Antigos Segredos











N/A: Aleluia, aleluia







N/A: Aleluia, aleluia!!! É, gente, enfim consegui terminar o capítulo. Mais uma vez não consegui colocar tudo o que queria, tanto que tive que mudar o título, mas se tivesse que esperar mais pra postar, acho que teria uma síncope. Mil desculpas pela demora, mas é que esse último mês foi realmente atribulado, e eu quase não tive tempo de me dedicar a fic.





Bem, quero agradecer a todos pelos comentários. Nem imaginam como fico sempre que vejo que chegou um comentário novo, eu adoro saber o que estão achando, por favor, não deixem nunca de comentar, nem que seja pra dizer que tá uma droga – porque assim, eu fico sabendo, e posso melhorar, né?. Bem, quero agradecer a todos pelo apoio que têm me dado, muito, muito obrigada mesmo!





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CAPÍTULO XIII



Antigos Segredos





Na sexta-feira, depois do jantar, Harry bateu à porta do escritório da professora de Defesa Contra as Artes das Trevas. Estava preocupado, e aquele era o único jeito de descobrir algo. Ela gritou para que entrasse, e respirando fundo, ele obedeceu.





Cada vez que um novo professor ocupava aquela sala, ela mudava radicalmente de aparência. Harry sabia disso, mas não pôde deixar de estranhar as mudanças. Parecia estar numa agradável sala de estar de uma residência trouxa. Um enorme sofá, de aparência muito confortável, ocupava uma das paredes. A sua frente, um espelho de corpo inteiro ocupava lugar de destaque. Lembrando-se do último presente de Sirius, ele desconfiou que era através dele que a professora travava aquelas conversas com a prima.





Do outro lado da sala estava a mesa de trabalho, sobre a qual se espalhavam vários porta-retratos. Um deles mostrava um rapaz muito bonito, de olhos azuis e cabelos negros. Em outra, o mesmo rapaz aparecia ladeado pelas duas Donovan, Kristyn e Ana, os três muito sorridentes, aparentando seus quinze anos. Tinha também fotos de seus pais, Sirius, Remo, os Longbottom, e uma loira bonita, que ele reconheceu de outra foto que Moody lhe mostrara. Marlene McKinnon. Harry já sabia que todos eles tinham sido amigos, mas ainda assim se surpreendeu ao ver uma foto da professora com sua mãe, as duas muito jovens, usando roupas esquisitas, super coloridas, parecendo muito animadas.





- Eu disse que era muito amiga de sua mãe, não foi?





Harry se assustou. Por um instante tinha se distraído observando as fotos, e esquecera da professora, que estava próximo à janela, acariciando as penas de um belo falcão negro, que trazia apoiado no braço protegido por tiras de couro.





- Disse mesmo, senhora. - ela fez uma leve careta ao ouvir o tratamento respeitoso - É um belo pássaro esse. - comentou, pensando se aquele seria o mesmo animal que vira algumas noites atrás, junto com os lobos.





- É mesmo, não é? - notava-se o orgulho na sua voz e no olhar carinhoso que fitava a ave - Minha família sempre criou falcões. Eles sempre foram os guardiões de nossos segredos, nunca usamos corujas. Mas você veio aqui para falar sobre Rhea, e não sobre falcões, não é mesmo? – ela riu ante a surpresa do rapaz - Eu posso não ser uma Vidente, nem Sensitiva, mas certas coisas não necessitam de dons especiais para serem vistas, sabia? Bom, minha querida, essa é uma conversa particular, então é melhor você ir. - a ave piou em protesto, lançando um verdadeiro olhar de indignação à ela, que riu com gosto - E nem adianta reclamar. Você tem mais a fazer, lembra? - beijou carinhosamente a cabeça da ave, para depois estender o braço para fora da janela - Agora vá, eu a espero novamente mais tarde.





Com um último pio revoltado, a ave abriu as fabulosas asas, voando para longe dali. Kristyn virou-se de volta para Harry com um sorriso divertido nos lábios.





- Ela é muito temperamental. Agora vamos a nossa conversa. - sentou-se à sua mesa, indicando a cadeira a sua frente para Harry - Sou toda ouvidos.





Harry então expôs toda sua preocupação a ela.





- Isso não pode continuar, professora. - disse por fim - Ela já está muito fraca, e a cada dia essa situação se agrava mais.





- Acha que eu não sei disso? - Kristyn retrucou - Pensa que eu e meus filhos estamos calmos e satisfeitos com essa situação?





- Então por que não fazem nada? - perguntou irritado.





- Controle o gênio, Potter! - devolveu, ríspida - É claro que faríamos algo, se pudéssemos. Mas não podemos. É a escolha de Rhea, e ninguém pode impedi-la nisso. Por acaso você conseguiu?





- Eu não, mas...





- Pois pode se acostumar com isso, se realmente pretende fazer parte da vida dela. - o olhar dela se suavizou um pouco ao continuar - Vou lhe contar algumas coisas, Harry, porque acredito que você mereça saber antes de decidir sobre isso. – Harry a encarou com curiosidade - Você está preocupado com a atitude atual de Rhea, mas acontece que, como a Sensitiva da Tríade, ela sempre estará se colocando nesse tipo de situação. Na verdade, é bem provável que em algum momento ela sacrifique a própria vida.





