Aniversário em Dourado e Verme
O Aniversário em Dourado e Vermelho
A semana seguinte ao encontro com Christine transcorreu muito bem. Harry passava seus dias com a garota e a família e voltava para a casa dos tios só para dormir. Era incrível que ela fosse como Rony e Hermione, ele podia contar-lhe tudo, mas o que sentia pela garota era algo mais forte, algo mais parecido com o que sentira por Cho. Entretanto ele não conseguia ficar tão à vontade com Cho como ficava com Christine.
E a garota estava sendo uma ótima companhia, havia duas semanas que não recebia mais cartas de Rony e Mione, só de Lupin, Gina e Tonks, então ele substituía os amigos por Christine, que estava se tornando tão ou mais próxima que eles.
Na sexta à noite, na véspera do aniversário dos dois, Harry estava no quarto da garota quando duas corujonas adentraram pela janela. Uma era a sua linda coruja da neve, Edwiges; a outra ele não conhecia, era um grande espécime macho preto e de olhos âmbar como os da outra.
Os dois pousaram no espaldar da cadeira, lado a lado. O contraste de cores embelezava o par. Edwiges trazia uma carta presa ao bico. Ao notar isso, Harry se levantou da cama e apanhou-a e voltou a sentar-se ao lado de Christine.
– Quem é essa coruja? – perguntou desenrolando o pergaminho.
– Esse é Merlin. Ele está comigo desde que nasceu. Eu o achei ainda um ovinho no quintal da minha casa, largado num canto perto da sebe. Então eu o choquei e ele nasceu. Acho que eu devia ter uns dez anos. – respondeu a garota – A Edwiges tem estado muito com ele, ultimamente.
– Deve ser bom pra ela ter alguma outra coruja com quem conviver. – disse Harry olhando para as duas corujas empoleiradas – Ela se sente meio só no verão.
Harry abaixou os olhos para a carta. Tinha dois pergaminhos enrolados um no outro. Em um deles ele reconheceu a letra de Gina, no outro a do Sr. Weasley.
Harry
O papai queria ter escrito essa carta pra você, mas como faz mais de seis dias que eu não te escrevo, pedi para ele me dizer o que lhe escrever. Estou com saudades suas, todos estamos. Mas amanhã você poderá vir pra cá. Viemos todos para o Largo Grimmauld semana passada.
Papai falou com Dumbledore e ele achou que estaria tudo bem. Então sábado você vá à casa dos Wentland que às duas horas vocês todos vêm para o Largo Grimmauld. Dumbledore já falou com eles.
Tem uma carta escrita pelo papai para você entregar para o seu tio, que explica tudo. Bom, eu não podia estar lhe contando isso, mas o Dumbledore quer falar com você a respeito da casa. Por favor, não diga a ninguém que eu lhe disse isso.
Bom, por aqui está tudo normal, fora que eu estou me sentindo muito sozinha durante o dia, porque Fred e Jorge passam o dia na loja de logros no Beco Diagonal e Rony e Mione quase nunca aparecem a não ser para as refeições. Então eu fico ou cuidando do Bicuço ou brincando com Bichento. No começo das férias Dino me visitava n’A Toca, mas nós discutimos e terminamos. Acho que com você aqui eu não vou me sentir tão sozinha.
Estou ansiosa por conhecer Christine. O Sr. e a Sra. Wentland dizem que vocês estão se dando muito bem. O que vocês têm feito de bom?
Bem, vou ficando por aqui, tenho que alimentar o Bicuço. Até sábado.
Afetuosamente,
Gina
Harry sentiu o coração acelerar levemente. Gina estava sozinha novamente e isso lhe proporcionava um inexplicável bem-estar. O que seria aquilo? Ele estava certo que sentia algo a mais por Christine, mas a verdade era que ele também se sentia estranho quando lia as cartas de Gina.
Parou com seu devaneio e leu a carta do Sr. Weasley para o tio Valter que dizia basicamente que Harry passaria o resto das férias fora, e que não era necessário que se preocupassem com ele, o que Harry duvidava que pudesse acontecer.
Quando Harry levantou os olhos das cartas, viu Christine lendo um pergaminho, provavelmente entregue por Merlin. Quando a garota terminou a leitura e levantou os olhos viu Harry observando-a e sorriu meio constrangida.
– É de Gabriele. – disse se referindo à carta – Você a conhece, é a irmã da Fleur.
– E como você a conhece? – perguntou Harry.
– Elas eram minhas vizinhas, morávamos na mesma rua. Ela me contou quando foi resgatada do lago de Hogwarts pelo famoso Harry Potter. – disse divertida.
– Ela contou também que eu fui um tapado em fazer isso? – perguntou Harry fazendo uma careta engraçada.
Christine riu com gosto.
– Eu fiquei sabendo. – disse divertida – Aliás, acho que Beauxbatons inteira ficou sabendo.
– Ótimo! – exclamou Harry fingindo amargura de forma cômica – Sou motivo de chacota internacional!
Os dois riram e os olhos de Harry recaíram sobre Edwiges e Merlin, que estavam trocando carinhos, ainda empoleirados no espaldar da cadeira da escrivaninha. Ele chamou silenciosamente a atenção de Christine e apontou o casal de corujas.
