Chocolates Para Meu Amor



Naquele ano, Dumbledore tivera a brilhante ideia de fazer todos participarem do Dia Dos Namorados. Ele colocaria o nome de todos os alunos da escola dentro do Chapéu Seletor que, de acordo com Dumbledore, “sabe onde seu coração pertence”, e quando alguém enfiasse a mão lá, tiraria o papel com o nome da pessoa que amava.


Portanto, no final de semana que antecedeu o dia 14, terça-feira, todos os alunos, mesmo os do primeiro ano, foram liberados para irem a Hogsmeade comprarem bombons da Dedosdemel.


Após o beijo no ano novo, James e Lily voltaram para a torre e Lily fez James prometer que eles iam fingir que nada tinha acontecido e James prometeu, apesar de aquilo ter quebrado seu coração.


O aniversário de Lily havia passado sem comemoração ou presentes, pois Lily não queria nada. James havia beijado Lily de novo, na esperança de que ela admitisse que gostava dele, mas não havia funcionado e ela tinha feito James prometer que esqueceria daquele beijo também. Ele achava que o dia dos namorados fosse sua última chance.


A loja estava lotada e os vendedores estavam enlouquecidos com a quantidade de alunos querendo chocolates, mas não reclamaram, pois sabiam que iriam nadar em dinheiro no dia seguinte.


James olhou pela loja procurando Lily e quando a achou, acenou para ela com uma imensa caixa de chocolate e gritou “Vai te engordar, mas você sempre será linda!” fazendo a ruiva revirar os olhos e quem estava perto rir.


Emma lutou contra a vontade de se dar uma grande caixa de bombom, afirmando para si mesma que iria receber um monte de caixas no dia quatorze e não precisava engordar mais.


“O que te garante que vai receber muitas caixas?” perguntou Alice que ouvira a morena murmurando consigo mesma.


“Ali, você ainda não percebeu? Todos me amam.” As amigas riram.


“É bom, por que aí você engorda e vira uma bola e a posição de mais bonita da escola vem para mim.” Disse Mary rindo.


“Até parece que iriam preferir você do que mim.” Disse Marlene jogando os cabelos para trás.


“Do que eu, Lene.” Corrigiu Lily revirando os olhos.


“Está vendo? É por isso que você não vai ser a mais popular.” Disse Marlene apontando para Lily.


“Tem razão.” Concordou a ruiva “Eu já sou a mais popular.”


 


Na terça, os alunos estavam todos ansiosos para receberem os seus chocolates, mas ninguém queria se arriscar a dar. Durante todo o dia, se via garotas chorando nos banheiros, com medo da rejeição, garotos pagando de pegadores, dizendo que não amavam ninguém e no meio daquela confusão, somente os primos Potter conseguiram se manter calmos. Toda a escola sabia que James amava Lily, e toda a escola achava que Emma amava Sirius.


Eles tiveram duas aulas seguidas de História da Magia naquela manhã, o que foi uma oportunidade perfeita para dormir, já que acordavam muito cedo. Mas Emma não teve a sorte de dormir em paz, já que se sentou ao lado de Lily.


“Acorda!” disse Lily no ouvido da morena pela quinta vez em 20 minutos.


“Lily, eu juro, se você me acordar de novo, eu te dou um Avada bem aqui no meio da sala.” Falou Emma deitando a cabeça na mesa, mas Lily puxou seu cabelo.


“Eu preciso conversar com você.” Suplicou a ruiva.


“Não dá pra falar na aula de feitiços? História da Magia é tipo a hora da soneca.”


“Existe alguma aula em que você presta atenção?”


“Não.”


“Você não tem vergonha na cara não?”


“Não.”


Lily revirou os olhos, levantando a cabeça de Emma novamente.


“Ugh! Podemos conversar Bela Adormecida?”


“Que eu sou bela, sou, mas quem é essa daí?”


“É só um conto de fadas trouxa, esquece. Posso falar?”