A princípio Harry pensou que fosse apenas uma força de expressão da professora, mas algo no olhar e na voz dela – uma ponta de dor, talvez – o fez perceber que falava sério.





- Quer saber como eu sei disso? - ela perguntou suavemente, ante o olhar chocado do rapaz - Porque ela é como a mãe. Ana já se pôs em risco várias vezes, e em certa ocasião nós achamos que a perderíamos para sempre, e não pudemos fazer nada para impedi-la. Como já disse, era a escolha dela. Remo quase enlouqueceu. - ela suspirou, o olhar turvado pelas lembranças dolorosas.





- O que aconteceu com ela, professora? - perguntou, inseguro se realmente queria saber a resposta.





Ela o observou durante alguns segundos, parecendo insegura, para enfim suspirar.





- Eu vou lhe contar toda a história. – disse, passando a relatar os eventos daquele dia longínquo.





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Remo xingou mentalmente aquelas estranhas divindades. Primeiro lhe diziam que teria que chegar ao fim do desafio junto com o outro, e agora teria que combatê-lo se quisesse completar sua missão! Como faria isso, ele realmente não sabia.





- Ora, ora, o lobinho está com medo, é? - o outro debochou, andando a sua volta e medindo-o com ar de desdém - Claro que está... Sempre teve medo de mim, não é mesmo? Por isso me mantinha sob tanto controle, nunca me deixava sair um pouquinho para brincar... – continuou de forma irônica, inclinando-se para ele e falando em tom confidencial - Eu teria gostado muito, sabe? Principalmente de brincar com sua querida Anastácia. Ela é mesmo gostosinha...





Sentindo a raiva cegá-lo ante a provocação, Remo avançou contra ele, os punhos voando em sua direção. Mas o adversário foi mais rápido, e se desviou do golpe com agilidade, aproveitando para desferir um potente soco em seu estômago, que o fez cair de joelhos, o corpo quase dobrado em dois. O ar tinha fugido de seus pulmões, tornando-o ofegante, e ele respirava com muita dificuldade.





Rindo, o outro se inclinou novamente, falando próximo ao seu ouvido.





- Está vendo? Eu lhe disse que seria inútil tentar me vencer. Devia ter me ouvido, Lupin, e aproveitado as chances que esses deuses te ofereceram para mudar o passado. Ah, mas eu esqueci! - exclamou dramaticamente, dando um tapa na própria testa - Você não podia. Tinha que salvar o seu amigo. O bom e velho Remo Lupin, sempre disposto a se sacrificar pelos outros. Mas adivinha só: - continuou de forma irônica - todo esse sacrifício foi em vão, porque eu vou acabar com você, e não me importo a mínima se aquele idiota vai apodrecer nos quintos do inferno!





Recuperando suas forças, Remo voltou a atacá-lo, e os dois se lançaram num combate violento. Entretanto, o outro rechaçava os golpes de Remo com extrema facilidade, e pouco tempo depois este estava novamente caído no chão, um filete de sangue escorrendo de seus lábios, tentando reunir energia para voltar ao combate.





- Tsc, tsc... - o outro se acocorou ao seu lado, balançando a cabeça com falso pesar - Isso é patético, sabia? Por que não desiste de uma vez, hein? Pouparia dor e humilhação para você, além de economizar o meu tempo.





A mente de Remo trabalhava a todo vapor, tentando pensar num jeito de vencer aquela luta, mas nada lhe ocorria. Sabia que ele tinha razão: num embate corporal, jamais conseguiria vencê-lo.





De repente uma sensação reconfortante o invadiu, aliviando suas dores e restaurando suas forças. Sentiu uma imensa paz envolvendo todo o seu ser, e quase simultaneamente a resposta que buscava brotou em seu íntimo.





- Quer mais, então? - o outro voltou a ironizar ao vê-lo se erguer mais uma vez - Você realmente tem tendências masoquistas, Lupin.





- Pare de dizer besteiras. - ordenou calmamente. – Você não vai me vencer.





- Coitado, as pancadas devem ter afetado seu cérebro, não é mesmo? - debochou - Ou será que é a percepção de que eu vou me apossar de tudo o que é seu que o fez perder a sanidade?





- Não adianta. - Remo continuou no mesmo tom calmo de antes - Você não vai conseguir de novo.





- Não vou conseguir o quê?





- Me irritar. É isso o que está fazendo, não é? É do onde tira sua força, da minha raiva.





- Não sei de onde tirou essa idéia louca, Lupin. - tentou negar em tom casual, mas Remo detectou uma sombra ligeira em seu olhar. Medo.





- É isso mesmo. Não sei como não percebi antes. Foi sempre assim: você só conseguia se manifestar quando eu perdia o controle sobre minhas emoções, devido à raiva ou a dor.





- Olha aqui, Lupin, você e eu ainda...