– Acho que teremos corujinhas piando irritantemente nos nossos ouvidos logo em breve. – sussurrou.
Christine reprimiu o riso.
– Que lindo isso! – disse baixinho – Eles fazem um ótimo casal.
– Fazem mesmo. Ih, olha a hora! – disse Harry olhando no relógio de parede verde-claro de Christine – Acho que já vou, se não os Dursley me arrancam o couro. Vamos Edwiges?
A coruja voou para o ombro do dono e eles se levantaram e desceram à sala, onde encontraram Jane e os pais conversando animadamente.
– Com licença. – interrompeu Harry – Já vou indo.
– Você recebeu alguma carta de Dumbledore, Harry? – perguntou Sr. Wentland.
– Recebi uma da Gina, filha dos Weasley, me explicando a situação. – respondeu o garoto – Estarei aqui às duas em ponto para irmos.
– Venha mais cedo. – disse Christine – Lá pelas dez. Assim você almoça conosco.
– Uma ótima idéia! – disse Jane piscando para os dois, Harry notou o Sr. e a Sra. Wentland trocando olhares preocupados.
– Tudo bem. – respondeu ele abrindo a porta de entrada – Até amanhã.
– Tchau. – responderam todos.
No caminho de volta se pôs a imaginar como seria voltar para o Largo Grimmauld e o que Dumbledore gostaria de lhe falar a respeito da casa. Ele não se imaginava lá sem a presença de Sirius. Uma repentina tristeza tomou conta dele.
Chegando aos Dursley os encontrou na sala assistindo ao noticiário das nove. Não se deu ao trabalho de explicar a situação, apenas jogou a carta do Sr. Weasley no colo de tio Valter e subiu as escadas rumo ao seu quarto. Não queria pensar no dia seguinte. Não queria imaginar como seria o Largo Grimmauld nº12 sem Sirius. Ajustando o despertador para acordá-lo cedo no dia seguinte, se largou na cama e adormeceu.
Harry sonhou que estava em um baile que acontecia no salão principal de Hogwarts, ele estava dançando com Gina quando Christine apareceu com o rosto banhado em lágrimas.
– Eu pensei que você iria comigo ao baile, Harry! – disse a garota, chorosa – Você tinha me prometido.
– Você vinha com o Malfoy! – exclamou Gina indignada – Não é porque você não dá valor a Harry que ninguém mais vai dar.
Ele se sentia esquisito, olhava de Gina para Christine cada vez mais confuso quando a imagem foi escurecendo, as meninas sumiram e Harry se viu correndo por um longo corredor sem janelas nem decoração alguma.
Harry reconheceu de imediato aquele corredor: estava indo para o Departamento de Mistérios.
Por um instante pensou estar compartilhando a mente de Voldemort novamente. Pensou com todas as forças “Você não vai me obrigar a fazer isso!” e, para o seu espanto, ele conseguiu parar se esforço. Nesse momento percebeu que não estava unido a Voldemort de maneira alguma.
Lentamente ele continuou seguindo pelo corredor até chegar à tão conhecida porta preta sem enfeites. Respirando fundo ele abriu e adentrou a câmara circular. Tão logo ele fechou a porta atrás de si, a sala girou como de costume. Mas Harry espantosamente sabia aonde ir; quando a parede parou de girar, ele se encaminhou para uma das portas e a abriu. Deparou-se com a Câmara da Morte. Aquela sala em que ele tivera que passar por tantos momentos ruins.
Então ele notou algo se movimentando; lá embaixo, no centro da sala, o véu balançava levemente. Ele desceu de vagar e quando se aproximou ouviu sussurros como já havia acontecido anteriormente. Mas uma voz se sobressaiu dentre as outras:
– Você não tem que se preocupar. – disse uma voz muito familiar, meio rouca.
– Sirius? – murmurou Harry com uma ponta de esperança na voz.
Ele se encaminhou lentamente para o véu e já estava para atravessá-lo quando um barulho muito alto o acordou.
Era o despertador que Harry tinha ajustado na noite anterior para tocar às oito; agora ele desejava que tivesse ajustado para um pouco mais tarde. Tentando conformar-se em perder aquela oportunidade, levantou-se e começou a arrumar o malão.
Às nove e meia ele desceu à cozinha, já vestido. Encontrou os Dursley tomando café e silenciosamente se juntou a eles. Tio Valter contava-lhes a respeito do progresso da fábrica.
Vinte minutos depois, quando já havia terminado o café, Harry interrompeu a conversa animada dos tios a respeito do progresso de Duda na escola.
– Eu estou saindo já para a casa de Christine. – disse sério.
– E já vai tarde. – disse Duda.
– E não se esqueça de dizer para os seus amigos estranhos que está sendo bem tratado. – disse o tio friamente.
– Eu venho dizendo isso em cada carta que lhes mando. – disse Harry levantando-se – Tchau.
Harry subiu novamente ao quarto, soltou Edwiges para que ela voasse para o nº15, pegou seu malão e saiu rumo à casa de Christine. A garota já esperava por ele nos degraus de entrada da casa e o ajudou com a bagagem. Ela vestia calças jeans e uma blusa de alcinha vermelha com os dizeres “Pequena Bruxa” em cor-de-rosa. Os dois deixaram o malão ao lado do sofá. Jane saiu da cozinha apressadamente. Com um toque de varinha transfigurou os pijamas em roupas.
