gotta be 11 and 12
Capítulo Onze: “So Much Has Changed”.
Três semanas depois...
- GAROTA DO BRASIL!
- Catherine, se você gritar mais uma vez, eu juro que te deixo banguela.
- Ah que violenta você tá! O Daniel faz falta, porque quando ele tá aqui, você desconta tudo nele.
- Acho que seu momento de comprar uma dentadura tá mais perto do que você imagina.
- Nina socorro! Sua cunhada é uma psicopata!
- Cunhada o caral...
- rhanna! Olha a boca – Nina chega tampando a boca da amiga.
- Vai cagar você também – rhanna diz após babar na mão de Nina, para que ela a soltasse.
- Ih, a rhanna tá precisando...
- Ah, mas é agora que eu te deixo desdentada – rhanna diz pulando em Cath, assim, as duas caem de costas no sofá da casa dos Neeson.
- AAAAHH SOCORRO! – Catherine não sabe se ri ou se tenta se defender das cócegas e mordidas de rhanna.
- AGORA VOCÊ ME PAGA POR TODAS AS PIADINHAS, POR TODOS OS GRITOS DE ‘GAROTA DO BRASIL’ E POR TER TERMINADO COM O COITADO DO EDWARD – Rhanninha gritava rindo, enquanto ainda mordia os braços da amiga, quando essa tentava impedi-la de fazer cócegas.
- Rhanninha , chega! Vai matar a Cath, ela já ta até roxa de tanto rir – Nina sorri e ‘tira’ rhanna de cima de Catherine.
- Ai, então quer dizer que você queria me matar por eu ter terminado com o Edward? – Cath pergunta logo após normalizar a respiração [e voltar à cor normal].
- Bom, primeiro porque ele é um gato! - rhanna ri da cara afetada de Catherine. – Segundo porque ele é ou era doido por você – Cath mostra a língua –, e terceiro, se ele tivesse o sobrenome Cullen eu casava com ele.
- Tava demorando – Nina dá um pedala em rhanna. – Rhanninha meu xuxu, já te disseram que o Edward Cullen é um personagem? Um vampiro? Que ele NÃO EXISTE?
- Já – a menina diz simplesmente –, mas eu posso sonhar... – as três riem.
- Meninas – Sra. Neeson chega na sala e se depara com a seguinte imagem: três garotas jogadas pelo chão, pacotes de salgadinhos e latas de refrigerante pra todos os lados e “Ps I Love You” passando na tv. – Vocês estão chorando?
- Aham, é o filme – Nina diz como se fosse óbvio.
- Vocês são demais – ela ri das garotas. – Bom, tenho dois favores a pedir e três avisos pra dar.
- Pode falar tia – Catherine diz sorrindo logo após rhanna dar pause no dvd.
- Bom, eu tenho algumas coisas pra resolver em Windsor e Plymouth, então vou ficar fora por quase uma semana – a senhora pôde ver os sorrisos se formando nos rostos das meninas –, eu queria poder dizer pra vocês não se animarem que alguém tomaria conta de vocês, mas infelizmente estamos sem nossa amada empregada pra ficar de olho nas mocinhas.
- Ué? Cadê a Margarite? – rhanna perguntou sobre a empregada dos Neeson, assim que as lágrimas causadas pelo filme extremamente perfeito cessaram.
- Ela teve que ir à cidade dela devido a alguns problemas envolvendo a filha mais nova, Liza - a Sra. Neeson respondeu enquanto catava alguns farelos de salgadinho caídos no sofá.
- Ah é a garota perfeita? – Nina disse fazendo careta. – Como assim a senhorita perfeição arrumou um problema?
- Nina Neeson! Não fale assim da menina! – Sra. Neeson dá bronca. - Ela é realmente um exemplo de garota, tudo bem que não podemos levar a sério tudo o que uma mãe fala dos filhos, nós sempre os achamos perfeitos, mas todo mundo fala que a Liza é realmente um modelo de adolescente, desde pequenininha ela se comportava super bem enquanto vocês duas quase destruíam a casa.
- Aquela garota é estranha! – Catherine diz fingindo um arrepio. – Ela tem cara daquelas garotas de filmes de terror sabe? Que ninguém imagina que seja ela a assassina!
- Ah gente eu to ficando até com medo dessa Liza – rhanna faz cara de assustada, e as outras três dão risada.
- Rhanninha , essas duas sempre implicaram com a menina quando ela vinha passar as férias de verão quando eram pequenas, então não dê atenção a elas ok? – a Sra Neeson diz rindo da cara darhanna.
