She's A Rebel



Ginny Weasley


 


Eu tinha acabado de fazer as unhas e já queria enfiá-las no olho de alguém. E meu alvo principal era Cho Chang.


Simplesmente a vaca mais vaca do colégio. E por alguma razão que provavelmente nunca descobriremos, todo mundo adora ela. Ok, ela é bonita. Não muito, mas o suficiente para não ser uma excluída. Ela tem uns peitões. É. Devemos levar isso em consideração.


Mas mesmo que você seja bonita, líder de torcida e peituda, não é certo que as pessoas vão gostar de você. São bons motivos, mas acredito que não o suficiente.


A menos que ela seja uma bruxa.


-Desculpe, Ginny – dizia ela, provavelmente se divertindo com a situação. - Mas o time votou. Você está fora.


Me expulsar do time das líderes de torcida no meio do refeitório, no horário de almoço. Pior do que isso, só se fosse no meio de uma apresentação. Cara, isso é muito cruel. Eu sou expulsa das líderes de torcida no segundo capítulo da história? Quem ela pensa que é?


Oh.


Ela é a líder das líderes de torcida.


Deixa pra lá. Não faz sentido mesmo.


-Mas eu não posso sair, sou a alma do time! - exclamei, com a voz um pouco mais alta do que o normal – Me arrisco com saltos que ninguém tem coragem de fazer, e além do mais, sou a única que consegue levantar pro alto você e sua bunda gorda!


Ponto para Weasley!


Alguns alunos que assistiam riram, mas se Cho Chang queria passar por cima do meu pescoço com um caminhão monstro, não demonstrou.


-Você não é mais necessária – disse Cho – Parvati vai ocupar o seu lugar como vice-líder.


A garota observava em silêncio, e até esse momento estava do meu lado. Mas essa é a hora que vemos quem é amigo de verdade. A garota se levantou de um salto, sorrindo.


-Ah, sério? - ela dava pulinhos de alegria – Vou ficar com os pompons dourados também? - ela percebeu que eu a encarava, chocada – Desculpe, Ginny – deu de ombros – Perdeu.


-SUA VACA! - gritei. Agora meu sangue fervia. Me voltei para Cho – Isso é algum tipo de vingança, por acaso? Porque se for isso, aaahhh, você vai se arrepender. Eu sei sobre Miguel Corner.


Touchdown!


Pela primeira vez, ela parecia realmente abalada. Olhou ao redor, nervosa, enquanto os alunos cochichavam.


-Oh, yeah – continuei, com uma ousadia que chegava a ser até maligna – Você tem muitos podres, Cho Chang. Não seria uma pena, se alguém, sem querer, meio que... Contasse para a escola toda?


Mordi o lábio inferior e senti a maldade correndo por meu sangue.


Ah, não me olha com essa cara! Ela merece.


-Oh, mas não seria mais fácil colocar na porta da escola uma placa – continuei, agora gritando – CHO CHANG É UMA PU...


-O que diabos está acontecendo aqui?


Me virei e dei de cara com meu irmão, parecendo zangado.


Ah, só me faltava essa.


-Ah, olha – disse Cho, recuperando a pose – O protetor oficial da Weasley. Nada como um irmão mais velho imbecil para uma irmã mais nova imbecil.


-O que você está fazendo assim? - sibilei para Rony, que parecia alheio ás risadas no refeitório. Percebi que Hermione estava atrás dele, junto com... Ah, não. O gato que eu quase dei em cima hoje de manhã. Meu rosto virou um pimentão – Não preciso de sua ajuda!


-Óbvio que precisa! - respondeu ele – Ela tá te detonando!


Mais risadas. E dessa vez, eles riam de mim. E a sensação não era nem um pouco boa.


-Cho, é melhor você parar – disse Rony – Ou vou falar com seus pais.


-Oh, Weasleys – disse Chang, dando risadas – Quando vão parar de ser tão patéticos?


Olhei ao redor, quase chorando. Todos ali riam de mim. Naquele momento, saí do salão correndo, me sentindo a pessoa mais trouxa do mundo.


 


Harry Potter


 


-Tá, mas é a ruiva ou a morena?


-Cala a boca, Ted. - falei, começando a me irritar. Mas ele continuava me encarando curioso – É a morena.


Depois da tensão de todo aquele barraco, eu votava a favor da escola dar o resto do dia de folga. Mas como nada é perfeito, estávamos de volta à nossa mesa, ainda no horário de almoço. Rony tinha saído em busca da irmã, e Mione fora “casar” com o professor.