– Qual é a pressa? – perguntou Christine.
– Eu marquei de me encontrar com Cho às dez e meia no Beco Diagonal para almoçarmos e pôr os assuntos em dia. Mas eu quero chegar mais cedo para comprar-lhe alguma coisa. Faz muito tempo que não nos vemos.
– Cho?! – exclamou Harry – Você a conhece?
– Sim. – disse Jane – Antes de irmos para a França, eu estudei o primeiro e o segundo ano em Hogwarts. Eu estava no segundo ano quando você entrou. Você não deve se lembrar de mim, é claro. Devia estar muito assustado e maravilhado com tudo para prestar atenção aos veteranos. Bem, Cho é minha melhor amiga. Nunca perdemos contato, com exceção do ano passado. Estivemos as duas bastante ocupadas e quase não trocamos cartas. Acho que só duas no começo do período letivo.
– Ah, certo... – disse Harry.
– Mas por que o espanto? – perguntou Jane desconfiada.
– Se vocês forem pôr em dia as fofocas do que fizeram durante o ano passado, você ficará sabendo. – disse Harry – Bom passeio pra você.
Jane pareceu ainda mais desconfiada. Mas logo sorriu.
– Até mais tarde! – disse animada – Nos vemos no Largo Grimmauld.
E em um estalo desaparatou.
– Agora eu quero entender. – disse Christine – Por que reagiu daquela maneira quando Jane falou de Cho?
– É... que... – gaguejou Harry – Bem, talvez um dia eu lhe conte. Ou talvez Jane lhe conte quando tiver conversado com Cho, acho que ela não perderá a oportunidade.
– Preferia ficar sabendo por você. – disse Christine aborrecida.
Harry passou a mão pelos cabelos, imaginando se contaria ou não e como contaria. Ele não tinha incluído Cho quando contou a Christine a história da sua vida escolar.
– Certo. – disse sentando-se na poltrona mais próxima, e Christine se sentou no sofá, que fazia um ângulo de 90º com a poltrona onde estava Harry.
O garoto passou a mão nos cabelos mais uma vez, meio constrangido.
– Eu... nós... Quer dizer, eu e Cho nos envolvemos um pouco no ano passado. – disse ruborizando.
– Ah... – disse Christine abaixando o rosto para o chão, visivelmente chateada – Vocês estão... namorando?
– Ah, não! – disse Harry em um sorriso que Christine não notou – Não deu certo porque ela ficava sempre chorando por Cedrico, e depois Marietta, a amiga dela, denunciou a AD para a Umbridge e Cho ficou do lado dela. Enfim, vários fatores contribuíram para o fim do nosso relacionamento.
Christine levantou o rosto visivelmente mais alegre. Nesse momento o Sr. e a Sra. Wentland adentraram a sala, vindos da cozinha. O Sr. Wentland usava uma capa verde-esmeralda por sobre vestes da mesma coloração; Sra. Wentland usava um vestido cor-de-rosa leve que lhe descia até os pés.
– Ah! Vejo que já chegou, Harry! – exclamou Sr. Wentland alegre – Molly entrou em contato conosco ontem e disse que nós poderíamos ir almoçar no Largo Grimmauld.
O ânimo de Harry vacilou. Ele não sabia se achava isso bom ou ruim. Seria bom porque poderia rever seus amigos, mas o fato de voltar ao Largo Grimmauld e não encontrar Sirius o deprimia. Repentinamente o sonho que tivera durante a noite aflorou em sua mente. Sua perturbação transpareceu em seu rosto.
– O que houve, Harry? – perguntou Christine parecendo preocupada – Ficou chateado de repente.
– Sirius. – murmurou Harry.
– Nós sabemos que você deve estar sofrendo muito a perda do seu padrinho. – disse Sra. Wentland.
– Er... Nós vamos a que horas? – perguntou Christine para desviar o assunto.
– Já! – disse Sr. Wentland animado.
Ele retirou a varinha de dentro das vestes.
– Accio malões! – disse ele e três malões muito grandes vieram voando do piso superior e pararam no chão, diante dos do bruxo.
Edwiges e Merlin vieram voando logo atrás dos malões e Harry e Christine os puseram em suas respectivas gaiolas.
– Como nós vamos? – perguntou Harry.
– Pó-de-Flu. – respondeu Sra. Wentland (Harry fez uma careta) – A lareira de lá só receberá pessoas vindas dessa lareira. Ah! E por falar nisso, lacre a casa, Felipe.
E com um movimento silencioso de varinha ele fez as portas e as janelas se trancarem.
– Eu fiz o feitiço Alarme aqui, Vere. – disse ele carinhosamente à mulher – Saberei se a casa for arrombada magicamente ou não. Então, vamos?
Ele pegou seu malão e se postou diante da lareira. Pegou um punhado de pó-de-flu de um pote preso ao console, jogou sobre as chamas e adentrou a lareira.
– Largo Grimmauld, nº12! – disse e num deslocamento de ar, desapareceu.
– Vá você, agora, Harry. – disse Sra. Wentland.
