Pequena e indefesa uma criança de cabelos roxos e olhos muito negros dormia enrolada em uma manta enquanto no comôdo ao lado se irrompia uma discussão:

–Bella você não sabe o que esta fazendo! - dizia uma voz um tanto quanto deseperada.

–Eu!?Eu não sei o que estou fazendo Narcisa, como você ousa! - era uma voz esganiçada e ameaçadora.

–Você não pode se entregar ao ministério desse jeito! - gritava Narcisa.

–Eu não estou me entregando, quando eles vierem atrás de nós eu não vou fingir que fui controlada, não vou fingir que não sou leal ao Lord das Trevas. Você, maninha, é despresível como você ousa planejar contar ao ministério que você e Lúcio foram controlados?! Como ousa renunciar à sua lealdade!- sua voz soava mais baixo porém muito mais ameaçadora.

–Faço isso por Draco! Não posso deixar meu filho e ir para Azkaban, você não entende... nunca entenderia! Você sabe quais serão as consequências se você... se você admitir que era serva dele! Como você poderia deixar Violet? Você prefere seu amo à sua própria filha! - Narcisa Malfoy agora estava gritando com muita força e parecia à beira das lágrimas.

Bellatrix olhou ameaçadoramente para a irmã. Seus cabelos longos, crespos e negros cobriam parte de seu rosto fazendo uma visão ainda mais aterrorizante.

–Faça como quiser. - agora sua voz parecia um sussuro, muito mais ameaçador que sua própria voz - Não vou renunciar à minha real lealdade, sei que cuidará de Violet para mim... você e seu coração mole. Ainda terá problemas por conta de sua fraqueza.. Agora, veja.. - ela puxou a manga de suas vestes negras e mostrou uma marca em seu braço - Quando ele retornar serei recompensada. - saiu do aposento calmamente.

No quarto ao lado o bebê, agora acordado, chorava e seus gritos ecoavam na grande mansão dos Lestrange.

*

Os Malfoy eram uma família de bruxos muito antiga, respeitada e conhecidos por serem de sangue completamente puro e nobre. Narcisa Black Malfoy era casada com Lúcio Malfoy e irmã de Bellatrix Black Lestrange.

Todos comensais da morte, seguidores do Lord das Trevas... àquele que aterrorizava os bruxos, principalmente aos que eram decendentes ou filhos de trouxas (não-bruxos) ou até mesmo àqueles que não tinham preconceito algum com pessoas não mágicas.

Lord Voldemort caiu, o Senhor das Trevas foi derrotado e as famílias que seguiam seus passos entram em pânico.

O Ministério da Magia declara uma caça à bruxos das trevas, e seguidores de Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado tentam esconder sua lealdade para não seram fadados a passar o resto de suas vidas no pior lugar existente na Terra, a prisão dos bruxos: Azkaban.

Muitas famílias tradicionas, como os Malfoy, alegaram estar sendo controlados por Voldemort e foram assim inocentados de suas penas.

Porém alguns resistiram.. pessoas leais à ele, pessoas como os Lestrange. Bellatrix Lestrange e seu marido Rodolfo Lestrange admitiram que era seguidores leais do Lord das Trevas e foram assim mandados para Azkaban deixando algo para trás... uma pequena garotinha.

Sem saber que seus pais era assassinos, que eram cruéis... Violet, foi deixada para trás.

*

A Família Malfoy criou Violet como se fosse filha deles. Violet Black Lestrange convivia com seu primo Draco Malfoy, filho do casal Lúcio e Narcisa Malfoy

.Draco Malfoy era um garoto loiro, um tanto quanto pálido e tinha uma natureza completamente arrogante. Apesar de ser assim o garoto nunca tratou mal a garota, brincavam juntos como crianças da idade deles fariam.

Violet considerava os Malfoy como seus pais apesar de saber perfeitamente que sua verdadeira mãe e pai estavam em uma prisão. Quando perguntava à eles o porque era sempre a mesma resposta: "Foram presos por admitirem que eram seguidores de Lord Voldemort. E não há necessidade de tocar nesse assunto."

Bem, Violet sabia quem era esse bruxo, Lord Voldemort... além de ouvir por trás das portas o nome dele frequentemente na corversa dos tios "Narcisa eu já lhe disse Lord Voldemort não ficará nada satisfeito conosco se retornar!" "Lúcio nada mais sobre isso! Basta deste assunto!".

