O outro ministro



(Autora aqui: Então, esse capitulo ficou sem graça, porque eu acho ele muito chato, e dai não me deu inspiração)

"Harry Potter e o Enigma do Príncipe". Leu ela. "Capítulo 1 - O outro ministro".


"Ei, espera, a carta disse que você iria me explicar porque esse garoto tem meu sobrenome". Lembrou Tiago.


"Bem, é porque ele é seu futuro filho, Tiago". Ela respondeu sem rodeios, fazendo o moreno engasgar.


"Sério?". Ele animou-se quando a metamorfomaga confirmou. "Que. Legal".


"Nunca pensei que você quisesse ter um filho, Pontas".


"Pois eu quero Almofadinhas".


"Ok então, viado".


"É cervo, ok?".


"Posso voltar a ler agora?". Perguntou uma ruiva muito irritada.


"Claro Lírio".


"Não enche Potter".


"Era quase meia-noite e o Primeiro-Ministro estava sentado sozinho em seu gabinete, lendo um longo memorando que resvalava pelo seu cérebro sem deixar o menor registro.


"Chato". Resmungou Sirius.


"Muito, muito chato". Concordou Pedro.


"Realmente chato". Disse Remo.


Todos eles olharam para Tiago, esperando alguma reação.


"Que?". Perguntou o moreno.


"Não vai dizer que é chato?". Sirius assustou-se.


"Cara, eu vou ler sobre a vida do meu futuro filho, você realmente acha que eu vou achar chato?".


"Mas ainda não falou nada sobre o seu filho".


"Mas vai falar, e agora cale a boca".


Lilian se surpreendeu ao ver o metido Potter estar tão interessado no futuro filho, nunca nem mesmo imaginou que ele quisesse ter um, pensava que Potter nunca iria querer se prender a uma só mulher, ainda por causa de um filho. [O futuro guarda surpresas, devo dizer]


Snape olhava com nojo para Potter, não gostava nenhum pouco do garoto metido e mimado que se exibia por ai. Na verdade, ele odiava todos os Marotos, só que com Tiago era pior. Sabia que Tiago Potter gostava de Lily, a sua Lily, mas pelo menos sabia também que ela o odiava tanto quanto ele. [Mas nem mesmo Snape podia prever as mudanças do futuro]


Aguardava um telefonema do presidente de um país longínquo e, entre a preocupação se o infeliz iria telefonar e a tentativa de reprimir lembranças do que fora uma semana difícil, longa e cansativa, não sobrava muito espaço em sua mente.


"Difícil, longa e cansativa vai ser essa leitura se as coisas não começarem a se agitarem logo". Exclamou Sirius. "Poxa, não podia ter mais ação, não?".


"Black, eu inda estou no primeiro parágrafo". Reclamou Lilian. "Você vai ter de ficar comentando o quanto é chato a todo o momento?".


"Não, quando tiver ação, eu paro de comentar!".


"Desisto!". Exclamou ela, levantando as mãos em um gesto dramático. Depois pegou o livro novamente e voltou a ler.


Quanto mais tentava focalizar as palavras na página diante dele, tanto mais claramente via o rosto triunfante de um dos seus adversários políticos.


"Esse não me parece ser um Primeiro-Ministro bruxo". Comentou Alice, uma menina da Lufa-Lufa.


[Sim, sim, ela é a mãe do Neville]


"É verdade, um bruxo não agiria assim, deve ser o trouxa". Concordou Dorcas Meadowes.


"Mas porque a gente iria querer saber sobre trouxas nojentos?". Perguntou um Sonserino, lançando um olhar de nojo a Lily, que lia o livro.


"Ora, senhor, acredito que trouxas não sejam tão diferentes de bruxos. Só não tiveram o privilégio, ou azar, no ponto de vista de alguns, de ter a capacidade de fazer magia, como nós". Respondeu Dumbledore, muito calmamente.


O garoto fez uma careta e deu de ombros de um jeito desdenhoso. Alguns outros da Sonserina ficaram tão indignados quanto ele.


Lilian somente ignorou todos os comentários, e principalmente o olhar que lhe foi lançado. Não ligava pra isso, nem mesmo se lhe chamassem de sangue-ruim.


[Ela só não sabia que certas coisas, ditas por certas pessoas, machucavam sim]


O homem aparecera no telejornal daquele dia


"O que é telejornal?". Perguntou Frank Longbottom. [Sim gente, o pai do Neville]


"É um programa de televisão trouxa, onde eles mostram o que está acontecendo pelo mundo. Todas as noticias importantes dos trouxas passam lá, e às vezes, até mesmo as dos bruxos, só que disfarçadas de noticias trouxas". Respondeu Lily prontamente, deixando alguns ainda mais confusos.


"O que é televisão?". Perguntou Tiago, os olhos brilhando. Lilian revirou os olhos, mas resolveu responder.


"É um tipo de caixa, onde passam imagens e som de tudo que tipo".


"Então é como uma foto, só que com sons?". Perguntou Sirius.


"Mais ou menos, não é bem assim, mas deixa pra lá...".


não somente para enumerar os terríveis acontecimentos da semana anterior (como se alguém precisasse de lembretes) como também para explicar que a culpa de cada um deles e de todos, sem exceção, cabia ao governo.


"Porque eu tenho a impressão que esses terríveis acontecimentos não têm nada a ver com o governo, e que estão ligados aos bruxos?". Comentou alto um garoto da Corvinal.


"Sim, vocês está certo, tudo isso está ligado a nós de alguma forma. É por causa da guerra que está acontecendo no meu tempo". Explicou Tonks.


"Tem uma guerra no seu tempo?".


"Sim, quer dizer, Voldemort foi derrotado daqui a alguns anos, mas ele vai voltar. Uma nova guerra está acontecendo!".


"Você-sabe-quem foi derrotado uma vez?".


"Mas como?".


"Por quem?".


"Como isso foi possível?".


Todos começaram as falar ao mesmo tempo, fazendo diversas perguntas.


"Todas as perguntas de vocês vão se responder ao longo dos capítulos, e se nem todas, eu os ajudarei".


Lilian voltou a ler.


O pulso do Primeiro-Ministro acelerou só de pensar nessas acusações, porque não eram justas nem verdadeiras. Como é que o seu governo poderia ter impedido aquela ponte de ruir?


"Nossa, derrubaram uma ponte?". Perguntou Marlene McKinnon.


"Muito mais que isso".


Era um absurdo insinuarem que não estava gastando o suficiente na conservação de pontes. Essa tinha menos de dez anos, e os maiores especialistas não sabiam explicar por que rachara exatamente ao meio, projetando dezenas de carros nas profundezas do rio. E como ousavam sugerir que aqueles dois homicídios bárbaros divulgados com estardalhaço eram conseqüência da falta de policiamento? Ou que o governo deveria ter previsto o furacão inesperado que ocorrera no oeste do país e causara tantos prejuízos a pessoas e propriedades?


"Nossa, a situação está séria mesmo. Eles não estão nem ai para os trouxas, só saem destruindo tudo". Exclamou Lily, horrorizada.


"Eles não se importam de chamar a atenção dos trouxas, pois estão mais poderosos. Acham que vão ganhar a guerra dessa vez". Respondeu Dora.


Mas eles não vão. Pensou ela. Não mesmo, porque nós é que vamos ganhar, não vamos os deixar continuarem com suas crueldades!


"A situação parece pior do que agora". Observou Tiago. Em seu tempo os Comensais eram mais cuidadosos, não faziam tantos estragos. No seu tempo, a maioria dos Comensais nem mesmo tinha saído de Hogwarts.


Tiago sabia que Snape era um deles, mas Lilian não acreditava nele. Ninguém acreditava, exceto por seus inseparáveis amigos.


E seria culpa sua que um dos ministros de segundo escalão, Herberto Chorley, tivesse escolhido logo esta semana para agir tão bizarramente que agora iria passar um bom tempo em casa?


"Maldição Imperius". Meditou a Prof.ª Minerva. "Sim, eles devem estar usando bastante das Maldições Imperdoáveis".


“Uma sensação de perigo se apoderou do país”, concluíra seu adversário, ocultando a custo um largo sorriso.


"Os trouxas são tão cínicos às vezes, se acham tão superiores, mas só querem ver a desgraça dos outros de sua própria espécie". Uma menina de longos cabelos loiros, pertencente á Corvinal, meditou.


[Tentem imaginar quem ela é]


E, infelizmente, era a pura verdade. O próprio Ministro sentia isso; o povo realmente parecia mais infeliz do que de costume. Até o tempo estava lúgubre; toda essa névoa gélida em pleno verão... não era certo, não era normal...


