Natal e Ano Novo

Emma se sentia flutuando e por um segundo ela se imaginou voando no espaço acima da TARDIS como ela havia visto uma menina fazer em Doctor Who, um show trouxa que Lily a havia feito ver quando fora lá nas férias. Mas no segundo seguinte ela despencou no ar, aterrissando em uma pilha de travesseiros e almofadas. A garota acordou berrando e sentindo que seu coração iria sair pulando de seu peito, tanta a força com a qual ele batia contra suas costelas. Abrindo os olhos, ela descobriu que James e Sirius eram os óbvios culpados por sua queda, sendo que estavam rolando de rir no chão. Lily e Remus estavam sentados no sofá balançando as cabeças em desaprovação, apesar de terem pequenos sorrisos brincando em seus lábios.

“Vocês vão ver.” Disse Emma se levantando. A garota tremia da cabeça aos pés, tanto de frio quanto do susto que acabara de tomar. Remus tirou seu casaco e o colocou em volta de Emma, abrindo espaço para ela no sofá.

“FELIZ NATAL!” gritaram Sirius e James, pulando na frente da menina. Ela os ignorou. “Vamos abrir os presentes!” eles pulavam excitados como dois garotinhos de cinco anos de idade. Ela se levantou e caminhou lentamente até a árvore de natal gigante com os presentes embaixo. Ela desembrulhou os seus presentes que estavam todos embalados em papel roxo, que era sua cor favorita. Quase todos haviam lhe dado presentes da Zonko’s, exceto Lily que lhe dera um livro recomendando os melhores filmes da última década, pois Emma era fascinada com o cinema preto e branco.

“Gente, está na hora.” Anunciou James olhando o relógio.

“De que?” perguntou Lily desconfiada.

“Ah não.” Sussurrou Remus. “Por favor que não seja...”

“Hockey de Meia!” completaram Sirius e James gritando excitados.

“O que cargas d’água é Hockey de Meia?” perguntou Lily.

“Todo natal nós – eu, Sirius, Emma e Remus – nos encontramos com uma turma da Corvinal e jogamos Hockey, só que de pijamas e meias, no corredor do sétimo andar.” Explicou James.

“Parece divertido.” Comentou Lily, fazendo todos arregalarem os olhos. “Que? Hockey é um dos poucos esportes pelos quais eu me interesso.”

“Então, pelo amor que você tem a Merlin, Lily, jogue no meu lugar hoje.” Implorou Remus. A garota riu e concordou com a cabeça.

Cinco minutos depois, eles estavam subindo as escadas para o corredor do sétimo andar com vassouras não mágicas e capacetes.

“Emma é a goleira, então você vai atacar comigo e o Pontas.” Sirius disse para Lily. “Tudo o que você tem que fazer é mandá-la para o gol dos corvinais e o primeiro que fizer dez pontos ganha.”

“Mandar o que para o gol dos corvinais?” perguntou a garota.

“Ela.” Sirius tirou do bolso do moletom uma miniatura da Goles, só que azul e peluda.

“Nós a chamamos de Gules.” Disse James olhando para a bola com orgulho.

“Parece nojenta.” Comentou Lily franzindo a testa para a bolinha desgastada e empoeirada.

Sirius segurou a bola mais perto do peito, parecendo dramaticamente ofendido. “Você ousa insultá-la?”

“Que vergonha!” exclamou James apontando acusadoramente para Lily.

Sirius estava acariciando a bola e sussurrando para ela, lançando a Lily olhares como se a garota tivesse insultado sua criança.

“Vocês são oficialmente loucos.” Disse Lily incredulamente, enquanto Emma se balançava rindo silenciosamente ao seu lado.

“Peça desculpas.” Exigiu Sirius estendendo a bola para a garota.

“Eu não vou pedir desculpas à um objeto inanimado!” gritou Lily. Emma segurava sua barriga, lágrimas de riso escorrendo por seu rosto.

Sirius e James lhe deram os olhares de cachorros abandonados que sempre funcionavam com os professores. Revirando os olhos, ela murmurou “Me desculpe” tentando não pensar no quão idiota ela devia parecer.

Os garotos sorriram e arrastaram Lily para o centro do corredor, marcado por uma armadura, onde estavam os três corvinais já posicionados.

