Família Forte
Mia nao tocou no seu café da manhã. Olhava para o copo de suco mas não falava nada. Teddy estava ficando incomodado com aquele silencio.
- Voce respondeu o seu pai? – Ele perguntou.
- Uhum.
- Acha que ele vai aceitar?
- Não sei.
- Está tudo bem?
- Aham.
- Não, não está. Está arrependida por ter colocado o seu nome no cálice?
Ela olhou para ele e suspirou.
- Não, mas estou pensando... Será que ele escolheu mesmo o meu nome? Quero dizer... Pode ser que eu não consiga nem passar da primeira tarefa.
- Eu sei que vai.
- Meu pai disse que para a minha proteção ele não queria que eu colocasse o meu nome. E se ele tivesse certo? E se algo me acontecer?
- Bom, eu sei que você é uma ótima bruxa, e que vai ser muito difícil te vencer nesse torneio.
Mia abriu um largo sorriso para ele.
- Mia... – Gabriel se aproximou. – Professora Mcgonagall quer falar com a gente. Agora.
- Certo. – Mia suspirou e levantou. – Te vejo mais tarde Ted.
- Até mais.
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Hermione tinha dormido depois que Tiffy lhe deu um chá. Pelo menos durante o sono ela não pensou na cena que tinha presenciado. Ouviu uma conversa vinda do primeiro andar, e teve que contar até dez antes de ter um ataque de ciúmes. Sabia que a cena ia se repetir.
Colocou o seu roupão, a noite estava fria. Desceu as escadas e parou na porta da cozinha. Toda a sua família estava sentada na mesa se deliciando com brigadeiro. Inclusive Angela estava sentada à mesa. Tiffy era a única que permanecia de pé, parecendo estar pensando o mesmo que Hermione.
- Mãe! Quando você chegou? – Anny perguntou. Todos se viraram para ela, e Angela parou de sorrir.
- Algumas horas atrás.
- Como? Eu não vi. – Rony disse.
- Você estava ocupado. – Ela o alfinetou.
Todos ficaram em silencio, sabendo que Hermione tinha presenciado a brincadeira no jardim.
- Tiffy preparou um chá para mim, e eu adormeci.
- Minha Senhora Hermione disse que não estava muito bem. – Tiffy disse.
- Se sentiu mal de novo? – Rony se levantou e foi até ela.
- Um pouco. – Ela se afastou dele. – Já estou melhor agora.
Rony a olhou, querendo entender o que estava acontecendo.
- Quer brigadeiro mamãe? – Rose perguntou. Hermione sorriu e se aproximou.
- Hum, parece gostoso.
- Sim, a tia Angela ensinou a gente fazer.
Hermione tirou o sorriso do rosto e olhou para Rose.
- Não vai comer mãe? – Anny perguntou.
- Não... Estou sem fome.
Angela se levantou e foi até Hermione.
- Desculpe Hermione, quer que eu prepare alguma coisa? Uma sopa?
- Não, estou bem Angela. Obrigada.
- Quer ir ao hospital? – Rony perguntou.
- Eu disse que estou melhor. – Respondeu ainda calma. – Não estou doente.
Um silencio perturbador pairou no ar. As crianças abaixaram a cabeça, Angela olhava para a pia e Rony olhava para Hermione. Ela olhou para Allan, e logo percebeu que tinha algo diferente nele.
- Mexeu com poções hoje Allan? – Hermione perguntou calma.
Ele levantou a cabeça tão assustado, que qualquer um poderia saber que ele fez coisa errada.
- Por que mãe?
- Só me responde.
Ele olhou para Angela, pedindo ajuda.
- Foi culpa minha Hermione. – Ela disse. – Eu o deixei fazer poções.
- O que? – Rony perguntou. – Já não dissemos que esta proibido de fazer isso? – Rony olhou para ele.
- Realmente não foi culpa dele. A culpa foi minha. – Angela insistiu.
- Não Angela, a culpa não foi sua. – Rony disse. – Ele sabe muito bem que esta proibido de mexer com poções.
- Mas ele não pensou nisso sozinho. – Hermione disse.
- Realmente... Ele não pensou. Fui eu, não o culpem. – Angela disse.
Hermione suspirou e Rony olhou para as duas.
- Bem... Tudo bem então. – Ele disse por fim.
- Tudo bem? Ele nos desobedeceu. – Hermione disse.
- Mas não foi totalmente culpa dele.
- E vai deixar por isso mesmo?
- Ah mãe, não vão me castigar por isso e...