- Não existe essa coisa de "você e eu"! - cortou rispidamente - Nunca existiu. Eu posso não gostar disso, mas você é parte de mim. Parte do que me torna o que eu sou, e sem isso eu perco minha identidade. O resultado seria o mesmo se eu aceitasse qualquer uma das mudanças que eles me ofereceram nesse desafio. Eu deixaria de ser quem eu sou, e apesar de tudo, eu não quero ser diferente.





- Não!!! - ele gritou enfurecido, percebendo que perdia suas forças - Você não vai voltar a me aprisionar nesse ser idiota e cheio de escrúpulos!





- Não resista. Sem mim, você não é nada.





- Pois eu prefiro o nada a essa sua existência medíocre! - ele tentou avançar contra Remo, mas caiu dois passos depois, enfraquecido, enquanto Remo o observava calmamente - Não!!! Eu não quero voltar!!!





A voz dele foi sumindo, ao mesmo tempo em que sua imagem foi se dissolvendo, até transformar-se em inúmeras partículas, que flutuaram por alguns instantes, para logo depois envolverem Remo, fazendo-o brilhar intensamente, e a seguir se fundiram a ele, que sentiu-se estranho, como se seu ser estivesse mais denso.





- VOCÊ CONSEGUIU, LUPIN. - a voz ressonante ecoou no ambiente.





- É só isso, então? – Remo não conseguia acreditar que tinha acabado.





- SÓ ISSO? - a risada de várias vozes voltou a encher o ar - VOCÊ É ENGRAÇADO, MORTAL. PARECE NÃO TER NOÇÃO DE QUE ACABA DE VENCER ALGUNS DOS MAIORES DESAFIOS DE SUA ESPÉCIE: ENFRENTAR A SI MESMO, SEUS MEDOS E SUAS CULPAS, SEM ESMORECER EM SEUS PRINCÍPIOS. ESSA NÃO É UMA TAREFA SIMPLES, POSSO GARANTIR. POR ISSO, VOCÊ GARANTIU O DIREITO DE FICAR COM A SARNSEACHT.





Remo estendeu a mão para a Pedra, e ao tocá-la, foi como se o brilho que ela emitia entrasse por seus dedos, inundando com a poderosa energia, fazendo-o sentir-se estranhamente leve.





O brilho aumentou ainda mais, ofuscando-lhe a visão, e quando conseguiu enxergar novamente, deparou-se com os quatro companheiros, que o encaravam parecendo surpresos e ansiosos. Ergueu a mão, mostrando sua conquista. Frank e Alice soltaram exclamações de comemoração e Ana se lançou sobre ele, abraçando-o quase com desespero. Depois de tudo pelo que passara, ele não podia fingir que não estava feliz por tê-la novamente nos braços, por isso a estreitou mais entre eles.





- Devemos ir agora. – interrompeu Alena, que estivera estranhamente imóvel desde que Remo regressara, parecendo mesmo em transe - Os deuses nos ordenam partir, agora que já alcançamos seu favor. Além disso, já perdemos muito tempo aqui.





- Como assim, Alena? - estranhou Alice - Estamos aqui apenas há algumas horas.





- Está enganada, minha cara. Nessa dimensão faz algumas horas. Em nosso mundo, vários dias já se passaram.





Surpresos com aquela informação, os outros seguiram a sacerdotisa para fora do palácio, em direção ao portal que os levaria de volta a Hogwarts. Ana ia ao lado de Remo, apesar dele ter se afastado novamente quando Alena interrompera o abraço dos dois. Pressentia que a mente dele fervilhava de dúvidas, e que logo ele cobraria respostas que ela não sabia se estava preparada para dar.





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- Ele conseguiu!!!





Os dois se assustaram com a entrada tempestuosa da garota. Harry ainda pensava sobre o que a professora acabara de lhe contar quando Rhea abriu a porta de chofre, a felicidade estampada no rosto apesar das olheiras que evidenciavam seu cansaço.





- Ele conseguiu! Ele conseguiu! - exclamava sem parar, pulando abraçada a Harry, que tinha se levantado.





- Acho que nem preciso perguntar sobre o que está falando, não é, Rhea? - Kristyn comentou, em tom divertido - Estão todos bem?





- Todos muito bem! - a garota o soltou, virando-se para a prima, os olhos brilhando - Devem estar de volta antes de meia-noite.





- Isso é muito bom. Já estávamos preocupados. Com eles e com você. – ao dizer isso, lançou um olhar incisivo à garota, que retribui com um olhar firme. Suspirando, Kristyn olhou para Harry como quem diz "eu não falei?". - Bem, eu vou avisar o diretor. Não demorem muito a voltar para Torre, está bem?





Ela saiu do escritório, deixando-os a sós.





- Que foi? - Rhea estranhou o modo como ele a encarava.





Harry ainda tentava absorver tudo o que Kristyn lhe contara, e não conseguia evitar a mudança que ocorrera no modo como a via. É claro que sabia que ela era diferente. Mas até então, não tinha se dado conta de até onde ia essa diferença, e não sabia se estava preparado para aquilo. Já sofrera tantas perdas, como iria se envolver com alguém que a qualquer momento poderia sacrificar sua vida?





- Harry? - chamou novamente, quando ele não respondeu - Você está bem?





