Quando Um Grande Amor Se Vai



Capítulo 2: Quando um grande amor se vai



[N/A: Esse capítulo apresenta conteúdo de NC-17. Quem não quiser ler a parte NC-17, não precisa.]



Na volta de Azkaban, Gina resolveu ir para casa de Hermione. Ao chegar ao continente (Azkaban é localizada numa ilha), ela aparatou direto na casa da amiga.

Hermione estava sentada no sofá da sala e parecia perdida em pensamentos.

-Mione? Está tudo bem com você? –Gina perguntou sentando-se ao lado dela.

-Eu to ótima. –respondeu vagamente –Tenho que te contar...

-Contar o quê? –Gina perguntou, curiosa e ansiosa.

-Lembra dos enjôos que eu andava sentindo? –Mione perguntou e a ruiva assentiu –Eu estou grávida.

-Mas isso é maravilhoso, Hermione! –exclamou abraçando a amiga.

Após o abraço, as duas sorriram.

-De quantos meses? O Rony já sabe?

-Uns três meses. Como hoje é meu dia de folga, resolvi fazer o teste de gravidez, você foi a 1ª pessoa a quem eu contei.

-Isso merece uma comemoração.

-Que tal você e o Harry virem jantar aqui?

-Acho ótimo.

-Mas a comida terá de ser leve ou eu vou vomitar. Uma sopa de legumes está bom?

-Sem problemas, mas tenho que escrever um bilhete pro Harry. Onde tem pergaminho, tinta e pena?

-No escritório do Rony deve ter.

Gina foi até lá e realmente encontrou o que queria. Então começou a escrever.



Harry,

Hoje vamos jantar na casa do Rony e da Mione.

O motivo é surpresa...

Estaremos te esperando

Com amor,

Gina



A ruiva aparatou em seu apartamento, deixou o bilhete em cima da mesa da cozinha e desaparatou na sala da casa de Hermione.

-E então, Mione? Vamos fazer um super jantar? –Gina perguntou entusiasmada.



***



Draco tomou o chá, mas seu nível de irritação não baixou muito. Por isso mandou que sua secretária lhe fizesse massagem.

Cerca de meia hora depois ouviram-se batidas à porta.

-Entre. –Draco mandou.

Katie Bell entrou e Blás a olhou maliciosamente.

-Com licença, Sr. Malfoy. Chegou essa fita e pediram pra entregar urgentemente.

-Obrigado, Katie. Dê para o Zabini. –falou em seu costumeiro tom arrastado –A fita. –acrescentou ao ver o sorriso de Blás.

Katie entregou a fita para Blás que fez um gesto de depois e piscou um olho.

-Mais alguma coisa que eu possa fazer?

-Não, por enquanto é só isso. Pode se retirar e vá com ela, Samantha.

As duas saíram da sala.

-Coloque a fita no vídeo, Blás.

O Zabini obedeceu e então, Draco pegou o controle remoto e ligou a televisão tela plana de 50’’.

Draco e Blás assistiram atentamente sem fazer o mínimo ruído. Quando a fita do depoimento de Cho chegou ao fim, Draco socou a mesa:

-A Chang abriu o bico e contou tudo o que sabia. Vaca maldita!

-Eu me preocuparia mais com a Weasley, você disse que vai mandar apagar a Chang mesmo. Por que não reserva o mesmo destino pra Weasley?

Draco riu brevemente.

-Não acho uma boa idéia. Ia dar muito na cara que eu fui o responsável. Aquela Weasley me odeia mesmo, você viu? Ela quer realmente me trancafiar em Azkaban. Vai ser divertido fazê-la perder num julgamento, pela 1ª vez. Sem a Chang, a Weasley não tem como me acusar e obter um veredicto favorável à minha prisão. Blás, quero que seja o meu advobruxo de defesa.

-Ok. Vou dar um jeito de influenciar na escolha do júri.

-Ótimo. Vamos ver até onde vai o poder persuasivo de Virgínia Weasley.



***



Harry chegou em seu apartamento. Estava feliz com o que Dumbledore havia lhe contado. Ele sabia que a novidade iria mudar a sua vida e a de Gina também, mas esperava que ela gostasse da notícia.