- Allan, você sabe muito bem que é proibido de fazer isso. Temos que te dar um castigo, você sabe.
- Mas vocês me dão castigo sempre.
- Então para de fazer coisas erradas.
- Não é justo. – Ele cruzou os braços. – Se a Angela fosse a minha mãe ela não me castigaria.
Aquilo foi como um tiro bem no coração de Hermione. Tudo o que ela temia, tinha acabado de acontecer. A imagem de sua família brincando no jardim, dos seus filhos se divertindo com outra pessoa... Tudo isso veio em sua mente. Não demoraria muito, até Rony ia se cansar dela e a trocaria.
- Allan! Peça desculpas! – Rony disse bravo.
Hermione apenas continuou parada em seu lugar.
- É melhor subirem, está na hora do banho. – Angela disse. – Tiffy, você me ajuda?
- Sim. – A elfa parecia ter despertado de um transe. As crianças se levantaram em silencio, e uma a uma saíram da cozinha, seguidas por Tiffy e Angela.
- Hermione... Ele não quis dizer isso. – Rony se aproximou dela. – Você sabe como o Allan é... Fala coisas sem pensar e...
- Eu vi tudo.
- Viu o que?
- Vi vocês se divertindo sem mim no jardim.
- Hermione, aquilo não foi nada.
- Vocês estavam se divertindo sem mim aqui também. – Ela apontou para a mesa.
- Ainda está com ciúmes Hermione...
- Ciúmes? Ah não Rony... Ciúmes era o que eu tinha antes. Agora eu tenho certeza que ela está tramando alguma coisa.
- Ela? Ela quem?
- Angela, é claro!
- Ah Hermione, por favor! Ela não tem nada a ver com isso...
- Claro que tem! Ela fez Allan nos desobedecer. Ela está tirando as minhas filhas de mim!
- Hermione você se vê falando isso? É uma bobeira! Ninguém quer tomar o seu lugar.
- Tem certeza? – Ela pegou um livro que estava em cima da pia e o jogou na mesa. Rony abriu o livro, e começou a rir.
- Está assim por causa de um livro de receitas?
- Já viu o livro?
- Já Hermione, você vê esse livro todos os dias.
- Só que esse não é o meu livro.
Ele olhou novamente para o livro, e depois para Hermione.
- Não estou entendendo.
- Esse é o livro dela! Ela copiou todo o meu livro de receitas.
- É só um livro Hermione!
- Não Rony! – Hermione andou de um lado para o outro. – Eu não consigo te explicar! É uma coisa que eu sinto. E eu sinto que isso não está nada bom. É um extinto materno... Sempre que ela está presente eu sinto alguma coisa ruim...
- Acho que você precisa descansar. – Ele se aproximou, mas ela se afastou.- O que foi Hermione? Não quer que eu te toque?
Ela ficou em silencio.
- Não acha que isso está passando dos limites? Aceito você ter ciúmes, ACHAR que alguém quer tomar o seu lugar, mas o que EU tenho a ver com isso? Não tenho culpa.
- Como acha que eu fiquei vendo você se divertir com outra mulher, junto com nossos filhos?
- Do mesmo jeito que eu fiquei vendo você e seu colega na sua sala hoje de manha.
- Aquilo foi diferente Ronald.
- Não foi não.
- Peter estava me agradecendo por...
- Por quê?
- Não posso dizer.
- Ah, não pode? Então quer dizer que você e seu coleguinha agora têm segredinhos juntos?
- Não é isso Rony, é que eu prometi que não ia contar para ninguém.
- Agora deu pra ter segredos do seu próprio marido?
- Não Rony... Você não entende.
- Não, eu não entendo mesmo.
Ele se virou e ia sair da cozinha, quando Hermione disparou:
- Vai dormir fora de casa de novo? Vai me deixar sozinha? Vai se acostumar a fazer isso?
- Hermione...
- Porque se for me avise! Não quero ficar preocupada com você mais uma noite. Ficar sem dormir, esperando você chegar.
- Hermione...
- Sabe Rony, eu sinto falta de quando nossa família era a coisa mais importante do mundo para você. Eu não sei mais o que está acontecendo! Meus filhos e meu marido me desprezam... Eu chego em casa e ninguém nota mais. Você toda briga vai dormir fora de casa... Eu estou cansada! Às vezes penso que estou em um pesadelo!
Ela saiu batendo os pés.
- Hermione! – Ele a chamou de novo, mas ela subiu as escadas. Ele passou a mão pelos seus cabelos e suspirou.