Decidindo que aquele não era o melhor momento para a conversa que pretendia ter com ela, Harry sorriu, pousando um braço em seus ombros e guiando-a para fora da sala.





- Estou ótimo. – mentiu, enquanto ela se aninhava mais junto dele - E muito feliz que tudo acabou bem. Mas acho que a senhorita deveria descansar um pouco, agora que o perigo passou. Tem abusado muito, mocinha! - ralhou de modo afetuoso.





- Você tem razão. - ela concordou, bocejando - Acho que vou dormir um pouco.





Ela se deixou guiar por Harry, e talvez devido ao cansaço, não sentiu o turbilhão de emoções que o afligia, deixando-o confuso e sem saber que rumo dar a sua vida.





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Draco tamborilava os dedos sobre a mesa, contendo a impaciência. Lançou um olhar para o relógio: faltava pouco agora. Mantê-la em suspenso durante aquela semana fora uma faca de dois gumes. É claro que servira ao seu propósito, mas ao mesmo tempo tivera que lidar com sua própria ansiedade. Mas isso acabaria naquela noite.





Reclinando-se ainda mais na poltrona, deixou a mente vagar, e seus pensamentos voltaram para a conversa que tivera com o pai, numa das visitas que fizera quando ele estava em Azkaban.





"- Não seja bobo, Draco! - o pai riu, quando confessara o desejo que sentia por Gina Weasley, e o quanto isso o envergonhava - Eu vi a menina Weasley há pouco tempo, e ela é realmente bonita - para Draco, que esperava uma forte repreensão do pai, aquilo foi uma enorme surpresa - Vou lhe dizer uma coisa, filho. - nisso, Lucio se inclinou em sua direção, falando em tom conspirador - Garotas sangues-ruins, ou amantes de trouxas como essa Weasley, não servem para se tornarem Malfoys, mas nada impede que você se divirta com elas, entendeu? - piscou de modo malicioso - E nesse caso, seria uma dupla satisfação: imagine só a reação dos Weasleys quando souberem de seu 'envolvimento' com sua caçula?".





Aquela conversa injetara novo ânimo em Draco, que mal podia esperar pelo reinício das aulas, quando voltaria a encontrá-la, e teria chance de pôr em prática o plano que arquitetara. Sabia perfeitamente que ela nunca permitiria que Draco Malfoy se aproximasse o suficiente para conseguir o que queria. Portanto, deveria seduzi-la primeiro, a tal ponto que, quando descobrisse de quem se tratava seu atacante, isso já não importasse mais.





Não contava, porém, que ela fosse aparecer de repente em seu quarto. Seria esperar demais que não aproveitasse uma oportunidade daquelas. Além do mais, era óbvio que ela já estava seduzida. Sua reação a ele comprovava isso. Faltava apenas ela aceitar esse fato.





Olhou novamente para o relógio. Ela estava atrasada. Teria coragem de faltar ao compromisso? Não, ela não faria isso. Além de nenhum aluno ser louco de não cumprir uma detenção, ainda mais uma ordenada pelo professor de poções, ela não fugiria de um confronto com ele. Não daria o braço a torcer nunca, disso ele tinha certeza.





Naquele momento a porta do escritório se abriu, e ela entrou, parando em frente à mesa de trabalho, numa postura altiva, olhando-o com frieza. Draco manteve sua própria postura displicente, apesar da excitação que o invadiu. Observou-a com calma enervante, o olhar insolente percorrendo-a por inteiro. Propositalmente a fez esperar, irritada, que resolvesse dizer algo, e quando o fez foi no costumeiro tom arrastado.





- Está atrasada.





- Fiquei retida por alguns assuntos de última hora. - praticamente cuspiu a explicação. Era óbvio o esforço que fazia para não mandá-lo caçar gnomos.





Draco girava tranqüilamente sua varinha entre os dedos, continuando a observá-la com olhar analítico. Que assuntos seriam esses? Lembrou-se de tê-la visto conversando de modo suspeito com Longbottom durante o jantar, os dois muito próximos, aos cochichos. Franziu o cenho ante a lembrança. Não gostara nada daquilo. Não que estivesse com ciúmes, – total absurdo, um Malfoy não sentia ciúmes, quanto mais de um idiota como Longbottom – mas não gostava que tocassem em nada que lhe pertencesse. E Gina era sua. Logo ela teria certeza disso.





- Pretende começar ainda hoje? – a voz irônica interrompeu seus pensamentos.





Ignorando a provocação ele simplesmente estendeu a mão em sua direção. Disfarçou um pequeno sorriso ao notar-lhe a hesitação ante a ordem silenciosa. Ela estava com medo de entregar sua varinha. E tinha motivos para isso.





Gina sentiu uma espécie de corrente elétrica a percorrer a partir do ponto onde seus dedos se tocaram, ao entregar a varinha. Puxou rapidamente a mão, desfazendo o contato perturbador.





- E então? - ela insistiu com arrogância. - O que quer que eu faça? - percebeu imediatamente que usara as palavras erradas, ao notar o brilho malicioso nos olhos cinzentos.





