Verão



Harry acordou. A sua cabeça ainda latejava, e o seu pulso ardia. Daphne estava deitada na cama ao lado da sua, e parecia observá-lo com um sorriso.  Harry levantou-se ligeiramente.


Draco estava sentado numa cama com uma expressão séria. O cotovelo apoiado no joelho e o cotovelo transformado numa máscara fria.  


- Tiveste sorte de termos sido os primeiros a chegar. – Draco sibilou – Vimos a tua marca, e não deixámos mais ninguém entrar.


Harry levou a mão ao pulso.


- Eu pensava que tu querias vingar os teus pais. Eu pensava que tu criticavas o que o meu pai andava a fazer. Tu mudaste-me. – Draco sibilou – E, afinal, és um deles.


- É o meu preço para sobreviver. – Harry sibilou, levantando-se – Tu conheces-me, Drak. Tu sabes que eu não mudei.


Draco virou-se para trás e deu-lhe um soco. Harry caiu ao chão, demasiado cansado para se aguentar em pé.


- Achas que consegues enganá-lo? Planeias matá-lo, enquanto ganhas a sua confiança? – Draco riu-se, friamente.


- É a melhor hipótese que tenho. – Harry pôs-se de pé.


Draco tinha a mão na maçaneta e parecia querer sair. Avaliou Harry caído no chão, por uns segundos.


- Suponho que pelo menos posso voltar para casa dos meus pais. – Draco suspirou. E voltou a sentar-se.


- O que é que está a acontecer?


- Então…quando o Diggory chegou, o Dumbledore parecia um louco. Só dizia que o Voldemort tinha regressado. – Daphne explicou – O Dumbledore levou-o para dentro. Eu olhei para o Moody, e ele parecia meio ansioso. Ele perguntou ao Diggory se tu tinhas morrido, e o Diggory disse que estavas vivo, quando ele agarrou a Taça. Mas que Voldemort tinha voltado e que ele deveria ter ficado.


- Não valia de nada ele ter ficado. – Harry suspirou. – Então…e o Dumbledore chamou o Ministro?


- Eu segui o Diggory até à Ala Hospitalar. Estavam todos a fazer perguntas sobre o local, mas ele só nos conseguia dizer que era um cemitério. Parecia desesperado. – Draco continuou – Deram-lhe algumas poções para dormir.


- Eu estava no estádio. Basicamente, o Fudge quis ir logo atrás do Diggory, mas começaram todos a fazer-lhe perguntas. A Rita Skeeter começou a fazer perguntas. – Daphne suspirou. – Foi uma confusão. Mas vi o Sirius a ir atrás do Dumbledore sob a sua forma de cão, acho que nem mesmo o Dinzanfar o conseguiu manter ocupado.


- Quando o Fudge, finalmente, conseguiu livrar-se da multidão, eu apareci. Entreguei-lhe o Pettigrew. E matei o Crouch, alguém o descobriu?


- A McGonagall. – Respondeu Draco. – A Daphne percebeu logo para onde é que tu ias, e veio para aqui. Acho que deve ter chegado pouco depois de ti. Eu continuava na Ala Hospitalar. Dumbledore tentou convencer o Fudge a ver que o Voldemort tinha regressado, mas ele recusou-se a acreditar e chamou ao Dumbledore de louco.


- O Fudge está cego pelo medo. – Comentou Daphne.


- Dumbledore disse o mesmo. – Draco concordou – Depois, o Sirius apareceu com a sua forma humana. O Fudge apanhou o susto da vida dele, mas acabou por ir tratar do Pettigrew. Acho que ele recebeu um beijo. O Dumbledore obrigou o Snape e o Sirius a trocarem um aperto de mão. Depois, o Snape partiu. Acho que ele foi espiar o Voldemort para o Dumbledore. E o Sirius, também. Foi alertar os outros, acho que eram membros da antiga Ordem de Fénix.


- Faz sentido ele fazer renascer a Ordem. – Daphne acenou.


- Era a única coisa que ele podia fazer. – Harry disse – Eu só não quero ter de seguir ordens do Dumbledore…Não tenho nada contra a Ordem de Fénix.


- De qualquer maneira, a McGonagall entrou pouco depois, a dizer que estava um homem morto no gabinete de Moody. Era o Crouch Júnior. O Dumbledore disse que não sabia o que o matara, que era provável que tivesse sido o Avada Kedrava.


- Mas não foi. – Harry sorriu – Usei o Mata Kemantian. O Crouch conseguiu sair de Azkaban. Ainda não sei como, mas talvez descubra mais sobre essa história em breve. Acho que vocês querem saber o que aconteceu, então…


E Harry contou-lhes tudo o que acontecera no Cemitério.


- E o que vamos então fazer? – Daphne perguntou, quando ele terminou.


- Eu vou contar ao Curtis e ao Ash. – Disse Draco - Nada com muitos pormenores. Eles podem ajudar.


- Vai. – Harry acenou – E obrigado, Drak.


- Cura-te, K. – Draco sorriu.


Daphne aproximou-se de Harry e depositou-lhe um beijo nos lábios.


- Este é por aquele que me deste há dois anos. – Sussurrou. Dormiram juntos com a porta trancada.