"Parecem ser Dementadores". Murmurou Dumbledore sabiamente, tirando suas próprias conclusões.


Ele virou a segunda página do memorando, verificou o quanto ainda faltava e achou que seria inútil se esforçar. Espreguiçando-se, contemplou pesaroso o seu gabinete. Era uma bela sala, com uma elegante lareira de mármore defronte às janelas de guilhotina, muito bem fechadas para evitar o frio atípico da estação. Com um leve arrepio, o Primeiro-Ministro se levantou, foi até a janela e contemplou a névoa fina que colava nos vidros. Foi então, quando estava de costas para a sala, que ouviu um leve pigarro.


"Mas ele não estava sozinho ali?". Perguntou uma menina da Lufa-Lufa.


"Certamente estava, mas já imagino de quem se trate". Respondeu Dumbledore.


Ele congelou, encarando o próprio rosto apavorado refletido na vidraça escura. Conhecia aquele pigarro. Já o ouvira antes. Virou-se, muito lentamente, e confrontou a sala vazia.


"Ué, como assim?". Perguntou Sirius. "Não tinha alguém ali?".


"Mas tem sim, senhor Black. Deixe a senhorita Evans ler e talvez poderemos saber o que aconteceu".


Alguns soltaram uns risinhos, acompanhados por Lily, que voltou a ler com um sorriso sapeca no rosto enquanto o moreno fechava a cara.


— Alôô! — disse, tentando aparentar mais coragem do que sentia. Por um breve momento permitiu-se a esperança impossível de que ninguém lhe respondesse.


"Esse com certeza não iria pra Grifinória". Comentou Remo.


"Tem toda a razão, Aluado, porque com uma coragem dessas...". Tiago deixou a frase no ar, mas todos entenderam o que ele queria dizer. Ele sorriu maroto e depois falou uma coisa que estava demorando pra soltar. "Com certeza pertenceria a Sonserina".


Os quatro Marotos riram, embora Pedro fizesse isso um pouco forçado. Mas como ninguém reparou, sem problemas pra ele. Quer dizer, quase ninguém reparou, porque Dora estava atenta a Pedro, sabia que ele era um traidor, e tentaria impedir. Mas naquele momento percebeu que não tinha mais volta, Rabicho já era um Comensal da Morte, um servo de Voldemort. O garoto estava perdido.


"Como se você fosse muito corajoso, Potter?". Uma voz se fez ouvir pela primeira vez. Severo Snape olhou desafiadoramente para Tiago Potter, que lhe retribuiu esse olhar, mas com um sorriso debochado estampado no rosto.


"Com certeza mais que você, Ranhoso. Sei que tenho muito mais coragem que você, ou você acha que se juntando á ele está sendo corajoso? Na verdade, você está sendo muito covarde. Saiba que eu nunca faria isso na minha vida, eu lutaria até o fim, mas não faria isso. Você vai perdê-la por causa disso". Nesse momento o sorriso já havia desaparecido totalmente de suas feições.


Ninguém entendera o que Tiago tinha falado, somente Snape, e é claro, os Marotos. Tonks também sabia do que falavam.


Pedro se encolheu por causa das palavras de Tiago, sabendo ser um traidor muito pior. Sirius e Remo colocaram cada um uma mão nos ombros do amigo, impedindo que ele se levantasse. Severo ficou com mais raiva ainda, porque tinha que ter sido justo Potter a descobrir seu segredo?


"EU NÃO VOU PERDÊ-LA, ESTOU FAZENDO ISSO PARA O BEM DELA!". Gritou ele. Tiago somente balançou a cabeça em negação.


"Você vai sim. Isso não é protegê-la, você nunca poderia proteger ela dessa maneira, só vai machucá-la cada vez mais".


Ele levantou e encarou Pontas, a raiva contorcendo suas feições. Mas quando Severo estava prestes a pegar sua varinha...


"Chega!". A simples palavra de Dumbledore fez com que todos se calassem, Snape sentou-se e Tiago somente voltou a colocar um sorriso em seu rosto, dessa vez mais fraco.


Lilian ainda estava confusa por causa de toda a situação, que merda acabara de acontecer? Potter não tinha o direito de falar assim com seu melhor amigo, quem era ele pra falar assim com alguém?


Mas mesmo estando irritada, ela ficou pensativa com as palavras trocadas entre os dois. Tinha a impressão de que a pessoa de quem falaram era ela, era a única pessoa de quem Severo gostava de verdade, e estranhamente, Tiago também parecia compartilhar desse sentimento, era a única coisa que os dois tinham em comum. Mas o que Sev fez de tão grave? Potter parecia estar certo nas acusações que fez contra ele, pois ele não discordou. Preciso descobrir sobre isso!


Mas ouviu imediatamente uma voz seca e decidida que parecia estar lendo um texto pronto. Vinha — e o Primeiro-Ministro soube assim que ouviu o primeiro pigarro — do homenzinho bufonídeo de longa peruca prateada, retratado em um pequeno quadro a óleo encardido do outro lado da sala.


"O que? Um quadro bruxo em um local trouxa? Mas isso é um absurdo!". Exclamou Parkinson. [Sim, a mãe da idiota da Pansy Parkinson. Argh! Odeio as duas]


"Certamente não, senhorita Parkinson. Logo mais será explicado o porquê do quadro estar ai". Respondeu Dumbledore.


— Para o Primeiro-Ministro dos trouxas. É urgente que nos encontremos. Favor responder imediatamente. Atenciosamente, Fudge. — O homem no quadro lançou um olhar de indagação ao Primeiro-Ministro.


"Fudge não é aquele...?".


"Sim, senhor Potter. Bem, pelo que vejo, Fudge conseguiu se tornar Ministro da Magia".


"Ah, agora é que ninguém mais tem chances contra Voldemort!". Exclamou Sirius, colocando a mão no peito e fingindo enxugar uma lágrima imaginária. Ele fez uma bela cena dramática, e todos, exceto os da Sonserina, riram.


"Almofadinhas, você esta certíssimo". Remo sorriu maroto. "Com aquele de lá, sem chance alguma".


É claro que os Marotos faziam isso para descontrair e divertir, mas Snape achava ridículo. Ele ficou muito indignado quando viu Lilian rindo. A sua Lilian estava rindo d'Os Marotos.


— Ehh — começou o Primeiro-Ministro —, ouça... não é um bom momento... estou esperando um telefonema, sabe... do presidente do...


"Ele parece conhecer Fudge, mas como?". Perguntou Pedro.


"Bem, acredito que no livro explicará, senhor Pettigrew". Dessa vez foi Minerva quem respondeu.


— Isto pode ser remarcado — respondeu logo o quadro. O Primeiro- Ministro desanimou. Era o que receava.


— Mas eu realmente tinha esperanças de falar...


— Faremos com que o presidente esqueça o telefonema. Ele não ligará hoje, ligará amanhã à noite — disse o homenzinho. — Tenha a bondade de responder imediatamente ao Sr. Fudge.


"Deve estar acontecendo alguma coisa grave, mas se tratando de Fudge, é bem capaz de não ser nada". Comentou a professora de Herbologia. "Ele é meio exagerado!".


— Eu... ah... está bem — disse o Primeiro-Ministro vencido. — Receberei Fudge.


"Ele não tinha outra escolha, tinha?". Perguntou Remo retoricamente. "Fudge apareceria por ali a qualquer momento mesmo".


"Sem dúvida, senhor Lupin". Concordou Dumbledore, com um brilho estranho nos olhos.


Voltou, então, depressa à sua escrivaninha, endireitando a gravata. Mal se sentara e se recompusera para aparentar uma expressão descontraída e impassível, ou assim esperava, um clarão de chamas muito verdes apareceu na abertura sob o console da lareira de mármore.


"Odeio Pó de Flu, argh!". Murmurou Lilian. "É horrível".


"Eu também, Lírio".


"Não me chame de Lírio, Potter. Meu nome é Lilian!".


"Mas você nem me deixa te chamar de Lilian". Reclamou ele. "Pra você é Evans, Potter!". Ele tentou imitar a voz dela, mas falhou miseravelmente.


Lily não se aguentou, teve de rir. Ela admitia que ele fosse engraçado, e ainda mais quando tentava imitar uma voz feminina.


"Não pense que isso mudou, você ainda só pode me chamar de Evans". Disse alguns segundos mais tarde. "Ou de preferência, nem me chame".


Tiago não respondeu, e ignorou o último comentário. Estava feliz, tinha conseguido ter uma conversa um pouco civilizada com ela e ainda por cima a tinha feito rir. Seu dia estava ganho, ou melhor, seu mês estava ganho.