- Eu tenho várias respostas ótimas para essa pergunta, pequena... - ele provocou, adorando o rubor que cobriu as faces da garota - mas por enquanto tenho que me conformar com a menos interessante delas. Você vai limpar e organizar a biblioteca particular do professor Snape. - indicou com a cabeça a estante atrás dela.





- Mas são muitos livros! - reclamou, indignada, percorrendo o olhar pelas estantes que ocupavam todas as paredes do escritório, e iam do chão ao teto - Nem se eu trabalhasse a noite inteira conseguiria terminar!





- Não se preocupe com isso. Vamos levar o tempo que for necessário para que você me satisfaça.





O tom sugestivo não escapou a percepção de Gina, que pegou a flanela sobre a mesa e marchou irritada na direção da escada que usaria em sua tarefa. Resolveu que o ignoraria durante toda a detenção, por mais que ele a provocasse. Não o deixaria perturbá-la, pois sabia que esse era o primeiro passo em direção ao desastre. Lançou um último olhar na direção do loiro, antes de começar a trabalhar, e suspirou ao ver seu olhar predador. Seria uma longa noite...





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- Rony, quer, pelo amor de Deus, se acalmar! - a voz de Hermione demonstrava sua impaciência.





- E como você espera que eu faça isso, hein, dona Hermione? – ele retrucou, irritado, continuando a andar de um lado para o outro no salão comunal.





- Eu não sei por que tanto nervosismo!





- Você diz isso porque não é a sua irmã que está à mercê daquele idiota!





- Rony, não seja exagerado... – Hermione suspirou, erguendo os olhos do livro que estudava - Não é a primeira vez que isso acontece e o Malfoy não pode fazer nada tão ruim a Gina. Além disso, ela sabe se cuidar muito bem.





- Não sei, não. - Rony não estava disposto a deixar a amiga convencê-lo com argumentos lógicos - Não gostei nem um pouco do modo como ele estava olhando para ela. Acredite em mim, Mione, aquela cobra venenosa está tramando alguma coisa. E a minha cabeça já está doendo, de tanto tentar descobrir o que pode ser.





Hermione desistiu de tentar argumentar com ele, e voltou aos estudos, enquanto Rony continuava sua peregrinação pelo salão.





- Assim não dá! - ela exclamou depois de alguns minutos em silêncio, afastando a cadeira e levantando-se - Eu não consigo me concentrar com você do meu lado parecendo um tigre enjaulado. - sentou-se no sofá em frente à lareira, batendo de leve no lugar ao seu lado - Venha aqui, Rony.





Rony olhou-a com desconfiança, relutante em atender ao pedido que mais parecia uma ordem.





- Pra quê?





- Você não queria saber como se acalmar? Pois bem, eu sei como. Ande logo, deixe de ser covarde.





- Eu não sou covarde! - ele se defendeu, enquanto se acomodava ao lado da garota - Só não entendo como você vai conseguir me acalmar desse jeito.





- Logo você vai entender. - respondeu, fazendo-o se deitar com a cabeça em seu colo.





Dali a pouco Rony já esquecera toda irritação. Hermione massageava suas têmporas com dedos firmes e delicados, e a sensação que isso lhe causava era extremamente relaxante. Fechou os olhos para melhor aproveitá-la.





Hermione aproveitou para observá-lo, enquanto continuava sua massagem. Ele mudara muito desde que se conheceram, mas seus sentimentos por ele continuavam os mesmos. Nunca entendera bem porque gostava tanto daquele cabeça-dura. Devia ser verdade aquilo que diziam, sobre os opostos se atraírem.





- E então? - murmurou - Melhorou?





- Hum-hum. - ele respondeu, sonolento - Onde aprendeu a fazer isso? Num livro?





- Não. – ela riu - Foi minha mãe que me ensinou, para que eu pudesse acalmar meu pai quando ela não estivesse por perto. Ele também tem ataques como esse às vezes.





- Seu pai? Eu nunca imaginaria.





Ele ia continuar comentando aquilo, mas quando abriu os olhos, deparou-se com o olhar dela, e o brilho que havia ali o fez perder totalmente a linha do raciocínio. Não era um brilho novo, ele já o vira diversas vezes, mas sempre fingia não perceber. Por vários motivos. O primeiro, e mais importante, era que não se sentia digno dele. Afinal, Hermione era a primeira aluna de Hogwarts, seus pais eram trouxas, mas de boa posição social. Tinha certeza que ela teria um futuro brilhante. E ele era o sexto filho de uma família pobre, sem nenhum talento específico, como seus outros irmãos. Ela merecia coisa melhor. Alguém como Harry, por exemplo.





Era por isso que fingia não perceber suas tentativas de seduzi-lo. Afinal, não era tão tapado assim, para deixar de ver algo tão obvio. Assim sendo, sempre dava um jeito de escapar, antes que as coisas fugissem ao seu controle. Das poucas vezes em que não conseguira, o destino se encarregara disso. Como quando estiveram na Casa dos Gritos, e a chegada de Harry impedira que se deixasse levar pelo magnetismo daqueles olhos. Como agora.





O salão comunal estava deserto, exceto pelos dois, e poucos milímetros separavam seus lábios. Rony sabia que não conseguiria escapar daquele momento. E se fosse sincero consigo mesmo, admitiria que nem queria.