“Que é?” perguntou Emma emburrada. Lily se traiu ao olhar para o outro lado da sala, onde James dormia com a cabeça no ombro de Sirius, que também dormia. Eles pareciam um casal. Emma riu com esse pensamento.


“Que é que tem o Pontas? Vai aparecer o nome dele no seu papel?”


“Claro que não!” exclamou Lily corando levemente. Ela soltou o ar. “Talvez.”


“Eu sabia!” gritou Emma pulando da carteira. Poucos foram os alunos que saíram do transe e olharam para a menina como se ela fosse louca. O professor Binns nem levantou os olhos para a garota e continuou falando das Revoltas dos Duendes.


“Dá para ser menos exagerada?”


“Foi mal.” Emma sorriu, se sentando novamente. “Mas então, qual é o problema?”


“Eu não posso gostar do Potter!” Lily parecia desesperada.


“Por que não? Ele gosta de você também!”


“Você não entende.”


“Aconteceu alguma coisa entre vocês?”


Lily não respondeu.


“Ah Lily, quer saber? Vou dormir. Me acorde quando quiser explicar.”


Mas Lily não falou mais nada sobre James o resto do dia. A não ser, é claro, quando ela reclamava das tentativas dele de chamá-la para sair, o que parecia ser sempre.


 


Na hora do jantar, ninguém quis comer, estavam todos enjoados por causa da ansiedade, sem contar que tinham que guardar lugar para os chocolates. Dumbledore, por outro lado, comia calmamente, parecia até que era de propósito.


Finalmente, a comida e os pratos desapareceram e Dumbledore se levantou sorrindo bondosamente.


“O Chapéu Seletor” começou ele apontando para o chapéu de cabeça para baixo em cima de um banquinho “irá chamar seu nome em ordem alfabética, começando pelo primeiro ano, e você deverá pegar um dos pedaços de pergaminho e entregar o chocolate para a pessoa cujo nome aparece em seu papel.”


“Annabel Crowe!” chamou o chapéu e uma garota loira de olhos cinzentos que parecia muito segura de si, se levantou da mesa da Lufa-Lufa pegou um papel, o leu e entregou o chocolate para um menininho moreno da Corvinal que corou profusamente, e se sentou ao lado dele, não se importando que aquela não era a mesa da Casa dela.


“Arthur Morgan!” o chapéu gritou e o menino da Corvinal que acabara de receber o chocolate corou ainda mais, se levantou, pegou o papel e entregou o chocolate para Annabel Crowe. Houve uma explosão de aplausos e “Aws” quando o garoto correspondeu ao amor da garota e os dois coraram.


Nomes foram chamados, chocolates foram entregues e corações foram quebrados naquela noite. Lily, Emma, Alice, Mary e Marlene, que eram as garotas mais bonitas de Hogwarts, receberam vários chocolates; primeiranistas mais vermelhos que a bandeira da Grifinória entregavam os chocolates para elas e saiam correndo do Salão, morrendo de vergonha.


Metade do Salão havia desaparecido quando chegou a vez dos alunos do sétimo ano, mas logo todos voltaram ao perceberem que aquela podia ser a hora em que Lily Evans admitia o seu amor por James Potter.


“Alice Young!” o chapéu chamou a primeira setimanista. Alice sorriu marotamente, se levantou, pegou o papel e obviamente entregou seu chocolate para Frank Longbottom, que era seu namorado.


As pessoas não estavam realmente prestando muita atenção, mas todos se calaram quando o chapéu chamou:


“Emma Potter!” Emma se levantou, pegou o papel e corou um pouco ao ler o nome. Todos sussurravam “É o Sirius.”, mas se surpreenderam quando a garota andou em direção não de Sirius, mas sim de Remus Lupin.


“OOOH” exclamaram todos quando a morena lhe entregou o chocolate e lhe deu um beijo na bochecha, fazendo o Maroto corar furiosamente. Sirius arregalou os olhos para aquela cena, como todo o Salão.


