V

Hermione POV

 -Isso responde á sua pergunta, Potter?

 Eu realmente tinha dito isso? Respirei fundo na tentativa de trazer a “antiga” Hermione de volta, aquela que era racional e que sempre sabia oque fazer, não uma maluca que tinha agarrado o melhor amigo duas vezes em uma só noite e que estava sentindo suas pernas se transformarem em gelatina. Mas não havia mais como voltar atrás, acho que essa Hermione já tinha ido embora na primeira vez que os lábios dele tocaram os meus...

 A respiração de Harry em meu pescoço me fez voltar à realidade (E me arrepiar também). Não me restava nem um mísero pingo de toda a minha coragem grifinória para me fazer conseguir encara-lo depois de ter dito isso, aquilo parecia surreal: eu, Hermione Granger apaixonada por meu melhor amigo. Espera, eu acabei de dizer que estou apaixonada por Harry Potter? Não, definitivamente não, eu não estou apaixonada por ele.

-Na verdade não, Srta. Granger. – Sussurrou em meu ouvido. – Preciso de mais um para ter certeza.- Concluiu movendo delicadamente sua cabeça para encontrar meus lábios.

  Afinal a quem eu quero enganar? Eu posso ter ficado maluca, mas, não burra, sim eu estou apaixonada por Harry. O problema é que eu ainda não sei se já não sinto mais nada por Ron...

Harry POV

 Eu via fogos de artificio multicoloridos á minha frente mesmo estando de olhos fechados, a pergunta tinha dela tinha deixado a entender que o meu sentimento era correspondido, e eu estava apostando todas as minhas fichas nessa hipótese.

 Mas afinal, quantas vezes nós já tínhamos nos beijado hoje? Não faço a menor ideia só sei que pra mim ainda parecia muito pouco, definitivamente eu estava ficando viciado nos lábios dela, mas, quem manda eles serem tão maravilhosos?

-Tem certeza que você é Hermione Granger? – Perguntei ofegante(mas em nenhum momento cansado de beija-la) ela corou furiosamente. – Não precisa responder. – Disse percebendo seu desconforto e me xingando mentalmente, ela deu um meio sorriso mais continuou calada, segurei sua mão e fiz sinal com a cabeça para que ela me seguisse então nos sentamos lado a lado no mesmo degrau que ela esteve sentada antes, suas mãos estavam entre as minhas e sua cabeça em meu ombro, o silêncio começava a se espalhar novamente, mas isso já não fazia muita importância.

 Eu tinha muitas perguntas na minha mente algumas relacionadas à guerra, outras a os últimos acontecimentos, mas, uma não parava de martelar minha cabeça: “O que faríamos se Rony voltasse?”. Por enquanto era uma pergunta sem resposta, mas eu não perguntaria isso á ela agora, até porque tendo em vista de que Ron não tem a menor ideia de onde estamos ficaria extremamente difícil de nos achar. Procurei me concentrar em suas mãos, elas eram pequenas, macias e delicadas o que as deixavam em uma sintonia perfeita com seu rosto, eu poderia ficar ali pelo resto da minha vida apenas sentindo-a, ouvindo sua respiração. Desde que aquela guerra havia começado ela tinha sido a única pessoa que tinha conseguido me confortar.

-O que aconteceu com a gente, Harry? – Perguntou-me seriamente.

Era óbvio que ela estava confusa e eu também estava, mas, não em relação ao sentimento que eu acabara de descobrir que nutria por ela, e sim á oque tinha feito aquilo acontecer.

-Não faço a menor ideia. – respirei fundo antes de me virar para encara-la. – Mas pra ser sincero eu não sei se eu queria que fosse diferente.

 As pequenas olheiras em seu rosto começavam a ficarem mais evidentes, devia estar exausta.

-Deveria descansar, eu ficarei vigiando. – Ela ponderou por alguns segundos, mas acabou assentindo.