Acendeu a luz no interruptor (o apartamento era trouxa). Perguntou-se se a sua querida ruiva já tinha chegado e constatou que não ao ver o bilhete que Gina tinha deixado em cima da mesa da cozinha.

“Que surpresa será essa que a Gina mencionou?” perguntou-se antes de entrar no chuveiro.

Passados uns 10 minutos, Harry saiu do banho e se arrumou. Depois checou sua aparência no espelho e aparatou na casa de Hermione.

Rony e Hermione o cumprimentaram com abraços apertados e Gina com um beijo.

-Que bom que chegou, Harry. –a ruiva falou o conduzindo até a sala de jantar.

A mesa estava posta, todos sentaram-se e Harry perguntou:

-Qual é a misteriosa surpresa?

Rony abriu um sorriso enorme e respondeu antes que Hermione ou Gina:

-eu vou ser pai. –e bateu a mão no peito com orgulho.

-Parabéns Rony e Mione. –Harry felicitou-os e exibiu um sorriso sincero.

Todos começaram a tomar a sopa de legumes, que a propósito, estava deliciosa e foi muito elogiada. Ao final do jantar, Hermione falou pra Harry:

-Ainda não sei se é menino ou menina, mas eu gostaria que você e a Gina fossem os padrinhos. Tudo bem?

-Mas é claro! –Gina exclamou.

-Vai ser um pouco difícil de virmos pra cá, mas daremos um jeito.

Rony, Mione e Gina não entenderam nada.

-Como assim, Harry? –Gina perguntou.

Harry suspirou fundo e começou a falar:

-Vocês ouviram falar que o Ministro da Magia dos EUA morreu. Então eles fizeram uma votação pra eleger um substituto. Dumbledore indicou o meu nome, mas eu não botava fé. Hoje que fiquei sabendo que fui eleito, acho que foi mais pelo fato de ter sido eu quem derrotou Voldemort. Mas enfim, teremos que partir amanhã, Gina.

-Como assim “Teremos que partir amanhã”? Eu não posso, acabei de começar o maior processo da minha carreira. Não posso simplesmente abandonar tudo. –Gina declarou veemente.

-Mas eu tenho que chegar lá amanhã à noite, Gina. –Harry se defendeu –Além disso, a advobruxia é bem desenvolvida nos Estados Unidos. Você é competente, vai se dar bem em qualquer lugar, eu sei que vai.

-Acho melhor discutirmos esse assunto à sós. –ela falou dando um ponto final.

Harry e Gina se despediram de Rony e Mione e os parabenizaram mais uma vez. Depois aparataram no apartamento.

-Como você pôde não me contar antes –Gina perguntou indignada, lembrando a Harry quando Molly Weasley discutia com Arthur.

-Não imaginei que fosse ganhar! O que você quer que eu faça?

A Weasley suspirou fundo para acalmar os nervos.

-Sinto muito, Harry, mas você terá que ir sozinho.

-Sente muito? –foi a vez de Harry se indignar –Eu te amo, Gina! O que é que eu vou fazer nos Estados Unidos sem você?

Os olhos dela ficaram rasos de lágrimas.

-Vai ser o melhor Ministro da Magia que já existiu. Não é fácil dizer isso, mas é verdade. Eu te perdi pro trabalho. Teremos que tocar as nossas vidas...

-Está terminando o nosso namoro? –Harry perguntou abismado e Gina confirmou com a cabeça.

-Que tipo de namoro teríamos nos encontrando raríssimas vezes em cada ano? Não, isso não daria certo. Dói e muito, mas é melhor que termine assim.

Harry concordou relutante e secou as lágrimas de Gina:

-Amanhã eu vou embora. –disse com a voz embargada –Seja minha pela última vez, Gina. –pediu com tristeza.

Ela consentiu e atirou-se nos braços dele num abraço apertado e desesperado.

COMEÇO DA NC-17 [N/A: Essa é a minha 1ª NC-17, plz comentem! Digo também que é a mais leve dessa fic.]

