The Dark Prince



Disclaimer: Harry Potter não me pertence e tudo que vocês reconhecem pertence a J.K. Rowling. Essa história também é inspirada em “A Shattered Prophecy”, do Project Dark Overlord.


Chapter Two – The Dark Prince


Lily suspirou ao escrever no último dos papéis que tinha corrigido. Poções era uma matéria mais difícil do que as pessoas imaginavam e corrigir as dissertações desse assunto não era uma tarefa fácil. Ela recostou-se na cadeira e massageou seu pescoço cansado. Estivera tentando corrigir tudo antes de ir para a cama.


A ruiva olhou em volta. Seus aposentos pessoais em Hogwarts ficavam nas masmorras, mas ela conseguira trazer um nível de conforto a eles. Tinha dado ao lugar um toque feminino ao pintar as paredes de cimento e decorar o quarto o melhor que pôde.  Em sua mesa tinha fotos de sua família. Sempre sentiu que era importante poder ver o rosto de um ente querido enquanto trabalhava.


Menos mal que ela tivesse fotos de sua família ao seu redor, já que quase não tinha mais chance de ver James. Com ela ensinando poções e ele fora com suas obrigações de auror, sem mencionar que ambos eram membros da Ordem da Fênix, ficavam quase sem tempo para ficar juntos. As férias escolares eram o único momento que tinha para estar com sua família.


Seus olhos verde esmeralda moveram-se para a foto de seu filho de doze anos. Se não fosse por Damien, ela teria trabalhado em tempo integral para a Ordem. Damien ingressara em Hogwarts há dois anos e ela tinha assumido o posto de professora de Poções no ano anterior, quando lhe foi oferecida a posição. Damien reclamara sem parar de que ele não poderia fazer nenhuma travessura se ela estivesse em Hogwarts também, mas aquilo apenas encorajou Lily a aceitar o cargo.


A professora suspirou novamente e segurou a foto dele. Tinha sido tirada no ano anterior, quando Damien era um primeiranista. Ao contrário de seu irmão mais velho, Damien não era a cara do pai. Ele ainda tinha o cabelo negro, mas não era bagunçado como o de James. O menino tinha os olhos do pai, olhos castanhos profundos que ele sempre usava para sair de problemas, novamente muito parecido com o pai. Suas feições, no entanto, pareciam com Lily. Ele tinha o nariz de sua mãe, a boca e até o sorriso dela. Herdara o temperamento da mãe e amor do pai por fazer travessuras. Ele era uma mistura dos dois. Sirius assumira o papel de tornar Damien um rival de James na arte de criar problemas e fazer travessuras. É claro que o menino estava muito ansioso para aprender através de um maroto.


Lily olhou para a foto de James e sentiu seu coração doer com saudades dele. Ela não o vira nas últimas duas semanas. Mas aquela dor não era nada comparada a angústia que tomava conta dela toda vez que olhava a foto próxima à dele. A foto fora tirada apenas 3 dias antes de ele ser levado. Lily voltou seus olhos esmeralda para o porta-retrato de seu filho mais velho, Harry. Ele estava rindo e apontando para ela, antes de bater suas mãozinhas. Seu coração apertava tão dolorosamente quando olhava para seu bebê. Ela tirou os olhos da foto e olhou para o pequeno calendário em sua mesa, que mostrava a data de 31 de maio. Sentiu sua respiração engatar em seu peito. “Dois meses”, ela pensou, “em dois meses ele teria feito dezesseis anos”.


Ela sempre pensara em Harry dessa forma. Sempre imaginando o que ele estaria fazendo se ainda estivesse vivo. Era difícil para James escutar Lily falar sobre o filho mais velho, tanto que Lily tinha parado de mencioná-lo para o marido.


James sofrera o golpe emocional de perder seu filho de forma muito mais dura que ela. Afinal, fora o amigo dele que roubara Harry bem debaixo do teto deles e o havia entregado a um monstro, para ser brutalmente assassinado. Fora seu amigo quem atacara ele e Sirius antes de sequestrar Harry. Isso fazia o homem sentir-se culpado e responsável. Lily lembrava o quão horrível tinha sido quando James acordara quinze dias depois do ataque e soubera o que seu amigo tinha feito, que eles tinham perdido o filho. Ele sempre se culpou por não ter protegido a criança. Tinha jurado a si mesmo que encontraria Peter e Voldemort e mataria a ambos. Na maior parte dos dois anos seguintes, tudo que James fez foi tentar encontrar uma forma de chegar ao Lorde das Trevas e seu Comensal da Morte, Peter.