- Rony? – Angela entrou na cozinha.
- Oi... – Ele tentou sorrir.
- Vim beber um pouco de água e não pude deixar de ouvir. Olha... Se eu estiver causando problemas, eu vou embora...
- Não Angela. Hermione só está um pouco nervosa. Ela sempre fica assim por causa da gravidez.
- Eu não quero destruir sua família. Vocês me tratam tão bem, me acolheram. Eu só quero o bem, pra todos vocês.
- Eu sei disso Angela. – Rony sorriu. – Eu vou conversar com Hermione, e tudo isso vai passar.
- Tudo bem...
- Boa noite Angela, e obrigado pela tarde. As crianças se divertiram muito.
Ele sorriu e saiu da cozinha. Angela abriu ainda mais o sorriso.
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- Então é só isso? – Victória perguntou. – A primeira tarefa é só um labirinto?
- Bom, foi isso que Minerva disse. – Mia falou.
- Ah, mas com certeza tem alguma coisa a mais... Não fariam um simples labirinto. – Teddy comentou.
- Mas de qualquer jeito, não é tão ruim assim. Você só tem que estar alerta a tudo.
- Talvez coloquem bicho papão, ou algo do tipo. – Mia sorriu. – É mole.
- É, espero que seja só isso mesmo. – Teddy disse.
- Eu vou dormir, estou muito cansada. – Victória se levantou. – Boa noite.
- Boa noite. – Os dois responderam.
- Eu também vou, tenho que descansar... Provavelmente amanha não vou conseguir dormir. – Mia se levantou.
- Tome cuidado Mia. – Ele segurou a mão dela. – Quero dizer... Como eu contaria para o seu pai que alguma coisa te aconteceu?
- Você vai se sair bem. – Ela sorriu.
- Não tem graça.
- Precisa melhorar seu bom humor, Lupin. – Ela riu e subiu as escadas.
Abriu a porta e entrou em seu dormitório. Foi até a sua cama, e percebeu que havia um bilhete. Ficou com medo pensando ser um berrador de seu pai. Não seria a primeira vez que ele mandava. Mas notando que o papel estava apenas dobrado, ela o pegou. Quando o abriu, viu que várias fadinhas começaram a voar em volta dela.
Com o deslumbre das fadas, Mia leu o pequeno recado que havia no bilhete:
“Não confie nas fadas.”
Assim que terminou de ler, as fadas desapareceram, virando pequenos brilhos e caindo sobre o papel. Mia ficou algum tempo tentando entender aquela frase, mas notou que estava cansada demais para pensar. Decidiu dormir.
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- Mia? – Hermione andava pela casa. – Mia, você está aí?
- Estamos aqui em baixo! – A voz de Mia ecoou pelo corredor. Hermione desceu as escadas, mas parou quando notou que Angela estava no sofá com sua filha. – Estamos conversando.
- Você... – Hermione disse fechando a cara.
- O que foi Hermione? – Mia perguntou. – Por que está com essa cara?
- Hermione? Por que está falando assim comigo? – Hermione cruzou os braços. – Eu sou sua mãe...
- Mãe? Claro que não! – Ela deu uma gargalhada. – Angela é minha mãe.
Hermione não entendia o que estava acontecendo.
- Mamãe, mamãe! – Rose correu escada abaixo e pulou no colo de Angela, que não parava de sorrir.
- O que está acontecendo? – Hermione perguntou confusa.
- Pensei que ela já tinha ido embora. – Anny desceu as escadas.
- Eu também. – Allan desceu atrás. – Mãe, por que ela ainda está aqui? – Ele perguntou para Angela.
- É, será que ela ainda não percebeu que ninguém aqui gosta dela? – Anny deitou no ombro de Angela.
- Mas... – Hermione parou e observou Rony entrar na sala. Ele tirou o seu casaco, e o colocou no sofá. Beijou cada um de seus filhos e depois... Beijou Angela.
- O que? – Hermione abriu a boca.
- Como foi a tarde, querida? – Ele abraçou Angela pelo ombro. – Oh, Hermione... Você ainda está aqui. Pensei que já teria ido embora.
- Ela insiste em ficar onde ninguém gosta dela. – Mia disse.
- Acho melhor você ir embora com seu filho. – Rony disse friamente. – Ninguém quer vocês aqui.
- Meu filho? Mas é seu também!
Todos deram gargalhadas.
- Eu não seria bobo a ponto de ter mais um filho com você. Deve ser do Peter, seu amante.
- Ele não é meu amante!