- Mas vocês têm alguma idéia do que pode ter acontecido? – rhanna pergunta ainda com cara de assustada.
- Provavelmente ela tirou uma nota ruim na escola – Cath diz séria, fazendo rhanna e Nina gargalharem.
- Catherine! Eu já falei pra você pararem com isso – Sra. Neeson diz com cara de malvada. – Além do mais, existe a possibilidade de a Liza vir pra cá quando a Mag voltar.
- AH NÃO – coral de Nina e Cath.
- Meninas, parem com isso – Sra Neeson diz enquanto pega a bola e as chaves – Se ela realmente vier, eu não quero sequer um olhar torto pra Liza ouviram bem?
- Ta mãe.
- Ok senhora Neeson.
- Ah eu sou um anjo tia, aposto que a Liza vai me amar – rhanna faz cara de metida e todas riem.
- Ô Rhanninha , você viu que bonitinho esse mural aqui na cozinha? – Nina grita da cozinha.
- Que mural? – Catherine pergunta ao ir ver a amiga.
- Eu vi, mas não reparei direito – rhanna diz e pula nas costas de Nina fazendo as duas caírem no chão da cozinha.
- MONTINHO – Catherine grita, mas antes que pule encima das amigas, Nina diz:
- Se você pular em mim, eu juro que vou dar uma de rhanna e te deixar banguela!
- Ah chega! – rhanna levanta rindo. – O que tem esse mural afinal de contas?
- Ah é, olha que bonitinho, é tipo pra colocar pensamentos do dia sabe? Mas a minha mãe colocou um trecho de música e ficou legal, então a gente pode seguir a idéia né?
- Olha só, a Nina pensa – Cath faz graça e leva um pedala.
- Eu gostei, mas assim, vai virar bagunça se qualquer um que passar for e escrever – rhanna diz observando o mural azul e preto com notas musicais em volta. – Acho que a gente pode combinar assim, quem acordar primeiro tem o direito de escrever, e só podem apagar na manhã seguinte.
- Boa idéia! Então como ninguém escreveu nada hoje, eu serei a primeira – Nina fala e pega a caneta. – Hum, que música tem a minha cara hoje?
- Life is a bitch and so are you – rhanna canta, Cath ri e Nina revira os olhos.
- Também te amo Rhanninha – Nina manda beijos pra amiga. – Já sei, vai ser:
“É você, você é o definitivo
É automático, tenho certeza disso
Sem mentira, então nem tente me dizer que
Você não é o cara
Porque eu estive esperando minha vida toda
Por alguém assim como você
Mas é você, você é o definitivo.”
- Puts! A primeira música que você pensou tinha que ser da abençoada que nós mais amamos? – rhanna diz e mostra a língua pra Nina.
- De quem é essa música? – Catherine Lerda Mór pergunta.
- De quem seria? Da nossa best Lindsay Lohan – rhanna responde fazendo voz afetada e finge ânsia de vômito.
- Ah gente, pára. Essa música tem a ver com o meu dia ok? – Nina faz bico.
- Ok eu paro, mas já aviso que amanhã vou acordar mais cedo pra tirar logo essa música daí – rhanna finaliza o assunto.
- Gente, eu tô morta! – Nina diz entrando em casa e se jogando no sofá – Eu odeio a escola.
- Só você meu bem? – Cath [que agora era uma agregada na casa dos Neeson] mostrou língua e deitou no outro sofá.
- Pois eu adoro a escola! Bem melhor que a minha do Brasil – rhanna diz indo para a cozinha fazer o almoço, já que a Sra. Neeson já tinha viajado á três dias, e por isso as meninas dividiram as tarefas da casa: cada uma tinha que arrumar a própria cama, Nina catava as bagunças pela casa e guardava a louça, Catherine lavava a louça e rhanna cozinhava.
- Ô Rhanninha , eu tava pensando... – Catherine diz se aproximando do fogão com cara de nojo.
- Meu Deus! Catherine agora deu pra pensar! – rhanna faz graça e continua fazendo a comida.
- Eu pensei que esse cheiro fosse da gororoba da Rhanninha e não da Cath pensando – Nina diz rindo, enquanto cortava as batatas [rhanna a ameaçou com o ralador de queijo caso ela não cortasse].
- Gororoba, é? Quando ficar pronto você vai se arrepender, sua malvada – Rhanninha diz com carinha de choro.
- Ain gente, me deixa falar o que pensei antes que eu esqueça – Catherine fala com voz de criança.
- Então fala Cath!
- Assim, eu tava pensando que já tem um ano que a Rhanninha tá aqui!