A chegada de Damien devolveu a vida a James. Só então voltou a ser ele mesmo novamente. Mas a ruiva sabia que mesmo agora ele estava trabalhando duro para encontrar Voldemort e Peter. Ele não desistiria da busca, não até que tivesse sua vingança.


Lily desviou os olhos da foto de Harry e coçou os olhos cansadamente. Ela se levantou e dirigiu-se a um pequeno aposento, onde ficava uma cama de dossel. Estava prestes a ir para a cama quando uma batida suave alertou-a para a janela. Olhou para a janela oval e viu uma pequena coruja marrom olhando para ela. A ruiva sorriu e correu para deixar a pequena criatura entrar. A coruja piou alegremente e imediatamente estendeu a perna oferecendo um pequeno rolo de pergaminho. Ela o pegou agradecida e nem viu a coruja levantar voo imediatamente depois. Sabia que a carta era de James visto que ele sempre usava corujas do Ministério. Rapidamente rasgou o envelope e começou a ler a carta.


Querida, Lily


Como você está, amor? Espero que esteja tudo bem. O que me lembra, como está nosso pequeno desordeiro? Espero que você não esteja colocando-o em muitas detenções. Diga a Damy que eu tenho ingressos para a Copa Mundial e que com certeza nós vamos assistir. Bulgária e Irlanda! Muito legal! Mal posso esperar! Mas, hum… como você está indo querida?


Eu espero poder ir te ver nesse fim de semana.Talvez possamos ir a Hogsmeade quando eu acabar.


Se cuide, querida, e mande um beijo para Damy.


James.


Lily sorriu e colocou a carta de lado. James e Quadribol, não havia como separá-los. Damien ficaria contente, no entanto, ele estivera falando sobre os ingressos para esse jogo nas últimas três semanas. Ela sabia que o marido torcia pela Irlanda, enquanto Sirius e seu filho sempre foram fãs da Bulgária.


 “Isso vai ser interessante”, pensou Lily enquanto arrastava-se sobre a cama e puxava o cobertor para cima. Ela estava tão cansada que logo adormeceu. Seu último pensamento coerente foi:


 “Gostaria de saber por quem Harry torceria…”


xxx


Num quarto escuro, cheio de diversos livros e pergaminhos, estava sentado um bruxo alto e de cabelos escuros. Seus olhos azuis estavam fixos no copo em sua mão. Ele encarou o líquido âmbar no copo, sem realmente olhar para ele. Sua mente estava distraída por outro assunto muito mais preocupante.


Sabia que o que estava fazendo era perigoso, muito perigoso. Na verdade, estava certo de que se alguém soubesse, pensaria que ele estava louco. Chantagear o Lorde das Trevas não era algo considerado leviano. Mas ele sabia que se conseguisse, teria poderes incalculáveis. Ele já pertencia ao ciclo interno de Lorde Voldemort, fazendo parte do grupo de elite. Mas o Lorde das Trevas lhe daria o que quisesse em troca de seu silêncio. Lorde Voldemort podia lhe dar o tipo de poder de que os outros só podiam sonhar. Ele poderia muito bem ser o Comensal da Morte mais poderoso, talvez tão poderoso quanto o Lorde das Trevas. Valia a pena o risco.


A mão de Jason Riley estremeceu novamente enquanto pensava sobre o que estava arriscando. Ouvira os rumores, cochichos entre os outros Comensais da Morte, sobre aquele que servia ao Lorde das Trevas. Aquele que ninguém tinha visto, mas que sabiam existir. Ele não acreditava naquilo, não completamente. Disse a si mesmo que o Príncipe Negro era apenas um mito, fabricado e exagerado para assustá-los, para mantê-los na linha. Mas as mortes de muitos talentosos e poderosos Comensais da Morte eram creditadas ao Príncipe Negro: Yaxley, Davidson, Hugh, Patterson e cerca de mais meia dúzia, havia rumor de que todos foram mortos pelo Príncipe Negro.


