Chegando a Hogwarts
Eram nove horas da manhã do dia primeiro de setembro. Amanda Thornton resmunga sonolenta ao desligar seu despertador. Esfrega os olhos e se levanta, indo em direção ao banheiro. Não costuma tomar banho de manhã, já que em todas as noites toma banho e vai direto dormir. Mas este é um dia especial: primeiro dia em uma escola nova, com novos alunos, novos professores; queria estar muito bem apresentável.
Depois de tomar banho, secar os cabelos e se vestir, para diante do espelho para dar uma olhada em como está. Seus cabelos louros escuro estão bem penteados, caindo sobre seus ombros e suas costas. Olha de perto para seus olhos azuis para ter certeza de que os lavou direito. Dá uma ajeitada na blusa e na calça para disfarçar as gordurinhas e quando decide que está tudo certo, desce para tomar café.
Amanda chega à cozinha e sua mãe está preparando o café e seu pai sentado à mesa, assistindo ao jornal matinal na pequena televisão do cômodo. Amanda vira à direita para abrir a porta da geladeira e agarra o vácuo. Repreendendo-se pela milésima vez desde que se mudaram da Austrália para Londres há um mês, ela e encaminha para o fundo da cozinha, o novo lugar da geladeira. Ao passar, cumprimenta a mãe e o pai dando-lhes um beijo no rosto.
- Bom dia, filha. Vai querer tomar café hoje? – sua mãe, Alice pergunta.
- Não, já estou agitada demais. Vou comer cereal com leite. – Amanda responde, com a garrafa de leite na mão, sentando-se à mesa.
- Está nervosa? – pergunta Jared, seu pai.
- Ah, não! Só vou entrar em uma escola nova, onde não conheço ninguém. Tranquilo. - respondeu Amanda, ironicamente.
- Não se preocupe. Nós já falamos com o diretor da escola e ele disse que um aluno da mesma casa que a sua irá te ajudar, o que quer que seja isso. - Jared disse, visivelmente confuso pelo termo “casa”.
- Eles não explicaram muita coisa para nós. – Alice comentou um pouco inconformada, terminando de fazer o café e juntando-se aos dois à mesa.
- Tudo bem, mãe. Explicarei tudo a vocês quando descobrir tudo. – Amanda a tranquiliza, sorrindo. – Mas mesmo assim. Vai que os alunos não gostem de mim por eu ser estrangeira e trouxa. – terminou ela, preocupada.
- Se alguém te falar ou fizer algo que você não goste, é só me chamar que eu vou lá dar uma lição no sujeito!
- Jared, você sabe que não podemos ir lá - disse Alice, olhando para o marido.
- Ah, é. Sempre me esqueço desse detalhe: magia.
- Pois é, pai, está mais do que na hora de se acostumar com isso. – Amanda disse e Jared confirma com a cabeça e volta sua atenção para a televisão. Às vezes ela se perguntava se era mesmo filha de Jared e Alice, pois além de apenas ela ser bruxa de sua família, ela não era nem um pouco parecida com seus pais. Os dois tinham cabelos pretos e olhos castanhos. Por anos seu irmão, Andy, a provocara dizendo que ela era adotada, mas Alice sempre desmentia e mostrava fotos de quando era recém-nascida para convencê-la do contrário.
- Cadê o inútil do Andy? – Amanda perguntou a Alice.
- O que você acha? Dormindo, é claro. – Alice responde revirando os olhos.
- Ele vai comigo e com o papai até a estação? – Amanda pergunta de boca cheia.
- Vai sim. Ele vai se encontrar com os amigos umas onze horas e o seu pai irá levá-lo.
Amanda resmunga.
- Mas pai, você tem certeza que não precisa ir trabalhar hoje de manhã?
- Eu pedi para ter a manhã de folga para pode te levar, não se preocupe. – Jared tranquilizou-a. Ele trabalhava em uma grande empresa na área de tecnologia e há cerca de um mês, recebeu uma promoção e foi transferido para Londres.
- E, mãe, um livro meu sumiu, pede para ele me devolver? Apesar de ele ser quatro anos mais velho, ele é tão infantil.
- Como você sabe que foi ele?
