir um rosto; mas pelo jeito que o vulto caminha e matinha os braços, dava para ver que estava carregando alguma coisa. Fosse quem fosse, era baixo e usava um capuz que lhe cobria a cabeça e sombreava o rosto. E... vários passos depois, a distância entre eles sempre mais curta – Harry viu que a coisa nos braços do vulto parecia um bebê... ou seria meramente um fardo de vestes?


 


- O que um bebê está fazendo aí? – perguntou Simas Finnigan confuso.


- Vocês irão descobrir daqui a pouco – disse Harry com uma cara não muito boa.


 


Harry baixou ligeiramente a varinha e olhou para Cedrico ao seu lado. O rapaz lhe respondeu com um olhar intrigado. Os dois tornaram a se virar para observar o vulto que se aproximava.


Ele parou ao lado de uma lápide alta, a uns dois metros. Por um segundo, Harry, Cedrico e o vulto baixo apenas se entreolharam.


Então, inesperadamente, a cicatriz de Harry explodiu de dor.


 


Os burburinhos explodiram dos quatros cantos do Salão Principal.


 


- Por que a cicatriz dele doeu? – perguntou Hanna Abbot confusa.


- Longa história – disse Hermione rapidamente. – Volte a ler Susana, por favor.


Mesmo confusa, Susana voltou a ler.


 


Foi uma agonia tão extrema como jamais sentira na vida; ao levar a mão ao rosto, a varinha lhe escapou dos dedos; seus joelhos cederam; ele caiu ao chão e não viu mais nada, sua cabeça pareceu prestes a rachar.


 


Harry fechou os olhos para não ter que encarar as pessoas olhando para ele. Gina vendo o estado do garoto, apertou levemente a mão dele, mostrando que ela estava do lado dele. Ele sorriu para a ruiva entrelaçando seus dedos nos dela, ainda mais.


 


De muito longe, acima de sua cabeça, ele ouviu uma voz fria e aguda dizer: “ Mate o outro.’’


Um zunido, e uma segunda voz que arranhou o ar da noite:


- Avada Kedavra!


 


O silencio reinou em Hogwarts.


Todos estavam em choque para falar alguma coisa. Cho Chang que havia se acalmado um pouco, voltou a chorar desesperadamente e ninguém era capaz de consola-la. Os Lufanos abaixaram suas cabeças em luto pelo antigo colega. O choro baixinho das meninas e das mulheres era ouvidos pelos quatro cantos do salão. Até mesmo os sonserinos abaixaram suas cabeças em respeito. Eles não achavam justo esse tipo de coisa. Pois, segundo seus pais, quando o Lord Das Trevas retornasse, eles teriam poder e acabariam com todos os trouxas, nascidos trouxas e mestiço. Eles nunca quiseram ver seus colegas mortos. Mas ali estava; um comensal matando um meninoque tinha vida inteira pela frente, tinha uma namorada que agora chorava incontrolavelmente, tinha família, amigos, futuro. Pansy, Astoria, Dafne, theo, Draco, Blasio, Crabbe, goyle e muitos outros estavam experimentando naquele momento um dos piores sentimentos que se tem: a  decepção. A decepção por que seus pais mentiram ao dizer que só haveria alegrias no retorno de Voldemort, decepção por notar que, por anos estavam defendendo o lado errado. Mas, por outro lado, a esperança de que ainda dava tempo de consertar o erro tomaram conta deles. Aliais, segundo os trouxas, a esperança é a ultima que morre.


Depois de um certo tempo, Susana com os olhos inchados e vermelhos, voltou a ler.


 


Um relâmpago verde perpassou as pálpebras de Harry e ele ouviu alguma coisa pesada cair no chão ao seu lado; a dor de sua cicatriz atingiu tal intensidade que ele teve ânsias de vomitar, em seguida diminuiu; aterrorizado com o que iria ver, ele abriu os olhos ardidos.


Cedrico estava estatelado no chão ao seu lado, os braços e pernas abertos. Morto.


 


A voz de Susana tremeu ao ler, ela tinha lagrimas escorrendo pelo rosto. Cho saiu correndo para fora do Salão Principal aos prantos. Suas amigas tentaram ir atrás dela, mas Kate as impediu.


- Deixa-a ir. Ela precisa desse tempo sozinha para conseguir lidar com a morte do namorado – ela disse. – Ela neste momento está de luto, como muitos aqui. A morte de Cedrico foi um choque para ela, e agora ela está ouvindo detalhadamente como foi, fez suas defesas falharem novamente. – Ela terminou com um olhar distante.