Harry imitou o Sr. Wentland. Depois de algum tempo de rodopios desconfortáveis, aterrissou na cozinha da casa dos Black. Assim que deixou o malão e a gaiola de lado um mar de cabelos ruivos ocultou sua visão. Era Gina que o abraçava e Harry sentiu que estava precisando daquilo.
– Estava com saudades, Harry. – ela murmurou em seu ouvido e Harry sentiu um arrepio na nuca.
Houve mais um deslocamento de ar e Christine chegou também. Os dois se separaram, a recém chegada não pareceu muito feliz em presenciar aquela cena. Tão logo Gina o soltou, Harry foi abraçado pela Sra. Weasley.
– Como você está, Harry? – ela perguntou bondosamente o soltando.
Harry olhou em volta, muitos integrantes da Ordem estavam presente: Tonks, Moody, Lupin, Sr. Weasley e Dumbledore, sem falar no Sr. Wentland e a Sra. Wentland que acabara de sair da lareira
– Como passou esse mês, Harry? – perguntou bondosamente o diretor.
– Bem, por incrível que pareça. – disse Harry sorrindo e olhando para Christine – O que me salvou foi ter conhecido Christine.
– Que bom! – disse Dumbledore sorrindo carinhosamente – Sinto ter que atrapalhar as suas férias com alguns assuntos desagradáveis, mais tarde.
Harry olhou para Gina, que lhe lançou um olhar significativo.
– Hum, certo. – disse em concordância.
– Bom, agora sugiro que levem a bagagem para os seus quartos. – disse Sra. Weasley – Gina, querida, acompanhe Christine até o quarto de vocês. Sr. e Sra. Wentland, eu os levo até o quarto que preparei para vocês dois.
Todos se encaminharam para o Hall e em seguida para a escada que dava para os quartos. No primeiro andar Gina e Christine se separaram do grupo. Os outros continuaram a subida. No segundo andar Harry os deixou e rumou à direita, indo em direção ao quarto que dividia com Rony. Quando abriu a porta o que viu o fez tomar um susto tão grande que largou o malão e a gaiola no chão com estrondo. A gaiola de Edwiges se abriu e ela voou, piando indignada, para o alto do armário, onde Píchi estava encarapitada.
Rony e Hermione estavam sentados na cama, com as costas apoiadas na parede, beijando-se acaloradamente. Os dois se separaram repentinamente e olharam assustados para Harry.
– Eu... Desculpe... – gaguejou Harry – Não queria atrapalhar.
Ele já ia saindo quando Hermione chamou.
– Harry, espera!
Harry voltou para dentro. Hermione levantou-se e o abraçou longamente.
– Tudo bem? – perguntou ao se separarem.
– Tudo. – respondeu Harry sem emoção; sabia que um dia os amigos iriam ficar juntos, mas nunca sonhara em dar um flagra desses.
– E aí, cara! – disse Rony estendendo a mão para o amigo.
Harry apertou a mão dele, depois pegou o malão e colocou aos pés de sua cama.
– Então, como foram as férias? – perguntou Hermione tentando ser simpática.
– Boas. – disse Harry, ele não estava se sentindo muito à vontade com os amigos, era como se não os visse há anos – Eu... Eu vou descer. O almoço já deve estar quase pronto.
– Avisa a mamãe que já estamos descendo? – perguntou Rony sentando-se novamente na cama e puxando Hermione para si.
Ele fez um aceno com a cabeça indicando que sim e desceu as escadas rumo à cozinha. Observou por um momento a cozinha cheia de gente. Dumbledore e Moody conversavam na extremidade mais distante, Tonks, Christine e Gina ocupavam três assentos centrais da mesa e riam de alguma coisa, Sr. Weasley, Lupin e os Wentland estavam na outra extremidade falando muito baixinho, enquanto Molly Weasley estava mexendo nas panelas sobre o fogão.
Ele se adiantou e sentou-se de frente para Christine. As três param de rir.
– E então, Harry, como foi com os Dursley? – perguntou Tonks descontraída – Muito trabalho com eles?
– Não exatamente. – disse Harry – Tive que conviver pouco com eles. Eu ficava mais no meu quarto do que em qualquer outro lugar. E na última semana eu estive com Christine quase em tempo integral, só voltava pra casa para dormir.
Nesse instante Sra. Weasley trouxe um grande caldeirão até a mesa, colocando-o bem no centro; depois colocou magicamente os pratos, os talheres e os copos sobre a mesma. Só então deu por falta de duas pessoas.
– Onde estão Rony e Hermione? – perguntou exasperada enquanto colocava travessas e terrinas sobre a mesa – Mas será possível? Eles sempre somem! Há tempos que eu só os vejo durante as refeições.
– Eles já estão descendo. – disse Harry parecendo um pouco constrangido.
– Certo, então. – disse Sra. Weasley não parecendo muito satisfeita.
Gina olhou para Harry com uma expressão de curiosidade.
– Depois. – disse Harry apenas movimentando os lábios.
Um minuto depois os dois adentraram a cozinha e sentaram-se um de cada lado de Harry, parecendo muito felizes.
– Vocês por acaso têm o mínimo de educação? – perguntou Sra. Weasley irritada para os recém chegados – Eu lhes avisei que Harry e os Wentland chegariam até as onze! Por que não desceram para cumprimenta-los?