Soltaram-se. Gina tirou sua capa e Harry a dele.

-Você não vai querer ficar com isso. –ela sussurrou tirando a suéter verde e a camisa branca que ele usava.

-Nem você. –Harry disse tirando o vestido azul aveludado de Gina.

Enquanto a ruiva tirava as sandálias, Harry aproveitou para tirar a calça, os sapatos e as meias. Depois subiu na cama e puxou a Weasley pela mão.

Gina tirou os óculos de Harry e colocou-os na mesa-de-cabeceira. Beijaram-se longamente e Harry tirou o sutiã azul que ela usava. Deitou-a na cama e ficou por cima dela.

Harry recebeu um sorriso aprovador de Gina, beijou-lhe o pescoço e foi descendo para os seios.

Gina gemeu e segurou o lençol em que estava, com força. A respiração dela começava a ficar cada vez mais curta e rápida.

Harry tateou a gaveta da mesa-de-cabeceira até encontrar uma camisinha. Ele passou a beijar a barriga de Gina enquanto tirava a calcinha azul dela. A ruiva ficou de joelhos na cama, de frente pra Harry e tirou a cueca cinza dele.

Ela viu que o moreno já se encontrava excitado e viu-o colocar a camisinha.

“Pela última vez.” Ela pensou segurando-se pra não chorar.

Harry parecia esperar que Gina tomasse a iniciativa. Ela deitou-se e fez um sinal com a mão, chamando-o. Ele abriu as pernas da Weasley, debruçando-se sobre ela e beijando-lhe os lábios.

Alguns segundos depois, Gina sentiu Harry começar a penetrá-la. Ela abraçou-o, puxando-o contra si quando ele começou a fazer movimentos mais rápidos.

Os dois arfavam e ao chegarem perto do clímax começaram a gemer. Como já haviam feito amor muitas outras vezes, chegaram ao orgasmo ao mesmo tempo.

Harry caiu ao lado dela, tirou a camisinha e jogou-a no lixinho do quarto. Os dois estavam cansados e respiravam aceleradamente.

FIM DA NC-17

Depois de um tempo de descanso, Gina vestiu as roupas debaixo, colocou um robe e saiu da cama.

-O que você vai fazer, Gi? –Harry, que já havia posto a cueca e estava coberto por um lençol, perguntou.

-Tenho trabalho a fazer.

-Que trabalho é esse que não pode esperar?

-Tenho que enviar uma intimação amanhã de manhã, por isso vou fazê-la agora. É pra pessoa que a Chang acusou.

-Quem? –Harry perguntou curioso.

-Draco Malfoy. –respondeu demonstrando o quanto o nome e a pessoa a desagradavam.

-Então ele é quem está por trás da Máfia?!? –Harry perguntou e concluiu ao mesmo tempo, porém sem parecer muito surpreso.

-Tem uma coisa me incomodando, Harry. Por que você não me contou que o Malfoy era o Espião-X?

-Eu não pude te contar, era informação sigilosa e poucas pessoas tinham acesso à ela. Você também não me contaria, né?

-Tem razão. Fizemos o juramento de manter certas coisas em sigilo e temos que cumprí-lo.

-Acha que com apenas o depoimento da Chang, colocará o Malfoy atrás das grades?

-Claro, ela é uma testemunha valiosa e podem interrogá-la sob efeito da poção veritasserum. Mas não pretendo contar só com o depoimento dela...O Malfoy está FER-RA-DO!

-Fico feliz que sua carreira esteja de vento em popa, mesmo que signifique a nossa separação. Não posso exigir que largue o seu trabalho por causa do meu, seria egoísmo da minha parte. Espero que tudo corra bem pra você.

-Podemos nos comunicar por cartas ao menos. Gina sugeriu –E não fique receoso de me contar que encontrou uma outra mulher pra me substituir. Seremos amigos, pode me contar.

-Você é insubstituível, Gina.

Ela suspirou pesadamente, mais uma vez contendo as lágrimas.

-Você é um homem maravilhoso, Harry. Mais dia, menos dia, você irá superar essa separação e eu também.