Ele observou, tentando não demonstrar surpresa nem preocupação, um homem corpulento emergir das chamas, rodopiando rápido como um pião. Segundos depois, ele engatinhava da lareira para um bonito tapete antigo, sacudindo as cinzas das mangas de sua longa capa listrada, segurando um chapéu-coco verde-limão.


"Ele ainda usa esse negócio!". Exclamou Emmeline Vance, rindo.


"Ui, que horror, quanto mau gosto". A garota Brown fez cara de nojo. [Tal filha, tal mãe... Não, pera!] "Verde-limão é tão fora de moda".


Marlene olhou pra ela com uma careta, porque é que existiam pessoas tão frescas na face da terra?


"Olha quem fala, não sabe nem passar maquiagem direito". Murmurou, mais para não ser ouvida. Não tinha medo de confusão, mas queria que Lily continuasse logo a leitura.


Somente Sirius escutou o que ela falou, e então riu. Marlene estava certa.


— Ah... Primeiro-Ministro — disse Cornélio Fudge, adiantando-se em largos passos, com a mão estendida. — Que bom revê-lo!


"Duvido que ele ache isso bom". Disse Tiago para Remo. O amigo sorriu e acenou concordando.


O Primeiro-Ministro não poderia retribuir o cumprimento com sinceridade, então nada respondeu. Não sentia o mais remoto prazer de ver Fudge, cujas raras aparições, além de serem em si decididamente alarmantes, em geral significavam que ele estava prestes a ouvir notícias muito ruins. Além do mais, Fudge parecia inegavelmente aflito. Estava mais magro, mais calvo, mais grisalho, e seu rosto parecia amarrotado. O Primeiro-Ministro já vira políticos com essa aparência antes, e nunca tinha sido um bom agouro. 


"A situação deve estar realmente péssima, pra Fudge estar desse jeito". Meditou Minerva.


— Em que posso servi-lo? — perguntou, apertando brevemente a mão de Fudge e indicando a cadeira mais dura diante da escrivaninha.


"Que mal educado". Disse Lily. "Idiota, aposto que fez isso só por causa do preconceito contra os bruxos".


"Calma Lily". Tentou Dorcas.


Mas a ruiva ficava irritada quando isso acontecia, porque ela passava pelo mesmo preconceito durante todas as férias. E o pior, ele vinha de sua irmã. Petúnia não imaginava o quanto ela sofria com isso.


— É difícil saber por onde começar — murmurou Fudge, puxando a cadeira, sentando-se e apoiando o chapéu sobre os joelhos. — Que semana, que semana...


— Também teve uma semana ruim? —


"É obvio, já que os problemas que esse trouxa está tendo que enfrentar são os bruxos que estão causando". Tiago revirou os olhos.


perguntou o Primeiro-ministro secamente, esperando, assim, deixar implícito que já tinha um prato cheio nas mãos sem precisar de mais colheradas de Fudge.


— É claro que tive — respondeu o bruxo, esfregando os olhos num gesto cansado e olhando mal-humorado para o Primeiro-Ministro. — Tive a mesma semana que o senhor, Primeiro-Ministro. A ponte de Brockdale... os assassinatos de Bones e Vance... sem falar nas confusões no oeste...


"Eu disse!".


"Ninguém discordou de você, Pontas". Rebateu Sirius.


"Cala a boca, pulguento".


"Cala a boca você, seu viado".


"É cervo!".


"Viado!".


"Cerv...".


"Chega, vocês dois". Cortou Remo.


"Obrigada Remo". Agradeceu Lilian.


"Ei, porque você o chama pelo nome e eu não?". Perguntou Tiago, fazendo um biquinho.


"Porque ele é meu amigo, Potter".


"E porque eu não posso ser seu amigo?".


Lilian somente revirou os olhos e voltou a ler, deixando um Tiago com o maior bico do mundo.


— O senhor... ehh... sua... o senhor está querendo me dizer que gente do seu mundo esteve... esteve envolvida... nesses acontecimentos, é isso?


"Até que enfim percebeu. Aleluia!". Marlene ergueu os braços em um gesto escandaloso.


Fudge fixou no Primeiro-Ministro um olhar severo.


— Claro que esteve. Certamente o senhor percebeu o que está acontecendo, não?


— Eu... — hesitou o Primeiro-Ministro.


Era exatamente esse tipo de atitude que o fazia detestar as visitas de Fudge. Afinal de contas, era o Primeiro-Ministro e não gostava que ninguém o fizesse sentir-se como um escolar ignorante. Mas sempre fora assim desde o primeiro encontro com Fudge, em sua primeiríssima noite como Primeiro-Ministro. Lembrava como se fosse ontem, e sabia que isto o atormentaria até morrer.


"Eba, agora nós vamos ver lembranças dele. Ai vai dar pra gente saber o que aconteceu nos outros anos". Exclamou Tiago, os olhos brilhando de alegria.


"Então você quer ver o que aconteceu de ruim nos outros anos?". Sirius segurou o riso quando viu a cara que o amigo fez.


"Não, idiota, eu só quero saber se vão falar do meu filho, afinal, sendo ele meu filho, ele deve ser muito famoso".


"Haha". Lily soltou uma risada debochada. "Duvido muito, Potter, e tenho dó do garoto por ter um pai como você".


Tonks soltou uma sonora gargalhada, e todos olharam pra ela sem entender. Quem diria que um dia esses dois iriam ficar juntos.


Encontrava-se sozinho neste mesmo gabinete, saboreando o seu triunfo depois de tantos anos de sonho e armações,


"Armando contra os de sua própria espécie". Repetiu a loira da Corvinal, sonhadoramente.


quando ouvira um pigarro às suas costas, exatamente como hoje à noite, e, ao se virar, dera de cara com aquele feio quadrinho que se dirigia a ele, anunciando que o ministro da Magia estava a caminho para vir se apresentar.


"Deve ter sido um susto e tanto". Riu Remo. "Eu queria ter visto a cara dele".


Naturalmente, pensara que a longa campanha e a tensão da eleição o tivessem enlouquecido. Ficara absolutamente aterrorizado ao ver um quadro falando com ele, embora isso não fosse nada comparado ao que sentira quando um homem que anunciou ser bruxo projetou-se da lareira e lhe apertou a mão. Permaneceu mudo enquanto Fudge cortesmente explicava que ainda havia bruxos e bruxas vivendo em segredo no mundo inteiro, e reafirmava que ele não precisava se preocupar, pois o ministro da Magia responsabilizava-se por toda a comunidade bruxa e impedia que a população não-bruxa soubesse de sua existência.


"Absolutamente, não precisa se preocupar. Magina, tendo Comensais atacando seu país e você não precisa se preocupar, de jeito nenhum". Comentou Marlene sarcasticamente.


Era, dissera Fudge, uma tarefa difícil que abrangia tudo, desde leis sobre o uso responsável de vassouras à manutenção da população de dragões sob controle (o Primeiro-Ministro se lembrava de ter procurado se agarrar na escrivaninha ao ouvir isso).


"Eu disse que ele não iria pra Grifinória, nunca".


Eu devo mesmo dizer quem foi que falou isso?


Fudge, então, paternalmente, dera uns tapinhas no ombro do atônito Primeiro-Ministro.


— Não se preocupe — dissera —, provavelmente o senhor não tornará a me ver. Só o incomodarei se houver alguma coisa realmente grave ocorrendo do nosso lado, alguma coisa que possa afetar os trouxas... a população não-bruxa, melhor dizendo. Não ocorrendo nada, é viver e deixar viver. E devo dizer, o senhor está aceitando a notícia bem melhor do que o seu antecessor. Aquele tentou me atirar pela janela, achou que eu era uma peça pregada pela oposição.


O salão explodiu em risadas, exceto pela mesa da Sonserina, lá só alguns deles riam. [Sério, me dói falar mal da minha própria casa, mas admito, tem umas pessoas bem mal encaradas lá]


Ao ouvir isso, o Primeiro-Ministro recuperou finalmente a voz.


— Então, o senhor não é uma peça?


"Dãã!". Exclamaram os Marotos, todos juntos.


Fora a sua última e desesperada esperança.


"Desesperada esperança, desesperada esperança, desesperada esperança, desesperada esperança, desesperada esperança, desesperada esperança, desesperada esperança...".


"Almofadinhas, que calar a boca?".


"Não, remito. Desesperada esperança, deses...".


"Porque exatamente você está repetindo isso, Black?". Lilian olhou incrédula pra ele.


"Oras, porque ele legal!".