– Bem... Eu... Nós... – gaguejou Hermione.
– E você, Hermione? – vociferou a bruxa – Tudo bem esperar um comportamento desses de Rony, mas você? Francamente, não esperava uma atitude dessas da sua parte.
Hermione ruborizou violentamente e olhou para baixo.
– Imagina, Molly! – disse Sra. Wentland para amainar o clima que estava se formando – Não precisa brigar com eles por isso.
– Humpf! – fez a bruxa baixinha sentando-se ao lado direito do marido.
– Ora, Molly, não se aborreça por isso. – ponderou Dumbledore – Hoje é dia de festa! Não há necessidade de brigas.
Sra. Weasley olhou com carinho para Harry e sorriu.
– Ora, é claro. – disse bondosamente – Me desculpem vocês todos. – então virou-se para Rony e Mione – Mas nós três temos que ter uma conversinha.
– Vamos comer, então? – sugeriu Lupin se servindo.
Depois disso o clima se descontraiu e todos comeram alegremente.
– É Tonks, Christine, a Metamorfomaga de quem eu lhe falei. – disse Harry sorrindo.
– Sério?! – disse a garota animada – Minha irmã de criação também é!
– Pois é, já estou sabendo. – riu-se Tonks – Gostaria de conhece-la. Onde está ela?
– Ela virá mais tarde. – disse Christine pegando uma colherada de purê de batatas – Ela está no Beco Diagonal, comprando seu material e revendo uma antiga amiga, a Cho.
– Cho?! – exclamaram Rony, Gina e Hermione em uníssono.
– Jane fez o primeiro ano em Hogwarts. – explicou a garota – E Cho era sua melhor amiga.
– Eu acho que essa casa vai ficar cheia de mais de garotas. – comentou Rony pegando uma coxa de frango – Ainda mais com Fred e Jorge trabalhando o dia inteiro.
– Algum problema com garotas, Rony? – perguntou Hermione dando-lhe um cutucão.
– Tem. – disse ele debochado – Só vai-se ouvir risinhos cúmplices por todo lado!
– Ora, Rony! – disse Gina provocativa – Você nunca está por perto para ouvir nossos risinhos cúmplices. Mamãe está certa, você e Hermione vivem sumidos. Por onde andam o dia todo? Você se lembra que tem um gato, Hermione?
Os dois ruborizaram e olharam constrangidos para Harry que deu um sorriso enviesado e voltou a concentração para o seu prato.
– Qual a desculpa que vão inventar para a sua mãe, Rony? – perguntou Tonks rindo.
– E por falar nisso, não que tenha muito a ver, por que vocês pararam de me escrever há duas semanas? – perguntou Harry aos dois amigos – Algum problema com Píchi? Poderiam ter usado Edwiges.
Rony murmurou alguma coisa parecida com “Estivemos ocupados”. Mas Harry não quis prolongar muito a conversa, tratou logo de falar de um assunto que sempre o salvava de momentos de constrangimento: quadribol. E realmente esse assunto pegou: logo Christine e Rony estava discutindo fervorosamente sobre qual time era melhor, Chuddley Cannons ou Hollyhead Harpies. Harry se divertia a cada argumento lançado por deles.
Quando deu uma hora, Sra. Weasley se levantou.
– Bom, agora Rony, Hermione, Gina e Christine, se puderem, por favor, dar licença, Dumbledore precisa conversar com Harry.
Todos da mesa se levantaram e saíram da cozinha com Exceção de Lupin, Dumbledore e Harry. Molly magicamente transportou as travessas e pratos sujos para a pia, a fim de lavar mais tarde, e também se retirou. Harry permaneceu imóvel. Se fosse a respeito da casa que Dumbledore queria lhe falar, não seria uma conversa muito agradável.
Lupin e Dumbledore se levantaram da extremidade da mesa e se sentaram de frente para ele.
– Como eu disse anteriormente, sinto em ter que abordar assunto tão aborrecedor, Harry. – disse Dumbledore encarando-o através dos seus oclinhos de meia-lua – Mas eu não o faria se não fosse necessário.
Harry levantou o rosto e encarou Dumbledore de volta.
– Como você sabe, – prosseguiu o velho bruxo – essa casa pertenceu a Sirius.
Harry não desviou os olhos do professor, porém pôde notar Lupin abaixar levemente a cabeça e mirar o tampão da mesa.
– E a família Black não tem mais nenhum herdeiro que esteja em condições legais de se apossar da casa. – disse Dumbledore sério.
– Todos nós, quando entramos pela segunda vez na Ordem da Fênix, fizemos, ou refizemos, testamentos para o caso de... – a voz de Lupin falhou, ele pigarreou e continuou – ... de acontecer o pior. E Sirius, em testamento, deixou todos os seus bens para você, Harry.
– E como não há nenhum herdeiro em condições de receber parte da herança, – continuou Dumbledore – você é o herdeiro legal de Sirius e receberá essa casa e o dinheiro que está no nome dele, em Gringotes.
– Certo. – murmurou Harry sem emoção.
– Entretanto, – disse Dumbledore seriamente – esta casa também é o Quartel General da Ordem da Fênix e gostaríamos de saber se você autoriza a continuidade dessa função.
– Claro, professor. – disse o garoto decidido.
