Prólogo
1
Prólogo
Um homem velho, com uma grande barba branca que ia até a altura do peito, caminhava de um lado para o outro de um aposento mal iluminado. O homem, cuja face no momento estava oculta pelas sombras, parecia bastante nervoso, a julgar pelo quão rápidos eram seus passos. Ele esperava por aquele momento a 20 anos, desde que recebera aquela mensagem de Albus Dumbledore. Ele escutou passos no quintal de sua casa e se dirigiu até a janela, deixando que a luz do luar iluminasse seu rosto. Era Abeforth Dumbledore.
Pela janela ele via dois vultos que caminhavam em direção a sua casa, um bastante alto e um outro bem menor. Abeforth logo se apressou para abrir a porta aos dois aparentes convidados. Ao chegar a porta, o vulto mais alto se revelou Kingsley Shacklebolt, o Ministro da Magia em pessoa.
- Boa Noite senhor Ministro. – Murmurou Dumbledore, sem conseguir esconder o nervosismo em sua voz.
- Boa Noite Abeforth. – Respondeu Shacklebolt inclinando a cabeça. O Ministro sorriu de canto, e pousou uma de suas mãos sobre o ombro de um garoto magricela, de uns onze anos. Tinha os cabelos compridos e negros, mais ou menos na altura dos ombros, e olhos azuis, olhos que ele conhecia muito bem... – Gostaria de lhe apresentar seu sobrinho, Abeforth. Este é Benjamin Dumbledore.
O homem barbudo arregalou os olhos, mal conseguindo acreditar no que ouvia. Ele teve de se conter para não beliscar seu próprio braço e garantir que não estava sonhando.
- Então era verdadeira ministro? A carta que meu irmão me deixou? – Perguntou Abeforth, ainda sem tirar os olhos do garoto, que parecia estar bastante desconfortável.
- Sim. Parece que sim. – Afirmou o Ministro apertando de leve o ombro do garoto. – Será que podemos entrar? Está muito frio para que fiquemos aqui fora. E poderemos conversar melhor lá dentro.
Abeforth concordou com a cabeça e fez um sinal para que ambos entrassem. Logo após feito, o homem fechou a porta e as cortinas, deixando o aposento escuro como breu. Tirou a varinha do bolso e murmurou “Lumus Sphaerae”, conjurando da ponta da mesma uma esfera de luz, que ficou flutuando na altura do teto, iluminando o local.
- Então... Creio que você tenha a mensagem de seu irmão consigo, Abeforth? – Indagou, Kingsley, ao que Abeforth imediatamente tirou um pedaço amassado de pergaminho do bolso.
- “ Caro Irmão,
Quando ler isto, eu a muito estarei morto. Espero que saiba que isso tinha de acontecer, para que a Guerra fosse vencida... E espero que não esteja zangado comigo.
E mais do que isso, tem uma revelação... Abeforth, eu tenho um filho. Bom, eu, um velho como sou, ou era... Me apaixonei por uma trouxa e tive com ela um filho. Eu os escondi do Lord das Trevas com uma teia de feitiços, e lancei sobre minha amada um feitiço que impediria que meu herdeiro viesse ao mundo, antes que Voldemort fosse derrotado. Quando isso ocorrer, os feitiços se desativarão um por um, o que deve levar, pelos meus cálculos... 8 anos. Quando o último encantamento acabar, meu herdeiro virá ao mundo. Peço que você o encontre, e lhe explique quem ele é. Por favor meu irmão... Faça isso por mim.
E agora um aviso. Temo que o Lord tenha feito como eu. Duvido que ele tenha amado a mulher a quem engravidou, mas ele com certeza iria querer continuar sua linhagem. Mas digo, são só suposições.” E o resto da mensagem está ilegível.- Finalizou o homem, dobrando o pergaminho e o guardando novamente no bolso. – Se esse garoto realmente é filho de meu irmão... Há também a possibilidade de Voldemort ter um herdeiro.
O garoto parecia assustado com tudo aquilo, e no momento encarava a bola de luz que flutuava pela sala. O Ministro por sua vez estava impassível e fitava Abeforth.
- Sim. O Lord teve filhos. Gêmeos. Eu irei visita-los logo quando sair daqui. Eles devem saber quem são e ir para Hogwarts. – Disse Shacklebolt, e ignorou a reação do homem a sua frente. Já esperava por isso.