- Caraaaca é mesmo! Um ano aturando essa mal humorada, sarcástica, tarada, agressiva... – Nina ia enumerando nos dedos.
- Ahh brigada, continue com os elogios, meu ego está adorando – rhanna mostra língua pras amigas que estão rindo.
- Meu amor, você é tudo isso – Cath diz e abraça rhanna por trás –, mas você também é engraçada, meiga, tagarela, linda, super estilosa, autêntica... e o melhor de tudo: nossa melhor amiga!
- Aaah que amor! A Rhanninha ficou até sem fala – Nina vem e abraça as amigas.
- Eu fiquei é sem fala porque a Cath ta me encoxando – rhanna diz rindo. – Taraaaada!
- Eca Catherine! Na minha cozinha não – Nina finge que está com nojo.
- O que eu posso fazer se além de tudo a Rhanninha ainda é gostosa? – Catherine olha com cara de pervertida para rhanna.
- SOCORROOOO – rhanna sai correndo e se esconde atrás da cadeira – Era por isso que você tava me elogiando? Sua pedófila!
- rhanna você é mais velha que eu – Catherine diz rindo. – Eu gosto de mulheres mais velhas.
- Ah gente assim eu fico com ciúme! – Nina diz fazendo bico.
- Cath meu bem, desculpe, mas é por isso que eu não posso te dar bola – rhanna diz rindo e saí de trás da cadeira –, eu amo a Nina.
- Ah agora tá explicado, você tem uma queda por pessoas de sobrenome Neeson – Catherine finge ter feito uma grande descoberta.
- rhanna Penalva! VOCÊ ME TRAIU COM MEU PRÓPRIO IRMÃO? – Nina dá uma de namorada traída, fazendo as amigas gargalharem.
- Amor, me perdoa? – rhanna vai rindo e abraça Nina. – Mas ele é tão gatinho, beija tão bem e eu não pude resistir.
- ENTÃO VOCÊ O BEIJOU, SUA CACHORRONA? – Catherine dá ataque histérico.
- SUA VACA! – Nina entra no embalo. – COMO ASSIM VOCÊ BEIJA MEU IRMÃO E NÃO CONTA PRA GENTE?
- Ain gente ele tava bêbado, nem conta – rhanna cora imediatamente. – Ele nem lembra, então não faz diferença.
- Faz diferença sim sua safadona! – Nina dá um tapa no bumbum [n/a: ah eu sou bonitinha em escrever ‘bumbum’ e não ‘bunda’ fala sério? *cala a boca autora intrometida*] de rhanna. – Mas jura que ele não lembra? É típico dele beber demais e ficar com ‘amnésia pós-bebedeira’...
- Ah parem com isso! Não quero mais falar sobre esse assunto. Ele tava bêbado, acabou! – rhanna faz gestos exagerados ao falar. – Eu sabia que não devia ter contado.
- CATHERINE LERDA MÓR RICHARDSON VAI ABRIR A BOSTA DA PORTA! – rhanna berra de seu quarto, mas nem sinal de Cath para atender a campainha – Ah ninguém merece – ela levanta vestindo uma blusa de alcinha, um mini shorts, o cabelo preso em um coque frouxo, usando óculos e suas pantufas de garras de dragão. – JÁ VAI CARAMBA! Quem será? Não podia esperar até a Nina chegar do mercado? Ou até a Cath chegar... é mesmo, cadê a Catherine? – rhanna ia resmungando até a porta. – Casa da mãe Joana, boa noi...
- E aí Penalva? Isso é jeito de atender a porta? – Daniel Neeson estava encostado no batente da porta, olhando-a com um cara de tarado. Camiseta azul com desenhos sem sentido em branco, bermuda no mínimo dois números maiores que ele e tênis de skatista [n/a: ah gente sorry se eu descrevi nosso Sexy Little Boy, não resisti]. O cabelo estava um pouco maior e mais bagunçado, o deixando mais lindo ainda, se é que isso era possível – Vai ficar babando por mim por quanto tempo? Eu tô com fome, sabe? – ele disse fazendo gestos com as mãos como se a menina tivesse seis anos de idade.
- Você não tem comida na sua casa não? – rhanna diz acordando do choque que foi a abrir a porta e dar de cara com o alvo de ódio/amor.
- Aqui também é minha casa, sabia pirralha? – ele dá um sorriso cínico. – Você vai me deixar entrar ou tá difícil?
- E quem sou eu pra impedir o astro do rock de entrar na própria casa, uh? – rhanna faz uma exagerada reverência e dá passagem ao garoto.
- Cadê todo mundo? – Daniel se joga no sofá e tira os tênis.