"Meu amigo é mais idiota do que eu pensava". Tiago levantou a mão, dando um tapa na própria testa.


— Não — respondeu Fudge gentilmente. — Receio que não. Olhe. E transformou a xícara de chá do Primeiro-Ministro em um gerbo.


"Muito conveniente!". Debochou uma garota da Sonserina.


— Mas — ofegou o Primeiro-Ministro, ao ver a xícara começar a roer o canto do seu próximo discurso —, mas por que... por que ninguém me disse nada...?


"Porque você é um trouxa". Disse Malfoy novamente, como se isso explicasse tudo.


— O ministro da Magia só aparece para o Primeiro-Ministro dos trouxas em exercício — respondeu Fudge, repondo a varinha no bolso interno do paletó. — Achamos que é melhor assim, para resguardar o sigilo.


— Mas, então — baliu o Primeiro-Ministro —, por que o Primeiro-Ministro anterior não me avisou?


"Como se alguém fosse contar, ninguém nunca acreditaria". Remo falou.


Ao ouvir isso, Fudge deu uma gargalhada.


— Meu caro Primeiro-Ministro, será que o senhor algum dia contará a alguém?


Ainda rindo, Fudge lançara um pó na lareira, entrara nas chamas verde-esmeralda e desaparecera com um barulhinho surdo. O Primeiro-Ministro ficara ali parado, imóvel, e percebeu que jamais enquanto vivesse se atreveria a mencionar tal encontro a alguém, porque, afinal, quem iria acreditar?


"Foi isso que eu quis dizer!".


"Nós sabemos, Aluado". Sirius revirou os olhos.


Ele levara algum tempo para se recuperar do choque. A princípio, tentara se convencer de que Fudge fora de fato uma alucinação provocada pelas noites em claro durante a exaustiva campanha eleitoral.


"Uma alucinação bem irritante". Comentou Brown, com aquela voz irritante.


"Tão irritante quanto você!". Disse Marlene.


"Ei, eu não sou irritante. Se enxerga garota!".


"Se enxerga você, sua galinha maquiada".


"Argh, sua... Argh!".


Lene riu divertida.


"Não tem argumentos? Não entre em uma briga".


"Chega senhoritas". Silenciou Dumbledore, antes que Brown pudesse responder.


Na inútil tentativa de se livrar de todos os vestígios desse desagradável encontro, ele dera o gerbo a uma sobrinha, que adorou o presente, e instruiu o seu secretário particular para retirar o quadro do feio homenzinho que anunciara a chegada de Fudge.


"Como se ele fosse conseguir, aposto que tem um feitiço de cola permanente". Sirius disse, lembrando de seu quarto.


"Claro que você sabe disso, não é Almofadinhas, já que colou um monte de fotos de mulheres trouxas de biquíni com esse feitiço, na parede do seu quarto, só pra irritar sua mãe".


"Calado!".


Tiago sorriu vitorioso, enquanto várias outras pessoas olhavam curiosas pra eles. Régulo Black, do outro lado do salão, observou o irmão. Ele nunca entrou no quarto do irmão depois de Sirius ter embora, e a ultima vez que fizera isso eles ainda era pequenos.


Para sua grande aflição, no entanto, o quadro se mostrou impossível de remover.


"Eu disse". Cantarolou Almofadinhas.


Depois que vários marceneiros, uns dois construtores, um historiador de arte e o ministro da Fazenda tentaram inutilmente arrancá-lo da parede, o Primeiro-Ministro desistira e simplesmente se conformara em torcer para que o quadro permanecesse imóvel e silencioso pelo resto do seu mandato.


"Creio que isso não acontecerá". Falou Dumbledore.


Ocasionalmente, ele poderia jurar que vislumbrava pelo canto do olho o ocupante do quadro bocejar ou, então, coçar o nariz; e, uma ou duas vezes, saíra da moldura sem nada deixar além de um pedaço de tela encardida.


"Ué, e ele esperava que o carinha ficasse ali pra sempre? Ou ficasse imóvel?".


"Não, senhor Longbottom. As fotos dos trouxas não se movem, e nunca saem da moldura".


"Não?". Frank espantou-se, junto de todos os puros-sangues que não faziam Estudos dos Trouxas.


"É obvio, né Frank. O Sirius só colocou aquelas fotos trouxa, exatamente porque elas não se moviam, ai irritava mais a mãe dele". Respondeu Tiago.


"Exato". Concordou o Black mais velho.


No entanto, ele havia se condicionado a não olhar muito para o quadro e sempre repetir para si mesmo, com firmeza, que os seus olhos o iludiam quando via uma coisa dessas.


Então, havia três anos, em uma noite muito semelhante a de hoje, o Primeiro-Ministro estava sozinho em seu gabinete quando o quadro mais uma vez anunciara a chegada iminente de Fudge, que irrompera da lareira com as roupas encharcadas e tomado de intenso pânico.


"O que será que aconteceu agora?".


"Se você ficasse quieto, Black, nós saberíamos". Respondeu Lilian.


"Uh, não me chame de Black, ok?". Falou ele.


"E quer que eu te chame como? É o seu sobrenome!".


"Eu não sou um Black". Ele respondeu em voz baixa.


"É, ele tem razão. Ele é um Potter!". Tiago passou um braço por cima dos ombros de Sirius, dando apoio ao amigo.


"Ah é, e desde quando?". Perguntou ela ironicamente.


"Desde que ele fugiu de casa e foi morar lá em casa". Tiago sorriu.


"Eu nuca fui um Black, eu tenho nojo da minha família". Disse Sirius. "Tem poucos que se salvaram, tia Andrômeda, que é a mãe de Dora, foi uma delas".


"Sirius tem razão". Concordou Nifadora.


De longe, Régulo mantinha um olhar um pouco triste.


Lily não sabia o que dizer, então preferiu continuar com a leitura.


Antes que o Primeiro-Ministro pudesse perguntar por que estava pingando água em cima do tapete, Fudge começara um discurso sobre uma prisão de que o Primeiro-Ministro jamais ouvira falar, um tal “Sério” Black,


"Sério Black? Sério Black? Porque todos têm que fazer essa piada idiota?". Reclamou Sirius. "Espera... Ele disse que eu fui preso? Mas por quê?".


"O que foi que ele fez?". Tiago e todos os outros olharam em expectativas para Dora.


"Acredito que o livro vai falar, e se não, eu conto a história". Ela lançou um olhar para Rabicho.


alguma coisa cuja pronúncia lembrava Hogwarts e um menino chamado Harry Potter, coisas que para ele não faziam o menor sentido.


"Harry, meu filho, até que enfim!". Tiago exclamou.


"Não se preocupe Tiago, ele vai aparecer muito mais". Tranquilizou Dora.


— ...Acabei de chegar de Azkaban — ofegara Fudge, deixando cair da aba do chapéu-coco para o bolso uma quantidade de água. — Meio do mar do Norte, sabe, um vôo horrível... os dementadores estão furiosos — e estremeceu —, nunca tiveram uma fuga antes. Seja como for, eu precisava vir procurá-lo, Primeiro-Ministro. Black é um conhecido assassino de trouxas e pode estar planejando se reunir a Você-Sabe-Quem... mas, naturalmente, o senhor nem sabe quem é Você-Sabe-Quem!


"O QUE? Eu nunca me juntaria a Voldemort" assassino de trouxas? Eu nunca faria isso, nunca!".


"Acalme-se Almofadinhas, tenho certeza de que ouve um engano". Tentou Tiago, mas não adiantou.


Cada pessoa em Hogwarts estava incrédula, ninguém acreditava que Sirius pudesse fazer uma coisa dessas. Ele era o maior encrenqueiro de Hogwarts, mas nunca teria coragem de assassinar alguém.


— Por um momento Fudge olhou desamparado para o Primeiro-Ministro, depois acrescentou:


— Bem, sente-se, sente-se, é melhor eu lhe explicar... tome um uísque...


O Primeiro-Ministro não gostou nem um pouco que o mandassem sentar em seu próprio gabinete, e menos ainda que lhe oferecessem o seu próprio uísque, mesmo assim sentou-se. Fudge puxara a varinha, conjurara dois enormes copos cheios de um líquido âmbar, empurrara um deles na mão do Primeiro-Ministro e puxara uma cadeira.


Ninguém nem mesmo ousou falar depois da noticia. Os Marotos, Lene e até mesmo Lily tentavam consolar Sirius. Tonks tinha um sorriso triste no rosto.