“Pelo menos eu espero superar.” Gina pensou.

-Talvez voltemos a ficar juntos daqui alguns anos.

-É, talvez... –a ruiva concordou.

-Me desculpe, Gina. Vou parar de falar e deixá-la fazer seu trabalho em paz. –Harry disse e Gina foi sentar-se na mesa da cozinha para finalmente começar a intimação.



***



Gina tinha certeza de ter adormecido sobre o pergaminho, mas acordou na cama.

“O Harry me trouxe pra cá.” Foi seu primeiro pensamento.

Ainda de olhos fechados tateou a cama à procura do corpo de Harry para abraçá-lo, mas para seu desespero, constatou que a estava sozinha na cama.

Abriu imediatamente os olhos e Harry não estava no quarto.

“Não! Ele não pode ter ido embora sem se despedir de mim!” ela pensou calçando seus chinelos e se levantando decidida a procurá-lo em todos os lugares do apartamento.

Quando ela entrou na cozinha, o viu terminando de arrumar a mesa do café da manhã e não pôde deixar de sorrir aliviada.

-Você me deu um susto, Harry! Achei que já tivesse partido.

Harry virou-se e foi até Gina.

-Já acordou, meu amor. –falou dando um beijo nela –Eu nunca iria sem falar com você.

-Fiz panquecas pra nós, sei como você adora. E também milkshake.

-Você é mesmo um amor, Harry.

-Vou sentir falta de ser o namorado mais paparicado do mundo.

-Bobinho, você merece. Harry, você me levou pra cama ontem. Me salvou de uma terrível dor no corpo, obrigada.

-Ah, Gina, nem precisa agradecer. Agora vamos tomar café ou chegaremos atrasados. –ele disse a puxando para mesa.

-Chegaremos? –perguntou ao se sentar –Você vai hoje pro Ministério?

-Vou. –Harry respondeu sentando também –Apenas pra me despedir do pessoal e por último passarei na casa de Rony e Mione.

Gina pegou uma panqueca de carne, uma de presunto e queijo, uma de frango, catupiry e palmito e outra de chocolate, além de ter tomado mais que um copo de milkshake. Ela havia resolvido afogar a tristeza de perder Harry, na comida:

-Que fome toda é essa? –Harry perguntou espantado –Não está grávida também, está?

-Não, Harry! Eu sei que nem sempre você usa camisinha, mas eu tomo anticoncepcional.

Ele ficou aliviado pela resposta da ruiva. Seria muito complicado se eles fossem ter um filho justo quando tinham que se separar.

Depois do café da manhã, Gina foi escovar os dentes e se arrumar. Quando saiu do banheiro, foi terminar a intimação e não teve dificuldades nessa tarefa.

Ao terminar, Harry saiu do banheiro e perguntou:

-Vamos?

-Sim,mas primeiro me diga uma coisa. Como vai pros EUA? Vai aparatar?

-Não, vou de avião para Washington.

-E você vai me buscar pra ir com você até o aeroporto, não vai?

-Sabe que não gosto de despedidas, mas dessa vez vou abrir uma exceção. Depois passo na sua sala pra te buscar.

Os dois se beijaram e então aparataram no Ministério da Magia. Gina foi até o Departamento de Execução das Leis da Magia e bateu à porta do gabinete do juiz Toddy Ridgeway e entrou. A secretária deu um cordial sorriso e perguntou:

-O que faz por aqui tão cedo, Virginia?

-Olá Becky, preciso ver o Meritíssimo.

-Ok., vou anunciá-la. –Becky disse pegando o IB (Intercomunicador Bruxo, um tipo de interfone, mas que funciona sem fio em qualquer lugar, mesmo carregado de magia, ao contrário de um interfone trouxa) –Meritíssimo? Virginia Weasley deseja vê-lo. Tudo bem, eu direi. –e desligou.

-E então? –a ruiva perguntou ansiosa.

-Pode entrar, Gina. Ele disse que terá um imenso prazer em recebê-la.

-Obrigada, Becky. –Gina agradeceu e se dirigiu à sala do juiz.