 Levantei-me ainda segurando suas mãos tentando memorizar cada detalhe daquela sensação, pois eu teria que passar algumas horas sem senti-la.

-Seus casacos! – Disse, me entregando uns dois ou três.

-Ah, não preci... – Ela pôs dois dedos em meus lábios me impedindo de continuar, rapidamente os tirou dali, mas foi o suficiente para me deixar maravilhado com aquela sensação.

-Eu também tenho roupas, sabia? – Disse sorrindo e me entregando o resto dos casacos algum tempo depois.

-Ok, já que prefere assim. Boa noite Mione – disse dando um leve beijo em sua testa. Esperei por uma resposta, mas, ela não disse nada.  Virei-me para me dirigir para até a saída da barraca, então senti sua mão segurar a minha, rapidamente me virei e sua mão subiu pelo meu braço até parar em meu rosto.

-Boa noite, Harry. – Colocou sua outra mão no outro lado do meu rosto e lentamente juntou nossos lábios. Não durou muito tempo, mas nossas testas ficaram coladas, nós rimos. “Rir” aquele ato que há meses eu considerava simples parecia tão raro e valioso naquele momento, não só pelo fato de fazer meses desde que nós havíamos conseguido dar um mísero sorriso, mas também,

-Posso ir agora?

Ela riu.

-Sim.

Então saí.

Hermione POV

  Tive um pouco (Lê-se muita) de dificuldade pra dormir.Quando me levantei vi Harry deitado desajeitadamente em sua cama, nem mesmo tinha tirado os sapatos ou os óculos, ajeitei suas cobertas e por fim fitei seu rosto. Não que eu nunca tivesse notado, mas, nossa ele é muito lindo, estava um pouco diferente em comparação a alguns meses atrás: os cabelos tinham crescido um pouco, oque os deixava ainda mais bagunçados e sua barba estava meio malfeita. Mesmo ele estando de olhos fechados eu podia sentir os orbes verde-esmeralda me encarando, com a mesma intensidade de que estariam se estivessem abertos.

 Pouco tempo depois aparatei em beco perto de um mercado trouxa para comprar alguns mantimentos. Assim que surgi no beco caminhei apressadamente até o mercado olhando para o chão, após comprar as coisas me dirigi de volta ao mesmo beco, porém dessa vez foi impossível não fazer oque eu estava evitando, meu olhar se dirigiu a pequena rua na frente do mercado. A duas quadras dali, virando a esquina, ficava a minha casa (Se é que eu ainda podia chama-la assim.).  Surgiu um nó na garganta e minha visão ficou turva, senti vontade de correr até lá, abraçar minha mãe, contar pra ela todas as minhas dores e angústias e no final ela com certeza me faria acreditar pelo menos por um minuto que tudo ficaria bem e que toda esta bagunça que está minha cabeça fique em ordem novamente, mas na mais provável possibilidade minha mãe não estaria mais lá, a casa já devia ter sido completamente revistada pelos comensais, no entanto pelo menos estavam em segurança na Austrália.

 Algumas lágrimas já escorriam pelo meu rosto quando finalmente cheguei ao beco e pude desaparatar. Enxuguei as lágrimas, entrei na barraca, Harry ainda dormia. Peguei Os Contos de Beedle O Bardo e me dirigi para fora da barraca, sentei em uma pedra e comecei a ler.

 Aquela, obviamente, não era a primeira que eu lia aquele livro. Desde que Scrimgeour me entregou-o eu já tinha lido e relido várias vezes, mas, eu tinha certeza que Dumbledore não deixaria isso pra mim sem um motivo. Procurei ler com mais atenção do que das outras vezes e depois de dez minutos lendo cuidadosamente cada sílaba virei um das páginas vi um símbolo estranho, que a principio pensei ser uma runa. Vasculhei minha mente a procura de uma runa igual aquela mais nada me via a mente, eu teria que pegar o Silabário de Spellman.

Então senti uma mão sobre meu ombro e quase pulei de susto.

