Capítulo 01





Um vento leve soprava balançando os fios negros dos cabelos do belo jovem sentado à janela de um dos quartos da casa de número quatro na Rua dos Alfeneiros, em Londres. Com a cabeça apoiada nos joelhos e as mãos abraçando as pernas, olhava a imensidão da noite sentindo um imenso vazio em seu ser.


Quem passasse pela rua e o visse ali, poderia achar que aquele jovem era apenas um adolescente comum, porém, aquele jovem de cabelos tão negros como a noite e os olhos de um verde intenso era um bruxo. Era Harry Potter.


Por mais que quisesse, Harry Potter não conseguia dormir... Comer... E os últimos acontecimentos na escola antes das férias também não ajudavam em nada. Seus pensamentos eram atormentados pelas nítidas cenas da morte de Sírius... O confronto com o Lord das Trevas e a conversa com Dumbledore. Resumindo... Era uma verdadeira bagunça.


Quase não saia do quarto, fato que não passou despercebido pelos Dursleys, que não se importavam; na verdade eles gostavam, pois assim os vizinhos não se dariam conta da "aberração" que tinham em casa.


Harry não tinha forças para fazer absolutamente nada. Ficava na sua cama: hora deitado, hora sentado ou perto da janela lembrando-se do dia da morte de Sírius.


Uma lágrima solitária escapou das belas íris verdes e com um suspiro, Harry saiu da janela e foi deitar. Sua cabeça doendo bastante e estranhamente naquela noite adormeceu rápido.


Longe dali outros jovens bruxos discutiam com muita preocupação. Dois deles tinham os cabelos vermelhos muito vivos e olhos claros, a outra olhos e cabelos castanhos. Eles eram Ronald e Gina Weasley e Hermione Granger. Os três estavam muito preocupados com a falta de notícias de Harry, que não respondia as cartas de ninguém, nem mesmo com algumas grosserias do tipo pedindo pra não ser incomodado, isto, para Hermione, era um péssimo sinal, visto o estado em que Harry deixou a Escola antes das férias.


 


- Mione, dê um tempo a ele. O Harry está muito abalado pela morte do Sirius, dizia Rony.


- É por isso a minha preocupação Ronald, esta falta de respostas por parte do Harry não é normal, ele está sozinho com aqueles trouxas que nem ligam pra existência dele, e pode acabar fazendo alguma besteira.


Enquanto os dois discutiam, o que não é novidade vindo de Rony e Hermione, uma pequena ruivinha que até o momento não se manifestava resolveu se manifestar, despertando a atenção do casal.


-Precisamos fazer alguma coisa... Vamos pensar... Já sei! E se escrevermos a Dumbledore, para tentar convencê-lo de trazer o Harry pra Toca?


-Ótima ideia Gi! -disse Rony...


Foi o que fizeram, escreveram ao diretor e ansiosos aguardavam a resposta. Dois dias depois, obtiveram a resposta:


Meus Caros Jovens,


Estou a par dos acontecimentos, mas é imprescindível para segurança de Harry, que ele permaneça na casa dos tios ao menos até o seu aniversário. Ele está muito abalado com a perda do padrinho e precisa refletir sobre tudo o que aconteceu. Visto que a data do aniversário do nosso amigo se aproxima, poderão tomar as precedências para acomodá-lo até o retorno a escola.


Cordialmente


Alvo Dumbledore


 


-Ainda bem que só faltam dois dias para o aniversário do Harry, pois sinto que ele não está bem, disse Gina, com grande preocupação em seu peito...




Dois dias depois...


Após um longo banho, Harry voltou para seu quarto. Continuava na mesma estagnação, sem vontade de fazer dada. Olhou para a gaiola de Edwiges, que estava vazia sentindo-se culpado, pois nem para ela estava dando muita atenção.


 


-"Ainda está caçando" - pensou Harry.


Caminhou até seu malão e retirou um álbum que Hagrid lhe dera ao fim do seu primeiro ano em Hogwarts.


Folheava o álbum sem muito interesse, revendo as fotos de seus pais que sorriam e acenavam muito felizes para ele. Viu também uma foto dele com Rony, Hermione e Gina! Como Gina estava bonita naquela foto... Reparou que ao pensar na ruiva sua solidão diminuiu um pouco, mas não deu muita atenção.