-Ah, eu sabia – disse Ted, observando atentamente minha expressão – Mas me responde uma coisa: Ela sabe que você existe?


-Eu realmente não tô nem um pouco afim de discutir com você minha vida amorosa. Ou a falta dela – falei – Foi uma paixonite, ok? Já passou. E tenho quase certeza que na quarta série ela sorriu para mim.


-Tá bom... - disse ele – E a ruiva?


-Ginny? - meus ombros ficaram tensos. Péssima hora para corar, rosto. Péssima hora. - Ah, ela é... Uma garota.


-Ah, sério? - perguntou ele, sarcástico – E você está caidinho por ela.


-Vem cá, você não devia estar enchendo o saco de garotos da sua idade? - perguntei, vermelho. Ted deu de ombros.


-Meus antigos amigos de Hogwarts cresceram e se tornaram babacas. Só sobrou você, priminho!


Estava prestes a mandar ele pastar quando Rony chegou.


-Procurei ela por todo canto – disse ele, se sentando – Algumas garotas disseram que ela estava conversando com Dean.


-Não está zangado, Harry? - provocou Ted, bebericando seu refrigerante – Se fosse comigo, eu dava um soco.


Rony me olhou curioso.


-Ahn... - murmurei, me levantando – Eu vou... Lá.


Saí dali o mais rápido possível.


Quando cheguei aos jardins, aplaudi mentalmente a habilidade de procura de Rony. Ginny estava visivelmente sentada em um canto afastado do jardim, em um banco próximo a uma árvore. Não sei que árvore era.


Mas era do tipo que tinha folhas.


Vinte segundos de coragem, era o que meu pai dizia. Vinte segundos de coragem e sua vida vai mudar para sempre.


Fácil falar, ele é um astro do rock. Me aproximei de Ginny, e sentei ao seu lado no banco. A garota nem se deu o trabalho de virar o rosto para ver quem era.


-Você veio aqui para rir de mim? - perguntou ela, com a voz embargada.


-Porquê eu faria isso?


Ela se virou para mim, e me observou, curiosa.


-E você, quem é? - perguntou. Dei uma risadinha, e só aí percebi que ela não estava brincando.


-Sou Harry – falei, mas ela ainda parecia não me reconhecer – Sou o melhor amigo do seu irmão. Seu vizinho... Há seis anos.


-Ah, você – disse ela – Herbert, não é?


-Harry! - exclamei.


-Certo – disse ela, olhando para baixo, sorrindo – Desculpe. Então, Harry-não-Herbert, se não está aqui para me zoar, a que devo a honra de sua companhia? E quando você diz “melhor amigo do seu irmão”, espero que não esteja falando de Rony, aquele imbecil.


-É, ele é meio pamonha – falei, e ela riu – Mas acho que não foi culpa dele. Ele só estava tentando te proteger.


-E esse é um péssimo hábito que meus irmãos têm – disse ela, irritada – Eu queria, nem que fosse por um dia, que eles não se preocupassem comigo. Ou sei lá, que me esquecessem.


-Porque você não se livra dessas correntes de uma vez? - perguntei, e ela me encarou como se eu fosse louco. Acredite, as pessoas têm esse hábito.


-E como é que eu faria isso?


-Sei lá, foge – falei, dando de ombros, mas imediatamente me arrependi de ter dito aquilo. Os olhos de Ginny Weasley brilharam.


-Você acha? - ela perguntou, com um sorriso esperançoso.


Cala a boca, Harry Potter.


-Acho – continuei – Some por um dia. Faz o que você quiser, sem obrigação nenhuma. Seja livre. Mesmo que for só por algumas horas.


Ginny se levantou, sorrindo. Ela olhou para o horizonte e respirou fundo. Depois seus ombros caíram, e ela olhou para mim.


-E o que eu faço agora? - perguntou. Eu ri.


-O que você quer fazer? - perguntei. Ela pensou por alguns instantes.


-Eu quero sair daqui – disse.


-Então saia.


Ela deu dois passos, e depois se virou para mim.


-Vem comigo – disse ela, sorrindo animada.


-Quê? - perguntei, franzindo o cenho – Eu...


-Vem – chamou ela, estendendo a mão – Siga seu próprio conselho, Harry.


Hesitei por um instante. Me ergui e segurei sua mão.