Fudge falara mais de uma hora. Num determinado momento, recusara-se a pronunciar um certo nome em voz alta e, em vez disso, escrevera-o em um pedaço de pergaminho, que enfiara na mão livre do Primeiro-Ministro. Quando finalmente Fudge fez menção de se retirar, o Primeiro-Ministro também se levantou.


— Então o senhor acha que... — e apertara os olhos para ler o nome que segurava na mão esquerda — o tal Lord Vol...


— Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado! — rosnou Fudge.


— Desculpe... Então o senhor acha que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado continua vivo?


— Bem, Dumbledore diz que sim —


"Mas é claro, ele não vai acreditar em Dumbledore". Dorcas murmurou. "Ele é muito cabeça dura pra isso!".


respondeu ele, abotoando o colarinho de sua capa listrada —, mas nunca o encontramos. Se quer saber, ele não é perigoso a não ser que consiga apoio, por isso é que devemos nos preocupar com Black.


Uma lágrima escorreu pelo rosto de Sirius.


"Eu nunca, NUNCA, daria apoio a Voldemort!".


"Nós sabemos, Sirius". Lene consolou. "Isso deve ser um mal entendido".


Então, o senhor divulgará aquele aviso? Excelente. Bem, espero que não tornemos a nos ver, Primeiro-Ministro! Boa-noite.


Mas eles tornaram a se ver. Menos de um ano depois, um Fudge atormentado se materializara na sala do gabinete ministerial para informar ao Primeiro-Ministro que tinha havido um probleminha na Copa do Mundo de Catrebol


Tiago e Sirius teriam ficado indignados com a pronuncia errada da palavra Quadribol, mas eles nem ligaram no momento.


(ou pelo menos fora isso que entendera), em que vários trouxas tinham sido “envolvidos”, mas que o Primeiro-Ministro não se preocupasse, o fato de que Você-Sabe-Quem fora mais uma vez avistado nada significava.


"Realmente, não significa nada que o maior bruxo maligno de todos os tempos esteja solto por ai, atormentando inocentes e tals". Alice foi sarcástica. [Magina, nem deu pra perceber que ela usou sarcasmo]


Fudge estava seguro de que era um incidente isolado, e a Seção de Ligação com os Trouxas já estava fazendo as alterações de memória necessárias naquele mesmo instante.


— Ah, e ia quase me esquecendo — acrescentou Fudge. — Estamos importando três dragões estrangeiros e uma esfinge para o Torneio Tribruxo, uma operação rotineira, mas o Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas diz que, segundo as normas, temos de informá-los quando trazemos animais perigosos do exterior.


"Espera, o Torneio Tribruxo voltou? Porque não fizeram isso na nossa época, em?". Quis saber Sirius, ainda estava triste por causa do ocorrido, mas decidiu que iria mudar esse futuro. "Isso é uma enorme injustiça, isso sim!".


Remo e Tiago sorriram ao ver que o amigo voltara um pouco ao seu normal.


— Eu... que... dragões? — gaguejou o Primeiro-Ministro.


— É, três — disse Fudge. — E uma esfinge. Bem, um bom-dia para o senhor.


O Primeiro-Ministro tivera a inútil esperança de que os dragões e a esfinge fossem o pior, mas não. Menos de dois anos depois, Fudge irrompera pela lareira, dessa vez, com a notícia de que houvera uma fuga em massa de Azkaban.


"Nossa, como é que eles conseguiram?". Espantou-se uma aluna da Lufa-Lufa.


"Com certeza tiveram ajuda de fora". Minerva respondeu.


— Uma fuga em massa? — repetira o Primeiro-Ministro roucamente.


— Não precisa se preocupar, não precisa se preocupar! — bradara Fudge, já com um pé nas chamas. — Vamos recapturá-los sem perda de tempo... só achei que o senhor devia saber!


"Claro, não se preocupe, só tem um monte de fugitivos perigosos solta, você não precisa se preocupar, esse não é o caso". Lene disse.


E, antes que o Primeiro-Ministro tivesse tempo de gritar: “Espere um instante!”, Fudge se fora em uma chuva de fagulhas verdes.


Seja o que for que a imprensa e a oposição pudessem dizer, o Primeiro-Ministro não era tolo. Não escapara à sua atenção que, apesar das palavras tranqüilizadoras de Fudge no primeiro encontro, ultimamente andavam se vendo bastante, e a cada visita Fudge parecia mais atrapalhado. Por menos que gostasse de pensar no ministro da Magia (ou como sempre o chamava mentalmente, o Outro ministro), o Primeiro-Ministro não podia deixar de temer que a próxima vez que ele aparecesse as notícias seriam bem mais preocupantes. A visão de Fudge emergindo novamente da lareira, desalinhado, apreensivo e muito surpreso que o Primeiro-Ministro não soubesse exatamente por que viera, era o pior acontecimento de uma semana extremamente frustrante.


"Por ai vem merda!". Exclamou Sirius, somente desejando que não tivesse nada a ver com ele.


— Como iria saber o que está acontecendo na comunidade... eh... bruxa? — retorquiu o Primeiro-Ministro. — Tenho um país para governar e preocupações suficientes neste momento sem...


— Temos as mesmas preocupações — interrompeu-o Fudge. — A ponte de Brockdale não ruiu por desgaste natural. Aquilo não foi realmente um furacão. Os homicídios não foram obra de trouxas. E a família de Herberto Chorley estaria mais segura sem ele. Neste momento, estamos providenciando sua remoção para o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Será removido hoje à noite.


"Um trouxa no St. Mungus? Como ele deixou isso acontecer?". Perguntou um da Sonserina. "Que Ministro mais incompetente!".


"Cala a boca, idiota. O que tem a ver?". E para a surpresa de todos quem respondeu foi uma aluna também da Sonserina. Uma menina loira do quarto ano.


Todos no salão olharam estranho pra ela, principalmente os da Sonserina.


— Que é que o senhor... receio... quê? — engrolou o Primeiro-Ministro. Fudge inspirou profundamente e disse:


— Primeiro-Ministro, sinto muito ter de lhe informar que ele voltou. Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado voltou.


— Voltou? Quando o senhor diz “voltou”... significa que está vivo? Quero dizer...


"Até que enfim Fudge admitiu, pensei que ele fosse continuar cedo pra sempre". Meditou Dumbledore, sabendo que ele era cabeça dura.


O Primeiro-Ministro vasculhou a memória procurando detalhes da terrível conversa que tinham tido três anos antes, quando Fudge lhe falara do bruxo a quem todos mais temiam, o bruxo que cometera centenas de crimes pavorosos antes de desaparecer misteriosamente há quinze anos.


"Como assim, misteriosamente?".


"Depois eu explico, Remo". Tonks desconversou, mas sabia que teria de explicar tudo.


— Exatamente, vivo. Isto é... não sei... será que está vivo um homem que não pode ser morto? Não compreendo muito bem, e Dumbledore não quer me explicar direito... mas, enfim, sem dúvida ele tem um corpo e está andando e falando e matando, então suponho, para os efeitos desta conversa, que, sim, está vivo.


Muitos tinham olhares de pavor, Voldemort estava atacando no tempo deles, eles sabiam que a guerra estava próxima, mas mesmo assim...


O Primeiro-Ministro não sabia o que dizer, mas o hábito arraigado de querer parecer bem informado qualquer que fosse o assunto que alguém abordasse o fez rebuscar na memória detalhes das conversas que tinham tido anteriormente.


— O Sério Black


"Sério Black não!". Gemeu Sirius, ele simplesmente odiava aquela piadinha com seu nome.


está com... eh... Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado?


"Espero que não!". Comentou ele, rezando pra que isso não acontecesse.


— Black? Black? — repetiu Fudge, desatento, girando velozmente o chapéu-coco nos dedos.


— O senhor quer dizer o Sirius Black? Pelas barbas de Merlim, não. Black morreu.


Os Marotos arregalaram os olhos.


"Merda!". Foi a única coisa que Sirius disse. Ele sabia que teria de morrer algum dia, mas não pensava muito nisso. Só não queria morrer assim.


"A gente vai mudar esse futuro". Tiago disse firmemente. Remo concordou.


Afinal, estávamos... eh... enganados a respeito de Black. Era inocente. E tampouco estava mancomunado com Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.


Sirius suspirou aliviado, pelo menos sabia agora que nunca tinha feito aquelas coisas horríveis.


"Graças á Merlin".


"Você nunca seria capaz de fazer isso Almofadinhas, no final, eles é que estavam enganados". Remo falou, fazendo o amigo sorrir.


Quero dizer — acrescentou, em sua defesa, girando o chapéu ainda mais rápido —, todas as pistas apontavam para ele, tínhamos mais de cinqüenta testemunhas oculares, mas, de qualquer forma, como disse, ele morreu. Aliás, foi assassinado. Dentro do Ministério da Magia. Mandei instaurar um inquérito...