Mas foi outra foto que fez com que seu coração disparasse. Um rapaz muito bonito e cabelos lisos e muito pretos tinham um garotinho de cabelos muito pretos e desarrumados e olhos extremamente verdes, brincando com os cabelos do rapaz...


Era ele e seu padrinho. Um leve sorriso se formou na face de Harry e pequenas lágrimas escorreram sobre seu rosto. Sírius foi para ele naquele pouco tempo que passaram juntos, um verdadeiro pai, era sua família.


Uma grande tristeza surgiu em seu peito. Quanto tempo ele ficou ali admirando aquelas fotos não soube dizer, somente despertou das lembranças quando uma coruja entrou pela janela trazendo uma carta de Hogwarts, que ele não abriu e foi aí que reparou que já se passava da meia noite e já completara seus 16 anos e nem se dera conta disso.


Deu um grande suspiro, tirou os óculos se jogou na cama, adormeceu estranhado o fato que nenhum de seus amigos lhe mandara ao menos um cartão de aniversário.


Estava no ministério, naquela maldita sala, quando viu Sirius. Seu coração batia acelerado... Mas quando chegou perto não recebeu um abraço.


-Foi sua CULPA HARRY! POR SUA CULPA EU MORRI! A CULPA É TODA SUA!


-Não! Sirius!


- De repente, Sirius deu uma risada fria, e naquele momento Harry percebeu de quem era. Era ele, era Voldemort...


-Foi sua CULPA Potter! Por sua CULPA ele está morto!


 


-NÃOOOOOOOOOOO!


Como você é idiota, Potter! Por conta desta sua mania de bancar o herói, foi muito fácil trazê-lo até mim naquele dia lá no ministério.


Novamente Voldemort se transformou em Sírius... Foi SUA CULPA Harry! SUA CULPA!


 


-Foi SUA CULPA Harry! SUA CULPA!


-NÃOOOOOOOOOOO!


Acordou completamente atordoado, sua cicatriz queimando como brasa... Somente quando conseguiu colocar os óculos que percebeu que não estava sozinho em seu quarto.




No mesmo instante em que o moreno acorda sobressaltado, na toca Gina também acorda assustada.


-Gina, o que houve? -perguntava Hermione, assustada.


-É o Harry, Mione! Ele está em perigo, eu sei, eu sinto isso! Temos que ir buscá-lo agora! -dizia Gina completamente atordoada e chorosa.


-Calma Gina, você deve ter sonhado. O Harry com certeza está bem! Além disso, Lupin está lá embaixo nos esperando para irmos busca-lo. Você não tem com o que se preocupar, se ele tivesse em perigo nós já saberíamos.


Nisso, Gina sai correndo até a cozinha, onde encontra Lupin, numa conversa animada com a Senhora Weasley, sobre a festa que preparariam para animar Harry.


-Prof. Lupin, precisamos buscar o Harry agora! Eu sinto que algo de muito ruim está acontecendo com ele, se demorarmos pode ser tarde! -dizia Gina muito agitada.


-Calma menina! Nos explique direito. -disse Lupin com um ar intrigado e preocupado ao mesmo tempo.


-Eu estava dormindo, acordei com uma forte dor no peito e uma angústia muito grande. Tenho certeza que algo de ruim está acontecendo com ele.


-É a primeira vez que isto acontece Gina? -perguntou Lupin.


-Não! Já ocorreu outras vezes, como durante o torneio Tribruxo e durante o ano passado. E em todas as ocasiões Harry estava em grande perigo!


-Mas porque você nunca falou isso para gente Gina! -perguntou a Senhora Weasley, com muita preocupação.


-Mamãe, isso agora não importa, vamos Lupin, Por favor!


-Não mocinha a senhorita vai ficar aqui!-Disse Molly Weasley.


-Mas mãe eu preciso ir ! -disse Gina.


-Não querida, você vai ficar aqui e me ajudar com os preparativos, pois tenho certeza que nosso querido Harry está bem! -dizia Molly, sem muita certeza na voz.


