The Princess And The Killer

The Princess And The Killer



Rony Weasley


 


Bocejei pela milésima vez. Tá certo que eu fico com sono vinte e quatro horas por dia. Mas aquela conversa estava cansando.


-Não, vovó, não quero mais bolo. Obrigada.


Acredite. É muito estranho que sua mãe tenha uma neta da sua idade.


-Mas você está muito magrinha! - retrucava mamãe – O que sua mãe dá para você comer, folhas?


Victorie riu.


Caramba.


Até rindo ela é graciosamente educada.


-Eu estou bem assim, sério.


Minha mãe teve Bill quando tinha uns dezesseis anos de idade. Por isso ele é tãããããão mais velho do que os outros irmãos. Pra resumir a história, minha mãe e sua nora ficaram grávidas mais ou menos na mesma época. Imagine só: eu, um garoto de dezesseis anos, sou tio de uma garota de dezesseis e meio. E depois ainda tem Ginny. Ela considera Victorie como a aberração da família.


Ouvi a porta bater e Ginny entrou na sala, caminhando lentamente, como se tivesse uma bomba escondida no piso.


-Ginny! Onde você estava? - perguntou mamãe, com a voz preocupada. Victorie observava Ginny, com um pouco de medo.


-Aqui do lado – respondeu a ruiva, sem demonstrar expressão – No Harry.


-O que você estava fazendo no Harry? - perguntei.


-Revisando nosso plano de dominar a Dinamarca – respondeu ela – Não te interessa, guri.


-Vem cá dar oi para a Vic – chamou mamãe.


-Oi Vic – disse ela, como se fosse um robô.


-Hey Ginny – cumprimentou Victorie, com um sorrisinho acanhado.


-Cansou de Paris?


-Ginny!


-Tudo bem, vovó. Na verdade meu intercâmbio acabou, e eu vou voltar para a Inglaterra – disse Vicky – Meus pais ainda tinham trabalho para fazer lá, mas eu quis vir antes.


-E você vai ficar... Aqui? - perguntou Ginny, franzindo o cenho. A outra suspirou.


-É, eu vou ficar aqui – respondeu, fria. E então se levantou – Com licença. Vou tomar um ar.


Em passos apressados, ela saiu da sala.


-Brilhante, Ginny – falei, irônico. Ela deu de ombros.


-Ninguém aqui gosta dela mesmo.


No hall, ouvimos a porta bater com força.


 


Maggie Black


 


-PÁRA! PÁRA! VOCÊ VAI ME MATAR! MAGGIE! NÃO!


Eu dava gargalhadas.


-Isso não é justo – reclamou papai, abaixando o controle.


-Ninguém nunca conseguiu me vencer nesse jogo – falei, ainda rindo – Nem mesmo Ted. E olha que ele nem tem vida social. Mais uma partida?


Sorrindo, voltamos a jogar.


Era bom ter meu pai em casa. Ele ama videogames, então sempre que ele têm um tempo, jogamos algumas partidas.


Ele nunca têm um tempo.


Ele sempre anda tão ocupado com a droga da sua gravadora, e mal para em casa. Já havia pensado seriamente em tacar fogo na Black Records, várias vezes. Só que nunca achei um fogo legal o suficiente para destruir a empresa fodástica do meu pai fodástico.


Ouvimos passos apressados na escada, e logo mamãe apareceu na porta, levemente ofegante. Ela olhou para nós e sorriu.


-Ótimo. Os dois em casa – disse – O que querem pro jantar?


-PIZZA! - gritei, erguendo os braços para o alto.


-Tivemos pizza ontem – disse papai.


-Temos pizza todos os dias, que diferença faz? - reclamei.


-Essa é minha garota – disse ele, sorrindo.


-Vou fazer um macarrão – disse mamãe – Porquê... Porque sim.


Ela desceu, e algum tempo depois, ouvimos algumas panelas baterem na cozinha. O celular do meu pai apitou.


-Ah, não – falei, já prevendo. Ele me olhou triste e leu a mensagem.


-Desculpe, Magg's – disse, se levantando - É uma emergência.


-É sempre uma emergência! - exclamei – Você nunca pára em casa, que tipo de pai é você?


Ele pareceu triste, mas mesmo assim saiu do quarto. O segui, e no alto das escadas, gritei para ele, lá em baixo.


-PARA O INFERNO COM ESSA GRAVADORA!


E bati a porta do quarto. Me joguei na cama e pressionei o travesseiro contra os ouvidos. Mas mesmo assim consegui ouvir os gritos no andar de baixo, a porta da entrada batendo e o carro saindo da garagem.


Inferno.


 


 


Harry Potter


 


-UHUUU! BRÓCOLIS!


Meu pai olhou para minha mãe, apavorado.


-A culpa é toda sua – disse ele. Mamãe revirou os olhos.


-Você também podia tentar ser um pouco saudável ás vezes, sabia? - respondeu ela.


-E ser envenenado como você está fazendo com o garoto? Nunca.


Só para provocar, coloquei mais alface em meu prato. Mamãe olhou para mim, orgulhosa. Ela bagunçou meu cabelo.


-Esse é meu garoto.


