Wood Green



-Eu tenho que perguntar: o que é que sua namorada tem contra passagens de Pó de Flu?! Sério?! – Dave perguntou se aproximando de James, Collin e Peter. Estava carregando uma mala de mão e como de costume não muito satisfeito por saber que em poucos minutos estaria na companhia de sonserinos. Os quatro amigos tinham vindo de trem até Wood Green, e depois tinham encontrado sua maneira de chegar até o endereço que Anya tinha lhes indicado, em uma rua serena com poucas casas, quase como em um bairro bruxo.


-O Ministério não implantou passagens para esse lugar. – Peter disse com a certeza de um bom aluno da Grifinoria.


-Como foi que chegou até aqui? – James perguntou, olhando para a expressão exausta de Dave.


-Através de um carro trouxa amarelo que me cobrou muito caro e dirigiu sem se preocupar com a velocidade. Táxi ou coisa do tipo! – Dave explicou colocando sua mala no chão e desamassando seu casaco. – Já mencionei que acho as passagens de Pó de Flu uma excelente invenção bruxa? – Comentou suspirando.


-Você bem que podia ter vindo de Nôitibus com a gente. – Collin o contradisse, empolgado. – Hoje o Ernesto estava com pressa, tinha que ter visto! – Ele completou sorridente.


-E quando é que ele não está? – Dave perguntou ironicamente.


-Eles chegaram. – Peter comentou ao ver Malfoy, Logan, Parkinson, Smith e Linda saindo de trás de uma das casas e caminhando pela rua na direção deles.


James sorriu como de costume ao ver Anya, que lhe retribuiu o sorriso abertamente e, dessa vez, esquecendo da frieza e discrição sonserinas. Peter olhava para Linda, que lhe retribuía com um sorrisinho de canto de boca. Malfoy sorriu ao olhar para a mala semi-aberta de James, dentro da qual podia ver uma luva de couro com o brasão da grifinória, imaginando que os jogos de quadribol seriam mais intrigantes nessas férias. Dave, que não sabia por que diabos todo mundo parecia estar sorrindo, procurou mudar de assunto.


-Como foi que chegaram aqui? - Ele perguntou curioso, vendo que eles não carregavam malas.


-Aparatamos ali atrás. – Parkinson respondeu, para sua surpresa, sem ser irônica, apontando para a casa detrás da qual tinham surgido. – Já conhecíamos esse lugar então sabíamos como aparatar pra cá. – Ela explicou.


-Por que é que não aparataram diretamente para o chalé? – Peter perguntou curioso, enquanto observava Pansy tirar um pequeno baú do bolso esquerdo do casaco.


-Aqui é o mais próximo que conseguimos chegar do chalé. – Anya explicou se aproximando de Pansy e tirando a varinha do bolso da calça. – Dalí pra frente é território bruxo. – Ela disse apontando para um conjunto de árvores no fim da rua. – E bem protegido. – Explicou, enquanto, com um balanço suave de sua varinha, fazia o pequeno baú ampliar, ficando do tamanho de um maleiro. Pansy destravou a fechadura e abriu o baú, dentro do qual já estavam quatro malas pequenas e uma um pouco grande demais para uma viagem de três dias, de um cor-de-rosa chamativo e com o nome “Linda” bordado em uma lateral. Enquanto guardavam suas malas, os grifinórios não puderam evitar se entreolharem.


-Mulheres precisam de espaço, sabiam? – Linda retrucou o olhar dos grifinórios levantando uma sobrancelha.


-Então, vamos logo. – Pansy disse enquanto trancava o baú e o recolhia depois que Anya lançou um feitiço rápido em seu interior, o fazendo voltar ao seu tamanho de bolso.


-Zabini não vinha com vocês? – Peter perguntou, só agora notando o número ímpar de sonserinos.


-Preferiu ficar em casa dessa vez. – Draco comentou enquanto todos ajustavam seus óculos para voo e suas vassouras.


-E perder o jogo do Holyhead Harpies? – James comentou sem entender. – Deve ter tido um bom motivo.


-Namorada nova, pelo que eu soube. – Malfoy disse, olhando ironicamente para James, em uma clara referência ao fato de que eles só estavam todos juntos ali por causa do envolvimento entre ele e Anya. Talvez não fosse uma boa ideia questionar sobre as ações dos amigos de Anya.