Bateu à porta e entrou em seguida. Toddy Ridgeway estava sentado por trás de sua mesa que estava apinhada de papéis.

Ele era um homem de estatura mediana com olhos verde-oliva e cabelos loiros levemente avermelhados. Ele tinha feições duras que impunham respeito, mas fora dos tribunais era extremamente amável. Quando Gina entrou na sala, ele olhou e sorriu.

-Meritíssimo, eu...

Ele a interrompeu:

-Não estamos em um tribunal, me chame pelo nome.

-Bem, Sr. Ridgeway, vim até aqui pra pedir que assine essa intimação. –falou erguendo o papel que segurava.

Ele acenou positivamente e disse:

-Pode me chamar de Toddy, Virginia. Sabe que sou apenas 5 anos mais velho que você. E sobre a intimação, é endereçada à quem?

-Draco Malfoy. –Gina respondeu sem pestanejar.

O juiz piscou e perguntou curiosamente:

-Quer chamá-lo à tribunal sob qual acusação? Draco Malfoy faz doações para causas nobres, paga os impostos, não se mete em escândalos e tem uma esposa adorável. Enfim, ele é o cidadão modelo do mundo mágico.

-Do jeito que fala, Toddy, até parece que o Malfoy é um santo, digno de canonização. Só faltou me pedir pra acender uma vela em nome dele. –e deu um muxoxo –A imagem que você e o mundo mágico em geral têm dele, não corresponde à verdade.

-Então me conte. O que ele fez pra cair nas mãos da temível Virginia Weasley?

-Ontem eu te disse que ia interrogar a Chang e eu fui. Ela me falou que desviou o dinheiro do St. Mungus pro Malfoy e que ele está por trás do crime organizado que ele denominou MMVO. Ele é culpado direta ou indiretamente de diversos crimes: Chantagem, homicídios, desvio de dinheiro público e até tráfico de drogas e imigrantes ilegais.

-Estou impressionado. –o juiz disse sinceramente.

-E não para por aí. O Malfoy emprega garotas menores de idade em bordéis e foi um Comensal da Morte. Esse desgraçado tem que ir preso! E isso de acordo com a Chang não é tudo que ele faz, mas ela não sabe quais os outros negócios dele. A Chang concordou em depor contra ele e tem nomes de pessoas que trabalham pra ele. –Gina hesitou pensando em seu irmão e resolveu não citar nomes (ela não lembrava de todos mesmo) –É uma rede de corrupção gigantesca, Toddy. Você tem que assinar essa intimação.

-Sabia que seus olhos estavam brilhando enquanto me falava da situação

-Oh, me desculpe, Meritíssimo...Digo, Toddy. É que eu fico indignada com certas coisas! –ela se defendeu se sentindo um pouco constrangida por ter falado tão excitadamente.

O juiz sorriu levemente ao ver o embaraço da ruiva.

-Não precisa se desculpar, Virginia. Adoro o brilho ardoroso dos seus olhos quando está defendendo sua opinião. Vê-se que você ama o que faz e isso é algo positivo. Me entregue o papel e eu vou assinar. –Gina passou a intimação e Toddy a assinou –Ao que parece, Draco Malfoy terá dificuldades em lutar contra você, mesmo tendo fama de cidadão modelo. Ninguém nunca escapou da implacável Weasley, não é mesmo?

Gina apanhou a intimação de volta.

-Culpado ou inocente, todo merecem um julgamento justo. Apenas faço a minha parte para que a justiça seja cumprida. Nesse caso, a justiça é atirar o Malfoy em Azkaban e jogar a chave fora. –falou sombriamente –Tenha um bom dia, Toddy. –a Weasley disse saindo sorridente.

“Vou fazer com que todos saibam quem é o verdadeiro Draco Malfoy.” Ela prometeu a si mesma.



***



Draco aparatou de sua mansão para sua sala de presidente da M Corporation. Sentou-se em sua cadeira, cruzou os pés e colocou-os em cima da mesa. Então viu que a luz vermelha do IB [N/A: Acho que ninguém esquece mais o que é IB, certo?] estava acesa, o que significava que havia uma ou mais mensagens na secretária eletrônica.