– Sendo assim, – disse Lupin colocando dois pedaços de pergaminho sobre a mesa e entregando a Harry uma pena – assine esses dois documentos. Este – ele apontou para o pedaço maior, onde continha o inventário dos bens de Sirius e logo abaixo o testamento do padrinho – é o documento de posse. E este – ele apontou para o menor pergaminho que parecia não conter nada além de uma declaração de empréstimo – é o documento onde fica comprovado que a casa será nosso Quartel General enquanto a Ordem existir, o que eu espero que não dure muito.
Harry leu atentamente os dois pergaminhos e assinou cada um deles. Dumbledore entregou o documento de posse a Harry e enrolou a declaração de Harry guardando-a em um bolso interno de suas vestes.
– Agora, talvez, o que temos a falar não seja tão desagradável. – disse o diretor esboçando um sorriso.
Ele foi até a despensa e saiu de lá trazendo duas figurinhas que, pelo tamanho, pareciam crianças meio deformadas. Os dois tinham, cada um, um par de orelhas de morcego e olhos esbugalhados, uma com um nariz pontudo e outra com um narigão em forma de batata.
Eram Dobby e Winky, e, pelo que Harry pôde perceber, ela estava muito melhor que da última vez que a tinha visto.
– Oi, Dobby! Oi, Winky! – exclamou Harry feliz.
– Oi, Harry Potter, senhor. – disse o elfo eufórico com sua vozinha aguda.
– Olá. – disse Winky.
– Dobby e Winky vieram para cuidar da casa. – disse Dumbledore.
– E Monstro? – perguntou Harry referindo-se ao elfo doméstico da casa.
– Monstro pertence ao dono da casa, ou seja, você. – respondeu Dumbledore – Mas nós não daremos trabalho algum a ele. Tomamos a liberdade de ceder-lhe o sótão, onde ele pode guardar o que quiser e ficar lá sozinho. Seja bom com ele, Harry, e não o presenteie com roupas, do contrário ele dará informações valiosas a respeito da Ordem da Fênix para Voldemort.
– O.K. – disse Harry em concordância, e virando-se para Winky – Como você está, Winky? Parou de beber. Está conformada com a liberdade?
– Winky é um elfo livre desde sempre, senhor. – disse ela com a vozinha esganiçada – Winky é filha de elfos libertos, por isso é livre.
– Mas... – começou Harry.
– Mais tarde. – interrompeu Lupin num murmúrio.
– Agora, quero que prestem atenção no que vou dizer. – disse Dumbledore bondosamente aos dois elfos – Harry é o dono desta casa. Vocês receberão pagamento de mim, porém é a ele que devem obediência. E tudo e qualquer coisa que ouvirem aqui não pode ser mencionado com ninguém fora desta casa.
– Nossa boca é um túmulo, senhor! – disse Dobby com eficiência – O que o senhor Harry Potter quer que a gente faça primeiro?
Harry pensou um pouco, então algo que Sirius adoraria que acontecesse veio-lhe à mente.
– Dobby, vocês sabem desfazer feitiços adesivos permanentes? – perguntou sem grandes esperanças.
– Winky sabe desfazer. – disse ela eufórica – Winky não sabe como, mas sabe desfazer esses feitiços muito bem!
– Dobby sabe um pouco, também. – disse o elfo – Ele pode ajudar Winky.
– Ótimo! – exclamou Harry animado – Vocês poderiam tirar todos os quadros do corredor de entrada, por favor? Eles gritam muito quando se faz barulho perto deles. Ia ser ótimo poder conversar normalmente no hall. E também tem uma tapeçaria com a árvore genealógica da família Black que não sai da parede na sala de visitas.
– Claro, senhor! – disse Dobby eufórico em poder ajudar – Mais alguma instrução?
– Nós tentamos limpar a casa há algum tempo, mas nunca conseguiríamos tão bem quanto um elfo. – disse Lupin, ao que os dois estufaram o peito de orgulho – Poderiam cuidar da limpeza diariamente?
– Com certeza, senhor! – respondeu Winky prontamente – É exatamente para isso que estamos aqui.
– E tem mais uma coisa que gostaria de pedi-los. – disse Dumbledore – Deixem Monstro levar tudo o que quiser para o sótão, é a nova morada dele. E queria que levassem as três refeições pra ele todos os dias.
– Sim, senhor! – responderam em uníssono.
– Nós estamos indo, então. – disse Dobby e os dois saíram correndo da cozinha fazer o que lhes fora pedido. Mas Harry ainda tinha uma dúvida.
– O que foi que houve com Winky? – perguntou curioso – Acho que todos nós sabemos que ela não era livre!
– A situação dela estava tão complicada que pedimos autorização para o Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas para lançar um feitiço de memória e reestruturar as lembranças dela. – disse Lupin – Ela anda muito magra ainda, pois parou de beber há pouco tempo, mas ela está se recuperando e Dobby tem ajudado muito.
Harry sorriu. Ele tinha certeza que uma coisa que deixaria Hermione feliz seria ouvir essa notícia.
– Agora você pode ir, Harry. – disse-lhe Dumbledore sorrindo – Você deve estar ansioso por conversar com seus amigos. Nos vemos na escola?