"Fui assassinado". Murmurou. "Dentro do Ministério. Argh, que lugar horrível pra morrer!".


"Não brinque com isso". Remo repreendeu.


"Eu vou matar quem te matou". Tiago rosnou. "Antes que ele possa te matar!".


Sirius sabia que tinha grandes amigos, mas riu com o comentário confuso do amigo.


"Relaxa Pontas".


Para sua grande surpresa, ao ouvir isto, o Primeiro-Ministro sentiu momentânea compaixão por Fudge. Mas o sentimento foi logo ofuscado por um lampejo de presunção ao lembrar que, por maior que fosse sua incapacidade de se materializar em lareiras, nunca tinha havido nenhum homicídio em nenhum dos departamentos do governo sob sua responsabilidade... pelo menos até agora...


Enquanto o Primeiro-Ministro disfarçadamente batia três vezes na madeira de sua escrivaninha, Fudge continuou:


— Mas Black agora é passado. A questão é que estamos em guerra, Primeiro-Ministro, e é preciso tomar algumas medidas.


"Mentira, eu nunca vou ser passado". Sirius gritou, sorrindo presunçoso. "O Sirius aqui não pode ser esquecido".


Marlene levou as mãos ao pescoço, como se estivesse com falta de ar.


"Arr... Seu ego está me sufocando!".


"Haha, muito engraçadinha Lene".


"Eu sei!". Ela lhe deu um sorriso.


— Em guerra? — repetiu o Primeiro-Ministro, nervoso. — Sem dúvida, o senhor está exagerando um pouco, não?


— Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado agora recebeu reforços dos seus seguidores que fugiram de Azkaban em janeiro — informou Fudge, falando cada vez mais rápido e girando o chapéu com tal fúria que em seu lugar só se via um borrão verde-limão. — Desde que saíram da clandestinidade, eles estão provocando o caos. A ponte de Brockdale: foi ele, Primeiro-Ministro, ameaçou fazer um massacre de trouxas se eu não lhe entregasse o meu cargo e...


— Céus, então a morte daquelas pessoas é culpa sua, e sou eu que estou tendo de responder por treliças enferrujadas e juntas de expansão corroídas, e sabe-se lá o que mais! — exclamou o Primeiro-Ministro, furioso.


"Esses trouxas costumam nos culpar por qualquer coisa". Disse a professora de Herbologia. "Sendo que muitas vezes eles mesmos são os culpados".


"Certamente, eles não enxergam além do próprio nariz. Se o fizessem, já teriam nos descoberto". Concordou Minerva.


— Minha culpa! — exclamou Fudge corando. — O senhor está me dizendo que teria cedido a uma chantagem dessas?


— Talvez não — respondeu o Primeiro-Ministro, levantando-se e caminhando pela sala —, mas eu teria envidado todos os esforços para prender o chantagista antes que ele cometesse uma atrocidade igual!


"Como se fosse assim tão fácil prender Você-Sabe-Quem! Se fosse, nós já teríamos dado um jeito nele, mas não é". Dorcas falou. "Trouxas são um pouco burrinhos, não?".


"Acho que esse não seja o caso, senhorita Meadowes. Os trouxas somente não acreditam que nós existimos". Defendeu Dumbledore. Dorcas deu de ombros.


— O senhor realmente acha que eu não me esforcei? — perguntou Fudge encolerizado. — Todos os aurores do Ministério estavam, e estão, tentando encontrar Você-Sabe-Quem e capturar seus seguidores, mas acontece que estamos falando de um dos bruxos mais poderosos de todos os tempos, um bruxo que nos escapa há quase trinta anos!


"Nossa, isso é muito tempo! Ele botou o terror por muitos anos".


"É, Lírio, mas não se preocupe, eu vou te proteger". Tiago sorriu pra ela.


"Não me chame de Lírio, Potter, você não tem esse direito".


"Tudo bem, Lily".


"É Evans pra você".


"Eu ainda assim vou te proteger". Ele disse seriamente, não estava brincando.


Tonks somente observava a cena. Vai protegê-la até a morte! Pensou ela. Tiago daria a vida pra salvar o filho e a esposa.


— Então suponho que o senhor vá me dizer que ele também provocou o furacão no oeste do país? — perguntou o Primeiro-Ministro, sentindo sua irritação crescer a cada passo que dava. Enfurecia-o descobrir a razão de todos esses terríveis acidentes e não poder revelar nada publicamente; isto era quase pior do que levar a culpa de tudo.


"É claro que foi ele, quem mais poderia ter sido?". Remo revirou os olhos. Dora o observou por algum tempo, era tão diferente do Remo que ela conhecia, mas ao mesmo tempo tão igual. Ele havia amadurecido, mas nunca deixara de ser um Maroto.


— Aquilo não foi um furacão — confirmou Fudge, infeliz.


— Faça-me o favor! — vociferou o Primeiro-Ministro, agora decididamente pisando forte pela sala. — Árvores arrancadas, telhados destruídos, postes vergados, ferimentos pavorosos...


— Foram os Comensais da Morte — disse Fudge. — Os seguidores d’Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. E suspeitamos da participação dos gigantes.


Um gemido coletivo foi ouvido de três das quatro mesas.


"Se os gigantes se juntaram a eles, estamos perdidos". Sirius resumiu o que todos queriam dizer.


O Primeiro-Ministro estacou como se tivesse batido em um muro invisível.


— Participação do quê? — Fudge fez uma careta.


— Ele usou os gigantes da última vez, queria causar uma grande impressão. A Seção de Contra-informação tem trabalhado vinte e quatro horas por dia, equipes de obliviadores estão em campo tentando alterar a memória de todos os trouxas que viram o que realmente aconteceu, a maior parte do Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas está percorrendo Somerset, mas não conseguimos encontrar gigantes, tem sido um fracasso.


— Não me diga! — exclamou o Primeiro-Ministro furioso.


— Não negarei que o moral está muito baixo no Ministério. Com tudo isso acontecendo, e ainda por cima perdemos Amélia Bones.


Uma garota do sétimo ano da Lufa-Lufa ofegou. Amélia Bones era ela. Alguns olharam com pena para a menina, enquanto seus amigos a consolavam e diziam que poderiam mudar o futuro.


"Bem, pelo menos eu sei que vou trabalhar no Ministério". Ela sorriu.


— Perderam quem?


— Amélia Bones. A chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia. Achamos que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado pode ter sido o assassino, porque era uma bruxa muito talentosa e... e tudo indica que resistiu o máximo.


Ela estava feliz de ter feito o máximo contra ele, sabia que não tinha poder para resistir a ele, mas tentara, e isso é o que importa.


Fudge pigarreou e, aparentemente com esforço, parou de girar o chapéu-coco.


"Belho costume". Dumbledore sorriu.


— Mas este homicídio saiu nos jornais — disse o Primeiro-Ministro, momentaneamente distraído de sua raiva. — Nossos jornais. Amélia Bones... disseram apenas que era uma mulher de meia-idade que morava sozinha. Foi um... um homicídio bárbaro, não? Muito divulgado. A polícia está tonta, sabe.


Fudge suspirou.


— Claro que está. Ela foi encontrada morta em um aposento trancado por dentro, não foi? Mas nós sabemos exatamente quem foi, não que isso adiante muito para sua captura. E teve também o da Emmeline Vance, talvez o senhor não tenha ouvido falar deste...


Emmeline soltou um soluço, também sendo consolada. Mas ela não conseguiu aceitar tão bem sua morte quanto Amélia.


Todos estavam um pouco chocados, ouvindo sobre as mortes de seus colegas de classe, de seus amigos, esperando que a qualquer momento fossem eles.


— Ouvi, sim! — respondeu o Primeiro-Ministro. — Aliás, aconteceu aqui perto. Os jornais deitaram e rolaram: Nem no quintal do primeiro-ministro vigoram a lei e a ordem...


"Como se os Comensais se importassem com ele ser o Primeiro Ministro ou não, eles não se importam com nada!".


Tiago olhava diretamente para Snape enquanto falava, este que estava de cabeça baixa, somente escutando.


Isso não é verdade! Pensou Severo. Eu estou fazendo isso porque me importo com Lily, porque quero que ela tenha o melhor. Quando eu for poderoso, ela vai gostar de mim!


Mas ele estava enganado, é claro, Lilian nunca aceitaria isso. Ela gostava de Snape, mas como seu melhor amigo. Ela não gostaria mais dele se fosse poderoso, muito menos se passasse a seguir a Voldemort.