- Virei central de informações e não sabia? – estava subindo as escadas e vira pra responder.
- Seria uma boa idéia, daí você ganharia algum dinheiro e sumiria no mundo – ele dá um sorriso fofo. – Quem sabe você não vai pra Finlândia? O piloto de Fórmula 1 que você gosta é de lá né?! Então, eu adoraria te dar seu primeiro pagamento pela informação de onde tá o povo dessa casa.
- Primeiro: Vá a merda! Porque se você morasse aqui, eu já teria ido embora a muito tempo. Segundo: EU adoraria me mudar pra Finlândia, por dois motivos: um é que eu teria chances de achar um Kimi Räikkönen da vida e dois é que eu ficaria longe de você. Terceiro: você poderia deixar de ser tão inútil e ir até o seu quarto e ver o bilhete que sua mãe deixou lá – rhanna ia numerando as falas nos dedos e fazia cara de tédio.
- Por que não disse antes? – Ele levanta correndo, tira rhanna da frente da escada e dá um pedala na menina e sobe para seu quarto.
- VAI SE FODER NEESON – rhanna faz manha pelo tapa.
- QUERIDA CHEGUEI – Nina grita rindo.
- CHEGAMOS – rhanna ouve Cath gritar também.
- Que demora foi essa? – rhanna desce as escadas correndo. – E onde você se meteu Catherine?
- Eu tinha esquecido de pedir pra Nina comprar sua Nutella, daí eu fui atrás dela – Cath diz com cara de Madre Tereza de Calcutá.
- Ai que amor, brigada amiga – rhanna lambe a bochecha de Cath, arrancando um ‘urgh’ da menina.
- Finalmente alguém pra eu conversar – Daniel desce as escadas com as mãos pra cima em sinal de agradecimento a Deus.
- Daniel? – Catherine e Nina dizem ao mesmo tempo.
- Olá amores da minha vida – ele empurra rhanna para o lado para abraçar Cath e a irmã ao mesmo tempo.
- Você bebeu? – Catherine pergunta rindo da recepção calorosa do menino.
- Cath, esqueceu que esse é o jeito que o Daniel nos trata quando a rhanna tá perto? – Nina entra na brincadeira e leva um pedala do irmão. – Mas é sério, ele só trata agente bem quando a senhorita Penalva tá perto.
- Ah vocês querem que eu trate vocês que nem eu trato a pirralha ali? – Daniel diz cinicamente e aponta para rhanna que estava ligando para alguém no telefone [n/a: não, ligando pra alguém na geladeira ¬¬’] e nem dava atenção à conversa dos três.
- Eca Daniel! Eu não quero ficar me agarrando com você – Nina finge que vai vomitar e Daniel ri.
- Nem eu. Credo – Cath simula calafrios. – Isso eu deixo pra Rhanninha mesmo.
- Fica bobeando Cath, a Rhanninha ainda quer te dar uma dentadura lembra? – Nina cochicha para a amiga rindo.
- Ih é mesmo – Cath faz cara de assustada.
- Do que vocês tão falando? – Daniel entra na brincadeira e também sussurra.
- Nada, seu curioso... – a conversa deles é interrompida por uma gargalhada de rhanna, então os três prestam atenção à conversa da menina ao telefone.
- Não Sra Hoult, nós não namoramos, somos só parceiros de laboratório. É sério. Sim, eu prometo que se namorarmos a senhora será a primeira a saber. Hahaha, ok, quando ele chegar peça a ele pra me ligar tá bem? Obrigada. Ok, prometo que apareço por aí ainda essa semana. Também gosto muito da senhora. Até, beijo – rhanna desliga o telefone rindo, e logo percebe a atenção das amigas deDaniel em si. – Que foi? Que vocês duas são fofoqueiras eu sei, mas até você, Neeson?
- Como você é engraçada Penalva, tô morrendo de rir – Daniel consegue disfarçar a vergonha por estar ouvindo a conversa da menina.
- Era sua sogra número dois, Rhanninha ? – Cath pergunta sugestivamente.
- Número dois? – Nina pergunta. – Quem é a primeira?
- Ah meu Deus, depois eu que sou a Lerda Mór – Catherine dá um tapa na testa da amiga.
- Eu não tenho nenhuma sogra ok? Eu tava falando com a Sra Hoult, que é mãe do meu amigo, entenderam? – rhanna diz sem sorrir, e percebe que Daniel ainda olhava pra ela.
- Aham amigo sei, eu que queria um amigo que nem o Nick – Nina diz rindo fazendo rhanna rolar os olhos. – Mudando de assunto, Daniel, o que você tá fazendo aqui?
