O Julgamento



Capítulo 4: O Julgamento



O julgamento estava marcado para 8h da manhã. Gina acordou às 6h da manhã para poder reorganizar as informações com calma em sua cabeça.

Enquanto ela tentava comer alguma coisa, o que estava difícil por seu estômago revirar como sinal de nervosismo, uma coruja bateu à janela.

Era uma coruja parda trazendo o Profeta Diário. Gina depositou alguns nuques na bolsinha pendurada em uma das patas da coruja que depois partiu.

Olhou para a capa:

-A imprensa inteira vai estar lá. Quanto mais gente ver a decadência do Malfoy, melhor.

Há! Ele nem é tão influente assim, não pôde fazer nada contra as reportagens no jornal. Faz uma semana que a capa desse jornal é sobre o julgamento do Malfoy. Finalmente ele vai pagar pelo que tem feito.

“Como ele pôde corromper o Percy? Nem tive a oportunidade de conversar com ele na festa da Eve. Fleur me disse que ele veio antes de eu chegar, deu o presente pra Eve e foi embora. Será que ele está me evitando?”



***



Era 7:45h quando Draco Malfoy aparatou no Saguão de Entrada do Ministério da Magia. Flashes começaram a disparar em todos os cantos e a multidão de repórteres avançou sedenta por respostas para suas perguntas:

-O que tem a dizer sobre a acusação da Weasley? –um repórter moreno de óculos, do Pasquim, perguntou.

-Sem comentários. –Draco respondeu indiferente e continuou a andar, com Blás ao seu lado.

-Acha que será considerado inocente? –uma repórter loirinha do Semanário das Bruxas, perguntou meio hesitante.

-A justiça será feita. –Blás respondeu por Draco –E agora não incomodem mais o meu cliente.

Nesse instante Rita Skeeter (pelo Profeta Diário) vinha abrindo espaço na multidão. Não havia mudado nada. Estava com sua costumeira expressão encrenqueira. Os cabelos loiros com os cachos rígidos presos em um meio coque, as vestes de cor verde-ácido combinando com a sua famosa pena ferina que trazia bem segura junto com um pergaminho em suas mãos masculinas:

-Saíam da frente, seu bando de incompetentes! –ela disse empurrando os colegas de profissão e se postando na frente do Malfoy.

-Saía da frente, Skeeter! Não pode barrar a passagem do meu cliente. –Blás retrucou em tom profissional.

Ela ignorou-o e voltou-se para o loiro:

-Lembro-me de você em Hogwarts, Malfoy.

Draco arqueou as sobrancelhas:

-E foi por isso que me parou? Se for, pode ir saindo do caminho.

-Não, tenho uma pergunta. –falou mostrando os dentes dourados ao sorrir –Ouvi dizer que você e a Weasley tiveram um caso em Hogwarts e de que desde o final desse caso, ela te odeia e por isso o está acusando, querendo acabar com a sua boa imagem apenas por vingança. É verdade?

Draco arregalou os olhos e ouviu dezenas de penas arranhando pergaminhos.

-Isso é um ultraje para com o meu cliente! –Blás se rebelou –Como advobruxo...

Draco o interrompeu:

-Essa eu faço questão de responder, Blás. –falou ignorando o olhar de reprovação de Zabini e a pena de Skeeter tremeu em excitação –Você realmente tem uma grande e fértil imaginação, Skeeter. –ele começou –Quero deixar claro que eu e a Weasley nunca tivemos nenhum envolvimento amoroso. –declarou solenemente –Agora quanto ao fato dela me odiar, pode haver fundamento. O que é uma pena, já que admiro muito o talento que ela tem. Agora me deixe passar. –disse e ele e Blás entraram no elevador.

-Que negócio é esse de dar atenção para as invencionices da Skeeter? –Blás perguntou o censurando –Pode ter certeza que amanhã terá uma matéria sobre isso, Draco. Aquela pena distorce o que qualquer um fala e você sabe disso.

-Eu sei o que estou fazendo. Pior seria se eu não respondesse. Sairiam grandes manchetes sobre “O romance entre Malfoy e Weasley que virou ódio”, isso seria ridículo. Eu achava a Weasley uma pirralha desprezível, só faltava ele partir pra cima de mim na porrada. Aquela lá tem a cabeça quente e não agüenta uma provocação.