Meu pai fez uma careta. É por isso que eu amo jantares em família.


-Como vai com a ruiva? - perguntou ele, tentando mudar de assunto. Eu dei de ombros – Mas é uma lesma esse cara.


-Parô – falei, sem olhar pra ele – Ela é minha amiga, só isso. Ah, e ela veio aqui hoje.


-Que horas isso? - perguntou mamãe, servindo todo mundo de suco.


-Vocês estavam na Escola de Rock – continuei, ainda não fazendo ideia porque eu falava isso – Eu emprestei uns CDs pra ela. Vocês acreditam que ela escutava Madonna até me conhecer?


Os dois fizeram cara de nojo.


-Harry, tire essa garota do mal caminho – disse papai, com a boca cheia de macarrão – Que CDs?


-Acho que Green Day, Arctic Monkeys e... Terrifyng, de vocês.


-Não é um dos melhores – resmungou mamãe – Podia ter dado o primeiro, como um ritual de iniciação.


-Ela que quis aquele – falei, dando de ombros – Disse que o cara na capa era bonito.


-Maldito Sirius – disse papai, revirando os olhos – Como é que ele nos convenceu a escolher aquela foto?


-Aquele álbum têm quatro CD's: O do mané com cabelo azul, da ruiva retardada, do emo loiro e do baterista bonitão – disse mamãe, sem se preocupar com os resmungos do meu pai – É meio óbvio que ela escolheria o do Sirius.


-Pelo o menos na foto ele parece mais legal do que realmente é – falei, e eles riram.


-Falando em School Of Rock – começou mamãe, com um tom mais sério – Porque eu achei nossos prêmios jogados no quarto de hóspedes? - arregalei os olhos e enchi a boca de comida – Harry?


-Foi meu irmão – falei, engolindo rapidamente e fazendo cara de santo.


-Harry, você não tem irmão – disse mamãe.


Fiz cara de apavorado.


isso que ele faz vocês pensarem? Esse garoto não tem jeito!


-Harry...


Revirei os olhos e suspirei.


-Coloquei os prêmios no quarto de hóspedes porque não queria que Ginny visse – falei – Pronto. Satisfeitos?


-Porque ela não poderia saber que seus pais são as pessoas mais legais do mundo? - perguntou papai, e recebeu um tapão na cabeça, por parte da esposa.


-Acho que algumas pessoas não gostam que seu melhor amigo seja famoso, mesmo que indiretamente – resmunguei.


-Ou ela nunca mais falaria com você na vida ou acharia você dez vezes mais legal do que já acha – disse ela, sem tirar os olhos do próprio jantar.


-Mãe, dez vezes zero é zero – falei, e ela deu de ombros.


-Pelo o menos você é bom em matemática.


-Hoje um cara me seguiu com uma câmera de novo – disse papai sem emoção, depois de um tempo em silêncio – Quando eu estava procurando o carro no estacionamento.


-O que você fez, daí? - perguntei.


-Eu aparentemente lembrei que tinha ido até a escola de bicicleta – respondeu ele – E depois lembrei que tinha esquecido de comprar a bicicleta. Fiquei umas quatro horas na loja – ele olhou para mim – Eu tenho uma bicicleta, você quer?


-Não – respondi, meio rindo – Doa para a caridade.


-E aí, o cara sumiu? - perguntou mamãe, interessada.


-Acho que ele desapareceu lá pela hora que eu pedi dezessete cachorros quentes em uma lanchonete – continuou ele, olhando para o além, pensativo – Eu nunca comi tanto cachorro-quente na vida.


Mamãe suspirou, se levantou e começou a retirar os pratos da mesa.


-Pelo o menos ele não seguiu você até em casa – disse ela, de costas para a mesa – Não gostaria de acordar e ver uma foto do Harry no jornal.


-Vocês esconderam minha existência dos fãs por dezessete anos, não é agora que eles vão se interessar – falei – Ei!


Mamãe tinha tirado o prato de bolinhos da minha frente, e agora lavava a louça. Meu pai começou a guardar os pratos. Os observei por um tempo, ainda na mesa.


-Mãe? - chamei – Pai?


-Que foi, querido? - perguntou ela.


-Porque vocês terminaram com a School Of Rock?


Ela se virou para mim abruptamente. Notei que as mãos do meu pai pararam a meio caminho do armário de cima.


Por um delirante segundo achei que ela ia me responder.


-Tá tarde, não? - disse ela – Pra cama, agora. Amanhã você tem aula.


Não mencionei o fato de que amanhã era domingo. Me levantei, e desejando boa noite aos meus pais, me dirigi ás escadas. Antes de me trancar no quarto, pude ouvir uma última frase na voz do meu pai:


-Pelo o menos ele não perguntou de onde vêm os bebês.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Ahhh capitulo perfeito *-*Bem.... a Gina odeia a Vic, coitada da Vic... Realmente  deve ser estranho ter uma sobrinha mais velha que você. Fico com peninha da Meg :/ mas espero que ou a School of Rock volte e ela meio que faça parte ou que os pais dela parem de brigar logo, ou algo do tipo... Bem eu amei muito o capitulo *--------------------*Beijoos! 

    2013-03-21
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