Draco Malfoy
–O que você está fazendo em cima se mim Sangue-ruim? -disse a inconfundível voz de Draco Malfoy com evidente nojo, como ele sempre fizera á se referir á ela. É, ele havia voltado.
–Salvando sua vida, oras! -respondeu ela se levantando de imediato de sua maca.
–Salvando minha vida, Granger? É mais fácil acreditar que você tenha tentado tirá-la! -ele parou e olhou em volta se sentando- Onde eu estou? Você me sequestrou por acaso? -disse ele rindo sarcástico.
–Se você é burro demais pra perceber Malfoy você está em um quarto de hospital! -disse Hermione já gritando- E por que razão eu iria te sequestrar? Esqueceu, o lado mal daqui é você! -sua voz já estava aguda, como quando ela ficava nervosa.
–Ah Granger! Pare de reviver os velhos tempos! -disse ele com um tom de voz inabalado pelo que ela tinha dito- Acho que essa coisa de malzinho e bonzinho acabou junto com a guerra, não? -ele a olhou sorrindo canalha- E como você deve saber muitas querem me sequestrar! Aposto que foi um sonho me ter aqui por.. pera, a quanto tempo eu tô aqui? -ele agora franzira o cenho em confusão.
–Uma semana, Malfoy. -disse ela tentando controlar a voz para não parecer uma descontrolada- E tenha a certeza de que não foi um sonho pra mim ter que ficar tentando trazer uma doninha desprezível como você de volta á vida! -ele continuava com aquele sorriso nos lábios- Na verdade eu deveria ter deixado você em coma por mais um tempo. -disse ela com desdém- Ao que parece você é tão desprezível que ao menos faz falta alguém, já que em mais de uma semana ninguém procurou saber se você estava ao menos vivo. -disse ela, já se arrependendo por falar aquilo, havia sido mais maldoso do que ela achou que seria.
Malfoy á olhou com um ódio mortal, quase como se fosse pular da cama á qualquer momento e estrangular Hermione. Ela pensaria que aquilo nos olhos dele era mágoa, se, é claro, ele fosse um ser capaz de ter sentimentos.
–Hermione, há uma emergência. -disse Luna interrompendo Hermione antes que ela pudesse se desculpar, e antes que Malfoy conseguisse se soltar de seus cabos e bater nela.
Hermione saiu da sala atrás de Luna já perguntando com a "pose medibruxa-chefe":
–Onde está o paciente emergencial Luna?
–Não há paciente, Hermione. -disse a amiga calmamente.
–Então porque você falou que.. -a medibruxa estava confusa.
–Hermione! -disse ela em tom de repreensão, mais ainda calmo, como tudo que Luna fazia- O paciente acabou de sair de um coma e você fica trocando farpas com ele?
–Mas Luna, ele.. -a medibruxa tentou justificar.
–Hermione, ele acabou de sair do coma! Não seja tão má! -disse ela ainda naquele tom de repreensão que assustava Mione. Luna geralmente não usava tons que não fossem no mínimo otimistas.
–Mas Luna, você viu! -disse ela como uma criança que não é compreendida- Ele começou! Eu acabei de salvar a vida dele e a primeira coisa que ele faz é me insultar!
–Isso não é justificativa Mi! -ela olhava compreensiva pra amiga que a encarava envergonhada de volta- Não importa o que ele fez, ele é um paciente! E nós duas sabemos que ele não está nas melhores condições!
–Não há ninguém competente nessa merda de hospital para me atender? -gritou Malfoy de dentro de seu cubículo. Se ele não estivesse tão mal na hora em que saiu de casa poderia ter escolhido um hospital melhor para aparatar, onde as pessoas fossem no mínimo competentes, pensou ele.
Mione olhou pra Luna, como que confirmando seus argumentos.
–Ele é desprezível, Luna! -exclamou Hermione com um desprezo evidente na voz.
–Mas nem por isso você deve ficar trocando farpas com um paciente que acabou de sair do coma -continuou ela com o mesmo tom calmo de sempre- Mesmo que esse paciente seja Draco Malfoy!