-Quem é que não agüenta uma provocação, Malfoy? –Gina perguntou de cara fechada, entrando no elevador e deixando os dois homens chocados.



***



Faltavam 15 minutos para as 8h. Gina praticamente revirava o apartamento, procurando a lista de jurados que havia recebido na 6ª feira:

-Droga! Devo ter esquecido na minha sala.

Ela já ia aparatar, quando a campainha tocou. Muito contrariada, a ruiva abriu a porta e um homem com um buquê de rosas vermelhas estava lá parado.

-Seu nome é Virginia Weasley?

-Sim, por quê?

-Me pediram pra te entregar. –disse passando o buquê para Gina.

-Quem?

-Desculpe, mas não sei. Tenha um bom dia. –disse indo embora.

Gina fechou a porta e abriu o cartão que acompanhava as flores.



Virgínia,

Boa sorte hoje...



“Só isso?” ela perguntou-se “Não pode ser do Harry, não seria tão curto, ele me chamaria de Gina e assinaria o próprio nome. AH! Agora não é hora de pensar sobre isso, tenho que ir ou chegarei atrasada.”

A ruiva sabia que não era certo, mas aparatou direto na própria sala. Abriu a gaveta:

-Alorromora. –disse pegando o papel como nome dos jurados –Deixe-me ver... Olívio Wood, faz tempo que não o vejo. Colin Creevey, o vejo de vez em quando. Pansy Parkinson, ela não era amiga do Malfoy? Isso deve ter o dedo do Zabini... Sthefany Douglas, trabalha aqui no Ministério. Marcus Flint, era capitão de quadribol da Sonserina. Adriano Pucey e Terêncio Higgs também jogavam. Miguel Córner, nunca mais falei com ele.

Como não se podia aparatar de um lugar pra outro dentro do Ministério da Magia, Gina saiu de sua sala (no nível cinco) e apertou o botão do elevador mais próximo para ir ao Departamento de Mistérios (o julgamento é no Décimo Tribunal). Antes que as portas do elevador se abrissem, ela entreouviu:

-...na porrada. Aquela lá tem a cabeça quente e não agüenta ouvir provocação.

Gina entrou no elevador e as portas se fecharam. Ela viu Draco e Blás, então perguntou:

-Quem é que não agüenta uma provocação, Malfoy?

-Por alguns instantes os três apenas se mediram.

Gina vestia por baixo da capa preta aberta um conjunto azul marinho de camisa e uma saia social que tinha o comprimento de pouco mais de um palmo acima do joelho e calçava uma sandália preta de salto moderado.

Draco estava com traje a rigor completamente preto e parecia indiferente a entrada da Weasley no elevador, apesar de sentir uma pulsação no baixo ventre ao analisar a aparência dela.

Blás já tinha fechado sua capa preta. Não era possível ver a roupa que ele estava vestindo por baixo e o moreno não disfarçava os olhares quentes que lançava para a advobruxa.

-Olhe só a coincidência, Blás. O assunto chegou. –Draco falou um tanto debochado e divertido.

-O que faz por aqui, Weasley? –Blás perguntou mantendo uma postura informal.

“O Malfoy realmente está lindo, fazia ‘tanto tempo’ que eu não o via pessoalmente…Mais precisamente há 3 dias, mas o Zabini também está no páreo…Ora! No que está pensando, Virginia Weasley? Francamente! Isso é um absurdo! Esses dois são uns idiotas e eu irei massacrá-los no tribunal!!!” ela pensou com raiva de si mesma.

-Mas não estou e não te interessa o que faço por aqui. –respondeu para Blás.

-Vejo que sua personalidade simpática não mudou nada nesses sete anos, Weasley. –Draco disse calmamente.

-Ah é? Eu vejo que você continua o mesmo mauricinho imbecil que era em Hogwarts.

-Pelo menos eu não era que nem você, a garota selvagem. –ele retrucou dando de ombros e Gina estreitou os olhos perigosamente.