Jason levou o copo aos lábios e bebeu o resto de sua bebida, esperando afastar o temor gélido de seu peito. Assim que o copo vazio tocou a mesa, as luzes piscaram momentaneamente antes de se apagarem por completo. O Comensal da Morte sentou-se congelado em sua cadeira quando o cômodo foi lançado na escuridão. Ele pegou a varinha, os nós dos dedos ficando brancos com seu aperto firme. Lentamente, o homem se levantou, seus olhos vasculhando todos os cantos da sala.


- Lumos. – sussurrou e a ponta da varinha acendeu, mas a luz ainda não era bastante para ser reconfortante.


Segurando firmemente a varinha acesa, Jason Riley atravessou a sala, em direção à porta. Ele a abriu lentamente, sua mente lhe dizendo que não deveria estar com tanto medo. Em pé na soleira de sua porta, Jason esperou para ver se alguma coisa acontecia. Não conseguia ver ninguém. Segurou sua varinha acesa acima da cabeça, mas ainda não conseguia ver ninguém.


Assim que saiu da sala, ele sentiu a súbita mudança no ar ao seu redor. Quase podia sentir a magia no ar, antes de escutar os passos leves atrás de si. Parou onde estava e ficou imóvel. Lutando contra o pânico, Jason virou-se lentamente para encarar seu visitante. Tudo que conseguia distinguir na pouca luz era uma silhueta.


O homem soube, então, que o mito era verdade.


Mesmo assim, se viu perguntando:


- Quem é você?


A figura deu um passo à frente, de modo que a luz da varinha de Jason pudesse iluminá-lo. Jason nervosamente assimilou a aparência do bruxo em sua frente. Trajando vestes escuras, rosto escondido por trás de uma máscara prateada, que revelava apenas seus olhos verde esmeralda, estava aquele que todos os Comensais da Morte temiam: o filho do Lorde das Trevas, o Príncipe Negro.


- Eu acho que você já sabe. – veio a resposta e Jason ouviu sua voz jovem.


O Comensal percebeu que o Príncipe Negro ainda era um garoto, provavelmente ainda um adolescente.


- Por que está aqui? – Jason perguntou, tentando fingir-se calmo.


- Você traiu Lorde Voldemort. – o garoto respondeu, um silvo de raiva em suas palavras. – Estou aqui para entregar sua punição.


Jason viu que embora o garoto em sua frente estivesse segurando a varinha, não a estava apontado para ele. Ele tentou usar aquilo em seu favor.


- Eu nunca trairia meu Senhor! Sou seu humilde servo. Eu jamais poderia pensar em... AVADA KEDRAVA! – Jason disparou a maldição da morte num movimento repentino.


O bruxo com a máscara prateada saiu do caminho, desviando-se do jato de luz verde. Jason rapidamente apontou para ele e tentou matá-lo novamente.


Antes que as palavras saíssem de sua boca corretamente, a varinha foi subitamente arrancada de sua mão. A força do feitiço de desarmamento não verbal foi tão brusca e poderosa, que fez a varinha ser arrancada de Jason. O objeto atingiu o chão com um estrondo e apagou, fazendo a sala mergulhar na escuridão.


O Comensal da Morte aproveitou a chance e correu em direção à escada, mantendo-se o mais abaixado possível para evitar se atingido por qualquer maldição.


Ele desceu as escadas correndo, com a intenção de usar a lareira para sair dali. Atingira a base da escada quando sentiu um feitiço passar voando por cima de sua cabeça. O homem se abaixou instintivamente.  Foi quando sentiu a ponta de uma varinha pressionada na parte de trás de sua cabeça.


- Levante-se! – veio o comando e o Comensal da Morte lentamente ficou de pé.


Ele era três ou quatro centímetros mais alto que o Príncipe Negro, mas aquilo não o confortou de forma alguma.


- Por favor, por favor, Príncipe Negro. – Jason tentou desesperadamente. – Não me mate!


As luzes acenderam novamente e Jason encontrou-se olhando diretamente para um par de surpreendentes olhos verdes, que, para seu espanto, não continham piedade alguma.


- Você é um traidor, e traidores recebem apenas um castigo. – o Príncipe Negro lhe disse.


Antes que Jason pudesse fazer qualquer coisa, as palavras da maldição da morte foram sussurradas e a luz verde o atingiu bem no meio dos olhos. O Comensal da Morte caiu no chão, morto.


O Príncipe Negro deu apenas uma olhada no cadáver aos seus pés antes de se virar e sair. Sua missão estava completa.


 

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