Além disso Violet sabia que Lord Voldemort caíra por conta de um meninho chamado Harry Potter, que deveria ter mais ou menos a sua idade. A história dizia que o garota tinha sobrevivido à uma maldição de morte, uma maldição que nenhum outro bruxo sobrevivera, e além disso o garoto enfraquecera Voldemort de tal forma que ele havia desaparecido e muitos achavam que ele havia morrido.

Violet Black Lestrange, de certa forma, era muito diferente de sua família.

*

Violet estava em seu quarto olhando pela janela e contemplando a visão das árvores altas e escuras que se estendiam pelo grande jardim da mansão dos Malfoy, ela estava pensando que neste mesmo ano ela deveria receber sua carta da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, quando ouviu:

– Draco, Violet! Venham, o jantar está servido! - berrava Narcisa à dois andares abaixo.

Ela se levantou apressadamente do divã à beira da janela de seu quarto escuro e luxuoso e se encaminhou para o corredor, avistando seu primo saindo do quarto dele à três portas de distância da sua.

Desceram ambos as escadas escuras com corrimões de serpente em direção à sala de jantar.Chegando lá encontraram Lúcio sentado na ponta da mesa de madeira escura e atrás de uma lareira negra que crepitava com um fogo claro, à umas duas cadeiras de distância sentava-se Narcisa, o ar arrogante de sempre.

–Prenda seus cabelos à mesa garota, deixará eles caíram na comida. - disse Narcisa friamente.

Violet se sentou perto de Lúcio e ao lado do primo que se adiantara a frente enquanto ela fazia um rabo de cavalo em seus longos cabelos cacheados e roxos. Um pequeno detalhe, Violet era uma metamorfomaga, o que significa que ela poderia mudar sua aparência a vontade, porém seus cabelos geralmente permaneciam em seu tom violeta, que era sua cor preferida.

–Desculpe-me. - ela disse sentando-se. - Esqueci.

– Boa noite Violet e Draco. - brandiu Lúcio com um aceno de cabeça. - Como foi o dia de vocês?

Lúcio acabara de voltar de seu trabalho.

Foi ótimo. - Draco respondeu, enquanto se servia de pudim de rins. - Eu e Violet voamos em nossas novas Cleeansweaps no morro atrás do jardim, e eu particularmente, voei muito bem.

– Foi mesmo, Draco? - disse Lúcio com orgulho. - E você Violet?

– Uhn? Ah! Sim.. acho que voei bem também. - respondeu distraída.

–Muito bom! Se continuarem nesse ritmo logo poderão jogar pela Sonserina no segundo ano em Hogwarts, espero que Sonserina continue ganhando a Taça das Casas, não aceitaria se perdessem para ralés..

–Ralés? - quis saber Violet.

–Sim as outras casas da escola.. Lufa-lufa, Corvinal e ..Grifinória. - respondeu com cara de repugnância.

–Estou certa de que entrarão para Sonserina, como todos na família. - falou derrepende Narcisa com muito orgulho em sua voz.

–Claro, mamãe. - falou Draco prontamente.-

O que tem de tão maravilhoso em Sonserina? - falou Violet, porém logo se arrependeu.

–O que.. tem de maravilhoso em... Ora espero que a senhorita não espere entrar para uma casa que só tem bobocas, seria de grande desonra. - falou Narcisa.

–Sangues ruins, traidores.. - Lúcio resmungou.

–Mas, não entendo... os senhores vivem falando na honra sonserina. Quero dizer porque as outras casas não são dignas de honra também... O senhor e a senhora também vivem dizendo de sangues ruins e trouxas, um "sangue ruim" é realmente uma má pessoa só porque não é filha de bruxos, o que há de errado com os trouxas? - Violet falou tão rapidamente os pensamentos que vinham em sua cabeça à muito tempo, porém nunca havia perguntado.

Draco ficou com a cara ainda mais pálida, Narcisa ficou com a boca entreaberta e Lúcio Malfoy lhe lançou um olhar amedrontador.

–Espero.. - disse Lúcio contendo a fúria em sua voz. - que a senhorita não repita perguntas audaciosas como esta, e também espero que não cause desonra á sua família, seus pais pensariam da mesma forma. Agora vá para o seu quarto e mais nenhuma palavra!

Violet subiu as escadas de mal gosto e ainda com um pouco de fome.