- Quem mais seria?! - responde Amanda, como se fosse óbvio. - Além disso, ele tem inveja de mim por eu ser bruxa e ele não!
- Eu não tenho inveja de ninguém, muito menos de você. - argumentou uma voz às suas costas.
Seu irmão acordara e estava se sentando à mesa. Seus cabelos pretos compridos até os ombros estavam totalmente bagunçados e junto com seu rosto amassado e olhos sonolentos, era mais do que óbvio que não fazia mais de cinco minutos que acordara.
- Ah, não?! E cadê meu livro de feitiços?
- Eu não peguei - Andy respondeu entediado, servindo-se de leite.
- Claro que não, foi o anão comedor de livros. - Amanda disse irônica.
- Pode crer! Eu o vi entrando no seu quarto ontem.
- Mãe! - falou ela olhando para Alice.
- Andy, devolva o livro para a sua irmã. - disse ela, sem se alterar. Levantou-se da mesa e colocou a louça suja na pia.
- Ai, ta bom, eu devolvo, já que ele é tão importante pra você - disse ele com voz de choro, fazendo bico.
- Não, tudo bem. Mas eu vou levar sua guitarra comigo, pode?
- Mas é claro que não! - respondeu ele, indignado.
- Então, devolva-o logo. Ainda bem que eu vou passar praticamente o ano todo longe de você. Ah, mãe - Amanda virou-se para Alice - Vou passar o Natal na casa da Jade esse ano, tudo bem? A Nicole também vai.
Jade e Nicole eram suas melhores amigas. Jade a fez prometer que iria passar o Natal com ela, já que elas ficariam sem se ver por um bom tempo.
- Mas é claro que não! - respondeu Andy, antes de qualquer coisa, com a boca cheia cuspindo torrada pra todo canto.
- Desculpa, você se atende por "mãe"? Eu acho que não - disse Amanda, impaciente - E então, mãe?
- Bom, você nunca passou o Natal longe de nós. Não sei se é uma boa idéia - respondeu Alice, preocupada.
- Por favor, mãe. Não sei quando as verei novamente. Além disso, eu vou pra casa da Jade, não de uma desconhecida, relaxa.
- Mas eu vou ficar muito tempo sem te ver. – Alice retrucou tristonha.
- Alice, calma, é só um Natal. - Jared disse, entrando na discussão. - Na Páscoa você vem pra cá, não é?
- Claro que sim. Na Páscoa estarei aqui! - Amanda respondeu, sorrindo.
Alice olhou para o marido, ainda um pouco indecisa, mas ele apenas olhou para ela e sorriu. Por fim, ela respondeu:
- Tudo bem, eu deixo você passar o Natal na casa da Jade.
Amanda levantou-se da cadeira num salto e foi abraçar a mãe.
- Obrigada! - disse ela radiante. - Eu te amo!
- Ei! E eu? Eu ajudei na decisão dela - Jared disse inconformado olhando para as duas.
Amanda, então, agradeceu e abraçou-o também.
- Por favor, gente, eu to comendo - Andy reclamou.
- Acho que tem alguém com ciúmes! - disse Amanda soltando o pai e rindo.
- Com certeza não de você - disse Andy - mas se querem saber a minha opinião, eu preferia que você passasse a Páscoa em outro lugar que não aqui.
- Pois é... - disse Amanda pensativa - isso não irá acontecer - concluiu - Agora, devolva-me o meu livro para eu fechar a minha mala, que daqui a pouco estamos saindo. Ah, você vai com a gente, né? - perguntou ela, desanimada.
- Claro que sim! Adoro ver você sumindo. É como se eu tivesse me livrado de um fardo - disse Andy, sonhador, provocando-a.
- Isso seria mais coerente se você estivesse sumindo e não eu. Afinal, quem terá que te aturar não sou eu, são a mamãe e o papai.
- Como assim, me aturar?! Eu não incomodo...
- Claro que não! Só...
- Parem de discutir vocês dois - interrompeu Alice. - Amanda vai terminar de arrumar suas coisas, e Andy, termina logo de tomar café e devolva o livro da sua irmã.