-Molly, escreva a Dumbledore e conte a ele sobre o que está acontecendo, principalmente em relação ao que Gina tem pressentido. Vou passar na sede da ordem e saber se tem algo de estranho acontecendo, depois vou para rua dos Alfeneiros.


Nesse momento, uma mulher de cabelos até a cintura num tom rosa chiclete, aparatou na cozinha.


-Tonks? O que está fazendo aqui?


-Agora não é hora para perguntas Remo, como vai Molly! Remo temos que ir depressa para a rua dos Alfeneiros, dobrar a proteção ao Harry, pois Mundongo largou seu posto novamente e comensais foram vistos naquela região. -disse Tonks.


-Eu não disse que o Harry estava com problemas? Vamos eu sinto que ele precisa de ajuda! -dizia Gina, completamente atordoada.


Tonks olhou intrigada para a garota.


-Gina nos explicará tudo em outra hora. -disse Lupin, agora tenso.


-Assim que tivermos alguma notícia, entraremos em contato. Você vai ver Gina, que está tudo bem. -disse Tonks.


-Vamos Remo. E aparataram.


-Hermione consolava a amiga, sobre o olhar completamente atordoado de Rony, que acabara de chegar na cozinha.


-O que está acontecendo aqui? –perguntou.


-Sente-se que vou te contar. -disse Mione.




Enquantoisso,naruados Alfeneiros...


-Você ! Como entrou aqui? -dizia Harry ainda atordoado e sem forças pelo sonho que tivera, mas com uma raiva crescente dentro dele.


-Ora, Potter, isto é maneira de tratar um convidado?


-Eu NUNCA, convidaria você para vir aqui! O que você quer?


-Você é mesmo irritante garoto. Se pudesse acabaria com você agora mesmo, mas o mestre queria ter certeza de que você recebeu o seu presentinho de aniversário. Você gostou Potter? O mestre quer lhe cumprimentar pessoalmente...


-JAMAIS! -dizia Harry, tentando localizar sua varinha com o olhar.


-Não resista Potter, você não está em condições para isto. –Uma risada histérica cortou o ar.


-Elatemrazão! -pensou Harry.


Só aí ele se deu conta de que seu estado de estagnação, ter ficado sem comer... O deixou fraco e com a última invasão de Voldemort em sua mente, estava mais fraco ainda. Tornara-se uma presa fácil.


Nisso ouviu-se o som de pessoas aparatando na sala.


-Vamos acabar logo com isso Potter, não tenho o dia inteiro!


Apesar de estar fraco, Harry fez a única coisa que veio em sua mente. Invocou sua varinha.


-Accio varinha! -disse Harry e rapidamente sua varinha chegou em sua mão. Como ele conseguiu, não fazia a menor ideia.


-Vejo, que o pequeno Potter já faz magia sem a varinha! Me poupe o trabalho Potter e venha comigo, ou terei que levá-lo a força.


-NUNCA, OUVIU BEM? NUNCA VOU ME RENDER A VOLDEMORT! -disse


Harry.


-BELATRIZ? -disseram Lupin e Tonks em conjunto, quando chegaram a porta do quarto de Harry, que esboçou um pequeno sorriso, finalmente teria ajuda.


-Você está bem Harry? -perguntou Tonks.


-Não por muito tempo. -disse Belatriz.


No momento em que Lupin e Tonks lançavam um feitiço na Comensal, esta apenas gritou:


-OFERATUM! E um lampejo lilás saiu de sua varinha em direção a Harry, que graças aos anos de quadribol, tem ótimos reflexos, tentou se desviar sendo atingido apenas no ombro.


A comensal aparatou enquanto Harry caía desacordado no chão.


-Harry! Harry! Lupin, ele não reage, disse Tonks, o que está acontecendo? Não era pra ele estar assim... O feitiço o atingiu de raspão... -dizia Tonks assustada.


-Temos que levá-lo daqui, ele precisa de cuidados e rápido! Vá! Leve-o ao Sant Mungus, enquanto vou informar imediatamente a Dumbledore e aos Weasley.


Continua...


 




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Fevereiro de 2013





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