Mas agora já era tarde, Severo já era um Comensal da Morte.


— E, como se tudo isso não bastasse — continuou Fudge, mal ouvindo o que dizia o Primeiro-Ministro —, os Dementadores estão por toda parte, atacando as pessoas a torto e a direito...


"Eu odeio Dementadores". Disse Dorcas. "Eles são horríveis". Ela estremeceu.


Em um passado mais feliz, a frase teria sido ininteligível ao Primeiro-Ministro, mas, agora, estava mais bem informado.


— Pensei que os Dementadores guardassem prisioneiros em Azkaban — arriscou cauteloso.


"E porque eles continuariam trabalhando para o Ministério, sendo que Voldemort os deixaria livres para sugarem a felicidade de quem quisessem?". Tonks perguntou retoricamente.


— Guardavam — confirmou Fudge, cansado. — Não mais. Desertaram e se juntaram a Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Não vou fingir que não foi um sério revés.


— Mas — contrapôs o Primeiro-Ministro, com uma crescente sensação de horror — o senhor não me contou que eles são criaturas que roubam a esperança e a felicidade das pessoas?


— Certo. E estão se reproduzindo. E isto que está provocando a névoa.


"Ugh, agora fiquei imaginando Dementadores se reproduzindo". Tiago gemeu, então começou a dar socos na própria cabeça. "Sai daí, sai, imagem horrível, sai".


"Potter, Dementadores não se reproduzem desse jeito". Lilian disse, estava vermelha de constrangimento.


"Eu sei, Evans, mas mesmo assim, agora essa imagem não sai da minha cabeça".


Remo e Sirius riam escandalosamente.


"Argh Potter, agora você me fez começar a imaginar isso também". Lily bateu a cabeça contra a mesa.


"Eu em, ainda dizem que eu sou idiota!". Sirius riu.


"O que você está insinuando?". Lilian levantou a cabeça e lançou um olhar mortal a Sirius. Ele encolheu-se de medo, a ruiva tinha esse efeito nas pessoas.


"Ann, Lily querida, será que poderia volta a ler?". Perguntou ele, desviando do assunto.


"não me chame de Lily querida". Rosnou ela, mas pegou o livro novamente.


Tiago segurava-se para não rir.


"Ah, mas agora que ia ficar engraçado". Disse ele, e Almofadinhas lhe lançou um olhar mal humorado.


O Primeiro-Ministro, sentindo os joelhos amolecerem, largou-se na cadeira mais próxima. A idéia de criaturas invisíveis voando pelas cidades e os campos, espalhando o desespero e a desolação entre seus eleitores, fez com que se sentisse muito fraco.


— Escute aqui, Fudge: você tem de tomar uma providência! É sua responsabilidade como ministro da Magia!


"Sempre jogando a responsabilidade nas nossas costas". Prof.ª Minerva suspirou. "Mas creio que tenhamos um pouco de culpa por isso".


"O que você quer dizer, tia Minnie?". Sirius perguntou.


A professora corou com o apelido, fazendo os Marotos rirem.


"Eu quero dizer, Sirius, que na maioria das vezes somos nós que causamos os problemas".


"Ah ta". Ele disse, e então se deu conta de uma coisa... "Espera, o que a senhora está insinuando?".


Minerva sorriu para o Maroto.


"Seu idiota, ela está dizendo que você vive causando problemas!". Remo respondeu, rindo junto da maioria. Quase se podia ver o cérebro de Sirius processando a informação e tentando entende-la.


— Meu caro Primeiro-Ministro, o senhor não pode realmente pensar que ainda sou ministro da Magia depois de tudo que aconteceu! Fui exonerado há três dias. Toda a comunidade bruxa vinha exigindo a minha renúncia nas últimas duas semanas. Nunca a vi tão unida durante todo o meu mandato! — disse Fudge, fazendo uma corajosa tentativa de sorrir.


"Nossa, nunca pensei que alguém ficaria tão calmo após toda a comunidade bruxa ter se juntado para tirar ele do cargo!". Comentou um menino da Lufa-Lufa.


"Ele não estava calmo, só estava fingindo". Snape respondeu ríspido.


"Acredito que sim, a maior ambição de Fudge sempre foi se tornar Ministro da Magia". Concordou Dumbledore.


O Primeiro-Ministro ficou mudo por uns instantes. Apesar de sua revolta pela posição em que fora colocado, ainda simpatizava com o homem envelhecido que estava à sua frente.


— Lamento muito — disse por fim. — Tem alguma coisa que eu possa fazer?


"É óbvio que não!". Lene revirou os olhos.


— É muita gentileza sua, Primeiro-Ministro, mas não há. Fui mandado aqui hoje à noite para colocá-lo a par dos acontecimentos recentes e lhe apresentar o meu sucessor. Pensei até que já estivesse aqui, mas naturalmente anda muito ocupado no momento com tantos problemas.


"Quem será?". Pedro tinha um brilho curioso no olhar ao perguntar isso, p que fez Dora o olhar desconfiada.


"Ih, porque você quer saber, Rabicho?". Sirius levantou uma sobrancelha.


"Por nada!". Ele guinchou, como um rato.


Fudge se virou para o retrato do homenzinho feio, com sua longa peruca de cachos prateados, e naquele momento cutucando o ouvido com a ponta de uma pena. Ao encontrar o olhar de Fudge, o quadro falou:


— Ele não tardará a chegar, está só terminando uma carta para Dumbledore.


"Sempre jogam tudo nas costas do Dumby". Exclamaram Sirius e Tiago ao mesmo tempo, fazendo o professor sorrir.


"Porque vocês não têm educação?". Perguntou Lily.


Os dois apenas riram, o que deixou a ruiva irritada.


— Desejo-lhe boa sorte — disse Fudge, pela primeira vez em tom amargurado. — Tenho escrito a Dumbledore duas vezes por dia nos últimos quinze dias, mas ele não quer se mexer. Se ao menos quisesse persuadir o garoto, eu talvez ainda fosse... bem, talvez Scrimgeour tenha mais sucesso.


"Que garoto?". Perguntaram os Marotos, Lilian, Marlene e Dorcas ao mesmo tempo, olhando para Tonks.


"Ann, continue lendo Lily". Desconversou.


"Espera, quem é Scrimgeour?". Perguntou Tiago.


"O novo Ministro da Magia". Dora respondeu.


"Idiota!". Sirius deu um tapa na cabeça do amigo.


— Fudge deixou-se cair em um silêncio visivelmente ofendido, que foi quebrado quase em seguida pela voz seca e formal do retrato.


— Ao Primeiro-Ministro dos trouxas. Solicito uma entrevista. Urgente. Favor responder imediatamente. Rufo Scrimgeour, ministro da Magia.


— Sim, sim, ótimo — respondeu o Primeiro-Ministro, desatento, e, mal piscou, as chamas na lareira tornaram a se esverdear e cresceram, revelando um segundo bruxo aos rodopios e projetando-o instantes depois no tapete antigo. Fudge se ergueu e, após breve hesitação, o Primeiro-Ministro acompanhou-o, observando o recém-chegado se endireitar, sacudir a poeira de suas longas vestes negras e olhar ao redor.


O primeiro pensamento do Primeiro-Ministro, uma tolice, foi que Rufo Scrimgeour parecia um leão velho.


O salão explodiu em risadas, imaginando a aparência do Ministro.


Havia fios grisalhos em sua juba alourada e nas sobrancelhas espessas; tinha olhos amarelados e argutos por trás de óculos de arame e uma certa graça em sua magreza, embora mancasse um pouco ao andar.


"Estamos perdidos, que cara estranho!". Sirius lamentou-se.


Transmitiu uma imediata impressão de sagacidade e firmeza; o Primeiro-Ministro julgou compreender por que a comunidade bruxa preferia a liderança de Scrimgeour nestes tempos perigosos.


"Err, ainda acho ele estranho".


"Você não tem jeito". Lily balançou a cabeça.


— Como está? — cumprimentou o Primeiro-Ministro, educadamente, estendendo a mão. Scrimgeour apertou-a brevemente, os olhos esquadrinhando o aposento, e em seguida puxou a varinha de dentro das vestes.


— Fudge contou-lhe tudo? — perguntou, indo até a porta e tocando-a com a varinha. O Primeiro-Ministro ouviu a fechadura trancar.


— Eh... sim — respondeu o Primeiro-Ministro. — Mas, se o senhor não se importar, eu preferia que a porta continuasse destrancada.