- Estou indo, mãe - dizendo isso, Amanda saiu da cozinha, em direção às escadas.
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Longe dali, na Mansão Malfoy, Draco Malfoy estava sentado em sua cama observando seu elfo doméstico arrumar seu malão de Hogwarts.
- Arruma logo, daqui a pouco eu vou sair. - mandou Draco, impaciente.
- Sim, meu senhor. - respondeu o elfo, nervoso, arrumando o mais rápido que podia.
Draco deixou-se cair na cama, mantendo as pernas para fora, e colocou um braço em cima dos olhos. “Mais um ano em Hogwarts” ele pensava, angustiado. Odiava lembrar que teria que rever Harry Potter e companhia e ainda conviver com mais um bando de trouxas. Ele com certeza não pertencia àquele lugar. Nunca pertencera.
Depois de alguns minutos de silêncio, ouviu-se três batidas na porta, seguida de uma voz feminina.
- Posso entrar?
- Pode. - respondeu Draco, sem se mover.
A porta se abriu e Narcisa Malfoy entrou no quarto, fechando-a as suas costas. Olhou o aposento e reparou que o elfo ainda estava arrumando o malão de Draco.
- Não acabou de arrumar ainda, Dot? – ela repreendeu o elfo.
- Estou quase, minha senhora. - respondeu Dot, se apressando ainda mais, se é que podia.
- Quando acabar leve-o para o andar de baixo.
- Sim, minha senhora.
Narcisa olhou, então, para Draco.
- Está tudo bem Draco?
- É claro que não. – ele respondeu e sentou-se direito. – Terei de voltar para Hogwarts... não aguento mais aquele lugar. Queria ir para Durmstrang.
- Draco, nós já conversamos sobre isso. – Narcisa disse e sentou-se ao lado do filho. – Não dá para sairmos do país, não agora, você sabe. Grandes coisas estão para acontecer. – um toque de preocupação escapou enquanto falava.
Draco bufou.
- E daí? Eu não participarei de nada disso, então não estou nem aí. Se quiser posso me mudar sozinho. – Draco sugeriu ligeiramente animado.
- Até parece que eu farei isso. Você não ficará longe de mim. – Narcisa acabou com as esperanças de Draco, dando-lhe aquele abraço de mãe, deixando Draco desconfortável. – Ainda mais agora que seu pai está preso. – ela terminou com a voz embargada.
“Ah, não, ela vai chorar.”
- Tudo bem, mãe. – Draco se desvencilhou do abraço e tentou mudar de assunto. – Dot, já acabou de arrumar o meu malão?
- Sim, meu senhor. – Dot respondeu, fechando as travas do malão e arrastando-o quarto afora.
- Ótimo. – Draco disse aliviado, levantando-se depressa da cama. – Vamos indo? – perguntou à mãe.
- Vamos. – ela respondeu, passando os dedos delicadamente no canto dos olhos. Draco estremeceu. Odiava ver sua mãe chorando, mas não por compaixão, mas porque sentia repulsa, afinal, pessoas sentimentais são fracas, pensava ele. Narcisa juntou-se ao filho para sair do quarto.
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Amanda andava agitada pela estação King’s Cross, empurrando o carrinho com seu malão. Daqui a alguns minutos atravessaria um “portal mágico”, como seus pais costumavam dizer, e começaria uma nova vida escolar. Qualquer um ficaria nervoso com esse pensamento.
- Amanda, relaxa. Seu malão vai cair do carrinho se você continuar tremendo tanto. – Jared alertou-a, segurando seu pulso direito.
- Desculpa, pai, estou muito nervosa.
- É, só terá um monte de adolescentes mimados que, por você ser estrangeira e trouxa, irão te rebaixar e fazer você se sentir um lixo - Andy disse, divertindo-se com a situação.
Amanda o olhou como se não acreditasse que ele estivesse ali para lhe dizer isso.
- Você é inacreditável... por que não ficou em casa? Vem aqui só para piorar a minha situação! - ela falou irritada.
- Eu vim por que vou sair daqui a pouco e porque é legal fazer isso com você - respondeu ele, sorrindo.