O beijo foi suave, doce, totalmente diferente dos que já tinham trocado antes, nos momentos em que Rony reagia às provocações de Hermione. Ele levou uma das mãos a sua nuca, acariciando seus cabelos, mantendo-a no lugar enquanto passava a língua por seus lábios, provocando-a, até que ela os entreabrisse e permitisse que aprofundasse o beijo.





- Rony, será que você... ops! - Neville, ao vê-los tão "ocupados", se desculpou, e voltou para o dormitório, de onde vinha descendo.





Porém o estrago já estava feito. O susto ao ouvir a voz do colega fizera Rony dar um pulo, empurrando Hermione e caindo do sofá. Hermione não sabia se ria ou chorava ao vê-lo caído no chão, esfregando a lateral do corpo, onde batera ao cair.





- D-desculpe, Hermione. - ele se levantou rapidamente, escapando para o dormitório - Eu... vou ver o que Neville quer.





Sem ter opção, ela ficou parada, vendo-o bater em retirada.





- Muito obrigada, Neville! - resmungou, irritada, enquanto voltava aos estudos.





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Já estava trabalhando há quase uma hora quando, estranhando o silencio dele, espiou disfarçadamente sobre o ombro, ruborizando novamente ao descobrir o motivo desse silencio. Malfoy estava reclinado confortavelmente na poltrona, os pés sobre a mesa, praticamente deitado. Naquela posição, e com Gina no alto da escada, ele tinha uma visão privilegiada de suas pernas, as quais praticamente devorava com os olhos. Sentindo a raiva dominá-la, Gina puxou com força um livro grosso, que voou na direção do sonserino.





- Ai!!! - ele gritou ao ser atingido no peito pelo volume - Está tentando me matar, Weasley?! que usaria em sua tarefa. marchou irritada na direcao es do escritorio,oso nos olhos cinx





- Oh, Malfoy! - exclamou em tom surpreso - Você está aí? Me desculpe, eu tinha esquecido, senão teria me esforçado mais para segurar o livro, quando ele escapou da minha mão.





Draco estreitou os olhos de modo ameaçador, e Gina voltou ao trabalho, rindo internamente. Riso que logo foi substituído por um gritinho de susto, quando a escada desapareceu, e ela desabou no ar... diretamente nos braços de Malfoy!





- Se você quer brincar com fogo, pequena... – ele murmurou, os lábios a milímetros dos seus - tem que estar preparada para se queimar!





Gina bem que tentou resistir – Merlin era testemunha disso! – mas foi em vão. E duvidava de que alguém pudesse censurá-la. Desafiava qualquer garota a enfrentar o charme másculo de Draco Malfoy, e resistir. Queria ver quem resistiria ao poder de sedução daqueles lábios, que pareciam querer sorver os seus em pequenos goles, incitando-os a entreabrirem-se, permitindo a invasão da língua sequiosa que percorreu cada recôndito do interior úmido, entrelaçando-se com a sua, numa dança sensual e provocante.





Quando deu por si, Gina estava sentada no colo de Draco, que voltara a poltrona, os braços estreitando-a com firmeza, impedindo qualquer tentativa de fuga. Mas ela não queria mais fugir. Com a impetuosidade que lhe era característica, decidiu aproveitar o momento. Mais tarde pensaria sobre os motivos pelos quais não devia fazer isso, mas por hora iria provar um pouco mais do veneno daquela serpente.





Draco deixou escapar um gemido rouco quando ela se moveu em seu colo, as curvas macias pressionando seu corpo já excitado. Uma das delicadas mãos da garota insinuou-se entre os botões de sua camisa, acariciando a musculatura rija do tórax, enquanto a outra, em sua nuca, acariciava seus cabelos ao mesmo tempo em que o puxava mais para junto de si, permitindo-lhe beijá-lo mais profundamente. Ele não sabia o que a levara a mudar de atitude, desistindo de tentar negar a atração entre os dois, mas não se preocupava nem um pouco em descobrir, não quando essa nova atitude consistia em deixá-lo louco com suas carícias.





Sua mão subiu pela perna firme e macia, em carícias circulares que faziam com que arrepios a percorressem por inteira, partindo do ponto em que a tocava. Foi a vez dela gemer baixinho, quando os lábios de Draco abandonaram os seus, deixando um rastro incandescente ao se encaminhar para seu pescoço, que passou a beijar com sofreguidão.





- Adoro esse seu pescocinho, sabia? - murmurou, rouco, junto ao seu ouvido, depois de mordiscar de leve o lóbulo macio - Tão elegante e altivo... sempre que a vejo pela escola com os cabelos presos naquele rabo de cavalo que usa quando está calor, sinto ganas de cravar meus dentes aqui. - como que para dar ênfase a suas palavras, ele sugou seu pescoço, avidamente. Gina sabia, por experiências passadas, que ficaria com uma marca comprometedora.