— E eu preferia não ser interrompido — retorquiu secamente Scrimgeour — nem observado — acrescentou, apontando a varinha para as janelas e fechando as cortinas. — Muito bem. Sou um homem ocupado, então vamos direto ao nosso assunto. Em primeiro lugar, precisamos discutir a sua segurança.


"Nossa, ele é um homem ocupado!". Exclamou Sirius, debochado.


"O que será que toma tanto tempo dele, hmm?". Continuou Tiago, malicioso.


"Quem sabe...". Completou Remo, com um sorriso maroto.


Os três explodiram em gargalhadas, deixando muitos sem entender nada.


O Primeiro-Ministro empertigou-se todo e respondeu:


— Estou perfeitamente satisfeito com a segurança que tenho, muito obr...


— Mas nós não estamos — interrompeu-o Scrimgeour. — Será uma péssima perspectiva para os trouxas se o seu Primeiro-Ministro for dominado por uma Maldição Imperius. O novo secretário em sua ante-sala...


— Não vou despedir Kingsley Shacklebolt, se é o que está sugerindo!


Todos viraram as cabeças e direção a Kingsley.


"Ah não, mais um que vai trabalhar no Ministério". Reclamou Sirius.


"Vai ver ele vai ser auror". Sugeriu Tiago. Os dois eram um pouco amigos de Kingsley.


"E vocês estão falando de mim como se eu não estivesse aqui". Disse ele, fazendo alguns rirem. Tiago e Sirius lhe mostraram a língua, em um gesto super infantil.


— disse o Primeiro-Ministro indignado. — Ele é muitíssimo eficiente, trabalha duas vezes mais que os outros...


"Hmm, você é muito eficiente!". Tiago falou.


"Trabalha duas vezes mais do que os outros...". Sirius deixou a frase no ar.


"No que será, em?". Perguntaram os dois juntos, com sorrisos maliciosos.


Kingsley somente revirou os olhos e fez um gesto de negação com a cabeça.


"E vocês são dois deficientes mentais". Disse Remo, achando graça da situação.


"Ei!". Exclamaram os dois juntos.


— Porque é um bruxo — disse Scrimgeour, sem sequer sorrir. — Um auror de grande experiência que destacamos para protegê-lo.


"Viu, eu falei que ele era um auror!". Tiago exclamou, mas depois colocou um grande sorriso malicioso no rosto. "De grande experiência".


Os Marotos riram.


— Espere aí! — exclamou o Primeiro-Ministro. — O senhor não pode simplesmente colocar gente sua no meu gabinete. Eu decido quem trabalha para mim...


— Pensei que o senhor estivesse satisfeito com Shacklebolt — contrapôs Scrimgeour friamente.


"Trouxa mais indeciso, por Merlin!". Exclamou Dorcas.


— Estou... quero dizer, estava...


— Então, não há problema, há?


— Eu... bem, enquanto o trabalho de Shacklebolt continuar... eh... excelente — disse o Primeiro-Ministro sem argumento, mas o bruxo mal pareceu ouvi-lo.


"Você tem um trabalho excelente, Kin". Caçoou Sirius. Ninguém sabia mais o que fazer com os dois.


— Agora, quanto a Herberto Chorley, seu ministro de segundo escalão. Esse que tem divertido o público imitando um pato.


Todos começaram a rir.


— Que tem ele? — perguntou o Primeiro-Ministro.


— É claro que está reagindo a uma Maldição Imperius mal executada — afirmou Scrimgeour. — Embaralhou o seu cérebro, mas ele ainda oferece perigo.


— Ele só faz grasnar! — disse o Primeiro-Ministro, sem convicção. — Com certeza uns dias de descanso... talvez menos bebida...


"Isso não resolveria o problema de uma Imperius". Prof.ª Minerva fez um gesto com a cabeça.


— Uma equipe do Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos está examinando-o neste exato momento. E ele já tentou estrangular três bruxos. Acho melhor retirá-lo da sociedade dos trouxas por uns tempos.


— Eu... bem... ele vai ficar bom, não vai? — perguntou o Primeiro-Ministro ansioso. Scrimgeour simplesmente encolheu os ombros, já recuando em direção à lareira.


"É, ele não vai não". Concluiu Remo.


"Não mesmo". Concordou Pedro.


— Bem, era realmente o que eu tinha a dizer. Manterei o senhor informado dos desdobramentos, Primeiro-Ministro... ou, caso eu esteja demasiado ocupado para vir, mandarei o Fudge. Ele concordou em continuar trabalhando como meu assessor.


"Claro que concorda, ele vai fazer de tudo para ter um cargo no Ministério". Concordou Lene.


Fudge tentou sorrir, mas não conseguiu; sua expressão era a de alguém com dor de dente. Scrimgeour começou a procurar no bolso o misterioso pó que esverdeava as chamas.


"Lareira


Tá na hora de entrar


Entrar de fininho na lareira


Pegar o Pó de Flu". Começou Tiago, cantando.


"Joga, joga


Joga o Pó de Flu


Joga, joga


Na lareira joga o Pó de Flu". Continuou Sirius.


"Gostoso pra chuchu


Chuá chuá uh uh


Entrar na lareira com o Pó de Flu


Uh uh uáááá". Cantou Remo


E então os três repetiram a última parte, cantando juntos.


"Gostoso pra chuchu


Chuá chuá uh uh


Entrar na lareira com o Pó de Flu


Uh uh uáááá".


Quando terminaram, todos ficaram olhando estranho pra eles, antes de caírem na gargalhada.


"Da... Da onde vocês... Vocês tiraram isso?". Perguntou Tonks entre o riso.


"Ué, é uma paródia de uma música trouxa". Respondeu Tiago.


"Quer que a gente cante ela pra vocês?". Perguntou Sirius, esperançoso.


"NÃO!". O grito que Lily deu assustou todos, mas ela estava rindo. "Nunca mais quero ouvir vocês cantando".


Todos riram da cara dos três, enquanto eles ficavam emburrados. Um tempo depois Lilian voltou a ler.


O Primeiro-Ministro observou desalentado os dois bruxos por um momento, então as palavras que lutara para reprimir a noite toda finalmente saíram de sua boca.


— Mas pelo amor de Deus... vocês são bruxos! Podem fazer bruxarias! Com certeza são capazes de resolver... bem... qualquer coisa!


"E é por isso que a gente não conta da nossa existência para os trouxas". Suspirou Lilian.


"Eles são bruxos, tem magia, mas Você-Sabe-Quem também é um bruxo e pode fazer magia". Frank comentou, revirando os olhos.


"Tão iludido, esse cara". Resumiu Remo.


Scrimgeour girou nos calcanhares lentamente e trocou um olhar incrédulo com Fudge, que desta vez conseguiu sorrir ao dizer com bondade:


— O problema é que o outro lado também sabe fazer bruxarias, Primeiro-Ministro.


E, dizendo isso, os dois entraram, um após outro, nas chamas muito verdes e desapareceram.


"Acabou o capitulo". Anunciou Lily.


"Uh, ele foi muito chato!". Tiago reclamou, cruzando os braços.


"Mas não era você que estava todo animadinho no começo do capitulo?". Debochou Sirius.


"Calado, pulguento. Eu queria ler sobre o meu filho, mas ele nem apareceu, então é chato sim!". Exclamou.


"Bem, quem quer ler?". Perguntou Lilian.


"Espere, senhorita Evans, creio que Tonks tenha alguma coisa para nos explicar". Disse Dumbledore.


"É, certo". Concordou ela. "Bem, vamos lá, por onde eu começo?".


 
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Comentários (6)

  • Gustavo789123

    Parar de escrever é crime rs muito bom 

    2013-04-25
  • linaps

    Legal, não acredito eu sempre quiz le um fic desse tipo em que eles liam sobre O Enigma do Principe, sempre procurei e nunca achei. Amei Por Favor Por Favor Por Favor Por Favor Por Favor Por Favor não desista dela nunca pois estou amando; e ficarei estremamente deprimida se você desistir dessa fic. Aguardando ansiosa pelo proximo capitulo. Por Favor posta logo vai? Amei se pudesse dava nota 10 

    2013-04-24
  • AnaLú

    Adoreiii, Parabéns

    2013-04-21
  • Bonin

    Muito bom *--*Quero só ver como o Lírio do Tiago vai ficar quando descobrir que ela é a mãe do Harry 'HhuauahuahNão demore a postar, sim?Xx :* 

    2013-04-21
  • Dorcas Potter

    Amei a ideia,realmente não tem muitas fics sobre eles lendo o 6º livro.Parabens *-*

    2013-04-20
  • Arthur lacerda

    Muito bom!!Parabéns!! Espero por mais capítulos.

    2013-04-19
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