-Malfoy, está ciente de que em poucos minutos eu vou iniciar um inferno na sua vida? Está muito tranqüilo para um réu que está com 1 pé e ½ em Azkaban.

-Hey! –Blás protestou –Onde é que eu entro nessa história, Weasley? Eu sou o advobruxo do Draco, está se esquecendo desse detalhe…

Foi a vez da ruiva dar de ombros:

-Tanto faz. Como se isso fizesse diferença… -ela fingiu fazer pouco caso.

-Não me subestime, Weasley. –Blás falou um tanto aborrecido.

“Na verdade a Weasley está querendo me subestimar ao subestimar o Blás. Acho que ela ainda não aprendeu que não se deve subestimar um sonserino, principalmente se ele for um Malfoy.” Draco pensou mirando o rosto destemido de Gina.

-Se você diz que eu estou tranqüilo. –Draco começou –Por outro lado você está muito arrogante e presunçosa. Isso não combina com você e sim comigo.

-Cale a boca, Malfoy! Você nem me conhece! Mas logo passará a conhecer, garanto que vou te visitar muitas vezes em Azkaban. Bom, isso pra ter certeza de que está bem trancafiado, sabe…Não é porque a maioria do júri são seus colegas da Sonserina, que você vai se dar bem. Você escolheu essas pessoas, não foi Zabini?

-Que tal fazermos uma visita mais tarde ao Fire Calderón? Assim poderemos abordar o assunto com mais calam. –Blás comentou casualmente. [N/A: Fire Calderón é o nome de um motel bruxo na Travessa do Tranco]

-está tão desesperado assim, Zabini? Não adianta você fazer insinuações desse tipo, eu não vou ser boazinha nesse julgamento.

-Mas eu não estava contando que você fosse amolecer no julgamento. –Blás se defendeu –Eu não te convidei pra ir lá por isso…

Gina olhou incrédula para o advobruxo:

-Tome vergonha na cara, Zabini! Você é casado! Vocês dois são. Pelos menos o Malfoy não está dando em cima de mim, faça como ele, zabini.

-E por que eu daria em cima de você, weasley? –Draco perguntou.

“Departamento de Mistérios.” Uma voz feminina anunciou e as portas se abriram.

-Passar bem. –Gina disse e saiu andando depressa em direção ao Décimo Tribunal.

Poucos minutos depois estavam todos no tribunal, faltando apenas o juiz.

Todos os lugares estavam ocupados (cerca de 200). Gina se sentou em um lugar da 1ª fileira da direita e Blás da esquerda.

Draco estava sentado despreocupadamente em uma cadeira à esquerda e na mesma linha da mesa do juiz. Os jurados tinham uma bancada centralizada, no fundo esquerdo, próximo a parede, ficando de frente para o juiz, o réu e a testemunha, já que a cadeira das testemunhas (que ainda estava vazia) fica do lado direito à mesa do juiz.

Apesar dos constantes cochichos curiosos, a atmosfera geral era de descontração.

Gina olhou para o Malfoy e viu que ele estava calmo e parecia, a quem olhasse, ser a criatura mais inocente e simpática da face da Terra.

Os olhos azuis-acinzentados correram pelo tribunal e foram parar nos fuzilantes olhos castanhos da Weasley. Apesar do olhar assassino de Gina, Draco sorriu pra ela.

“Cara-de-pau! Desgraçado! Como é que lê pode estar tão calmo?!? SOU EU quem o está acusando!!! Ele não tem noção do perigo?!? E ainda faz cara de santo…Ele quer enganar, mas comigo não!” ela pensou e logo em seguida o juiz Toddy Ridgeway adentrou o tribunal e se posicionou em seu lugar.

-Senhoras e senhores. –Ridgeway começou –Eu dou início ao julgamento do réu, Draco Malfoy. Acusado de ser o mandante dos homicídios MMVO. [N/A:Referência aos assassinatos cometidos em que eram deixadas as letras MMVO flutuando três metros acima do corpo das vítimas]. Desvio de dinheiro público e das ações feitas por ele mesmo para o St. Mungus. Tráfico de drogas e pessoas. Prostituição de mulheres e garotas menores de idade e ser o mandante da organização criminosa MMVO.