- Mas ela tá chorando desde o ano passado – disse Hermione. – Ela já devia ter superado não é?


Kate deu-lhe um sorriso. Porém ele não chegavam aos seus olhos.


- Você se surpreenderia em como uma morte pode machucar um coração de alguém. Cedrico significava para ela, o mesmo que o Ronald significa para você Hermione, ou o que o Harry significa para Gina. Ela vai superar a perda dele aos poucos – ela falou gentilmente para a menina que prestava atenção na conversa.


 


 


Por um segundo que continha toda a eternidade, Harry fitou o rosto do colega, seus olhos cinzentos abertos, vidrados e inexpressivos como as janelas de uma casa deserta, a boca entreaberta num esgar de surpresa. Então, antes que a mente de Harry pudesse aceitar o que seus olhos viam, antes que pudesse sentir alguma coisa além de atônita incredulidade, ele sentiu que alguém o levantava.


O homem baixo de capa pousara o fardo que carregava no chão, acendeu a verinha e saiu arrastando Harry em direção à lápide de mármore. O garoto viu o nome ali gravado faiscar à luz da varinha, antes de ser virado e atirado contra a pedra.


                                          TOM RIDDLE


 


Minerva, e Kate ofegaram ao ouvir o nome. Minerva engoliu em seco para evitar as lágrimas e Kate abaixou a cabeça, abalada. Elas sentiam o peso da traição em suas costas. Quantas vezes elas defenderam o amigo de tudo e de todos. Assim como os Marotos dariam suas vidas para salvar Pedro, elas fariam a mesma coisa por Tom Riddle. Mas as duas resolveram esquecer essa parte, deixar para trás. Tom Riddle de agora em diante era passado, ele agora era um desconhecido na vida das duas.


Com um pouco de esforço elas voltaram a prestar atenção na leitura.


 


O homem da capa agora estava conjurando cordas para prender Harry com firmeza, amarrando-o à lápide, do pescoço aos tornozelos. O garoto ouviu uma respiração rápida e rasa saindo do fundo do capuz; ele se debateu e o homem lhe deu uma bofetada – uma bofetada com uma mão à que faltava um dedo. E Harry percebeu quem estava sob o capuz. Era Rabicho.


 


- DESGRAÇADO! – gritou Remo e Sirius furiosos, fazendo as pessoas pularem dos seus lugares por causa do grito repentino. Harry se assustou. Nunca vira Remo descontrolado. Seus olhos estavam amarelos, o que fez muita gente se encolher no banco. Sirius tremia, seus olhos azuis estavam negros e tinha uma expressão assassina no rosto.


- Sirius? – chamou Emelline, delicadamente. – Se acalme, por favor.


- Remo? – Tonks o chamou segurando em seu braço. Um choque passou entre eles. – Vem sentar – ele finalmente percebeu que tinha se levantado e se sentou ao lado de Tonks.


- Continue a leitura, por favor – Minerva disse a Hanna.


 


- Você! – exclamou ele.


Mas Rabicho, que acabara de conjurar as cordas, não respondeu; estava verificando se estavam bem apertadas, seus dedos tremendo descontrolados, apalpando os nós.


 


Remo e Sirius rosnaram ameaçadoramente.


 


Uma vez convencido de que Harry estava amarrado à lápíde sem a menor folga e que não conseguiria se mexer, Rabicho tirou um pano preto de dentro das vestes e enfiou-o com violência na boca de Harry; depois, sem dizer palavra, virou as costas e se afastou depressa; o garoto não podia emitir som algum nem ver aonde fora Rabicho; não podia virar  a cabeça para ver além da lápide; só podia ver o que estava diretamente em frente.


 


O coração de Gina, Molly e Hermione ficaram apertados quando ouviram a situação em que Harry se encontrava.


 


O corpo de Cedrico se encontrava a uns seis metros de distância. Mais adiante, refulgindo à luz das estrelas, jazia a Taça Tribruxo. A varinha de Harry ficara caída no chão aos pés do rapaz. O fardo de roupa que Harry imaginara que fosse um bebê continuava ali perto, junto à lápide. Parecia estar se mexendo incomondado. O garoto observou-o e sua cicatriz queimou de dor... e, de repente, ele concluiu que não queria ver o que estava naquelas roupas... não queria que o fardo se abrisse...


Harry ouviu, então, um ruído aos seus pés. Baixou os olhos e viu uma cobra gigantesca deslizando pelo capim, circulando em torno da lápide a que ele fora amarrado.


 


Sirius e Remo empalideceram com medo de que a cobra fizesse algo de ruim à Harry.


