A Falha no Plano
Harry e Hermione voltavam do escritório de Dumbledore atordoados, o diretor os tinha designado uma missão. Teriam que achar e destruir um horcrux. E o pior, naquele domingo. Bom, pelo menos teriam companhia, Lupin e Tonks iriam com eles.
O caminho até o Salão Comunal foi silencioso. Harry pensava consigo mesmo, se ele conseguiria convencer Hermione de não ir, ou pelo menos de ficar fora de perigo. Era algo praticamente impossível, mas tinha que tentar.
- Mione... - Harry virou-se para a namorada, mas ela antecipou a resposta.
- Nem começa, Harry. Se você vai eu vou também, nem adianta discutir.
- Mas, Mione, é pra sua segurança. Como você acha que eu vou ficar se você se machucar por minha causa?
- E como você acha que eu vou ficar parada, sabendo que você está em perigo e sem poder fazer nada? - retrucou ela. Percebendo que fora rude, sua expressão se suavizou e a garota o abraçou. - Eu só quero poder ajudar, meu amor. Mesmo que signifique me arriscar para te salvar.
- Mione, você sabe que eu seria capaz de dar minha vida por você, não é? - Harry sussurrou em seu ouvido. - Só me promete uma coisa. - pediu ele, voltando a olhar em seus olhos. - Se acontecer qualquer coisa comigo, você vai se esconder e não tentar me ajudar?
- Mas, Harry...
- Sem "mas", Mione. Assim eu já me sinto melhor, promete? - pediu novamente, fazendo a cara de cachorro sem dono que Hermione nunca conseguia contrariar.
- Tudo bem, já que é pra você se sentir melhor, eu prometo. - confirmou a garota, e Harry a beijou levemente.
- Obrigado. - disse o garoto, dando-lhe mais um selinho. - Vamos? Rony já deve ter sentido nossa falta.
- Duvido, ele deve estar com a Luna, mas de qualquer jeito eu preciso falar com a Gina, então vamos logo. - terminou a morena, puxando-o pela mão.
*****
Aquele sábado passou rapidamente. A cada dia ficava mais frio, e a expectativa dos alunos pelas férias só aumentava. Harry e Hermione estavam inquietos no salão comunal da Grifinória, felizmente Rony não percebera.
A cada minuto eles se entreolhavam ansiosos, Gina observava de longe o casal secreto. A ruiva percebia a inquietação, e sabia também que aquilo não era apenas saudades um do outro, com certeza eles estavam envolvidos em algo muito maior do que ela imaginava.
Cedo demais Harry anunciou que ia dormir, e assim fez Hermione também. Estranhando o comportamento dos amigos, Gina foi atrás de Hermione.
Entrou sorrateiramente no quarto da amiga, e esperou a amiga sair do banheiro sentada em sua cama.
- Ai, Gina, que susto! - exclamou Hermione, ao sair do banheiro já de pijama.
- Não acha que está muito cedo pra dormir? - questionou a ruiva, ignorando a exclamação da amiga.
- Não, estou apenas cansada, será que você pode me dar licença?
- Na verdade não, quero saber por que você e Harry estão tão ansiosos. - Gina a encarava curiosa. Odiava mentir para a amiga, mas naquele momento era preciso.
- Nada importante, só alguns problemas com a AD, mas acredito que amanhã já vamos resolver isso.
- E que problema é esse? - pressionou Gina.
- Já disse, Gina. Nada importante. - despistou Hermione, desviando o olhar. - Satisfeita? Agora por favor, me deixa dormir.
- Ok, já estou atrasada mesmo. Boa noite Mione.
- Boa noite, Gina.
Viu a ruiva passar pela porta do quarto e suspirou, aquela fora difícil de convencer, embora ainda achasse que Gina não se contentara com a mentira. Bom, aquilo teria que ficar pra depois, passara o dia todos memorizando os planos para domingo, nada podia dar errado, o parecia sorte demais se acontecesse.
Fechou os olhos, na esperança de que conseguisse dormir, o que era praticamente impossível, estava muito ansiosa.