 -Oi.

-Ai, Harry! Me assustou!

Harry POV

-Desculpe. – Falei rindo um pouco. – Há quanto tempo está acordada?

-Não mais que uma hora. Fui a um mercado comprar umas coisas.

-Trouxa? – Ela assentiu. – Você sempre pensa em tudo, não é? Até libras?

Ela apenas sorriu e abaixou a cabeça. Notei que ela tinha nas mãos Os Contos de Beedle O Bardo e me perguntei oque mais ela poderia extrair daquele livro, afinal eu já havia perdido a conta de quantas vezes ela já o ler.

-Aonde vai? – Perguntei quando a vi sair.

-Tenho que ver uma coisa no Silabário de Spellman...Harry, você já viu isto em algum lugar?

Ela me mostrou um pequeno símbolo desenhado na parte superior de uma das folhas do livro: um triângulo com um círculo e um traço dentro. Nada me veio à mente quando vi.

-Não, que eu me lembre.

-Hum. - Então ela saiu em direção à barraca e eu a segui.

 

Hermione se aconchegou em uma poltrona e começou a procurar o estranho símbolo no Silabário, ele começou a me parecer familiar.

-Hermione, eu acho que já vi isso! Acho não, agora eu tenho certeza!

-Onde?

-No casamento de Fleur, quando eu e Krum conversamos ele, viu esse símbolo no colar do pai da Luna e falou que era a marca de Grindewald.

- Grindewald tinha uma marca?

-Eu não sei, Mione, Krum disse que viu isso numa parede em Durmstrang e acha que é essa é a marca dele.

-Tem certeza? Um símbolo de magia das trevas em um livro infantil? É muito estranho. – Falou ela confusa.

-Bom, pelo menos foi isso que ele disse.

Então ela voltou a examinar a estranha marca, e saí para vigiar.

---------------------------x-----------------------

O resto do dia em nós dois fingindo um para o outro que nada havia acontecido na noite anterior, eu tinha muita vontade de falar com ela sobre isso, mas, era como se faltasse coragem. Já era noite, quando Hermione assumiu a vigia da noite, eu fui até a cozinha e preparei um chá em seguida servi uma xícara para mim e outra pra ela. Hermione por sua vez ainda estava concentrada em descobrir mais sobre o misterioso símbolo.

 

-Aceita um chá?

-Claro.

-Espero que esteja bom, porque eu não sou muito bom na cozinha. - Sentei ao seu lado.

-Está ótimo. Obrigado, Harry. – Disse após tomar um gole.

 Deitei-me no chão após tomar meu chá, gostava de olhar céu e aquilo era uma das poucas coisas boas que me restara em meio a toda aquela guerra. O silêncio começara a se instalar novamente, mas, eu tratei de o quebrar.

-O céu tá bonito hoje, não acha?

-É.

-Ah, qual é, Mione. Não vai conseguir ver nada direito sentada aí. – Disse puxando-a para onde eu estava. – Percebeu agora o quanto ele tá bonito?

-Nossa! Realmente está lindo, Harry.

 O silêncio voltou, mas, dessa vez eu permaneci calado. Eu mexia minha mão pelo solo frio em que estava, entretanto, logo minha mão encontrou algo não tão frio (ou duro) quanto o chão, pude facilmente perceber que era a mão dela. Levemente passei o meu polegar pela palma de sua mão.

Respirei fundo, eu tinha que contar a ela, afinal ela estava envolvida então merecia saber.

-Err...Hermione, posso te confessar uma coisa? – Ainda sem coragem de encara-la.

-Ãn? É claro que pode.

-Hum...Err...Okay...Por onde eu começo? – Meu coração estava disparado.

-Harry, está me deixando preocupada.

-Ah,okay. Hermione, err... Ontem à noite...Não foi a primeira vez que nós nos beijamos.

-O-oque?Harry...

Respirei fundo mais uma vez, para finalmente conseguir encara-la.