O público exclamou um “OOOH” CHOCADO AO OUVIR TANTAS ACUSAÇÕES (Gina só havia mencionado para o jornal sobre ele ser chefe da MMVO) e a Weasley sorriu com satisfação.

“Como ele pretende escapar disso?”

-vamos agora ouvir a versão do Sr. Malfoy. Prefere que seu advobruxo se pronuncie? –o juiz perguntou para Draco.

-Não é necessário. –o loiro respondeu –Bem, o que tenho a dizer é que tudo isso é um grande mal entendido e isso será provado. Eu confio na justiça bruxa.

-Srta. Weasley, gostaria de fazer alguma pergunta para o réu?

“O Malfoy é inteligente, vai negar qualquer coisa que eu pergunte.”

-Não, meritíssimo. –a ruiva respondeu.

-Okay. –Toddy disse e olhou para um pergaminho à sua frente –Primeiro, serão ouvidas as testemunhas de acusação.

Gina se levantou e ficou de frente para o juiz:

-Quero chamar a Srta. Michelle Taylor para depor.

Uma garota loira vestida com roupas trouxas, se levantou e foi caminhando timidamente até a cadeira das testemunhas, em meio a cochichos.

-Está ciente de que estamos em um tribunal e precisamos que fale tudo o que sabe, Srta. Taylor? –Gina perguntou ficando de frente pra ela.

-Sim, eu ajudarei no que puder.

-Reconhece o réu, Draco Malfoy? –a advobruxa perguntou, recebendo um aceno de cabeça positivo –Poderia nos dizer de onde o conhece?

-Eu t-trabalho no Caldeirão Mágico, ele vai muito lá. As minhas amigas me disseram quando cheguei, que ele é o dono do lugar e portanto, cliente VIP.

-Que tipo de estabelecimento é esse?

Michelle hesitou um pouco antes de responder:

-Um bordel na periferia de Londres.

Muitas vozes começaram a falar agitadas. Blás levantou-se e disse em um tom que sobrepôs as outras vozes:

-Objeção!

-Objeção deferida, Sr. Zabini. –o juiz disse.

-Essa testemunha ouviu de terceiros o comentário de que o referido estabelecimento pertence ao meu cliente. –Blás disse –Portanto, tal argumento é apenas uma suposição.

-Muito bem. –o juiz falou fazendo sinal para que Zabini se sentasse e ele o fez –Mude a sua linha de interrogatório. Atenha-se aos fatos, Srta. Weasley.

-Qual é a sua idade? –a ruiva perguntou.

-Fiz 17 há pouco tempo. [N/A: Como todos sabem, a maioridade bruxa é de 17 anos]

-Há quanto tempo é garota de programa nesse lugar, o Caldeirão Mágico?

-Por volta de um ano e meio.

-O Malfoy já foi seu cliente?

-Objeção! –era Blás novamente –Meritíssimo, se o meu cliente freqüenta ou não esse lugar ou o que faz lá, é assunto particular, portanto irrelevante.

-Objeção indeferida. –Toddy disse calmamente –Pode ser particular, mas nesse caso é relevante porque faz parte de uma das acusações contra o réu. Pode continuar, Srta. Weasley.

Gina sorriu ao ver Blás sentar-se contrariado, com um olhar furioso:

-Obrigada, Meritíssimo. Responda à minha última pergunta, Srta. Taylor.

O tribunal inteiro pareceu prender a respiração, mas Draco apenas passou as mãos pelos cabelos, como se estivesse apenas entediado.

-A resposta é sim.

A ruiva eu um muxoxo, era exatamente a resposta que ela esperava.

“A pergunta é: Quando? Se foi antes dela completar 17, eu ‘pego’ o Malfoy!”

-Você já tinha 17?

-Sim. O Sr. Malfoy se certificou de que eu era maior de idade.

-Qual é a idade e de onde são as outras garotas que trabalham com você?

-A média de idade é 17/18 anos, mas tem várias com 16 e a mias nova tem 15. Elas são de vários lugares: Holanda, Espanha, México, Brasil, norte da África, Tailândia e até mesmo daqui do Reino Unido.