 


A respiração asmática e rápida de Rabicho estava se tornando mais ruidosa agora. Parecia que arrastava alguma coisa pesada pelo chão. Então ele tornou a entrar no campo de visão de Harry e o garoto pôde ver que o bruxo empurrava um caldeirão de pedra para perto do túmulo. Continha alguma coisa que parecia água – Harry a ouviu sacudir – e era maior do que qualquer outro caldeirão que Harry já tivesse usado; sua circunferência era suficientemente grande para caber um adulto sentado.


 


- Hein? – perguntou Sirius confuso. – O que Rabicho pretende fazer? Um ensopado?


Todo mundo riu, exceto Snape, que não ri nem se a piada dançar Ragatanga pelada na frente dele.


 


A coisa embrulhada no fardo de vestes no chão se mexeu com mais insistência, como se estivesse tentando se desvencilhar. Agora Rabicho estava mexendo com uma varinha no fundo externo do caldeirão. De repente surgiram chamas sob a vasilha. A enorme cobra deslizou para longe mergulhando nas sombras.


 


- Que bom que essa cobra saiu daí – disse Molly Weasley recebendo a concordância da maioria das pessoas.


 


O líquido no caldeirão parecia estar esquentando bem rápido.


Sua superfície começou não somente a borbulhar, mas também a atirar para o alto faíscas incandescentes, como se estivesse em chamas. O vapor se adensou e borrou a silhueta de Rabicho que cuidava do fogo. Seus movimentos sob a capa se tornaram mais agitados. E Harry ouviu mais uma vez mais uma vez a voz aguda e fria.


- Ande depressa!


Toda superfície da água estava iluminada pelas faíscas. Parecia cravejada de diamantes.


- Está pronta, meu amo.


 


- Como assim está pronta? – perguntou Hermione nervosa.


- Vocês irão saber.


- Quem é o amo dele? – perguntou Collin Creevey


- Daqui a pouco você irá saber Collin – respondeu Harry.


 


- Agora... – disse a voz fria.


Rabicho abriu o fardo de vestes no chão, revelando o que havia nele, e Harry deixou escapar um grito que foi estrangulado pelo chumaço de pano que arrolhava sua boca.


Era como se Rabicho tivesse virado uma pedra e deixado à mostra algo feio, pegajoso e cego – mas pior, cem vezes pior. A coisa que Rabicho andara carregando tinha a forma de uma criança humana encolhida, só que Harry nunca vira nada que se parecesse menos com uma criança. Era pelada, de aparência escamosa, de uma cor preta avermelhada e crua. Os braços e pernas eram finos e fracos e o rosto – nenhuma criança viva jamais tivera um rosto daqueles – era plano e lembrava o de uma cobra, com olhos vermelhos e brilhantes.


 


Todos no salão tinha uma careta de nojo no rosto. Mas nos rostos de Kate, Jonhy, Minerva e Pomona, havia nojo e desprezo misturado.


- Então era nisso que Ele tinha se transformado? – disse Johny com desprezo na voz


- Por que será que isso não me surpreende? – perguntou Minerva.


- Porque você sempre esteve certa – disse Kate. – Ele no fim sempre foi um ser frio e sem coração. Pior até que muitos vampiros que eu conheço.


- Por favor, volte a ler Susana – Pomona pediu gentilmente à aluna de sua casa.


 


A coisa tinha uma aparência quase desamparada; ela ergueu os braços magros e passou-os pelo pescoço de Rabicho e este a ergueu. Ao fazer isso, seu capuz caiu para trás e Harry viu, à claridade do fogo, a expressão de repugnância em seu rosto fraco e pálido, enquanto transportava a criatura para a borda do caldeirão. Por um instante o garoto viu o rosto plano e maligno iluminar-se com as faíscas que dançavam na superfície da poção. Então Rabicho a depositou dentro do caldeirão; ouviu-se um silvo, e ela submergiu; Harry escutou aquele corpinho frágil bater no fundo do caldeirão com um baque suave.


Tomara que se afogue, pensou o garoto, a cicatriz doendo mais do que era possível suportar, por favor... tomara que se afogue...


 


Hermione deu-lhe um sorriso triste.


 


Rabicho estava falando. Sua voz tremia, ele parecia assustadíssimo. Ergueu a varinha, fechou os olhos e falou para a noite.


- osso do pai, dado sem saber, renove o filho!


 


O silencio pairava sobre o salão. Ninguém ousava dizer nada. Pois ali estava a prova que muitos queriam, que muitos exigiam sobre o retorno de Voldemort.