“Mas eu pensei que você gostava de mim!” disse ele indignado, fazendo todos rirem.


“Pois pensou errado.” Disse Emma.


Frank Longbottom se levantou ao ouvir seu nome, e entregou os chocolates para Alice após pegar o papel, beijando a namorada apaixonadamente, fazendo o Salão aplaudir animadamente. Mas eles logo se calaram.


“James Potter!” James se levantou com aquele sorriso maroto no rosto e moveu em direção ao chapéu, arrastando a maior caixa de chocolate vista naquela noite. Ele pegou o papel, mas nem precisou olhar e voltou para a mesa da Grifinória com a caixa atrás de si e a colocou na frente de Lily na mesa e lhe deu um beijo na bochecha fazendo a ruiva ficar mais vermelha que os cabelos. O Grande Salão explodiu em vivas e aplausos, não era de hoje que James era apaixonado por Lily.


Logo após James se sentar, Lily foi chamada. Ela se levantou pegou o papel corou ainda mais e murmurou “Vou entregar em particular.”, fazendo todos rirem. A única razão pela qual eles deixaram Lily não entregar na hora, foi que todos já sabiam que era James. Ela se sentou de volta na mesa, guardando o papel no bolso para ninguém pegar.


“Marlene McKinnon!” a morena se levantou e corou ao ler o nome no papel, mas mesmo assim marchou até Sirius e lhe entregou o chocolate, o que fez algumas meninas do fã-clube de Sirius lhe lançarem olhares furiosos.


“Mary MacDonald!” a loira entregou o chocolate para Amos Diggory, de quem havia recebido chocolate. Amos era capitão do time de Quadribol da Lufa-Lufa, alto, bonito, com os olhos azuis, ele era outro adorado entre as garotas e também tinha seu fã-clube.


“Peter Pettigrew!” Peter corou furiosamente ao entregar o chocolate para Emma, que estava surpresa com seu mais novo adorador. Ele se sentou ao lado de James e abaixou a cabeça e James lhe deu tapinhas nas costas.


“Remus Lupin!” o Salão silenciou de novo. Remus se levantou, pegou o papel corando profusamente e voltou para a mesa da Grifinória, se sentando ao lado de Emma e lhe entregando os chocolates. Todos os olhos estavam sobre eles, fazendo os dois corarem ainda mais. James sussurrava “Eu não acredito nisso” e, realmente, ninguém acreditava. Emma Potter e Remus Lupin? Era um casal possível, mas improvável. Todo o Salão se assustou quando o chapéu chamou outro nome.


“Severus Snape!”


“Essa eu quero ver.” James e Sirius falaram baixinho enquanto o sonserino atravessava o Salão para chegar à mesa da Grifinória. Ele entregou o seu chocolate para Lily e saiu correndo do Grande Salão. A única coisa que impediu James de gargalhar alto foi a cotovelada que Lily lhe deu.


“Sirius Black!” o chapéu chamou. O maroto se levantou com um sorriso Colgate na cara, pegou o papel, mas entregou sua caixa de chocolate para Marlene sem nem ler. A garota corou quando Sirius se sentou ao seu lado e lhe deu um abraço de urso. Mais nomes foram chamados, mas os setimanistas restantes foram ignorados, já que todos os olhos no Salão estavam voltados para os dois novos casais da escola: Sirius e Marlene, Emma e Remus. James e Lily também estavam sendo observados, mas a última fingia estar muito interessada nos alunos rodando pelo Salão atrás de seus amores, tentando ignorar o olhar vidrado e apaixonado de James.


Muito depois da meia noite, os alunos finalmente foram oficialmente liberados para voltarem aos dormitórios. Os Marotos e Emma subiam as escadas lentamente, comentando sobre as declarações daquela noite.


“Ah, hoje à noite foi perfeito!” suspirou Emma.


“É claro que você acha isso. Vai se entupir de chocolate até não caber mais.” James resmungou por trás das muitas caixas de chocolate que Emma estava fazendo ele e Sirius carregarem.