-São imigrantes legais?

-Eu e mais duas, sim. Mas a grande maioria é ilegal.

“Bem, emprego de menores e imigrantes ilegais em bordéis...O cerco está começando a fechar.”

-O Malfoy já manteve relações sexuais com alguma amiga sua que fosse menor de idade?

-Não pelo que eu saiba e elas me contam tudo.

“Droga! Não foi dessa vez que eu apertei a corda que deixei no pescoço dele. Pelo menos o Malfoy não é pedófilo. Eu já o odeio, se ele fosse, além de odiar, eu teria nojo. Mas já estou destruindo a boa imagem dele.”

-Não tenho mais nenhuma pergunta. –a Weasley declarou –A testemunha é toda sua. –acrescentou para Blás.

O advobruxo levantou-se e Gina voltou para seu lugar na 1ª fileira.

-Srta. Taylor, -Blás começou –é bruxa?

-Não, mas há muito sei da existência do mundo mágico. A minha melhor amiga é bruxa.

Os jurados tomaram nota e Gina não ficou muito satisfeita. A ruiva sabia que eles não dariam muito crédito para as acusações de uma trouxa.

“Claro que o Zabini sabe onde atacar! Aquela garota trabalha para o Malfoy, ele deve ter pelo menos noção da vida dela inteira.” Gina pensou revoltada.

-Srta. Taylor, bordéis costumam ser mal iluminados. Tem certeza que é o Sr. Malfoy que freqüenta o lugar? Não poderia ter confundido com outra pessoa?

-Objeção, Meritíssimo. –Gina pediu –A testemunha afirmou que o réu foi seu cliente.

-Objeção indeferida. A testemunha deve responder.

-Das vezes em que foi com minhas amigas, eu só vi de relance e pode realmente ter sido outra pessoa. Mas tenho certeza que o Sr. Malfoy foi meu cliente, impossível eu me enganar quanto a isso. –Michelle respondeu com convicção.

Blás pareceu pensativo e então perguntou:

-A srta guarda na memória o nome e o rosto de todos os seus fregueses? Teria que ter uma memória realmente boa para fazer isso.

-Apenas sei quem são os melhores.

As mulheres no tribunal olharam cobiçosas para Draco, mas ele se manteve inexpressivo.

Gina revirou os olhos, totalmente incrédula.

“Mas que absurdo! Essas sirigaitas com esse olhar de fome pra cima do Malfoy. Ele nem é tudo isso...Ou pelo menos eu acho que não. Não sei, nunca provei e nem pretendo!”

-O Sr. Malfoy disse a srta que era dono do estabelecimento?

-Não, mas...

Blás cortou-a:

-Então a srta não tem como provar, certo?

-Não, não tenho. –Michelle respondeu.

-Mas eu tenho como provar que o referido estabelecimento não pertence ao meu cliente. –e tirou um pergaminho de um de seus bolsos da capa –Aqui está a prova. É a escritura do lugar e pertence a um bruxo americano chamado Michael McGregor. Pode conferir, Meritíssimo.

O juiz leu a escritura e disse:

-É um documento verdadeiro.

-Deixe-me ver. –Gina pediu.

Ela procurou, mas não conseguiu achar algum defeito. Contrariada, disse:

-Parece estar ok.

-Ótimo. –Blás falou satisfeito –Não tenho mais nenhuma pergunta para a testemunha.

-Obrigado, Srta. Taylor. –Ridgeway disse a dispensando –A próxima testemunha de acusação será a Sra. Hermione Jane Granger Weasley.

Hermione levantou-se de seu lugar e se dirigiu até a cadeira das testemunhas:

-Sra Weasley, -Gina começou, se sentindo estranha ao se referir à amiga de maneira tão formal –se compromete a dizer somente a verdade? –Hermione fez que sim e Gina recomeçou –Conhece o réu Draco Malfoy?

Era óbvio que Gina sabia a resposta dela:

-Sim, estudamos juntos em Hogwarts.

-A Sra. É a nova diretora geral do St. Mungus, correto?