- Ninguém se importa! – Ele disse. – Ninguém realmente se importa.
Todos abraçaram Angela, enquanto ela debochava de Hermione.
- Você não tem mais família... Agora eu faço parte dessa família. – Angela disse antes de cair na gargalhada.
Hermione sentou-se na cama assustada.
- O que foi Hermione? – Rony resmungou ainda deitado. – Volte a dormir.
Hermione respirava ofegante, enquanto voltava para a realidade. Rony estava deitado ao seu lado na cama, mas parecia cansado demais para notar que ela teve um pesadelo. Uma pontada fraca bateu em sua barriga e Hermione colocou a mão rapidamente.
- Está tudo bem... Está tudo bem... Está tudo bem... – Ela respirava fundo de olhos fechados.
- Que foi? – Rony se sentou, olhando para ela. – Está se sentindo mal?
- Não... Só tive um pesadelo.
Rony suspirou e cobriu Hermione ainda mais.
- Está frio.
Ela olhou para ele, e observou ele voltar a deitar.
- Vem... Deita aqui. – Ele apontou para o lado dele. Hermione se deitou e ele a puxou para mais perto, beijando ela rapidamente. Terminou de cobri-la e a abraçou. – Está melhor agora? – Ele sorriu.
- Muito melhor.
Ele sorriu.
- Rony... Sobre hoje...
- Acho que devo te pedir desculpas.
- O que?
- Eu sei que devia ter conversado com você antes de ficar nervoso. Sobre o Peter, eu digo. Sei que ele é apenas seu colega de trabalho. Mas é que eu fico nervoso apenas de ver outra pessoa ao seu lado.
- Sei muito bem como é isso.
- E sobre hoje... Não precisa ficar assim... Ninguém vai roubar o seu lugar. As crianças te amam muito, assim como eu.
- É que às vezes me sinto sozinha. – Ela suspirou.
- Mas nós estamos com você. Eu estou com você. Até o fim. – Ele sorriu e acariciou a barriga dela. – Parece que meu garotão ta dando mais trabalho.
- Só um pouquinho.
- É garotão... É bom não dar tanto trabalho assim quando nascer. – Os dois riram.
- Acho que agora consigo dormir melhor.
- Eu também. – Ele apertou mais o abraço e os dois fecharam os olhos.
Ouviram a porta se abrir, e Rony se ergueu para olhar. Allan entrou no quarto com a cara mais arrependida do mundo.
- O que foi? – Rony perguntou.
- Eu... Eu queria... Conversar com a minha mãe. – Ele disse com a voz baixa.
- Filho, são duas da manhã.
- Eu sei pai...
Hermione se ergueu e o olhou.
- É que eu não consigo dormir... Estou me sentindo culpado por ter falado daquele jeito com você mãe, desculpe. Eu não quero outra mãe a não ser você. Você... Você é a melhor mãe do mundo.
Hermione sorriu emocionada.
- Desculpas aceitas. – Hermione riu.
- Eu... Eu queria dormir com você... Essa noite. – Ele abaixou a cabeça envergonhado.
Hermione e Rony riram.
- Vem aqui. – Hermione se aproximou mais de Rony, deixando um espaço para ele do lado esquerdo. Allan correu pulando na cama e abraçou Hermione.
- Eu te amo mãe.
- Eu também te amo meu bem.
- E... Não conte isso para as meninas. Principalmente para Anny.
- Não se preocupe, não vou contar.
- Mãe... Como você descobriu que eu tinha feito poções?
- Você esqueceu de tirar o jaleco. – Ela respondeu divertida.
- Ah não... Como fui burro!
Rony e Hermione riram.
- Mas prometo que da próxima vez vou tomar cuidado para vocês não descobrirem.
Os dois olharam para ele.
- Brincadeira. – Os três riram.
Rony abraçou mais Hermione, e ela fez o mesmo com Allan. Numa madrugada fria como aquela, dormir com os dois homens da sua vida, não tinha preço. Mas sentir-se amada por eles, era muito, muito melhor.
Comentários (2)
Ahhh adorei a fofura do Allan *-* Angela vai se ferrar mesmo...Fiquei com pena da Mione e acho que alguém tá tentando "ajudar" a Mia...E é claro o Teddy continua caidinho por ela *-*Beijoos1
2013-07-29Que fofo o Allan. E aquela Angela vai si dar mal eu espero. Coitada a Mia espero que ela se saia bem do labirinto. Já estou apreensiva por ela.Bjs!
2013-07-29