– Sim, senhor. Até mais. – respondeu Harry levantando-se e saindo para o hall onde pôde ver os elfos trabalhando silenciosamente para retirar os retratos da parede.
Harry acenou para Dobby e Winky de passagem e subiu as escadas rumo à sala de visitas, onde os amigos provavelmente estariam.
Ele chegou ao seu destino para constatar que eles não estavam ali. Harry observou a sala meio surpreso; ela estava diferente, a única coisa que continuava no lugar ainda era a velha tapeçaria onde estava a árvore genealógica da família Black, os móveis tinham sido mudados e os artefatos das trevas não estavam mais por perto. O garoto se aproximou lentamente da tapeçaria e observou detalhadamente cada nome contido nela.
Estava tão absorto em seus pensamentos a respeito de Sirius que não ouviu a porta abrir-se e fechar novamente e por ela entrar Gina Weasley. Ele só notou quando a garota estava ao seu lado.
– Oi, Gina. – murmurou meio tristonho.
Gina não respondeu. Ela também mirava a tapeçaria e seus olhos se demoraram no círculo queimado onde estaria o nome de Sirius.
– Eu sei o quanto você sofre, Harry. – disse a garota numa voz fraca, olhando para o perfil do garoto que ainda observava a tapeçaria.
Ele virou o rosto e encarou o de Gina. Ela tinha uma expressão serena, porém infeliz. Os olhos do garoto encheram-se de água e Gina, notando o desamparo do garoto, abraçou-lhe com ternura. Harry deixou seu rosto repousar sobre o ombro dela e chorou como não tinha feito até então. A garota afagava seus cabelos rebeldes e, mesmo sendo menor que Harry, dava-lhe uma sensação de segurança que ele jamais havia sentido em ninguém.
Vagarosamente e com jeitinho, Gina foi puxando Harry e sentou-se no sofá, fazendo-o deitar-se em seu colo. O garoto aceitou sem resistir e chorou mais um pouco ali, com ela ainda lhe acariciando os cabelos. Com a mão livre, Gina passou a percorrer levemente o desenho da cicatriz com o indicador; ato esse que fez com que Harry fosse gradativamente se acalmando.
Quando ele finalmente parou de chorar, se endireitou e olhou fundo nos olhos de Gina, muito grato pelo amparo que acabara de receber da garota.
– Obrigada, Gina... – disse com a voz ainda embargada pelo choro.
A garota não respondeu. Gentilmente enxugou as lágrimas que haviam escorrido pelo rosto de Harry com os polegares.
– Eu sei que é inútil pedir para não sofrer mais. – disse a garota quando terminou de secar o rosto do amigo – Então eu não vou fazer isso. Conformo-me em ser seu amparo. Pode contar comigo sempre que precisar, Harry. Sempre...
Harry sorriu em gratidão.
– Me sinto uma criança chorona. – disse embaraçado – Você não tem a obrigação de fazer isso.
– Eu sei que não tenho. – respondeu Gina – E não se sinta uma criança chorona. Eu sei que você passou por muitas situações difíceis. Você só precisa de um ombro amigo sobre o qual possa chorar de vez em quando. Todo mundo precisa chorar, de vez em quando. Dos mais fracos aos mais fortes, dos mais novos aos mais velhos; todos precisam de um amparo emocional.
Harry admirou-se com a sabedoria de Gina.
– Mas não vim aqui só para isso. – continuou a garota pegando um pacotinho que estava sobre o sofá ao seu lado e que ela havia deixado ali antes de se postar ao lado de Harry – Eu tenho um presente pra lhe entregar. – e estendeu o embrulho para ele.
Harry o apanhou. Era um cubo pequeno, não devia ter mais de cinco centímetros de aresta. Estava envolto em um papel vermelho com detalhes dourados e tinha uma fita vermelha que contornava o presente e terminava em um bonito laço.
Delicadamente ele desamarrou o laço e retirou o embrulho. Era uma caixinha de jóia preta com detalhes em dourado, muito bonita. Harry abriu-a e tirou de lá de dentro uma correntinha de ouro com um pingente pendurado; era parecido com uma cápsula de remédio de vidro cujo interior continha, mergulhado em um líquido transparente, um objeto mínimo vermelho e dourado que era o brasão da Grifinória.
Harry boquiabriu-se e olhou espantado para uma Gina apreensiva.
– Gostou? – perguntou a garota fazendo uma cara de ansiedade.
O garoto abriu um enorme sorriso e a abraçou.
– É muito lindo! – disse Harry e ele sentiu a menina relaxar levemente.
– Que bom! – disse ela aliviada quando os dois se separaram – Eu tive a idéia desse pingente e insisti para a mamãe me levar até o Beco Diagonal para encomendar.
– É perfeito! – exclamou o garoto pondo a corrente no pescoço – Muito obrigada, mesmo!
Gina sorriu satisfeita.
– Ah! – exclamou lembrando-se – Onde é que Rony e Mione estava hoje antes do almoço? Eu sei que você sabe, foi você que disse que eles logo estariam descendo.
– Promete que não diz a eles que eu contei? – perguntou Harry num sorriso enviesado e a garota assentiu – Eu os encontrei no nosso quarto, meu e de Rony... se beijando.
Gina fez uma cara de espanto.