-Sim, por ocasião da descoberta de que a ex-diretora Cho Chang estava desviando o dinheiro destinado ao hospital.

-Já tentaram suborná-la diante da importância de seu novo cargo?

-Não.

-Cho Chang já falou sobre o Malfoy para você?

-Sim, ela sempre falava dele.

-E o que ela falava?

Ficava o elogiando por suas doações e generosidade. Era isso que ela dizia sobre ele.

-Ela nunca te falou que iria se encontrar com ele?

-Sim, várias vezes. Mas dizia que era pra tratar do depósito das doações. Chang nunca insinuou que fosse outra coisa, não por palavras, pelo menos. Mas dava pra perceber que ela o via como homem e não apenas um bem-feitor que doava generosas quantias para causas nobres.

-Sem mais perguntas.

Gina sentou-se, Blás levantou-se e foi até Hermione:

-Sra. Weasley, desde que se tornou diretora geral do St. Mungus, já checou o cofre do hospital em Gringotes?

-Sim.

-E faltava dinheiro? Realmente alguma quantia havia sido desviada?

-Não faltava, mas antes faltava. O dinheiro simplesmente reapareceu lá. Cho Chang chegou mesmo a desviar dinheiro.

-Interessante...Estou certo em afirmar que não se dava bem com o réu na época escolar, não?

-Está. –Hermione respondeu contrariada.

-E não estou igualmente correto em afirmar que a Sra. Usa o fato de não gostar de meu cliente para acusá-lo, dizendo que ele tinha ligações com Cho Chang?

-Protesto, meritíssimo! –Gina pediu.

-Protesto concedido. –Toddy disse.

-Então não tenho mais perguntas.

-Está dispensada, Sra. Weasley. A próxima testemunha será a Srta. Cho Chang.

Houve muitos murmúrios agitados. Gina olhou Draco com um sorriso prazeroso, que a desafiava com um olhar de insolente incredulidade.

Mas não foi cho Chang que se levantou e sim um cara alto e forte que Gina reconheceu como um dos guardas de Azkaban. Ele foi até o juiz (sob muitos olhares interrogativos) e cochichou algo que fez o juiz arregalar os olhos.

Depois, o guarda voltou para seu lugar e o juiz anunciou:

-A testemunha de acusação Cho Chang, não poderá depor. Foi encontrada morta no banheiro. Ela cometeu suicídio, cortou os próprios pulsos.

No mesmo instante a balbúrdia se instalou no 10° Tribunal.

Gina levantou-se furiosa:

-Como assim? ELA NÃO SE SUICIDARIA! ALGUÉM A MATOU! DIGA QUEM FOI, MALFOY!!!

Blás levantou-se, lívido:

-Hey, Weasley! Não pode acusar o meu cliente desse jeito! Ele não tem nada a ver com isso!

-Tem sim! O desgraçado do Malfoy está por trás disso! Por culpa dele a principal testemunha de acusação está morta!

-NÃO FALE BESTEIRAS, WEASLEY! ISSO É ABSURDO!

Toddy Ridgeway sacou a varinha (o juiz era o único a quem era permitido portar uma varinha no tribunal) e produziu 3 altos estampidos que fez com que todos se calassem:

-Ordem nesse tribunal! Advobruxos não devem se descontrolar desse jeito. Eu esperava que se portassem melhor.

-Desculpe, Meritíssimo. –Gina e Blás disseram.

-Concorda em continuar esse julgamento mesmo sem o depoimento de Cho Chang, Srta. Weasley? –o juiz perguntou.

“Não vou me dar por vencida, lutarei até o final.”

-Mas é claro, Meritíssimo. –a ruiva respondeu decidida.

-Muito bem. Passaremos então para as testemunhas de defesa. A Sra. Lilá Brown Zabini, será a primeira.

Lilá levantou-se hesitante e dirigiu-se timidamente até a cadeira das testemunhas:

-Sra. Zabini,- Gina começou- estou certa em dizer que estudou em Hogwarts na mesma época que o Sr. Malfoy?

-Sim, mas o conhecia apenas de vista.- Lilá respondeu.

Gina deu um sorriso perverso:

-E agora? O conhece intimamente também?