O loiro esticou a mão e pegou o fone do IB e apertou um dos muitos botões para ouvir.

-Sr. Malfoy, quando chegar entre em contato comigo.

Ele reconheceu a voz de sua secretária, apertou outro botão e a chamou pelo fone:

-Venha até aqui, Samantha. –e colocou o fone no gancho.

Após alguns segundos depois, o Malfoy ouviu batidas à porta e ela entrou. Mesmo que o chefe a tivesse chamado, Samantha tinha que bater antes de entrar.

Draco Malfoy proibira todos de aparatarem em sua sala e a última secretária (Blás contara-lhe) fora demitida por entrar de repente na sala do presidente. Samantha prezava muito seu emprego, tanto em questões financeiras como de status (muitas queriam ser secretárias do suposto todo certinho Draco Malfoy) para deixar de agir formalmente com o chefe.

-Bom dia, Sr. Malfoy. –ela cumprimentou fechando a porta atrás de si e andando até a mesa dele –Chegou este envelope hoje de manhã para o senhor, é do Ministério da Magia.

-Deixe aí. –Draco falou em tom cansado e entediado, apontando a mesa.

-O que houve? Parece cansado, Sr. Malfoy. Eu poderia fazer alguma coisa? Um café, talvez. –ela disse colocando o envelope em cima da mesa.

Draco levantou uma sobrancelha, pensativo enquanto mirava a secretária.

Ela estava ali parada, torcendo as mãos, visivelmente incomodada pelo exame dele. Certamente não era a intenção dela ter em si os olhos do chefe a analisando.

Samantha Parker tinha 21 anos. Possuía olhos que pareciam duas pérolas negras e cabelos igualmente negros que eram lisos e curtos com um corte despojado. Era fina como uma tábua, com um corpo que parecia ser de porcelana de tão delicado.

Estava com uma blusinha branca por baixo de um comportado vestido azul marinho que ia quase até os joelhos. Ela usava também uma meia calça cor de pele do tipo dedinhos e nos pés calçava sandálias brancas de salto 10cm que visavam disfarçar sua baixa estatura.

A Draco, Samantha parecia uma santa.

“... Mas meu pai sempre diz que na hora do ‘vamos ver’ as santas são as mais fogosas” ele pensou resolvendo comprovar se a teoria era verdadeira.

-Bem, foi apenas sobre este envelope que eu queria lhe falar. Se o Sr. Não tem mais nada pra dizer, com licença. –falou fazendo menção de se virar.

-Espere. –Draco pediu, se levantando e indo até ela.

-Sim? O que o Sr. deseja? –ela perguntou em tom eficiente.

Draco passou seus braços em torno da finíssima cintura de Samantha e colou seu corpo ao dela.

-Hum... –ela começou sem jeito –Não acho que esse tipo de afeto deva existir entre um presidente e sua secretária.

Samantha tentava se livrar dos braços dele, mas não estava adiantando.

-Ora, Sam...Isso é mais comum que ver bruxos tomando cerveja amanteigada num dia frio. –ele disse e tentou beijá-la, mas ela desviou.

-Me solte, Sr. Malfoy. Eu não sou esse tipo de profissional, o senhor está me confundindo. Sou uma pessoa íntegra e pretendo manter um relacionamento estritamente profissional com o Sr.

Draco olhou dentro dos olhos dela e soube que Samantha o queria, mas a conduta moral dela era elevada demais pra se deixar seduzir por ele.

-Eu te pago pra fazer o que eu quero que faça, Samantha. E pago muito bem.

-Me paga pra trabalhar como sua secretária e não para ser uma de suas meretrizes. O contrato é claro, sou apenas sua secretária. Além disso, o Sr. é casado.

Ela continuava tentando se soltar, mas Draco não deixava.

-Sua família sempre foi muito pobre, Srta. Parker e você os sustenta com o que ganha aqui. Eu a investiguei antes de contratá-la. Você nasceu trouxa e é a única bruxa em sua família. É órfã de mãe, o pai está fazendo um tratamento caro de quimioterapia e os seus irmãos tem apenas 15, 14 e 11 anos. Você sustenta a todos...