- Ah brigado por me mandar embora maninha – o menino faz ‘joinha’ para a irmã. – Estou de férias.
- E veio nos punir por isso? – rhanna diz sarcástica, fazendo Nina e Catherine rirem e Daniel bufar.
- Onde você mora mesmo Penalva? - ele finge pensar. – Brasil né? E mora de favor aqui, se não me engano.
- Meu bem, foi-se o tempo em que eu me importava por você dizer essas coisas, e ainda mais que a sua opinião não conta nessa casa, as mulheres comandam por aqui – rhanna finaliza mandando um beijo pro garoto.
- Rhanninha , telefone – Cath diz colocando a cabeça pra dentro do quarto de rhanna, que durante esses dias tem sido das duas. - É o seu amigo Nicholas.
- Ah brigada, cadê o telefone?
- Ih, deixei na sala, espera que eu busco.
- Não pode deixar Cath, brigada, eu pego – rhanna diz sorrindo e desce as escadas rapidamente. – Ué? Cadê o telefone? Cath onde você deixou o telefone?
- Eu to usando – Daniel sai da cozinha com o bendito telefone na mão.
- Mas tinha uma pessoa na linha querendo falar comigo Neeson!
- Já desliguei, se for importante a pessoa liga de novo.
- Neeson seu idiota sem educação!
- Ah não vai me dizer que era o namoradinho uh?
- E se fosse?
- Bem, se fosse, eu mesmo ligaria de volta.
- Posso saber por quê?
- Para aconselhá-lo, porque essa pobre criança deve estar precisando de ajuda. Cara, só tendo problemas mentais pra namorar você.
- Você já pensou em entrar pro circo Neeson?
- Eu seria o mágico, sabe? Posso começar a treinar agora, e fazer você sumir.
- E eu posso fazer uma coisa que já é bem pequena sumir pra sempre com um chute, quer ver? Me dá a porra do telefone agora!
- Não.
- Me dá.
- Não.
- Então enfia esse telefone no...
- Rhanninha ! O Nick quer falar com você! – Nina aparece na escada esticando seu celular para rhanna.
- Ainda bem que ele é inteligente! – rhanna pega o aparelho da mão de Nina. – Olá senhor Stonem... – então ela sobe para seu quarto.
- Nina?
- Que Daniel?
- O nome dele não era Hoult?
- O nome dele é Nicholas Hoult.
- Então porque diabos a Penalva chamou o moleque de Stonem?
- Daniel Neeson, você não vê televisão não?
- Por quê?
- Ele é ator! Tony Stonem da série da E4, Skins!
- A Penalva é namorada de um cara famoso?
- Bem, eles ainda não namoram, mas ele parece gostar dela.
- E ela? Gosta dele?
- Por que o interesse?
- Porque... Porque... Ah! Porque enquanto a mamãe estiver fora eu tenho que tomar conta de vocês. Então eu preciso saber se alguma de você tem algum pirralho à vista.
- Me engana que eu gosto, maninho.
- É sério. Você ainda tá com o Bobby?
- O nome é Billy! E sim, ainda estamos juntos.
- E a Cath, tá com o Cullen?
- Meu Deus! A Rhanninha te contaminou a chamar o Edward que não é mais Edward da Cath, de Cullen!
- Então só você namora aqui em casa?
- No momento sim senhor!
- Hum... Ela, digo, elas têm algum ficante?
- Ela, hum digo, elas não têm ficantes no momento.
- Ah tá... Bom eu vou... no Tom! Não me esperem tá?
- Ok!
- E, Nina? Avisa pra Penalva que tem uma coisa pra ela no meu quarto.
- Hum... no seu quarto?
- Você é muito nova pra ser pervertida assim menina! Bom, fui!
- Tchauzinho.
Capítulo Doze: “Você tem a chance de escolher entre o amor e a decepção, e aí?”.
- Rhanninha ? – Nina coloca a cabeça para dentro do quarto da amiga, e encontra uma completa escuridão. – rhanna? Amiga?
- Hum – rhanna faz um barulho com a boca em sinal de resposta, saindo abafado devido ao travesseiro que estava encima da cabeça da menina.
- Florzinha, você não quer dar uma volta com a gente? Ainda ta cedo, e acho que já, já começa a nevar – Nina dizia ao se sentar na beira da cama de rhanna.
- Eu to com sono – a garota responde com manha. – E amanhã tem aula.
- E quem liga? Desde quando a gente se importa com a escola? – Nina diz rindo, e fazendo rhanna esconder um sorriso – Ah Rhanninha , vem! É quase Natal, as ruas estão todas iluminadas, tão lindo! Vamos?