–Eu sei, mas.. -disse Hermione ainda arrependida- Ele me tira do sério!
–Ele tira á todos nós do sério, Mione -ela olhava Hermione com cumplicidade e até certa pena- Mas teremos que aguentar. Somos profissionais, não somos?! -disse ela com certo entusiasmo, como se fosse um desafio á ser cumprido.
–Somos! -respondeu Hermione com coragem, uma coisa que Draco não tiraria dela era a competência. Ele se virou e foi rumo ao cubículo.
–... é, mas também não se pode esperar muito de um hospital dirigido por uma grifinória sangue-ruim -dizia Draco quando Hermione entrava na sala. O rosto dela se ardeu em fúria, mas ela se controlou- E falando nela..
–Sim, e falando em mim, Malfoy, essa grifinória sangue-ruim que salvou sua vida –disse ela com o resto da coragem que lhe sobrava enquanto os enfermeiros que ainda estavam lá saiam do cubículo- E é melhor você ficar quieto antes que acorde com cerveja amanteigada nos seus tubos ao invés de soro. -Draco riu descrente e enojado.
–Você não poderia!
–Poderia sim, eu sou a medibruxa-chefe ou você já se esqueceu disso? -disse ela sarcasticamente- Isso se chama abuso de poder, você deve conhecer, Malfoy. -Ele levantara a sobrancelha surpreso, desde quando a sangue ruim tinha personalidade? E desde quando ela sabia dizer algo que não fora decorado de um livro?
–E agora Senhora medibruxa-chefe–disse ele, frisando a última palavra com desdém- Qual é o prognostico?
–Eu falaria se você entendesse -disse ela o ignorando, olhando para as pranchetas que tinha nas suas mãos. Ele deu uma gargalhada sarcástica, ela realmente acreditava que porque passara a vida inteira metida dentro de livros era mais inteligente de que ele? Presunçosa demais pra uma grifinória!
–Você está me subestimando, Granger! -ela arqueou as sobrancelhas em descrença.
–Ok, Malfoy. Você foi atingido por uma combinação, digamos.. peculiar de feitiços..
–Jura, Granger? –ironizou ele- Eu acho que essa parte eu já percebi, eu estava lá na hora do crime.
–Crime? -ela arregalou os olhos assustada, agora o encarando seriamente. Ele tinha se esquecido que não sabia porque ele estava tão mal.- Como assim crime, Malfoy?
–Sim, crime, tentar diminuir a minha beleza desfigurando meu rosto –disse ele, e ela revirou os olhos- Mas como você deve ter percebido Granger, não funcionou! -disse ele passando a mãos pelos cabelos incrivelmente loiros.
–Olha, eu desisto -disse ela, mais pra si mesmo do que pra ele, enquanto se virava para ir pra porta.
–Desiste? -alfinetou ele e a medibruxa se virou para fitá-lo- Achei que você era o tipo grifinória durona que não desistia das coisas! -ela o fuzilou com os olhos.
–Eu sou -afirmou- Só que você, Malfoy é mais do que uma pessoa pode aguentar –alfinetou ela e ele sorriu canalha só para irritá-la.
–É, eu sei -e passou as mãos no cabelo novamente.
–Para com isso! -ela disse nervosa e quando percebeu que ele não entendeu completou:- Ficar passando as mãos nos cabelos de cinco em cinco minutos! -Ele riu divertido.
–Isso te deixa nervosa Granger? -disse ele com uma voz que realmente á deixava nervosa, sorrindo cada vez mais, á medida em que ela ia ficando vermelha.- Eu costumo causar esse efeito nas pessoas!
–Não, Malfoy, me deixa irritada! -disse ela já alterando á voz.
–Calma, Granger, não precisa se alterar! -disse em um falso companheirismo, se sentando na maca- Não sei como costuma ser lá no seu mundinho trouxa, mas aqui as pessoas são civilizadas no seu ambiente de trabalho.
–Eu. Sou. Civilizada. -disse ela entredentes o encarando, enquanto um sorriso surgia nos lábios deste.
–Ok, Granger, ok -respondeu ele divertido- O prognostico. -Ela o olhou como se fosse saltar em seu pescoço, mas respirou fundo.