“Preparados para serem Grifinoriados?” perguntou Sirius, colocando a bolinha sobre uma linha no chão. Lily revirou os olhos para o nome Grifinoriados.

“Vamos ver.” Respondeu Kitty Lane, aparentemente capitã do time corvinal de Hockey de Meia. “Nós começamos, temos mais pontos.”

“Eu sei.” Rosnou James.

Emma lá de trás viu Kitty bater na Gules e vir deslizando atrás dela, com James e Sirius em seu encalço. Lily demorou uns segundos para se adaptar a deslizar com a meia, mas rápido ela já estava deslizando como uma patinadora de gelo.

James interceptou a Gules e com uma forte batida da vassoura mandou a bola voando para o outro lado do corredor, onde parou bem aos pés de Sirius que deslizou varrendo a bola à sua frente e, com uma forte vassourada, mandou a bola deslizando entre as pernas do goleiro corvinal. James e Sirius bateram as mãos juntas enquanto o goleiro pegava a bola de volta.

O jogo continuou por um tempo, finalmente terminando com um espetacular gol de Lily que deslizou tão rápido em direção ao goleiro corvinal, que ele saiu do caminho para deixar Lily se esborrachar sozinha. Mas a garota graciosamente parou com um giro e foi esmagada por Sirius e James que vieram um de cada lado e a abraçaram, caindo numa tentativa de levantar a garota.

Emma voou pelo corredor sorrindo e pulou em cima dos garotos que tentavam se levantar. Eles se levantaram e voltaram comemorando para a torre da Grifinória onde as meninas já estavam acordadas e impacientes.

“Eu estou morta de fome, mas como eu sou uma amiga legal eu resolvi esperar vocês, sabem, mas vocês demoram muito!” gritou Marlene.

“Calma, Lene.” Disse Lily levantando as mãos como se se rendesse. “Vamos trocar de roupa e vamos almoçar ok?”

Uma hora depois, após as garotas terem tomado banho e colocado uma roupa quente, o grupo descia as escadas para o Grande Salão.

O cheiro do peru, das batatas e de tudo mais o que havia para comer estava delicioso e invadiu a narina dos garotos enquanto eles se sentavam à mesa meio cheia da Grifinória.

Sirius e James encheram seus pratos com um pouco de tudo que estava em seus alcances e começaram a comer desesperadamente como se a comida fosse desaparecer.

“Se você ficar só olhando, eles vão comer tudo.” Disse Emma rindo para Lily que observava os dois garotos com cara de nojo.

Eles comeram o que foi provavelmente o melhor banquete de natal de todos, com direito à Petit Gateaus de sobremesa. Após o banquete, eles voltaram exaustos e cheios para a torre e todos se largaram nos sofás, rapidamente caindo no sono. Lily subiu sozinha para o dormitório e o encontrou vazio. Sorrindo, ela pulou em sua cama, procurando seu livro Hogwarts: Uma História debaixo do travesseiro para ler pela milésima vez. Mas ao invés do livro, Lily encontrou uma caixa quadrada embalada em papel amarelo. Ela rasgou o papel e abriu a caixa curiosa. Lá dentro estava um cachecol verde de seda, da exata cor dos seus olhos. Retirando o cachecol da caixa, ela viu que havia um bilhete escrito Feliz Natal, ruivinha sem nenhuma assinatura, mas estava óbvio de quem viera o presente.

“James.” Ela sussurrou revirando os olhos, mas sorrindo. Olhando para trás mais uma vez para ter certeza de que ela estava sozinha no dormitório, ela fechou as cortinas ao envolta de sua cama, colocou o cachecol no pescoço e se enfiou debaixo das cobertas, metade de si xingando a outra parte que, por um segundo, desejou que James estivesse ali, lhe abraçando.

Os dias que antecederam o ano novo se passaram tão rápido que quando Lily acordou na manhã do dia 31, sentiu como se tivesse acordado da soneca que tirara na tarde do dia 25. Ela havia usado o cachecol uma vez na frente de James que, quando viu que a garota estava usando seu presente, abriu o maior sorriso do mundo. Lily tomou conforto no fato de que ela tinha sido a pessoa que havia colocado aquele sorriso em seu rosto, aquele sorriso grande e puro que ele reservava somente para Lily, apesar de ela não saber exatamente por que a felicidade de James lhe alegrava.