“Como se você não tivesse recebido umas mil também.” Disse a garota, irônica.


“Novecentos e noventa e nove.” Corrigiu ele “Falta a mais importante: da Lily.”


Emma riu. “Pode até ser que seu nome esteja no papel dela, mas você sabe como ela é orgulhosa, James, ela nunca vai admitir.”


“Claro que vai depois que eu seduzir ela com as técnicas infalíveis de sedução de James Potter.” Ele sorriu convencido.


“Você quer dizer sua tentativa de piscada?” zombou Sirius.


“O que você quer dizer com tentativa?”


“Quero dizer que você não sabe piscar só com um olho.” Sirius revirou os olhos.


“Claro que sei seu idiota.” Se defendeu James. “Olha aqui.” Ele apertou os olhos numa tentativa de fechar apenas um. Sua boca estava entreaberta e seu nariz, franzido.


“Muito sexy isso, James.” Ironizou Remus, fazendo todos rirem. “Nossa, olha lá, James seduzando, não há quem resista.”


Emma deu uma gargalhada tão alta, que poderia ter sido ouvida lá do Salão, sendo seguida por Sirius. Ela riu tanto que tropeçou no último degrau da escada e caiu de cara no chão, fazendo todos rirem ainda mais. A garota rolou no chão rindo, se deitando de barriga para cima, mostrando que não havia se machucado. Ela ergueu um braço, pedindo ajuda para levantar, que foi puxado por seu namorado.


“Ai ai.” Ela suspirou, colocando a mão na barriga, que estava doendo de tanto rir. “Chocolate quente.” Ela disse a senha para a Mulher Gorda, que girou o quadro para trás abrindo passagem para os garotos.


“Ah, as meninas já devem estar dormindo, vamos ter que fazer silêncio.” Avisou Emma. As garotas haviam subido meia hora antes deles, dizendo que tinham que acordar cedo.


“Vamos? Quem é nós?” perguntou Sirius.


“Vocês e eu. Vocês vão levar os chocolates lá em cima para mim.” Ela disse num tom óbvio.


“É bom que eu vejo a ruivinha dormindo, dever ser tão linda, como sempre.” Disse James com o olhar desfocado, imaginado Lily dormindo.


“Vai nessa pedófilo. Anda logo, sobe.” Apressou Emma. “Boa noite, meu lobinho.” Ela disse rindo, apertando as bochechas de Remus. Ele revirou os olhos, agarrou as mãos de Emma e a puxou para mais perto, capturando seus lábios com os seus próprios.


“Boa noite.” Ele disse quando se separaram sorrindo e subiu para seu quarto.


“Pronto, todas as caixas estão na sua mesinha de cabeceira.” Sussurrou James parado em frente à porta do dormitório feminino quando Emma chegou ao topo da escada. Ela acenou um obrigado com a cabeça e entrou no quarto. James seguiu para o seu e se jogou na cama, sem nem se importar em trocar de roupa e escovar os dentes.


Ele sorriu pensando em sua ruivinha e afundou no travesseiro até que sentiu algo duro embaixo do mesmo. Ele enfiou a mão debaixo do travesseiro e puxou um objeto retangular de lá. Ele estava prestes a jogar o objeto em sua mesa de cabeceira quando o cheiro de chocolate invadiu suas narinas e ele abriu os olhos. Era uma simples barra de chocolate napolitano da Dedosdemel, mas era seu favorito.


“Quem...?” ele murmurou procurando debaixo do travesseiro por um bilhete. Ele achou um pedaço de pergaminho e o puxou para fora. Jogando as cobertas sobre sua cabeça, ele acendeu sua varinha para ler o bilhete.


Com amor,


L.E.
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N/A: eu já tinha escrito o cinco e acabei o quatro hoje então já estou postando os dois de uma vez, mas não esperem o seis tão cedo, pois eu preciso esperar a inspiração vir...
amo vocês, comentem!
Sophie. 

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