-O que está insinuando? –ela perguntou preocupada.

-Acho que você é inteligente o bastante pra perceber... –ele disse e a beijou.

Dessa vez Samantha permitiu, havia entendido bem o que ele quisera dizer...

Draco sabia que jogara sujo ao insinuar que ela poderia perder o emprego de que tanto precisava.

Mas que diferença isso fazia pra ele? Draco ainda estava irado pela história da confissão de Cho e queria satisfazer a sede de seu ego.

Ué? Por que não chantagear a única funcionária da empresa que nunca demonstrara segundas intenções para com ele? “Os fins justificam os meios.” Era o lema de Draco. O que importava era vencer e ele vencera ao atacar o calcanhar de Aquiles de Samantha. [N/A: Pra que não sabe ‘calcanhar de Aquiles’ significa ponto fraco]

Draco beijava a morena, selvagemente e ela amoleceu em seus braços o puxando contra si. Ele ergueu o vestido dela e baixou a meia calça.

O loiro ia tirando o cinto, quando o IB tocou. Samantha parou de beijá-lo e recomendou:

-É melhor que atenda.

-Não, deixe tocar. –ele falou arrancando o cinto.

Draco abriu o botão e o zíper de sua calça. O IB continuava a tocar e já estava o irritando ao máximo.

“Droga! Por causa desse maldito intercomunicador perdi a excitação. É bom ser uma chamada importante...” pensou atendendo o IB.

-AlÔ. –falou no pior mal humor possível.

-É o Sr. Malfoy? –uma voz insegura de homem perguntou do outro lado.

-Sou eu. Quem é você? Se não for importante, eu te castro a sangue-frio.

Do outro lado o homem engoliu em seco antes de responder:

-aqui é David Andrews, sou editor-chefe do Profeta Diário e tenho uma informação de grande valia pro Sr.

-Diga. –Draco ordenou ainda de mal humor.

-Virginia Weasley acabou de sair daqui. Ela disse que queria que publicássemos na edição de amanhã que o Sr. É o chefe da MMVO.

-E o que você disse? –perguntou indiferente.

-Que talvez não houvesse espaço na edição de amanhã. Eu queria ganhar tempo pra falar com o Sr...

Draco o interrompeu:

-Pode colocar amanhã e coloque na 1ª página.

-O-o quê? –David perguntou assombrado.

-Não discuta comigo e faça o que estou mandando, Andrews. Se a Weasley quer um escândalo, é um escândalo que ela vai ter. Entendido?

-Sim, Sr. Malfoy.

-Me procure depois de amanhã. –Draco disse e desligou o IB –Pode ir Samantha, depois terminaremos o que ficou pendente.

A secretária subiu a meia calça, morta de vergonha.

Samantha queria Draco, mas daria tudo para não querer.

A verdade era que ela era apaixonada por ele, mas nunca dera margem pra que alguém descobrisse e procurava ser amável com o chefe, mas sem extrapolar a relação profissional.

Ela sabia que Draco era casado e era mulherengo, por isso não ousava mover uma palha para fazê-lo notá-la. Agora, o Malfoy a tinha notado e la não queria ser notada. Queria apenas poder esquecê-lo.

“Ele só iria querer se divertir comigo. Além disso, ele tem mulheres bem mais atraentes ao seu dispor.” Ela pensava freqüentemente.

Samantha só entrara no jogo de Draco, pela chantagem subjetiva que ele fizera. Ela precisava demais daquele emprego, não podia deixar sua família na mão. Mas mesmo assim, sentia-se envergonhada e culpada por entrar naquele jogo, tendo de passar por icma de toda a moral e educação que sua família havia lhe ensinado.

“Mesmo que eu o ame, não é minha intenção ter um caso com ele. Mas será necessário se ele quiser.” Ela pensou, se sentindo sem saída.

-Com licença, Sr. Malfoy. –falou se retirando.

-Espere. –Draco pediu e ela se virou para ouvir –Veja se o Zabini chegou e peça pra ele vir me ver.