- Hum... Ok. Só porque é o meu primeiro Natal aqui e eu to doida pra tirar algumas fotos – rhanna responde com os olhinhos brilhando de expectativa.
- Então levanta, se agasalha enquanto a Catherine come alguma coisa, e a gente te espera lá embaixo, ok? – disse Nina saindo do quarto, mas em seguida volta – ah! Rhanninha , meu irmão pediu pra te avisar que tem uma coisa pra você lá no quarto dele, ta?
- Que? Ahn, pra mim? Certeza?
- Ele disse ué?!
- Ah ta, brigada branquela.
- Por nada bruxinha – Nina brinca e desce as escadas.
rhanna se arrumou rápido, pois estava morrendo de curiosidade. Ela optou por uma calça jeans escura, blusa preta de mangas compridas, as botas rasteiras da mesma cor, um casaco verde escuro, e as luvas de um tom verde claro; prendeu o cabelo num rabo-de-cavalo alto e firme, e colocou o protetor de orelhas também preto. Estava simples e encantadora.
- O que será que o Neeson ta aprontando? – a garota falava sozinha, em português, indo em direção ao quarto de Daniel. – Aposto que é alguma piadinha, aposto!
Ao chegar ao quarto de Daniel, rhanna se permitiu parar e analisar o lugar: tudo tinha a cara dele! Os pôsteres, os objetos de ‘decoração’, as cores, os milhares de CD’s, e principalmente a bagunça! Ele chegara a poucas horas e já tinha conseguido desarrumar tudo! E então os olhos da menina se prenderam a uma caixa preta com um laço roxo, perto das malas quase desfeitas de Daniel.
Quando a menina chegou mais perto, ela percebeu que a caixa era maior do que ela pensava. – Não pode ser um jacaré de pelúcia... ou pode? – ela pensava alto, e ao olhar bem para o pacote, viu que tinha furinhos na caixa – Epa! Furinhos? Ai meu Deus, eu to até com medo de ver o que tem ai dentro – rhanna fazia ceninha pra si mesma, então resolveu pegar a caixa de uma vez, quando abriu, seu queixo foi abaixo. – UMA TARTARUGA! Eu não acredito! Cara, que linda! Eu... coisa mais fofa – a garota ficou chocada e encantada com o pequeno animalzinho que estava na caixa; e tartaruguinha era de tons de marrom e verde escuro, e estava em uma gaiola branca e vermelha. – Combina com o meu quarto! Cara, eu tenho que admitir que o Neeson acertou no presente. Eu tô encantada com esse bebezinho lindo. Minha tartaruguinha fofa. Ela precisa de um nome – rhanna acaricia a cabecinha do animal, toda sorridente [rhanna, não a tartaruga], só então reparando em um envelope preso ao outro lado da gaiola. Ela pegou e ao abrir viu a letra estranha de Daniel, escrita como se ele estivesse em uma posição ruim para escrever.
‘Penalva, como eu odeio ficar em dívida com alguém [ainda mais se esse alguém for tão implicante como uma certa pessoa que eu conheço], comprei essa tartaruga pra você. Sabe, vocês têm muito em comum. Quer saber algumas dessas coisas? Ok, eu conto: as duas são lentas, não vão crescer mais, têm o casco duro [no seu caso, a cabeça] e são feias. Não, tô brincando. Coitada da tartaruga, é até bonitinha. Bom é isso, espero que não a mate de tanto falar na cabeça dela. E lembre-se que o bichinho precisa de cuidados [eu não confio na Nina quando assunto é cuidar de outro ser, eu realmente espero que você seja diferente]. Ah! O nome dela é Michelangela. Eu que escolhi, então não reclama... xx Daniel’
- Michelangela? – rhanna terminara de ler e achou graça no nome. – Que nome é esse? Até parece que a minha bonitinha vai ter esse nome estranho – ela dizia rindo, foi nesse momento que a garota percebeu algo escrito no fim da folha:
“A caixa verde também é sua. Eu sei que você iria reclamar que tinha um jacaré e não uma tartaruga. Procurei o mais parecido possível. Eu...”
E era isso. Ele não terminou a frase. rhanna não entendeu nada pra variar. Caixa verde? Ela não tinha visto nada... opa! Estava envolta por uma camiseta toda amassada de Daniel, jogada na cama de qualquer jeito.