-Ok, então. – Logan disse pigarreando. – Vamos sobrevoar a floresta sob o feitiço de invisibilidade, só por precaução, já que parte da floresta é território trouxa. Cada um deve conjurar um feitiço individual, como diz a lei, mas Anya vai conjurar uma barreira da invisibilidade maior sobre todos nós para cobrir alguém caso o feitiço falhe. Sendo assim, tentem voar perto dela. – Ele continuou explicando enquanto James observava Anya, sentindo uma pontada de inveja. Ela realmente tinha que ser tão boa em Feitiços?!


 Todos conjuraram seus feitiços e alçaram voo, segurando as varinhas juntamente com as vassouras, com exceção de James, cuja perícia em voo o permitia equilibrar-se na vassoura somente com a mão esquerda, enquanto conjurava o feitiço com a direita. Assim que atingiram uma altitude segura, se agruparam o mais próximo de Anya possível.


-Extensio fugam. – Ela pronunciou girando com sua varinha ao redor de seu próprio corpo, fazendo com que a barreira de seu feitiço da invisibilidade se estendesse como uma onda translúcida, envolvendo todos ao redor.


...


-Este aqui era o quarto do Zabini. – Draco disse abrindo a porta de madeira escura de um dos quartos do segundo andar. Dentro do cômodo havia uma espaçosa cama de casal, uma poltrona de camurça vermelha e duas pequenas cômodas postadas dos dois lados da cama. Ao ver a cama, os grifinórios se entreolharam de olhos arregalados, percebendo que dois deles teriam que dividir a cama. – O outro quarto é no fim do corredor. Fiquem à vontade. – Continuou se virando em direção à sala de estar, mas parando no meio do corredor – E peguem suas vassouras. Vamos jogar. – Completou sorrindo desafiadoramente para James.


...


 


-Só espero que valha a pena ter que acordar ao lado da sua figura babando esses dias. – Collin comentou enquanto ele e James terminavam de vestir suas roupas de quadribol, encarando a cama de casal do quarto que dividiriam.


-Nós dividimos o quarto em Hogwarts, esqueceu? – James retrucou enquanto saíam – Me ver babando de manhã não é novidade.


-De qualquer forma, controle seus hormônios. Não quero ser agarrado no meio da noite a menos que seja por aquela sonserina do cabelo compridão. – Collin sorriu maliciosamente, pouco antes de levar um tapa na nuca vindo de Peter, logo atrás deles.


-Dá pra você deixar de ser um tarado pelo menos uma vez na vida?! – Peter disse irritado enquanto apressava o passo na frente dos amigos.


-O que eu perdi? – Dave perguntou os alcançando.


-Será? – James sussurrou para Collin, subliminarmente.


-Só pode ser. – Collin respondeu enquanto saíam da casa e caminhavam até uma pequena trilha que levava a um campo de quadribol.


-Só pode ser o quê? – Dave perguntou enquanto girava seu taco de rebatedor nas mãos.


-Espere e verá. – James disse com um sorriso enigmático, ao qual Collin correspondeu.


 


...


-James! James! – Uma voz sussurrante cutucava James no meio da noite, o balançando na cama. Seu estado de quase inconsciência não o permitia fazer muito a respeito além de gemer um “tá cedo ainda” meramente compreensível. – Vamo logo! Acorda! – James agora reconhecia que a voz era de Peter, mas não estava desperto o bastante pra se importar. – Anda logo, cara! Você precisa ir pro quarto da Smith! – Peter disse um pouco mais alto, o suficiente para que James acordasse e se sentasse na cama.


-Quarto da Smith?! – James perguntou meio confuso, repetindo a parte que lhe tinha chamado a atenção. – Cadê o Collin? – Ele perguntou notando que a outra metade da cama estava vazia.


-Pedi pra ele trocar de lugar comigo. – Peter disse rapidamente, entregando a James seu próprio travesseiro e o dirgindo até a porta.


-Você quer dormir comigo? – James perguntou olhando para o amigo ainda sem entender, seu cabelo mais desarrumado impossível.


-Não, seu besta. Quero dormir com a Linda, então Collin vai dormir com Dave no quarto onde eu estava, e você vai dormir no quarto onde a Linda estava. É no fim do outro corredor. – Peter apontou enquanto Linda entrava no quarto, fechando a porta logo em seguida. James pode ouvir o barulho da tranca e risadinhas vindas da sonserina, então ficou mais do que óbvio para ele o que Peter pretendia. James riu e passou as mãos nos cabelos amassados, pouco depois percebendo que dormiria no mesmo quarto que Anya. Enquanto caminhava até a porta, se pegou imaginando – desejando – se as duas também estavam dividindo uma cama de casal.


 

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