-Sim, senhor. –respondeu de cabeça baixa.

Draco interpretou mal o jeito desolado de Samantha:

-Não se preocupe, logo teremos uma oportunidade de ficarmos à sós novamente, eu prometo. Isso é tudo.

Samantha virou-se e foi embora. Draco não pôde ver as lágrimas que rolaram pelo rosto dela.



***



Era 3h da tarde quando Harry bateu à porta onde se lia “Virginia M. Weasley, auror e advobruxa” e entrou.

Gina, que estivera absorta examinando vários pergaminhos, sorriu ao ver Harry entrando. Ele sorriu de volta e a Weasley levantou-se, foi até ele e o abraçou e beijou.

Levou um bom tempo até se separarem e então Harry perguntou:

-Já está pronta?

-Quase. –ela disse e foi juntar os papéis e em seguida trancá-los numa gaveta –Agora sim, podemos ir.

Os dois saíram da sala dela e Gina trancou a porta. Foram até o saguão de entrada do Ministério da Magia e de lá aparataram para a casa de Rony e Hermione.

-Oi Mione, Rony. –Harry e Gina disseram, cumprimentando os amigos.

-Eu já chamei um táxi. –Rony anunciou –Ele está em frente de casa nos esperando.

Entraram no táxi. Harry, Gina e Hermione atrás e Rony na frente.

Gina e Harry estavam abraçados.

“Deve ser difícil pra eles enfrentarem essa separação.” Hermione pensou, compadecida.

“Coitada da Gina, deve estar sofrendo pra caramba.” Rony pensou.

Chegaram no aeroporto às 3 e ½.

-Eu mandarei corujas pra vocês, eu prometo. –Harry disse ainda abraçando Gina.

-Harry, eu sei que no começo você vai se sentir na fossa. –Hermione disse –Mas não deixe de comer, não quero que esteja esquelético da próxima vez que nos virmos.

-Vou sentir muito sua falta, cara. –Rony falou –Você sabe que não sou bom em palavras...

Mas você sabe que sempre foi meu 6° irmão. Nunca vou esquecer as farras que fazíamos quando ganhávamos no quadribol e todas as nossas aventuras.

-É, inclusive a sua cara quando a Mione te beijou pela 1ª vez –Harry falou, sorrindo.

As orelhas de Rony ficaram vermelhas.

-Você tamém ficou com cara de babaca quando começou a namorar a Gina. –o ruivo se defendeu.

Harry corou um pouco e concordou:

-A Gina sempre foi especial pra mim, eu apenas demorei um pouco pra perceber isso.

-Um pouco? Demorou vários anos, como você foi lerdo, Harry.

-Olha que fala... –Harry começou, mas Mione interveio.

-Não vão brigar agora, né? Isso é ridículo.

Os dois concordaram.

-Está muito quieta, Gi. –Harry comentou e nesse momento uma voz soou.

“Última chamada para o vôo 785 com destino À Washington, Estados Unidos. Os passageiros desse vôo devem embarcar imediatamente, se dirijam ao portão 21.”

Harry abraçou Gina com mais força e beijou-a com desespero. Para eles parecia ter passado uns 2 segundos, mas para Rony e Hermione que estavam observando era uns 30 segundos.

-Te amo, Gi.

-Eu também, Harry. Adeus.

Eles ficaram de mãos dadas enquanto Harry se despedia dos dois amigos. Depois ele e Gina se beijaram novamente (dessa vez um beijo mais curto) e se soltaram. Ele pegou a mala.

-Até a próxima. –Harry disse e partiu sem olhar pra trás, Gina sabia que el não gostava de despedidas.

Esperou até que ele desaparecesse e então deixou todas as lágrimas guardadas rolarem pelo rosto. Se jogou nos braços de Rony e Hermione aos prantos e inconsolável.

“Quase todos me acham uma insensível porque sou dura nos tribunais. Eu tenho um coração, também sou humana. Gostaria de saber o que diriam se vissem a inflexível Virginia Weasley chorando como uma criança. Chorando por amor! Chorando por Harry Potter.” Ela pensou se sentindo a mais miserável das mulheres.

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