-Protesto, meritíssimo! A Srta. Weasley está fazendo uma pergunta com duplo sentido, que insinua falta de integridade da testemunha. –Blás apelou.

-Protesto concedido. Srta. Weasley, queira não fazer perguntas com duplo sentido, sim?

-Me desculpe, Meritíssimo. –falou meio contrariada –Sra. Zabini, qual é o tipo de relação com o Sr. Malfoy?

-Ele é marido da minha melhor amiga e por conseguinte temos conversas agradáveis.

-Que tipos de assuntos costumam abordar em suas conversas?

-Objeção! –Blás pediu –Que importância teria a resposta dessa pergunta?

“Como o Zabini é chato!” Gina pensou.

-Objeção recusada. Continue, Srta. Weasley. A testemunha deve responder, lembrando-se que está em um julgamento.

Gina sorriu:

-Obrigada, Meritíssimo. –ela agradeceu –Sra. Zabini? –acrescentou para Lilá.

“Espero que para o próprio bem dela, não resolva me trair. Eu não serei nem um pouco piedoso.” Draco pensou automaticamente.

-Já sim. Tem a M Corporation, que é a melhor empresa de advobruxia do Reino Unido e lembro-me de Draco ter mencionado uma vez que investe no mercado financeiro trouxa.

-Ele nunca falou sobre negócios ilícitos? –Gina perguntou só por perguntar, sabia que não arrancaria uma resposta que poderia ser considerada um trunfo contra o Malfoy, mas tinha que tentar.

-Não. –respondeu sem vacilar.

-Qual é a sua opinião sobre o réu?

-Eu considero que a Parvati tem uma sorte de ter um marido como ele. Draco é um homem de bem e encara suas responsabilidades de frente...

Gina cortou o depoimento, desanimada:

-Sem mais perguntas.

-Sr. Zabini? –Toddy perguntou ao ver que Blás continuava sentado.

-Não tenho nenhuma pergunta. A Srta. Weasley fez um ótimo trabalho.

Ao ouvir isso, Gina teve ganas de socar Blás.

“Ele disse isso pra me provocar, maldito!”

-Quero chamar o Sr. Percy Inácio Weasley para depor.

Gina arregalou os olhos.

“O Percy? Eu não sabia que ele seria uma testemunha de defesa!”

Percy levantou-se e foi andando pomposamente. Quando seus olhos se encontraram com os da irmã, ele baixou a cabeça e sentou-se na cadeira das testemunhas.

Gina respirou fundo e voltou-se para Percy:

-Sr. Weasley, está ciente de que é testemunha nesse julgamento e como tal tem a obrigação de dizer a verdade e nada mais que a verdade?

-Sim, estou ciente. –Percy falou encarando Gina.

-Pois bem. –ela começou –Qual é o seu tipo de relacionamento com Draco Malfoy?

-Nos damos bem. Afinal, somos sócios.

-Conte-nos sobre essa sociedade. –Gina pediu.

-Como eu sou chefe do Departamento de Cooperação Internacional, eu tenho muitos contatos no exterior. Por isso arranjo clientes importantes para a M Corporation e ganho uma parcela de galeões com cada cliente que consigo.

-Só isso? –Gina perguntou com u olhar inquisidor e Percy fez um sinal afirmativo –Pois eu investiguei a lista de clientes da M Corporation e muitos deles foram acusados, pelo Ministério da Magia de seus próprios países, das mesmas coisas ou equivalentes a que o réu Draco Malfoy está sendo acusado. –ela disse tirando um rolo de pergaminho de um dos bolsos.

“Como ela conseguiu essa lista?” Blás, Draco e Percy perguntaram-se.

Draco começou a ficar preocupado, apesar do semblante calmo.

“Eu sabia que a Weasley é uma ótima advobruxa...Mas tenho que confiar no Blás. Eu mesmo armei junto com ele como ele iria me representar. Além disso, ele sabe que se eu for considerado culpado, ele estará em maus lençóis.” O loiro pensou.

-Sr. Percy Inácio Weasley, nega conhecer a índole desses indivíduos que se tornaram clientes da M Corporation, sendo que alguns viraram clientes “pelas suas mãos”? –ela perguntou mortalmente séria.