–Essa peculiar combinação de feitiços foi tão peculiar porque junta possuiu quase a força de um Avada, não o matando, porém o deixando nesse estado de estupor parecido com o coma.
–Sim -ele concordou sério- O real problema foi o efeito colateral do Sectumsempra combinado com outro feitiço que deixou muitas feridas internas -Hermione o olhou boquiaberta enquanto ele continuava- Se o Longbottom tiver a capacidade de fazer algo que preste ele me deu a poção Wiggenweld -ela balançou a cabeça confirmando, ainda atônita- Nossa, vocês tem aqui estoque de Ditamno? Tá em falta em todo lugar. Enfim, mas não há uma poção que aja com mais rapidez? -perguntou ele, mas ela ainda estava o encarando com boca e olhos arregalados devido ao susto de ele saber tanto- Granger! -gritou ele á tirando do transe- Eu sei que é difícil para você se concentrar enquanto alguém como EU está no mesmo ambiente, mas tente! -a expressão dela mudou de perplexidade para fúria.
–Você não acha que se existisse em qualquer lugar do mundo algo que te tirasse daqui mais rápido eu já não teria ido buscar, Malfoy?!
–Acho. Eu realmente penso que você aprecia minha companhia, Granger -disse ele sorrindo enquanto ela revirava os olhos.
–O dia em que eu apreciar sua companhia, Malfoy, pode me mandar para a área psiquiátrica porque eu não estarei em meu estado perfeito de lucidez! -gritou ela saindo enquanto um sorriso ainda maior surgia nos lábios dele.
Draco adorava irritar aquela sangue-ruim! Ele havia acabado de sair do coma e já se divertia como não fazia há tempos, mas precisamente dois anos e meio, ou seja, desde seu tempo em Hogwarts.
Na verdade desde lá sua vida vinha sendo um desastre. Seu pai, que já não tinha objetivos na vida após a morte do Lorde e de sua "suposta" inocência aprovada pelo ministério por seus anos como comensal, havia decidido se dedicar inteiramente a estragar a vida de seu filho. Isso era realmente apenas vingança por Draco não ter cumprido sua missão e depois não querer se tornar um comensal.
Sua primeira - e pior - sentença foi obrigá-lo a casar-se com Pansy Parkinson, que era, como Lucius dizia, "uma garota sangue puro que traria um continuidade digna para a linhagem da família". Ele errou, pois Draco nunca teria filhos com ela.
Ok, casar-se com Pansy não foi o fim o mundo; ela era legalzinha, bonita e sempre o apoiava, mas não era isso que ele queria. Faltava alguma coisa, e Draco sentia isso.
A segunda sentença foi mandá-lo para França, onde supostamente ele deveria cuidar dos "negócios da família", negócios estes que não existiam até ele mesmo, Draco, fundar. O real objetivo por trás disso era deixá-lo infeliz, longe daqui e de todos que ele conhecia.
Draco relevou isso por quase dois anos, quando realmente se cansou daquela palhaçada, decidindo que não viveria a vida que seu pai havia determinado, e sim a que ele escolhesse.
Assim, se separou de Pansy e decidiu voltar para Londres, o que talvez não tenha sido uma ideia tão boa assim, pois agora estava em uma maca no St. Mungo’s com a vida nas mãos de uma castanha grifinória sangue-ruim de cabelos incrivelmente cheios e olhos hipnotizadores.
Droga, Draco, aonde você foi se meter?
(N/Autora: Então pessoas sei que demorei pra postar, mas tenho desculpas válidas! Sábado teve virada (alguém foi? Tava ótima!), e no domingo eu tive.. bem.. problemas técnicos.. hahahaha, que é melhor eu nem contar ~meioqueaescadarolantearrancouminhasaiaeeufiqueisódecalcinhanometro~ pra vocês não ficarem escandalizados.
Enfim, gostaram do cap? Gente, deixem provas que vocês existem, é um cometário mínimo só pra eu saber como tá a estória pra vocês! Juro que não dói!
Como hoje não tem comentários pra responder, beijinhos e até o fds!)
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