Dentro da caixa, havia um jacaré de pelúcia, que para ser sincera, era mais bonito que João Alfredo. Tinha cara de ser um brinquedo de uma menina de 5 anos [rica, diga-se de passagem]. Verdinho, olhos vermelhos, era peludinho e macio, muito macio; porém o mais fofo era o laço laranja amarrado no rabinho dele.
rhanna, agora sim, estava chocada. Ele se redimiu por ter dado ser bicho de pelúcia favorito a uma camareira. E o pior, ela adorou o novo jacarezinho. Era tão fofo quanto seu finado João Alfredo.
- Bom, meu novo filhote – a menina conversava com a pelúcia. – Seu novo será... João Alfredo II? Hum, acho que não... Que tal, Luiz Otávio? Luiz Otávio Penalva. Isso! Perfeito. Agora preciso pensar em um nome pra tartaruga, porque Michelangela Penalva definitivamente não rola né?
- E aí? Vamos? – rhanna chega correndo na cozinha, onde Catherine está guardando copos no armário e Nina comendo uma barra de cereais. – Eu tô doida pra tirar fotos.
- Por que você demorou tanto, hein mocinha? – Nina diz e mostra a boca cheia de cereais recém mastigados para rhanna.
- Eca sua porca! Eu demorei porque estava guardando meus filhos – Rhanninha termina de falar e logo joga uma laranja em Nina, mas acaba acertando em Catherine.
- Ai Rhanninha ! Agressiva! – Cath massageia o braço atingido. – Mas, que filhos?
- Minha tartaruga e meu jacarezinho novo! – rhanna fala e seus olhinhos até brilham.
- Hm? – as amigas não entendem.
- Assim, sabe? Lembram o que o Neeson fez com o João Alfredo né? – as meninas concordam. – Então, ele me deu outro jacaré. E de brinde, uma tartaruguinha... de verdade!
- Ah que lindo!
- Lindo e romântico – Cath cutuca rhanna. – Hum, dando presentinhos pra dona rhanna? Acho que nunca vi o Daniel fazer isso. O que acha, Nina?
- Que eu tenho pena da pobre tartaruga. O que ela fez pra merecer a Rhanninha como mãe?
- Nossa, morri de rir – rhanna ironiza. – Vamos logo que tá ficando tarde, e mesmo que só tenhamos aula depois do almoço, eu conheço você e sei que vão enrolar.
- Ainda bem que é só amanhã. Porque depois, teremos quase 3 semanas em casa! - Cath diz toda empolgada – Eu adoro festas de fim de ano!
- Cara essa foto foi a melhor de todas! – Nina ria da cara de rhanna. – Eu faço questão de colocá-la no MySpace.
- Vai sonhando sua vaca – rhanna diz emburrada.
- Ah Rhanninha , foi engraçado – Cath a abraça e tenta fazê-la rir.
- Porque não foi você! – rhanna ainda fazia bico.
As garotas estavam em um parquinho perto de casa, tirando as fotos. Então rhanna tem a excelente idéia de ficar de pé em um dos balanços; o que ela não espera era que suas botas escorregassem, e ela caísse de bunda no chão, e pra ajudar, que Nina tirasse uma foto do exato momento em que atingiu o chão.
- Hey Rhanninha !
- Niiiick! – a garota sai correndo assim que avista o amigo do outro lado do parquinho, pulando nele, que a esperava de braços abertos.
- Tudo bem linda? – Nick era só sorrisos para ela. Enquanto Nina e Cath babavam por ele: calça jeans, tênis vermelho, camisa branca e um casaco preto, que realçava ainda mais os lindos olhos azuis de Nick.
- Tudo e você? – rhanna sorria feito uma criança para o garoto.
- Melhor agora, vendo essas bochechas coradas – ele diz e toca de leve o rosto afogueado da menina.
- Ok, obrigada por me deixar sem jeito, seu mané – rhanna diz rindo e dá um tapa no braço de Nick, fazendo-o rir e abraçá-la. – Você tá quentinho.
- Você é que taácongelando – e a abraça mais apertado. – Ah, e o que três moças lindas fazem à rua há essa hora sozinhas?
- Eu pergunto o mesmo ao senhor! – rhanna levanta o rosto para olhá-lo melhor.
- Eu não sou uma garota, muito menos linda como vocês! – Nick ri alto.
- Mas se fosse, eu viraria um tarado e te agarraria – rhanna ri da própria piada sem graça. – Então, eu queria tirar fotos nas ruas iluminadas de Londres...
- Mas daí ela caiu de bunda e ficou com raiva porque a gente tirou uma foto – Cath termina a historia, fazendo Nick rir e rhanna esconder o rosto no peito dele.
- Eu realmente queria ter visto isso – Nick ria gostosamente e apertava rhanna entre seus braços.
- Nicholas Hoult, isso não é engraçado – rhanna tentava se fazer de brava.