Embora ainda fosse cedo, as outras garotas que dividiam o quarto com Hermione também subiram. A garota pode ouvi-las fofocarem um pouco e irem dormir, mas nem assim o sono vinha, pensava em Harry, em como eles estava. Sabia que não seria fácil pra ninguém, mas principalmente para ele, teriam que voltar para antiga mansão dos Riddle, o que Harry descrevera como o lugar mais sombrio que já vira.
Hermione estava com medo, nem tanto por ela, mas por Harry. Não saberia viver sem ele, não suportaria perdê-lo para aquela guerra injusta.
Já eram três da manhã quando, enfim, o sono a venceu.
*****
Gina andava em direção a torre de astronomia, onde ela e Draco tinham combinado de se encontrarem. Ao chegar ao último degrau percebeu que o loiro já estava lá.
- Está atrasada ruivinha. - disse ele, sem se virar para a namorada.
- Eu sei, tive uns problemas, mas não vim até aqui pra discutir com você. Preciso de um favor, Draco.
- E o que eu poderia fazer por você? - perguntou, com um sorriso maroto nos olhos, imaginando na infinidade de coisas que poderia fazer para ela.
- Hoje eu percebi que o Harry e a Mione estavam estranhos, sabe, inquietos. Você pode tentar falar com ele amanhã? Eu até tentei arrancar alguma coisa da Mione, mas ela não disse nada.
- Será que aconteceu alguma coisa? Você sabe, entre eles?
- Não sei, só tente, eu tô muito curiosa, parece que tem alguma coisa grande envolvida. - comentou Gina, com ar misterioso.
- Ok, eu falo com Harry amanhã, mas o que acha de aproveitarmos nosso pequeno tempo a sós?
- Acho que é uma ótima ideia, Sr. Malfoy. - disse Gina sorrindo maliciosamente, antes do loiro tomar-lhe os lábios, num beijo avassalador.
*****
No caminho para os portões de Hogwarts Harry e Hermione passaram na cozinha para tomar café da manhã, porém apenas conseguiram tomar um copo de suco de abóbora. Ao chegarem ao local de encontro Lupin e Tonks já estavam lá. O professor tinha a cara fechada, visivelmente preocupado, e Tonks tentava abrir um sorriso encorajador, mas o máximo que conseguiu foi uma careta.
- Prontos? - perguntou Lupin.
- Sim. - respondeu o casal ao mesmo tempo.
- Então vamos logo. - o grupo atravessou o portão e aparatou diretamente na mansão dos Riddle.
Entreolharam-se, e em um acordo silencioso entraram na casa. O local parecia não ser habitado há muito tempo, teias de aranha e flocos de poeira decoravam a sala de estar.
- Ora, ora, ora. Olha quem finalmente apareceu. - aquela voz fria preencheu o ambiente, fazendo todos pararem onde estavam. - Procurando alguma coisa Potter?
Harry virou-se, colocando seu corpo em frente à Hermione, com o intuito de protegê-la. O sorriso de Voldemort os aterrorizava , e como se não fosse o bastante, Bellatrix, Lúcio e os irmãos Carow apareceram ao lado do mestre.
- E então Potter, perdeu alguma coisa aqui? - Harry continuava calado, tentava achar um jeito de tirar Hermione dali o mais rápido possível, mas cada ideia que tinha era mais impossível que a outra.
Hermione olhava a sala atentamente, procurando por qualquer sinal de uma horcrux, e ao mesmo tempo Lupin e Tonks postaram-se ao seu lado, em sinal de proteção. Os comensais também pareciam saber que naquela sala, a única pessoa que nunca tinha duelado pela própria vida era Hermione, e que a garota também era o ponto fraco de Harry.
Sem aviso nenhum o duelo começou, agora o grupo estava costas contra costas, e se defendiam do jeito que podiam. O ataque do comensais era poderoso, mas, felizmente, eles estavam mais do que preparados.