- Cala essa sua boca, Andrew. - mandou Jared, olhando feio para o filho e Andy simplesmente fez uma careta e olhou para o lado. - Amanda, não se preocupe. Ficará tudo bem. - disse ele, consolando-a. - Você já que ir?
- Acho que sim. - respondeu Amanda olhando para o relógio. Eram 10h20. - Aí consigo pegar uma cabine vazia.
- É estranho vir de trazer até o portal mágico. – Jared comentou, olhando em volta. – Viemos apenas uma vez, no seu primeiro ano.
- É verdade. – Amanda concordou, recordando. – Viajar da Austrália para a Nova Zelândia só para me dizer “tchau” não dá. – ela disse, rindo.
E então se despediu de Jared com um abraço e de Andy com apenas um aperto de mão. Andou em direção à barreira e parou olhando a parede entre as plataformas 9 e 10 atentamente. Deu mais uma olhada para a sua família e atravessou a barreira entre o mundo trouxa e o mundo mágico. Dois segundos depois, estava diante de um grande trem vermelho, o qual a levaria para Hogwarts.
Amanda olhou à sua volta. Havia, mais ou menos, uma dúzia de grupos de pessoas. Alguns de alunos com suas famílias e outro de alunos com amigos. E havia ela, parada ali, sem saber direito o que fazer. Resolveu então que iria embarcar no trem para achar uma cabine vaga enquanto havia uma, afinal, era por isso que ela estava ali adiantada.
Quando entrou no trem, já havia algumas cabines ocupadas com alunos que conversavam alegremente. Resolveu, por fim, ocupar uma cabine quase no final do trem. Uns 30 minutos depois, deram onze horas e o trem ganhou velocidade.
Depois de alguns minutos, quando já estava entediada de olhar para o nada que estava além da janela, Amanda ouviu uma voz feminina do lado de fora na cabine.
- Espere. Vou ver se podemos ficar aqui - disse a voz. Em seguida, a porta da cabine se abriu e uma garota de cabelos ruivos compridos e sardas colocou a cabeça para dentro. - Com licença. Podemos ficar aqui? Está difícil encontrar uma cabine com espaço. – a garota perguntou, sorrindo.
- Claro, podem entrar. - respondeu Amanda, retribuindo o sorriso, oferecendo os lugares vagos com um gesto do braço.
A garota ruiva agradeceu e entrou, sentando-se de frente para Amanda, ao lado da janela. Em seguida, entrou um garoto moreno, de óculos e olhos verdes, com uma curiosa cicatriz na testa.
- Meu nome é Gina Weasley. - disse a ruiva.
- Amanda Thornton. Prazer. - e olhou para o garoto.
- Eu sou Harry Potter - disse ele.
- Ah, o famoso Harry Potter! – Amanda já tinha ouvido falar dele, é claro. “O Menino que Sobreviveu”. E também sabia dos atuais acontecimentos no Ministério da Magia. – É um grande prazer te conhecer.
- Obrigado. - respondeu Harry desconfortável com um sorriso envergonhado.
- Desculpa, mas eu nunca a vi na escola. De que casa você é? - perguntou Gina, um pouco insegura.
- De nenhuma por enquanto. Sou nova aqui. Fui transferida da Austrália.
- Sério? - perguntou Harry surpreso - Nunca vi ninguém entrar em Hogwarts que não fosse do primeiro ano. Se vi, não lembro. Aliás, você não é do primeiro ano, é?
- Não! Estou do quinto ano.
- No mesmo que eu. - comentou Gina alegre.
- De que casa vocês são? - perguntou Amanda, olhando de um para o outro.
- Grifinória.
- Hum, - Amanda havia pesquisado sobre essas “casas” e sabia qual era a principal característica desta - a casa dos corajosos! Não me espanta. Por tudo que vocês já fizeram... haja coragem.
Harry e Gina riram.
Durante as próximas horas, os três tiveram conversas agradáveis sobre vários assuntos. Compraram feijõezinhos de todos os sabores, bolo de caldeirão, tortinhas de abóbora, sapos de chocolate, entre outras guloseimas. Às vezes alguns estudantes paravam para olhar dentro da cabine deles, cochichando, provavelmente sobre Harry. Amanda não fez comentário sobre isso, pois percebeu o quanto Harry odiava aquele tipo de atenção. Até que a porta abriu-se novamente e duas outras pessoas apareceram. Um garoto de cabelos ruivos e sardas, como Gina, e com um jeito meio desengonçado. E outra era uma garota loira de cabelos muito espessos.