“Bom dia.” Disse James quando Lily desceu as escadas, já pronta para o café da manhã.

“Cadê os outros?” perguntou a garota ao ver que ela estava sozinha com James na sala.

“Provavelmente brincando na neve.” Ele respondeu largando seu livro e indicando com a cabeça o lugar ao seu lado no sofá, onde Lily se sentou.

“E você não desceu?” perguntou ela cruzando as pernas e se virando no sofá para ficar de frente para o maroto.

“Estava te esperando.” Ele sorriu apenas levantando os cantos da boca, mas era um sorriso mais verdadeiro do que os que ele dava quando falava com qualquer outra garota que não fosse Lily ou sua prima.

“Então, com quem vai passar seu ano novo?” perguntou Lily, imaginando que seria com uma garota qualquer com quem ele estivesse ficando.

“Com você. Quer dizer, se você quiser passar seu ano novo comigo.” Ele olhou alarmado para ela como se pedisse para ela dizer sim.

“Claro. Mas com uma condição.” Lily sorriu.

“Qualquer coisa.”

“Mantenha o Sirius longe de nós.”

James riu. Ele se levantou e estendeu a mão para Lily, que a aceitou para se levantar, mas não soltou a mão do garoto enquanto desciam para o Grande Salão.

“Cadê a comida?” perguntou Lily, soando com o coração partido, quando chegaram às portas que estavam fechadas.

“Lily, são quase meio dia.” Disse James rindo. Nesse exato momento, o relógio do garoto apitou, mostrando que eram exatamente meio dia e as portas se abriram magicamente mostrando as quatro mesas servidas com o almoço.

“Vocês perderam!” Sirius gritou para Marlene e Remus enquanto ele e Emma se sentavam do outro lado mesa, em frente a James e Lily. Os quatro estavam com as bochechas rosadas do frio e cobertos em floquinhos de neve, pois estavam brincando lá fora.

“Bom o jogo?” perguntou James, tentando parecer indiferente, mas um pouco arrependido de ter perdido a décima guerra de bola de neve por causa de Lily.

“Foi! A gente jogou por três horas e o melhor foi quando todo mundo se juntou para jogar bola nos outros alunos.” Disse Emma rindo.

 

Por qualquer razão que fosse, Lily se achou subindo às escadas para a torre de astronomia às 11: 48 para se encontrar com James. Ninguém era permitido na torre, mas James havia arrombado a porta, pois aquela era sua ideia de romance.

James olhou para trás ao ouvir passos e sentiu sua respiração parar na garganta.

“O que você acha?” perguntou Lily insegura, alisando seu vestido branco que parava bem acima dos joelhos. Ele era simples, mas ficava lindo na garota. Ela tinha seu cabelo preso atrás num coque e alguns fios de seu cabelo ruivo caíam soltos formando um cacho de cada lado de seu rosto. Ela usava uma sapatilha branca que combinava com o vestido sem mangas.

James piscou estupidamente tentando formar mais do que silabas desarticuladas que saiam de sua boca. Lily riu se aproximando.

“Perfeita.” Foram as silabas que James conseguiu juntar formando uma palavra.

“Você não está tão mal também.” Respondeu ela sorrindo. James usava o conjunto completo de terno exceto pelo blazer, que ele estava colocando nos ombros de Lily. Ele estava até com o cabelo penteado e Lily suspeitava que Emma estivesse por trás disso.

Os dois ficaram se olhando um nos olhos do outro pelo o que poderia ter sido uma eternidade ou apenas segundos, mas nenhum dos dois soube discernir. Eles foram acordados de seu transe pelo primeiro fogo de artifício que formava um coração enquanto James se inclinava para frente e capturava os lábios de Lily com os seus. O beijo também poderia ter durado apenas segundos ou milhares de horas.

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N/A: se você está lendo e gostando, obrigada! E desculpa que demorou tanto para esse capítulo sair, mas é que eu comecei a assistir umas 10 novas séries e eu fiquei superviciada em Glee e esqueci de voltar aqui. Uma parte desse capítulo (a do Hockey) foi baseada em uma fanfic de Glee que eu li, chamada Welcome to Hogwarts, de admiller.

Comentem(eu sei que ninguém vai comentar, mas não machuca tentar)

Sophie. 

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