- Te ver assim toda envergonhada, é engraçado sim, rhanna Penalva – Nick diz segurando o rosto da garota em suas mãos.
- Cara, alguém já disse que vocês parecem um casal? – Cath fala enquanto finge um olhar apaixonado.
- Parecemos? – a idéia pareceu agradar Nick.
- Sim, parecem – Nina diz sorrindo por ver a alegria nos olhos de Nick.
- Ok chega! – rhanna diz tímida. – Já tá realmente tarde. Acho melhor irmos né?
- É verdade. Querem que eu acompanhe vocês? – Nick solta rhanna e olha para a três garotas.
- Uh, que cavalheiro. Vamos então.
Durante a curta caminhada até a casa dos Neeson, as meninas tiraram fotos engraçadas e bem malucas pelas ruas londrinas. Porém as fotos mais bonitas, sem dúvidas, ficaram as de rhanna com Nick; o jeito que ele a olhava era encantador.
- Estão entregues – Nick diz sorrindo ao chegarem na porta da casa. – Vejo vocês amanhã no colégio.
- Obrigada pela companhia – Nina sorri, dá um beijo no rosto dele e espera que Cath faça o mesmo.
- Nick? – rhanna se pronuncia assim que as amigas saem de vista. – Sou só eu que acho inexplicável essa nossa amizade tão repentina? Porque cara, tá tudo indo tão rápido.
- Você acha isso ruim? – os olhos do garoto eram confusos. – Eu fiz alguma coisa que você não tenha gostado?
- Não! Não é nada disso! Eu só fico assustada com essa nossa proximidade tão natural. Você não acha no mínimo esquisito, nós nos sentirmos tão ‘íntimos’ em tão pouco tempo?
- Olha Rhanninha , é a primeira vez que isso acontece comigo. Eu gostei de você desde o momento em que o Profº Stuart disse “Hoult, a sua parceira de laboratório será a Srta. Penalva” – Nick imitou a voz rouca do professor de biologia, fazendo rhanna rir – É sério! Quando se é ‘famoso’, sempre rola essa paranóia, nunca se sabe se a pessoa quer ser seu amigo ou da sua fama e dinheiro, sabe? Mas com você foi diferente, esse jeito maluquinho e despreocupado de ser é cativante entende? E não adianta fazer essa cara de descrença. Eu não tenho vergonha nenhuma em dizer que gosto de verdade de uma certa brasileirinha que conheço a mais ou menos um mês sabe?
- Nick, quer casar comigo? – rhanna diz rindo ao abraçar o garoto.
- Opa, agora mesmo!
- Seu lindo! Eu gosto demais de você... muito muito muito mesmo! – a garota dá beijinhos no rosto de Nick entre cada palavra.
- Eu gosto mais, certeza – ele diz olhando nos olhos de rhanna, fazendo-a corar. – Você é linda demais cara!
- Pára Nick! Tá me deixando sem jeito!
- Liiiiinda!
- Boa noite Hoult.
- Boa noite princesinha, até amanhã.
- Até, eu adoro você.
- E eu te amo – ele sorri de um jeito sedutor e beija rhanna bem perto da boca, e vai embora.
rhanna entra em casa com um sorriso enorme estampado no rosto. De repente, ela esbarra e uma bonita garota em frente ao seu quarto.
- Ah, oi! Você deve ser a rhanna – a garota era bem branquinha, cabelos lisos na cor castanho claro, e olhos extremamente verdes. – Eu sou a Sallie, a...
- Minha namorada – Daniel surge do nada e termina a frase abraçando Sallie por trás.
- Erm, oi Sallie – rhanna que ficou pálida, tenta responder normalmente. – Tudo bem?
- Tudo ótimo. Ah que bom finalmente conhecer você! – a tal da Sallie era simpática – A famosa garota do Brasil. Você é realmente linda.
- Hum, obrigada – rhanna diz sem graça. – Você é muito bonita.
- Obrigada! Daniel, você errou na descrição que fez sobre ela – Sallie se vira nos braços de Daniel, que até então estava calado e observando as duas. – Ela não é tão baixinha, somos quase do mesmo tamanho.
- Hum, é. A minha perspectiva sobre a Penalva é diferente dos outros – Daniel diz olhando diretamente nos olhos de Sallie, como se rhanna nem existisse.
- Erm, eu preciso ir dormir – rhanna fala rápido. – Sallie foi um prazer, boa noite.
- O prazer é todo meu rhanna, tenha um bom sono – a menina responde sorrindo.
- Tchau Neeson.
- Tchau Penalva.
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