- Ah! Finalmente encontramos vocês! - disse o ruivo. Ele entrou e sentou-se ao lado de Harry, tomando-lhe da mão uma caixinha de feijõezinhos de todos os sabores e começando a comer. A garota loira sentou-se ao lado de Amanda.
- Oi! - disse ela - Acho que não nos conhecemos. Sou Hermione Granger.
- Prazer. Amanda Thornton.
- Igualmente. E este ser aqui - e indicou o ruivo - é Rony Weasley.
- E, aí?! - disse ele, com feijõezinhos na boca.
- Rony! Assim você me mata de vergonha - disse Gina, olhando-o espantada.
- Vocês são irmãos? - perguntou Amanda para Gina, já sabendo a resposta.
- Infelizmente. - respondeu ela com uma careta.
- Você não sabia? Achei que todos em Hogwarts conheciam os Weasley - estranhou Hermione.
- Acho que é porque eu ainda não estudei em Hogwarts.
- Não?! Você é do primeiro ano?! Não tem cara de quem seja... - perguntou Rony.
- Não, estou no quinto ano. Fui transferida da Austrália. - disse Amanda.
- Sério?! E como é lá? - perguntou Hermione, curiosa.
- Ah, é legal. As estações são ao contrário daqui. Em julho faz frio, mas não chega a nevar. É estranho sentir calor nessa época do ano. E estou super ansiosa para ver neve!
- Você nunca viu neve? – Rony perguntou quase gritando, como se fosse algo absurdo.
- Não... quero dizer, na Nova Zelândia até neva um pouquinho na região de Northwind, a minha escola, mas não dá nem pro cheiro. Quero ver neve de verdade. – Amanda respondeu.
- Você terá de me contar tudo sobre Northwind! – Hermione pediu com os olhos brilhando.
- Sabe o que eu estou estranhando? - começou Harry, mudando completamente de assunto. - O Malfoy ainda não veio nos perturbar.
- E você está reclamando?! Eu estou feliz por ele não ter colocado aquela cabeça branca aqui. - falou Rony, se revoltando.
- Quem? - perguntou Amanda curiosa, se metendo na conversa
- Draco Malfoy. É um garoto ridículo da Sonserina que nos enche sempre que pode. - respondeu Gina.
- Hum, legal. - disse Amanda, sorrindo.
- É, nem tanto. - disse Hermione - Ele é um rapaz egoísta, metido, arrogante e imbecil, odeia trouxas e se acha superior por ser "puro-sangue". - completou, sem se conformar que uma pessoa pudesse ser assim.
- Não é legal. - Amanda falou, mudando de expressão. Essa, com certeza, era uma das pessoas que eles evitavam. Provavelmente ela faria o mesmo.
Depois de mais um tempo, o trem foi perdendo velocidade até parar. Já vestidos com os uniformes, os cinco desembarcaram. Era uma noite bonita. O céu estava sem nuvens, com a lua e as estrelas sendo refletidas no grande lago de Hogwarts. Na margem oposta do lago, podia se ver o castelo, com suas muitas torres e luzes acesas. Muito diferente do Austrália. Amanda não foi para as carruagens junto com os outros, teria de ficar com os alunos do primeiro ano e com o guarda-caça, Hagrid, para chegar ao castelo atravessando o lago e receber os avisos e instruções padrão para os novos alunos.
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Draco desembarcou do trem ladeado pelos seu dois "amigos" Crabbe e Goyle, como de costume. Ao caminharem até as carruagens, passaram pelo Trio Maravilha e Gina. Draco não pôde evitar cutucá-los um pouco.
- Olha só quem eu encontro aqui - disse Draco, com um sorriso maldoso - a sangue-ruim, os dois pobretões e o cicatriz. - Crabbe e Goyle riram.