A mão que acariciava sua perna erguera sua saia, chegando ao quadril, e agora se insinuava pela lateral de renda que o cobria. Alerta, Gina resolveu que chegara a hora de acabar com a brincadeira. Se desvencilhou dos braços dele – o que foi fácil, já que ele não esperava por aquilo – e pulou para o chão, rindo da expressão frustrada do rapaz.





- Acho que já teve diversão demais por hoje, Malfoy. – declarou calmamente, sem trair o turbilhão emocional em que se encontrava, enquanto pegava sua varinha na gaveta da mesa de Snape.





- Quem decide isso sou eu, Weasley. - Malfoy retrucou com irritação - Volte aqui.





- Não. - respondeu, rindo ao ouvi-lo praguejar. Apontou-lhe a varinha ao vê-lo começar a se erguer da poltrona. - Nem pense nisso, pode ficar onde está. - a contra-gosto, ele obedeceu, fuzilando-a com o olhar - Quanto a questão anterior, na verdade, quem decide sou eu, visto que é comigo que você pretende se divertir.





- Você me desaponta, Weasley... – Draco comentou, com sua voz arrastada - Pensei que tinha desistido desse joguinho de gato e rato. Que tinha percebido que não adianta fugir de mim.





- Quem disse que estou fugindo? - perguntou com arrogância, um sorriso irônico curvando o canto dos lábios.





- E não está? - ela fez que não, provocando nele um riso debochado - Do que chama isso, então? - ele indicou a forma como o mantinha sob a mira da varinha.





- Eu chamo de "assumir o controle".





- Por pouco tempo... - murmurou, olhando-a de modo ameaçador.





- Pelo tempo que eu desejar. - retrucou, confiante - Você sabe como envolver uma garota, Malfoy, e eu seria uma tola se tentasse negar essa atração que existe entre nós.





- Enfim reconhece...





- O que não significa... – ela o cortou - ... que deixarei que faça de mim o que tiver vontade. Por mais forte que seja essa atração, você continua sendo o idiota racista e esnobe de sempre, e a lembrança disso funciona como um potente C.T.I.





- C.T.I.? Que merda é essa? - perguntou enquanto ela se encaminhava para a saída - Não pense que escapou, Weasley, você ainda não terminou sua tarefa, e vamos levar quantas noites forem precisas para isso.





Ignorando a nota de satisfação na voz dele, Gina se virou calmamente quando alcançou a porta, olhando-o com superioridade.





- Fique tranqüilo, Malfoy, eu não vou fugir, já disse. Amanhã, no mesmo horário? - nisso, virou-se para partir - Ah, e é "corta tesão instantâneo".





Draco não conseguiu conter o riso. Aquela garota realmente conseguia mexer com ele. Que ela continuasse pensando que tinha algum controle sobre a situação. Em breve, ele mudaria aquilo. Enquanto isso, continuaria aproveitando seus "encontros" com ela. Mal podia esperar pelo dia seguinte...





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- É muito bom ver que todos estão bem, meus amigos. - Dumbledore olhou com satisfação para os recém chegados. - Sabia que seriam capazes de vencer os perigos da jornada.





Faltavam poucos minutos para meia-noite quando o grupo que partira atrás da sarnseacht retornara ao castelo. Kristyn e o diretor já aguardavam na sala deste último, ansiosos por saberem o resultado da empreitada. Agora, todos observavam o objeto sagrado, que Remo depositara sobre a mesa de Dumbledore.





- Na verdade, Dumbledore, foi Remo quem realmente se arriscou. Não fosse por ele, não teríamos conseguido a Pedra. – comentou Frank.





- É mesmo. - concordou Alice - Foi Remo quem venceu a prova dos Tuatha, o mérito é todo dele.





- Isso não é verdade. - Remo protestou - Todos vocês teriam enfrentado a prova, tenho certeza disso.





- Mas foi você quem a enfrentou. – retrucou Dumbledore astutamente, olhando-o por cima dos óculos de meia-lua - E venceu.





- Acontece que eu tive ajuda nisso. – a declaração surpreendeu a todos. Ou quase.





- Com assim, Remo? - indagou Frank, confuso - Quem o ajudou? E como?





- Eu não tenho essas respostas, Frank. – ele virou-se para Ana, encarando-a com seriedade - Mas acho que Ana tem.





Ana estremeceu ante a força daquele olhar. Durante toda viagem de volta, ela percebera que ele a olhava de forma estranha, e que se fechara de uma forma que nem mesmo ela poderia saber o que sentia ou pensava. Agora, parecia que ia descobrir.





- Do que está falando, Remo?





- Durante toda a prova, eu senti que não estava sozinho. Alguém estava ligado a mim, me acalmando, me dando força, nos momentos mais difíceis pelos quais passei. Foi assim que venci o último desafio. Esse "alguém" conseguiu me dar força o suficiente para enxergar a verdade.





- E você acha que esse alguém era Ana? - perguntou Kristyn, interessada.





- Não. Eu sei que não era ela. Ana já se "conectou" comigo várias vezes, eu a reconheceria rapidamente se fosse.





- Então quem?





- Isso é o que eu quero saber, Alice. O que me intriga é que não foi a primeira vez que senti isso. Durante os últimos anos, por várias vezes eu tive a mesma sensação, sempre que me encontrava angustiado. – esse comentário pareceu atrair ainda mais a atenção das duas Donovan, que trocaram um olhar de entendimento - E algo me diz que vocês sabem o porque disso.