– Finalmente! – exclamou feliz – Eu já desconfiava, mas não sabia se eles tinham chegado às vias de fato! Já não era sem tempo! Há anos esses dois estão se enrolando pra ficarem juntos!
Harry concordou com ela. Passado o susto do flagra que dera, ele realmente achava que os dois já tinham demorado de mais para iniciar aquele relacionamento.
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O resto da tarde transcorreu da melhor maneira possível, Jane chegou e ela, Harry, Christine, Gina e Tonks ficaram horas e horas na sala de visita conversando sobre os mais diferentes assuntos. Rony e Mione não apareceram por um minuto, mas quando Harry começou a se aborrecer lembrou-se de que eles estavam tirando o atraso e que isso não ia durar por muito mais tempo.
À noitinha, quando Fred e Jorge já tinham da loja de logros e Gui do Banco Gringotes, Sra. Weasley foi chamá-los para jantar. Quando chegaram lá, Harry e Christine se depararam com uma festa surpresa para eles.
Tinha do bom e do melhor. Bolo, doces, salgados e muita cerveja amanteigada. Havia duas velas sobre o bolo, uma de 16 e outra de 15 anos. Todos cantaram os parabéns e Harry e Christine receberam muitos presentes.
De Rony e Hermione ele recebeu um livro intitulado Quadribol: Normas, Faltas e Penalidades um manual com todas as regras, faltas e penalidades possíveis no Quadribol. De Tonks Harry recebera um móbile, muito parecido com o de Christine, com os jogadores da Inglaterra. De Moody, um espelho de inimigos, que Harry achou que lhe seria muito útil. Dos Wentland recebera um livro sobre a história completa da invenção das vassouras de corrida. De Lupin e Dumbledore ele recebeu um livro interessantíssimo sobre a Defesa Contra as Artes das Trevas com diversas azarações e contra-azarações que ele jamais vira em nenhum outro livro.
Christine recebera tantos presentes quanto Harry e também estava muito feliz. Ao final da noite estavam todos muito satisfeitos e contentes. A cozinha estava uma balbúrdia, havia muita risada e muita conversa. Só às horas da madrugada que a Sra. Weasley encaminhou todos para os quartos.
Harry subiu com Rony para o seu quarto, pôs os pijamas e deitou-se. Ficou algum tempo em silêncio deitado de barriga pra cima encarando o teto. Alguns minutos depois virou o rosto e viu que Rony também não dormia.
– Então, vai me contar? – perguntou.
– Contar? Contar o que? – indagou Rony em uma falsa inocência que não enganou Harry.
– Você sabe do que estou falando. – disse ele sério – Hermione.
Harry não pôde ver devido à escuridão, mas pela expressão de constrangimento de Rony poderia jurar que o amigo corara.
– Desde quando vocês estão juntos? – perguntou Harry sorrindo.
– Desde que paramos de lhe escrever. – confessou Rony em um murmúrio, ele estava também deitado de barriga pra cima encarando o teto, sem olhar para o amigo.
– E do que exatamente vocês dois têm vergonha? – perguntou Harry sorrindo – Ora, todos já sabíamos que ia acabar desse jeito.
– Quê?! – exclamou o garoto virando o rosto para Harry.
– Ora, Rony! – respondeu o outro – Só por que você e Hermione não percebiam, não significa que nós também sejamos cegos. Estava estampado na cara de vocês o sentimento que tinham um pelo outro.
– O que você quer dizer? – perguntou Rony.
– Eu não sabia que você era tão tapado! – brincou Harry – Estou falando dos seus ciúmes do Krum, dos ciúmes de Hermione de Fleur, da mania que ela tinha em fazer ciúmes escrevendo aquelas cartas quilométricas para o Krum. Todos nós percebíamos isso, mas, também, não era muito difícil.
Rony se mexeu constrangido na cama. Harry ria por dentro.
– Agora, quando é que vocês vão terminar de tirar o atraso e voltar para o convívio dos amigos e familiares? – perguntou Harry depois de alguns minutos de silêncio.
– Combinamos em não nos esconder mais. – disse Rony com um sorriso enviesado – Contarei à mamãe e ao papai amanhã.
Harry sorriu. Ele se dava por satisfeito. Ia ter os amigos de volta.
– Boa noite, Rony. – concluiu virando-se para a parede.
Mas Harry não dormiu. Sua mão direita achou a correntinha que ganhara de Gina naquela tarde. Os seus sentimentos ficaram confusos. Passara momentos bons com Christine que realmente achava que estava realmente gostando da garota. Mas naquela tarde a sua conversa com Gina e todo o seu amparo fizeram Harry ficar balançado, no mínimo. Ele sabia que para ele as duas eram muito especiais, o problema era que ele não sabia o que realmente sentia por cada uma das duas.
Será que estou apaixonado de novo? pensou enquanto remexia no pingente Mas será possível, por duas pessoas de uma vez?!
(N.A. - Gente, desculpem a demora, mas comparado com o primeiro capítulo, esse foi até rápido de mais! O primeiro eu fiz, li, reli umas duzentas vezes antes de criar coragem de publicar logo... Eh a minha primeira fic, espero que vcs estejam curtindo... Obrigada pelos comentários, e continuem! Eles me motivaram bastante!!!)
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