 


A superfície do túmulo aos pés do garoto rachou. Horrorizado, Harry observou um fiapo de poeira se erguer no ar à ordem de Rabicho, e cair suavemente no caldeirão. A superfície diamantífera da água se dividiu e chiou; disparou faíscas para todo o lado e ficou um azul vívido e peçonhento.


Rabicho choramingou. Tirou um punhal longo, fino e brilhante de dentro das vestes. Sua voz quebrou em soluços petrificados.


_ Carne... do servo... da-da de bom grado... reanime... o seu amo.


Ele esticou a mão direita à frente – a mão em que faltava um dedo. Segurou o punhal com firmeza na mão esquerda e ergueu-o.


 


Todos ofegaram já prevendo o que iria acontecer.


 


Harry percebeu o que Rabicho ia fazer um segundo antes de acontecer – fechou os olhos com toda força que pôde, mas não conseguiu bloquear o grito que cortou a noite, e que o atravessou como se ele tivesse sido apunhalado também. Ouviu alguma coisa cair ao chão, ouviu a respiração ofegante e aflita de Rabicho, depois o ruído nauseante de alguma coisa tombar dentro do caldeirão. Harry não suportou olhar... mas a poção ficou vermelho-vivo e sua claridade atravessou suas pálpebras fechadas...


Rabicho ofegava e gemia de agonia. Somente quando Harry sentiu sua respiração aflita no próprio rosto é que percebeu que o bruxo estava bem diante dele.


 


- Sinceramente – disse Kate interrompendo a leitura de supetão. – Do Rabicho eu só tenho pena. – Ela admitiu.


- Como assim? – perguntou Hermione.


- Pra uma pessoa que tinha amigos que daria a vida por ele, pais que o amavam prestígio na escola por ser um Maroto. Trocar tudo pra servir um mestiço com sede de gloria e poder, a única coisa que eu sinto por ele é pena. Pena e nojo – ela explicou e muitas pessoas ficaram em silencio pensando no que ela falou.


Vendo o silencio, Susana voltou a ler.


 


- S-sangue do inimigo... tirado à força... ressuscite... seu adversário.


 


Todos arregalaram os olhos e olharam em sincronia para Harry que fechou os olhos e suspirou pesadamente. Aquilo já o estava o cansando, as memórias daquela noite nunca esteve tão nítidas como naquele momento. O aperto de Gina se tornou mais forte.


 


Harry nada pôde fazer para impedir isso, estava muito bem amarrado... procurando ver mais embaixo, lutando inutilmente contra as cordas que o prendiam, ele viu o punhal de prata reluzente tremer na mão de Rabicho que restava. Sentiu a ponta da arma furar a dobra do seu braço direito e o sangue fluir pela manga de suas vestes rasgadas. Rabicho, ainda ofegando de dor, apalpou o bolso à procura de um frasquinho que ele aproximou do corte de Harry para recolher o sangue.


 


- OK. Esqueçam que eu disse sobre ter pena do Rabicho. EU VOU MATAR ESSE DESGRAÇADO – Kate gritou essa última parte.


- Eu ajudo – disse Remo e todos olharam para ele assustados.


- Pode contar comigo Kate – disse Sirius botando mais lenha na fogueira.


- Sirius! Remo! – exclamou Molly. – Isso lá é coisa pra se dizer na frente das crianças – ela ralhou.


- Que crianças? – perguntou Johny olhando em volta. – Só se for os primeiros anistas né? Por que só o que eu vejo aqui são um bando de adolescente com hormônios a flor da pele.


- Meus filhos são crianças – disse Molly e os gêmeos, Gina e Rony a olharam feio.


Johny olhou para os gêmeos, para Rony e Gina analisando os quatro atentamente.


- Pelos deuses Molly! – o semideus exclamou. – Eles não são crianças nem aqui nem no Olimpo.


- Eles também não são adultos – disse Molly.


- Eu nunca disse que eles eram adultos – disse Johnattan olhando a senhora atentamente. – É só que a fase infantil deles acabaram é isso que eu estou tentando dizer. Eles cresceram Molly, e daqui a pouco eles vão estar adultos e independentes.


- É difícil né? – perguntou Kate para Molly, Narcisa e Andrômeda. – perceber que os filhos crescem e que eles não precisam mais da gente. Aceitar que eles também tem uma vida e que eles querem vive-la, que eles tem que escolher os próprios caminhos e tomar as próprias decisões sozinhos. A gente tem que aceitar que um dia eles vão sair de casa, que eles irão formar a própria família. Doi não é? Deixar os filhos para caminharem com as próprias pernas?