-Vamos ser idiotas juntos – disse ela, rindo, e me guiando até a saída.


É, Potter, sussurrou a voz na minha cabeça, você não calou a boca.


Que se dane, respondi mentalmente, ela está sorrindo. E eu amo aquele sorriso.


 


Ted Lupin


 


-Ela só é famosa com a peruca, quando é Hannah Montana. Sem a peruca ela só é uma garota normal.


Maggie Black era uma tagarela e ninguém podia negar. Mas se ela era boa no video-game, ah, isso era ela.


-Mas ninguém percebe a diferença? - perguntei, levemente confuso, enquanto derrotava alguns robôs gigantes – Se ela tem exatamente a mesma cara... Isso não tem sentido.


-É uma série, Ted – respondeu ela, como se estivesse explicando para uma criança de seis anos pra onde o sol vai à noite – Não precisa ter sentido.


-Daí eles ensinam para as criancinhas inocentes que se você colocar uma peruca loira, você pode se tornar uma pop star? - perguntei, indignado – Ficam dando esperanças...


-Wow, wow, wow, eu nunca disse que a peruca era loira! - Maggie me interrompeu, sorrindo. Ela pausou o jogo e me encarou – Ted Lupin, você assiste Hannah Montana?


-Afinal de contas, o que você tá fazendo no meu quarto? - perguntei, tentando mudar de assunto.


-Você me chamou, seu retardado – respondeu ela.


-SEM BULLYING! - ouvimos Dorcas gritar, do quarto da frente.


-VOCÊ TÁ OUVINDO NOSSA CONVERSA? - gritou Maggie. Dorcas não respondeu – DORCAS?


-QUÊ? NÃO TÔ TE OUVINDO!


Maggie riu, e alguns segundos depois Dorcas apareceu na porta do meu quarto.


-E a propósito, ele adora o Disney Channel.


E se foi, deixando uma pateta pirralha rindo sem parar e um Ted Lupin bem irritado.


-Sorria um pouco, Ted – disse Maggie – Olha, você tá ganhando.


Jogamos por mais alguns segundos até ouvir um grito surpreso do andar de baixo, correria nas escadas e alguém tropeçando na minha porta.


Ah, quero que conheçam minha tia Lily.


-Foi de propósito – disse ela, se levantando de um salto. Ela jogou os cabelos para trás, e eles bateram em seu rosto pelo outro lado – AIA!


-Você tá bem? - perguntei, segurando a risada.


-Vocês viram o Harry por aí? - perguntou ela, tirando o cabelo da cara – Ele não voltou pra casa depois da escola.


-Eu nem vi ele depois do almoço – falei, dando de ombros – Achei que tinha se perdido nos corredores.


-Harry não é tão retardado assim – disse Maggie, mas reconsiderou – É, só um pouquinho.


-Réloou, eu to aqui – disse Tia Lily, revirando os olhos – E você, Maggie, viu ele na escola hoje?


A garota corou, e imediatamente eu percebi que ela estava ferrada.


-Ah, eu... Não fui pra escola hoje – respondeu ela, coçando a cabeça.


-Seu pai sabe disso, por acaso? - perguntou Lily, em um tom sombrio. Maggie arregalou os olhos.


-Oh...Não se atreva!


-Tente me pegar!


As duas pareciam duas adolescentes retardadas, correndo uma atrás da outra, pulando sobre minha cama e tropeçando na porta ao sair (adivinha quem?). O que é muito estranho, já que uma é adulta, e a outra é uma pirralha de catorze anos.


Revirei os olhos quando ouvi alguém tropeçando no pé das escadas.


Ás vezes acho que sou adotado. O que seria aceitável, levando em consideração que todos meus familiares têm um parafuso a menos.


Mas se eles não fossem um bando de idiotas irritantes e perturbados me incomodando dia e noite, não seriam considerados familiares.


 

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri horrores aqui com o capitulo. Tipo, nem tem como não rir... Vei o Ted assisti Hanah Montana e gosta da Disney OH GOD! A Dorcas ainda fez questão de contar isso a Maggie... Eu ri demais com toda a loucura. Rony foi pra lá pra matar a Gina de vergonha coitada, ainda bem que o Harry ajudou ela. Eu não sabia se ria ou se chamava o Ron de idiota quando ele disse que ia dizer aos pais de Cho ... Morri. O capitulo foi muito bom \o/Bjooos! 

    2013-02-17
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