- Que desprazer em encontrá-lo, Malfoy! - falou Rony falsamente animado - Tava demorando para você vir nos importunar.
- Então vocês sentiram a minha falta? Vou tentar perturbá-los mais este ano. - Draco disse, divertindo-se.
- Desinfeta, Malfoy - mandou Gina, impaciente.
- Olha como você fala comigo, Weasley - Draco repreendeu-a, mas ainda sorrindo.
- E como eu deveria falar com você? - Perguntou Gina, como se não houvesse outro jeito de falar com ele.
- Com respeito, é claro. Afinal, sou superior a vocês. - disse ele, estufando o peito.
- Mas nem de longe você é superior a nós. - retrucou Harry, com raiva.
- Você só merecerá nosso respeito quando... espera aí, nunca. - disse Rony.
Draco riu.
- Tá bom, Weasley. Vai falando, enquanto pode. - e saiu com Crabbe e Goyle, em direção a uma carruagem vazia. Ao se afastar um pouco, ele ouvir o Weasley comentar: “Essas implicações dele estão perdendo a graça, é a mesma coisa desde o primeiro ano!”, “Está na hora dele crescer”, essa foi a Granger falando. Draco se sentiu meio idiota com o comentário.
Quando chegaram ao castelo, Draco sentou-se em seu lugar habitual à mesa da Sonserina. Crabbe empurrou um garoto, para poder sentar-se ao lado de Draco. À sua frente, estava Zabini, que já começou a falar. Draco não estava escutando. Estava cansado e com fome. Queria que a seleção de alunos acabasse logo, para comer e poder dormir. Em seguida apareceu Pansy Parkinson, que se sentou ao lado esquerdo de Draco.
- Oi, Draco! - disse ela, toda animada, colocando os braços em volta do pescoço do garoto e dando-lhe um beijo bem barulhento na bochecha.
- Oi, Pansy. - disse Draco, com toda animação que conseguiu reunir, que não foi muita coisa.
Depois do que pareceu uma eternidade, as portas do Salão Principal se abriram e uma renca de alunos pequenos entrou.
- Nossa, a cada ano esses alunos parecem menores - comentou Zabini, rindo - Mas esse ano tem uma aluna mais alta na frente. - desse ele, estranhando.
Draco olhou para os alunos. Realmente havia uma garota mais alta à frente, que aparentava ser mais velha. Mas o que faria ela ali com os nanicos?
- Bem-vindos, alunos! - saudou Dumbledore, ficando de pé - Antes de começarmos o banquete, tenho alguns anúncios de inicio de ano a dar. - e deu seus avisos habituais, sobre não poder ir até a floresta proibida, sobre o zelador Filch e falou de algumas substituições de professores. - Este e nos próximos dois anos, nós teremos uma nova aluna. Amanda Thornton foi transferida da Austrália. Nós esperamos que seu período letivo em Hogwarts seja agradável. - terminou Dumbledore, sorrindo para ela.
Amanda retribuiu o sorriso, sentindo seu rosto ficar vermelho, o que deixava óbvio seu constrangimento. Ela não pensava em outra coisa senão sumir. Ficou encarando Dumbledore por um bom tempo para evitar olhar para trás e encarar todos os alunos que com certeza estavam observando-a.
- Pode sentar-se no banco, Srta. Thornton. - convidou a Profª. McGonagall.
Amanda sentou-se, nervosa e a Professora colocou o Chapéu Seletor em sua cabeça. O chapéu parecia ser muito velho e tinha cheiro de mofo. Amanda ficou encarando seus pés sem saber direito o que fazer quando uma voz começou a falar com ela: “Hum, mente interessante. Eu diria que você se adequa bem à Lufa-Lufa, mas também se encaixaria perfeitamente na Grifinória”. Amanda ergueu as sobrancelhas (era incapaz de erguer apenas uma) e pensou: “Confio em você, chapéu. Faz o que achar melhor”.
Draco observou-a atentamente. "Uma garota nova, que não tem amigos e é bonita. Interessante." pensou ele "Se ela ao menos caísse na Sonserina..." em seguida, o Chapéu Seletor anunciou: "Grifinória!".