-No segundo ano, quando você estava na enfermaria... – A perplexidade em sua expressão aumentava a cada palavra que eu dizia. Eu já estava me arrependendo de ter contado isso.  –Oh droga, Hermione, foi só um selinho!

A boca de Hermione estava aberta em surpresa. Ela piscou rapidamente.

-Está me dizendo que você me beijou quando eu estava... Petrificada?

-Co-como eu disse não foi bem um “beijo”, ainda mais considerando o estado em que você se encontrava. Bom... Só achei que merecia saber.

 Voltei a olhar para o céu.

-Harry?

-Hum?

-No quinto ano quando projetei meu primeiro patrono corpóreo... Quero dizer a lembrança que usei foi a daquele nosso abraço no segundo ano.

  Me virei para encara-la, incrédulo.

-Sério?

Ela assentiu corando.

-Ok, já que essa virou a “noite das confissões”: Eu tinha uma queda por você desde o primeiro ano... Daí foi se intensificando, no final do terceiro ano eu tinha quase certeza que sentia “algo diferente” por você, mas, no 4º ano foi surgindo a Chô, você indo ao baile com o Krum, aquele ataque de ciúmes que o Ron teve... Tipo... Eu fui percebendo que o melhor era eu passar a te ver como uma irmã. E eu te juro que era assim que eu te via (ou achava que via) até ontem.

-Harry...Eu não tinha uma queda por você no primeiro ano... Era meio que um precipício. – Disse abaixando a cabeça levemente.

Passei meus braços ao redor de seus ombros trazendo-a para mais perto de mim. Ela repousou a cabeça em meu ombro, então, ficamos em silêncio por mais alguns instantes.

-Será que se nós tivéssemos dito isso um ao outro antes seria... – Disse ela

-... Diferente? – Completei. – Acho que sim, mas, está sendo diferente agora?

-Sim, mas, estamos no meio no meio de uma guerra e...

-... E agora você gosta dele, não é? Pode falar.

-Eu... Eu não sei. – Disse com uma voz angustiada. Então se sentou novamente. Fiz o mesmo. – Droga! Eu te amo, Harry! Mas, isso tudo veio à tona de uma forma muito inesperada, eu...eu estou tão confusa. – Angústia em sua voz aumentava gradualmente.

-Shhh. – Coloquei o dedo indicador sobre seus lábios. – Calma! Você tem o tempo que quiser para pensar. Não vou te forçar a nada, sabe disso. E a propósito eu também amo você.

 

Senti suas mãos segurarem meu rosto e em seguida a tão maravilhosa sensação de beija-la

-X-

 Depois de quase três meses sem uma atualização nessa fic, eis que eu assim como Fawkes ressurjo das cinzas XD
E ai gente sentiram minha falta? Eu senti muuita falta dos meus leitores e dessa fic também. Primeiramente pesso desculpas pela demora pra postar um capítulo novo, eu tava com o tempo bastante corrido e um pouco de falta de criatividade :/ Mas, vou tentar não demorar tanto para postar o próximo,ok? : )
Bom em segundo a idéia do Harry ter beijado a Mione quando ela tava petrificada não é minha e sim de um maravilhoso escritor de fanfics H² que eu achei no fanfiction.net gosto muito das histórias dele então vou deixar o link do perfil akie: (http://www.fanfiction.net/u/2036266/) o único problema com as histórias dele e que são em inglês,então se você não sabe inglês fluente faça como eu e traduza tudo no google. XD
E terceiro acho que eu prometi no capítulo anterior que esse cap. ia ter novidades, mas, acho q ñ teve rsrsrs porém, isso aconteceu pq esse cap. acabou ficando maior.
 Ah, muito obrigado pelos comentários, víu? Bom vou adiantando que teremos alguns problemas com o Ron, mas, isso ainda tá bem distante de chegar.
Bom, e agora o básico não esqueçam de comentar. ;) @.@

Bjs.

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.