“Eu não acredito que a minha própria irmã está tentando me ferrar.” O Weasley pensou, engolindo em seco.

-Nego!

-Os olhos da ruiva estreitaram perigosamente.

“MENTIROSO! O meu irmão está mentindo, eu sei disso.” Ela pensou inconformada “Onde foi que a mamãe e o papai erraram com o Percy?”

A decepção de Gina com Percy foi tanta que ela foi para seu lugar:^

-Sem mais perguntas, Meritíssimo.

Blás levantou-se satisfeito:

-Há uma coisa que a Srta. Weasley omitiu de todos nós. –Blás falou calmamente e esperou as palavras fazerem efeito –Ela...

Gina o cortou:

-Objeção! Você nem leu o pergaminho que eu trouxe, Zabini. Como pode dizer que omiti algo?

-Objeção recusada. Continue Sr. Zabini e diga então o que a Srta. Weasley poderia ter acidentalmente deixado passar.

Gina sentou-se, totalmente contrariada:

-Eu trabalho na M. Corporation, portanto sei o conteúdo desse pergaminho e também sei que todos foram considerados inocentes.

-Objeção!- a ruiva pediu novamente.

-Objeção aceita. O que tem a dizer em sua defesa Srta. Weasley?- Tody perguntou.

-Quem foram os advobruxos? Os da M Corporation, é claro. Por isso eles foram absolvidos, porque tinham em sua defesa os advobruxos corruptos da M Corporation. Assim como você Sr. Zabini, que está defendendo Draco Malfoy.

-O meu cliente é inocente! O Sr. Malfoy está sendo vítima de falsas acusações.

-Eu digo que ele é culpado! O conheço desde os tempos de escola, Draco Malfoy sempre foi mau caráter.

O juiz rolou os olhos, entediado e novamente produziu três altos estampidos com sua varinha. Pairou ummsulêncio sepulcral e então Ridgeway perguntou:

-Sr. Zabini, tem alguma pergunta para a testemunha?

-Não, Meritíssimo.

-Está dispensado Sr. Weasley. –falou para Percy e então se voltou para a “platéia” –Esse tribunal entra em recesso agora. Às duas da tarde sewrá dado o veredicto.

Todos começaram a se dirigir para asaída, menos os jurados.

Gina tinha acabado de sair do 10° Tribunal, quando ouviu a voz de Draco perto de si:

-Parece muito tensa, Srta. Weasley.

A ruiva virou-se para o Malfoy, com uma cara de poucos amigos.

-Ah é? Pois pra mim você está parecendo idiota como sempre, Sr, Malfoy. Vá procurar o seu amiguinho.

-Uh! Alguém tá de ovo virado por aqui. –Blás chegou comentando com satisfação.

O nível de raiva da Weasley subiu à perigosíssimas proporções. Então ela respirou fundo e sorriu:

-Não vale a pena eu perder a compostura com caras como vocês.

Nesse momento, Hermione chegou. Apesar da capa que ela vestia, era possível ver a barriga que começava a aparecer:

-Vamos almoçar? –ela perguntou.

-Com certeza que vamos. –Gina respondeu à amiga –Com licença, cavalheiros. –acrescentou ironicamente para Blás e Draco e saiu andando com Hermione.

-Essa Weasley é fogo! –Blás comentou –É uma pantera indomável em todos os aspectos.

Draco sorriu enviesado:

-Então eu vou domar essa pantera. A Weasley vai comer na minha mão...Muito em breve.

-O que vai fazer, Draco? Levá-la pra cama?

O loiro deu um olhar desaprovador para o Zabini:

-Ah, Blás. Não, não. Está subestimando a inteligência da Weasley. As mulheres também têm orgulho próprio, sabe? Apenas é preciso contorná-lo. Já te disse que não se subjuga uma mulher apenas a levando pra cama, pelo menos não a maioria delas.

-O que quer dizer? Isso tudo é enrolação pra dizer que vai fazer com que ela coma o pão que o diabo amassou?

-De certa forma, pode-se dizer que irei atormentá-la bastante.















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