Uma maldição imperdoável passou raspando em Hermione, o que fez com que Harry explodisse. Sem um aceno de varinha do garoto todas as varinhas dos comensais voaram de suas mãos, dando tempo para eles serem estuporados.
Uma expressão de horror atravessou o rosto de Voldemort, não, não era possível que aquele garoto infeliz pudesse ter tanto poder. Até onde sabia apenas ele e Dumbledore podiam praticar magia sem a varinha. Sem se deixar levar pela surpresa, Voldemort lançou feitiços em Lupin e Tonks, certamente eles era a cabeça do grupo, e sem eles, Harry e Hermione não saberia o que fazer.
Conseguiu acertar Lupin, mas a auror fora mais rápida, desviando o feitiço, entretanto, Voldemort era mais poderoso, lançando-lhe um crucio. A mulher gritava, e sem pensar, Harry atacou.
Começou um duelo mortal, o garoto sabia que ainda não poderia matá-lo, mas era p único jeito de manter-lhe ocupado para Hermione ajudar Tonks.
O Lorde das Trevas viu a oportunidade perfeita, a Granger estava totalmente desprotegida, e era a única pessoas por quem Harry daria a vida. Lançou um feitiço, mas antes que este a atingisse, o Potter pulou em sua frente, recebendo todo o feitiço.
Aquilo era algo do qual jamais se arrependeria, conseguira salvar Hermione, mas nunca vira um feitiço tão poderoso quanto aquele. Harry caiu desmaiado no chão da sala, com um X preto marcado nas costas.
Assim que o Lorde se foi Tonks desmaiou, e todos correram para seu lado. Ela parecia pálida demais. Lupin a pegou no colo enquanto Hermione abraçava o namorado caído. Tivera tanto medo de perdê-lo, e agora ele estava ali, todo ferido e ainda fora atingido por um feitiço desconhecido.
Sem uma palavra o grupo aparatou no St. Mungus.
*****
Desde de manhã Gina não via Harry e Hermione, já era quase de noite e nenhuma notícia deles. A garota perguntou para Rony, mas ele tampouco sabia dos amigos. Combinara de se encontrar com Draco depois da janta para saber se ele conseguira conversar com Harry, mas nada. Ninguém parecia ter visto os dois naquele dia.
Ela caminhava na companhia de Draco e Rony até a sala de Dumbledore, ele devia saber onde estavam os dois melhores alunos de Hogwarts. Ao chegarem à gárgula lembrou-se de que não sabia da senha.
Felizmente Draco sabia a senha e eles subiram a escada circular. Ouviram um "Entre" de Dumbledore, e sem hesitar, entraram na sala.
- Boa noite. O que os traz aqui? - cumprimentou-os o diretor, indicando as cadeiras à sua frente.
- Boa noite professor. - respondeu Gina claramente, enquanto Rony e Draco murmuraram um "boa noite". - Nós queríamos saber onde estão Harry e Hermione.
- Vejo que notaram o sumiço deles, não? - Dumbledore os encarava por cima de seus oclinhos de meia lua. - Bom, hoje de manhã os pais de Hermione sofreram um grave acidente e foram hospitalizados, eu pessoalmente liberei a srta. Granger para vê-los, e ela me pediu que liberasse Harry também, não vi mal algum nisso, amanhã eles já devem estar de volta, não se preocupem.
As expressões dos amigos eram de horror, Hermione devia estar sofrendo muito. Draco foi o primeiro a se pronunciar.
- O senhor sabe como eles estão?
- Ainda não, sr. Malfoy. Mas se soubesse eu os informaria. - puderam ouvir uma batida na porta, e a professora McGonagall entrou. - Agora eu preciso que me dêem licensa garotos, eu tenho assuntos importantes para tratar com a prof. McGonagall. Tenham uma boa noite.
Os três se levantaram, murmurando um boa noite e saíram rapidamente da sala em silêncio.
Amanhã exigiriam uma explicação dos amigos, agora estavam totalmente exaustos e com uma pilha imensa de deveres para fazer.
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