Os beijos tornaram-se mais intensos. O contacto mais íntimo. Mas nada de mais sério aconteceu. Quando acordou no dia seguinte, Harry sentia-se melhor. Tinha Daphne adormecida no seu ombro. O Dormitório continuava vazio. Mas sabia que eles voltavam a ser Harry e Daphne. Acordou-a com um beijo na testa, e foi tomar banho. Gemeu ao sentir a água quente a escorrer pela Marca Negra.


Encontrou Alice, que lhe fez perguntas sobre a noite anterior, mas ele não lhe respondeu a nenhuma. Ela pareceu desiludida por ele não contar, mas não insistiu.


Cassius e Daphne estavam sentados a um canto a jogar xadrez, ou assim. Ele acenou a Harry. Millie abraçou-o em lágrimas, quando o viu na manhã seguinte.


Nott, Crabble e Goyle já pareciam estar a par da sua nova marca. Zabini era o único que parecia lembrar-se que ele vencera o Torneio, apesar de empatado com Diggory, e felicitou-o. Draco estendeu-lhe umas quantas poções revigorantes.


Dumbledore fez um discurso sobre o regresso de Lord Voldemort, sobre a diferença de escolher entre o que é fácil, e o que é difícil, entre ajoelhar e lutar. Cedric lançou olhares a Harry, parecia esperar que ele comprovasse a sua história, mas Harry não disse nada. Fudge entregou-lhe metade do prémio do Torneio.


Despediu-se de Krum e de Fleur com abraços e sorrisos.


Nesse dia no comboio, soube duas coisas. A primeira é que Ludo Bagman andava endividado, e que apostara nele, daí todas as suas ajudas. Mas os duendes não tinham considerado válida a vitória de Bagman, porque fora um empate. E ele escapulira-se logo a seguir à Terceira Tarefa. Foram Fred e George que contaram isto a Harry. O Slytherin acabou por dar o seu prémio em galeões aos Gémeos, para que eles abrissem a tal loja de brincadeiras mágicas. “Considerem-me um investidor” Harry disse com um sorriso.


Draco capturara Skeeter e fechara-a num frasco, ainda em forma de vespa. E oferecera-a a Granger. “Por tudo aquilo que ela escreveu sobre ti.” Disse Draco, com um sorriso. Granger pareceu espantada, mas agradeceu.


- Podias ter-me dado a mim. – Disse Daphne com um sorriso, divertido. – Então, e a Wells, Malfoy?


- O que a Skeeter escreveu sobre ti é verdade. – Draco sorriu maldosamente. – O que é que tem a Wells?


- Nada. Vejo que continua a ser só aperitivo. – Daphne comentou.


Harry riu-se. Não voltou para Privet Drive, mas foi directo para a Mansão Malfoy. Daphne, também. A Mansão era, agora, uma espécie de base de Devoradores da Morte.


- Mestre. – Disse Harry, quando entrou na mesma divisão onde estava Lord Voldemort. Tinham passado três dias desde que chegara à Mansão Malfoy.


- Crouch foi morto, Potter? – Perguntou o Senhor das Trevas.


- Antes de Dumbledore conseguir interroga-lo, meu senhor. – Harry respondeu. - Mestre…Como é que conseguiu tirar o Crouch de Azkaban?


Voldemort riu-se. Contou a Harry que ele não retirara Crouch de Azkaban. Fora o próprio Crouch Sénior, que fora convencido pela mulher doente a deixá-la tomar o lugar do filho. Ele mantinha-o sobre a maldição Imperius, mas começara a resistir. Fora o que originara os acontecimentos da Taça de Quidditch. Depois, fora o Crouch Júnior que começara a controlar o Crouch Sénior. Não demorou muito até que o Crouch Sénior começasse a oferecer uma resistência à maldição que o mantinha em casa, e o Devorador da Morte acabara por matar o seu pai.


- Potter, o que sabe o Dumbledore?


- Que retornaste. Acho que desconfia de mim, mas não tem provas.


- Muito bem, Potter. Se eu precisar de ti, chamo-te. Vai à tua vida. – Voldemort ordenou.


- Sim, senhor. – Harry acenou. 

N/A: É o fim do Cálice de Fogo. Espero que tenham gostado. =)

Guilherme: Ela teria que mudar em algum ponto. Ainda bem que gostou. Eu admito que não é o meu forte escrever Romances, mas vou esforçar-me. =)
 

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Comentários (3)

  • Xandevf

    NOTA 5

    2013-04-21
  • Xandevf

    GOSTEI CLARO DO FINAL, MAS E CLARO NÃO ESPERAVA DO HARRY UM COMENSAL DA MORTE MAS É UMA NOVA ABORDAGEM, MAS UM DOS SEGREDOS PRA ACABAR COM O VOLDEMORT E DIMINUIR SEUS RECURSOS E AÍ ENTRARIAM OS MELHORES ALÍADOS DO HARRY OS DUENDES.

    2013-04-21
  • Guilherme L.

    Não se preocupe,quando começas a escrever um tipo de história que não se está acostumado,é meio difícil mesmo. Mas se escreveres como vem escrevendo eu garanto que vai ficar no mínimo muito bom! Até porquê agora eles estão entrando na adolescência né,natural surgir alguns romances =]

    2013-04-21
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