- O que!? Você está louco Ministro!? Quer levar os filhos do maior bruxo das trevas de todos os tempos para Hogwarts!? – Abeforth esbravejou, pondo-se de pé. O pequeno Dumbledore olhou para ele assustado e se encolheu um pouco.
- Sim, eu pretendo fazer isso Abeforth. Eles são dois jovens bruxos, que cresceram sem conhecimento de seu mundo. Não importa de quem são filhos. Eles serão instruídos. E, não os julgue pela reputação do pai, você nem sabe quem eles são. – Kingsley foi irredutível e Abeforth percebeu que ele estava certo afinal.
O homem se sentou novamente e passou a mão pelos cabelos brancos, suspirando. O garoto, parecia finalmente ter conseguido coragem e falou alguma coisa.
- Hum... Tio?? – Murmurou timidamente, olhando para Abeforth, que ergueu os olhos para o garoto, surpreso. – É realmente muito bom conhecer o senhor. – O garoto se permitiu dar um sorrisinho tímido, e encolheu novamente em seu assento.
Abeforth arregalou os olhos de início, mas logo sorriu também. – É muito bom conhece-lo também, Benjamin. – Disse em resposta, e essa foi a vez do Ministro abrir um largo sorriso.
- Bom. Tenho mais garotos para visitar. Abeforth, leve seu sobrinho para Hogwarts sim? Daqui de Hogsmeade é bem perto e assim poderão se conhecer melhor. – O Ministro então se levantou e com um estalo, desaparatou, deixando os Dumbledores sozinhos.
- Então, pequeno Benjamin... Temos algum tempo até a cerimônia de abertura na escola, creio eu. Me fale sobre você.
Enquanto isso, longe dali, em um orfanato situado em Londres, dois garotos estavam em seu quarto, ambos dormindo profundamente. Isso até que um alto estalo os acordou e eles viram um homem de pele escura dentro do quarto.
Os gêmeos se puseram de pé imediatamente e ambos ficaram encarando Kingsley Shacklebolt, o homem que havia aparecido em seu quarto no meio da noite.
- Quem é você? – Perguntou um dos gêmeos, o que tinha olhos vermelhos, assim como o pai; com um tom de voz hostil, enquanto o outro ainda observava Shacklebolt atentamente.
- Meu nome é Kingsley Shacklebolt. Eu vim até aqui esta noite para informar que vocês dois foram aceitos, na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. – Após alguns minutos, finalmente o Ministro se pronunciou.
Os garotos arregalaram os olhos e olharam um para o outro, em seguida caindo na gargalhada. A risada dos garotos lembrava sinistramente a do Lord das Trevas.
- O que? Você é doido? Não existe isso de magia e bruxaria! – Disse o outro garoto, que tinha olhos de um cinza muito claro, quase branco.
É claro que eles não acreditariam assim de cara. O Ministro suspirou e tirou a varinha de dentro das vestes e acenou com ela em direção a uma das camas, que pegou fogo. Os garotos olhavam aquilo espantados e logo Kingsley apagou as chamas.
- Sim, existe. Algo deve ter acontecido com vocês, algo estranho, inexplicável... Isso é a magia dentro de vocês. Vocês dois são bruxos. – Explicou ele.
Mais uma vez os gêmeos se olharam, e uma expressão de compreensão se espalhou pelos rostos de ambos.
- Então isso que nós fazemos... Todas essas coisas estranhas... É tudo mágica??
Perguntou o de olhos vermelhos, fitando o homem que confirmou com um aceno de cabeça. Um sorriso apareceu nos lábios do garoto.
- Eu sempre soube que... Que nós éramos especiais, que não éramos como os outros garotos daqui...
As palavras lembraram a Kinsgley as que Tom Riddle usara com Albus Dumbledore, quando descobrira que era bruxo.
- Sim, vocês são diferentes. São bruxos. E devem aprender a controlar seus poderes, por isso irão para Hogwarts. É uma escola de magia. Irei leva-los para lá agora, mas antes, preciso saber seus nomes. – Shacklebolt disse, enquanto ainda fitava os garotos.
- Meu nome é Avada.
- E o meu é Kedavra.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!