- É verdade, Remo, nós sabemos.





- Kristyn!





- Chega, Ana! - ela se voltou para a prima, impaciente - Ele merece saber, e nós não temos o direito de continuar escondendo isso dele. Se você não contar, eu mesma conto!





- Contar o quê? - Remo voltou-se nervoso para Ana, que parecia aflita - O que vocês estão me escondendo, Ana?





Ana olhou dele para a prima, que a encarava com seu costumeiro ar determinado, e de volta para ele. Suspirou.





- Kristyn tem razão, Remo. Você merece saber. – voltou-se para o diretor, que observava tudo calado, os olhos inteligentes acompanhando todo o desenrolar dos fatos - Dumbledore, tem algum lugar onde podemos conversar em particular?





- Claro, Ana, sei como o assunto é delicado. - ele indicou com a mão a mesma sala em que Frank e Alice conversaram com Neville. - Ficarão a vontade na minha saleta íntima. E fique tranqüila, minha filha, essa pode ser uma conversa tardia, mas é acertada, e tudo vai se resolver no final.





- Assim espero. – ela se voltou para prima - Kristyn...





- Pode deixar comigo, Ana. – abraçou-a com força, murmurando em seu ouvido - Boa sorte.





- Obrigada. – murmurou de volta, e seus olhos brilhavam quando se voltou para Remo, que aguardava na porta da saleta, impaciente – Vamos.





Os dois sumiram pela porta, que foi fechada logo após sua passagem. Alena, que até então se mantivera calada, voltou-se para Kristyn.





- É melhor ir buscá-la logo. - ela assentiu e partiu logo em seguida.





- Buscar quem? - perguntou Frank, confuso - O que está acontecendo?





- Eu acho, meu querido, - comentou Alice, lançando um olhar perspicaz ao diretor, que fingia observar o teto, as mãos cruzadas sobre o peito - que enfim vamos descobrir o motivo do sumiço de nossos amigos, dezessete anos atrás.





- O quê? Mas...





- Você tem razão, Alice. – confirmou Dumbledore, fitando-a com satisfação - Mas a primazia dessa verdade cabe ao nosso amigo Remo, portanto, vamos esperar mais um pouco, está bem?





Os outros concordaram, e passaram a falar sobre os próximos passos em sua busca pelos objetos sagrados dos Tuatha., sem contudo conseguir disfarçar a ansiedade em relação a conversa que se desenrolava na sala ao lado.





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Assim que a porta se fechou atrás deles, Remo fez com que Ana o encarasse.





- Muito bem, pode começar. O que está acontecendo?





Ela se desvencilhou, indo até a janela do outro lado da sala, mantendo-se de costas, tentando bloquear a onda de emoções conflituosas que ele emitia.





- Mantenha a calma, Remo.





- Talvez eu consiga, assim que souber a verdade. – retrucou, irônico. Cruzou os braços sobre o peito, os olhos soltando faíscas de irritação - Ana, eu quero saber o que está acontecendo, e quero saber agora.





- Antes de contar qualquer coisa, eu preciso que você entenda que tudo o que eu fiz, foi por amor a você...





- Não me venha com enrolação! - ele cortou, alterado - Seu amor era tão grande, que me abandonou sem uma única palavra, e até hoje se recusa a dar qualquer explicação convincente sobre... – ele parou de repente, parecendo subitamente compreender - É isso, não é? Tudo que está acontecendo agora está relacionado com seu desaparecimento, anos atrás. - foi até ela, agarrando seus braços e fazendo-a se voltar - Me diga, Ana, eu preciso saber a verdade!!!





- E você vai saber, Remo. – ela segurou seu rosto, fazendo-o encará-la - Eu a tenho escondido de você durante muito tempo, meu querido, mas quero que saiba que não era essa minha vontade. Se o fiz, foi por necessidade, foi para protegê-la.





- Proteger quem, por Deus?!





- A pessoa que estava com você durante a prova dos Tuatha. Ela se chama Rhea.





- Quem é essa Rhea? E por que ela estava lá comigo?





- Porque estava preocupada. - respondeu simplesmente, e olhou por sobre seu ombro ao ouvir a porta se abrindo - Você pode conferir por si mesmo o porquê disso.





Remo virou-se devagar, quase hesitante, para deparar-se com uma linda garota de dezesseis anos, que era a imagem da mulher que ele amava, quando ela tinha essa idade. O choque não permitiu que se movesse, nem mesmo quando Ana passou por ele, indo para o lado da garota, que o encarava com os olhos brilhantes de expectativa, abraçando-a pelos ombros.





- Remo Lupin, essa é Rhea. - depois de um ligeiro instante, ela completou - Sua filha





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N/A: E então, o que acharam? Por favor, não deixem de me dizer, lembrem-se que seus comentários me ajudam a escrever, eu tenho mais inspiração quando sei o que vocês estão achando da fic. Ah, e eu prometo que juro que vou tentar ser mais rápida nas atualizações, ok? Bjaum para todos!







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