Draco repreendeu-se por ter pensado nisso e ficou olhando a garota andar em direção à mesa da Grifinória e sentar-se junto com o Trio Maravilha.
- Pra variar, outra grifinória - comentou Zabini - Ela é bonitinha, podia ter caído na Sonserina.
- Bonitinha nada! Ela é feia pra caramba, olha só! - revoltou-se Pansy, olhando para a mesa da Grifinória. Zabini fez o mesmo.
Draco também a estava olhando. Ela estava conversando com Gina e Hermione, rindo. Draco ficou admirando-a. Bonitinha, como Zabini disse, era pouco para o que Draco achou da nova aluna. Ela era tão bonita, não a ponto de chamar a atenção de todos os rapazes e sim naturalmente com seus cabelos louros escuros, olhos azuis e o sorriso encantador.
- Ela não é a garota mais bonita do mundo, mas é bonitinha. - disse Zabini, virando-se pra frente - Não é, Draco?
Draco não estava escutando. Continuava a olhar a mesa da Grifinória, com olhar de paisagem. Estava perdido em pensamentos. Por um momento, achou que fosse possível conhecer a aluna nova. Mas logo voltou a si, e percebeu que era impossível. Repreendeu-se rigorosamente por ter pensado tais coisas tão sentimentais e sentiu vergonha por isso. Afinal, uma grifinória, amiga das pessoas que ele mais odiava? Jamais. Mas... se ela tivesse caído na Sonserina...
- Draco! - berrou Pansy a seu lado.
Draco assustou-se.
- Que foi? - perguntou ele, ao ver quem tinha desviado sua atenção.
- Você estava olhando aquela garota?!?!
- Mas é claro que estava! Todos estão! - falou Zabini. – Ela é nova, todos querem vê-la. – ele disse como se fosse óbvio – e era.
- Deixa de ser ciumenta - reclamou Draco - Eu não estava olhando-a. Estava... só pensando. – sentiu seu rosto esquentar ao relembrar o que pensava.
- Sei... - resmungou ela, e fechou a cara.
- Ah, está com ciúme! – Zabini riu de Pansy e os dois começaram a discutir.
Na mesa ao lado, Amanda conversava animadamente com os alunos da Grifinória. A comida tinha acabado de aparecer e eles estavam se servindo.
- Northwind é bem diferente daqui - começou ela - Não é um castelo. É um prédio como o de uma universidade só que muito mais velho e antiquado.
- O que é uma universidade? - perguntou Rony, sem entender, colocando um punhado de comida na boca.
- É tipo uma escola, onde os trouxas estudam e escolhem a sua profissão, mas eles começam a estudar aos dezoito anos mais ou menos.
Amanda estava gostando muito de Hogwarts. As pessoas estavam sendo muito gentis com ela, diferente do que ela esperava, e ficou contente ao saber que Hermione seria sua guia pelos primeiros dias, já que era monitora, mostrando o castelo, as regras e tudo mais. Deu uma olha no salão. Seus olhos estacionaram em um garoto loiro, na mesa ao lado, que estava sentado de frente para ela. Parecia mal humorado, mas ainda sim, bonito. Sentiu seu coração bater mais forte e um leve rubor tomar conta de suas bochechas.
- Gina, quem é aquele garoto?
- Quem? - perguntou Gina, olhando na mesma direção que Amanda.
- Aquele ali, que está sentado ao lado de uma garota e de um cara grande.
- Ah, aquele é o Draco Malfoy. - respondeu Gina, voltando a seu lugar.
Amanda olhou-a desconsolada. Quer dizer que aquele garoto, justo aquele em que ela se focou, era o que detestava trouxas. Ela sentiu sua animação diminuir rapidamente e dar lugar ao desapontamento. Por um momento, ela pensou que por ele ser desse jeito, só o tornava mais interessante. Era verdade. Mas ela sabia que era impossível conseguir algo com ele, então descartou a possibilidade, dando mais uma olhada triste da direção do garoto.
Comentários (1)
ADOREI!AMO personagem da JK com personagem original. Quase todas as minhas fics são assim hahahahaE concordo com a Amanda, o Draco ser assimsó torna ele mais interessante!
2015-12-31