- Doi demais – sussurrou Molly com as lágimas escorrendo pela bochecha.


- Principalmente quando se é filho único – disse Andrômeda no mesmo estado que a ruiva mais velha.


Narcisa nada disse. Mais ela concordava com cada palavra que a Kate dissera. Doía, mas era assim o ciclo. As mães criavam davam amor, carinho e educação, ensinavam sobre o bem e o mal e no final os filhos vão viver suas vidas e passavam o que aprendiam com elas para a geração seguinte.


- Volte a ler, Susana – disse Anne Watson.


 


O bruxo cambaleou de volta ao caldeirão com o sangue do garoto. Despejou-o ali. O líquido no caldeirão ficou instantaneamente branco ofuscante. Concluída a tarefa, Rabicho se ajoelhou ao lado do caldeirão, depois deixou-se cair de lado e ficou deitado no chão, aninhando o toco sangrento de braço, arquejando e soluçando.


- Covarde, – Sirius rosnou baixinho.


 


O caldeirão foi cozinhando, disparando faíscas em todas as direções, um branco tão branco que transformava todo resto num negrume aveludado. Nada aconteceu...


Tomara que tenha se afogado – pensou Harry, tomara que tenha dado errado...


E então, de repente, as faíscas que subiam do caldeirão se extinguiram. Uma nuvem de vapor branco se ergueu, repolhuda e densa, tampando tudo que havia na frente de Harry, impedindo-o de continuar a ver Rabicho, Cedrico ou qualquer outra coisa exceto o vapor pairando no ar... melou, pensou... se afogou... tomara... tomara que tenha morrido...


 


Um silêncio assustador pairava no Salão principal.


Inconscientemente os casais se deram as mãos. Até mesmo Remo e Tonks, Rony e Mione, Draco e Astória, Pansy e Blásio, entre outros. O pessoal do futuro estava apreensivos também. Victorie inconsciente do seu gesto, levou suas mãos à barriga. Teddy vendo o estado da esposa, a braçou e suas mãos cobriram as dela protegendo a barriga.


Severo estava impassível. Ela olhava ao redor indiferente, até ele encontrar os olhos Dela. À anos seu único amor foi Lilian Evans, mas de uns tempos pra cá seus pensamento tem sido invadidos pela bela mulher de cabelos negros, olhos azuis cintilantes, e sorriso doce e cativante. Ela o olhou de volta, e os profundos olhos azuis Emelline Vance ficaram gravados em sua mente.


 


Mas, através da névoa à sua frente, ele viu, com um assomo gelado de terror, a silhueta escura de um homem, alto e esquelético, emergindo do caldeirão.


- Vista-me – disse a voz aguda e fria por trás do vapor, e Rabicho, soluçando e gemendo, ainda aninhando o braço mutilado, correu a apanhar as vestes negras no chão, levantou-se, ergueu o braço e colocou-as apenas com a mão existente por cima da cabeça do seu amo.


O homem magro saiu do caldeirão, com o olhar fixo em Harry... e o garoto mirou aquele rosto que assombrava seus pesadelos havia três anos. Mais branco do que um crânio, com os olhos grandes e vermelhos, um nariz chato como o das cobras e fendas no lugar das narinas...


Lord Voldemort acabara de ressurgrir.


 


O silencio pesou no salão. As pessoas que não acreditavam estavam boquiabertas, as que acreditavam olhavam para o Ministro que estava estático.


- Bom... é aí isso Ministro – disse Kate encarando Cornelius Fugde duramente. – O senhor não queria um prova de que Voldemort tinha voltado? Aqui está ela. Nós avisamos Ministro, nós avisamos.


Fugde se levantou e olhou para todos sem jeito.


- Peço perdão por não ter acreditado, foi um erro meu – ela disse olhando para Dumbledore. – Amanhã a noticia do retorno de Você-Sabe-Quem já estará nos jornais. E o senhor Black... irei marcar a audiência para que todos saibam de sua inocência. Boa noite a todos, precisarei partir.


- Tchau – remo disse rudemente.


- Bom por hoje chega. Vocês precisam ir durmir pois tem aulas amanhã – Dumbledore disse aos alunos. – Aos adultos, vocês podem ficar aqui no castelo. Os elfos cuidaram dos seus aposentos.


Cadeiras foram arrastadas e todos deixaram o salão comentando sobre a leitura do livro.


 


Sorry pela demora. Talvez, TALVEZ, eu comece a postar todo sabado. Não é nada garantido.
BJs. 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.