As brigas começam

                Hermione preparava o jantar quando ouviu a porta se abrir. Mia e Alex correram até ela, falando várias coisas ao mesmo tempo.

- Ei, ei. Se acalmem. Fala uma de cada vez. – Hermione riu.

- Mamãe, aquela moça nos chamou para jantar na casa dela.

- O que? – Hermione perguntou tentando parecer calma.

- A culpa foi sua que reclamou que estava com fome. – Alex olhou de cara feia para a irmã.

- Mas eu estava. – Ela disse colocando as mãos na cintura.

- E... E vocês aceitaram? – Hermione perguntou temendo a resposta.

- Não, não aceitamos. – Rony disse escorando na porta da cozinha com um sorriso.

- Por que está sorrindo? – Hermione perguntou colocando as mãos na cintura.

- Você fica tão linda quando está com ciúmes. – Ele disse rindo.

- Deixa de ser bobo Ronald. Eu não estou com ciúmes. – Ela disse virando as costas.

- Oh, não... Imagina. “Por que deve haver somente um mecânico no mundo.” – Ele a imitou.

- Eu... Não disse bem assim.

- Disse sim, mãe. – Alex falou e Mia concordou com a cabeça.

- Meninas, por que não vão tomar um banho para vir jantar? – Hermione sorriu para elas.

- Esta bem mamãe. – Elas falaram e saíram correndo para o banheiro.

- Não tente disfarçar Hermione, está morrendo de ciúmes. – Ele se aproximou e a abraçou.

- Está bem Rony. Eu estou morrendo de ciúmes. Mas queria o que? Ela vem até a minha casa, flerta com meu marido, e você quer o que?

- Ela não estava flertando comigo.

- Mas é claro que estava.

- Mas deixe isso pra lá esta bem? – Ele beijou seu rosto. – Eu não tenho olhos para outra pessoa além de você.

- Promete?

- Eu juro. – Ele sorriu para ela, e ela sorriu de volta.

 

 

 

 

 

                Rose lia um livro tranquilamente sentada no sofá da sala comunal. Alvo e Hugo copiavam os deveres que Rose já tinha feito. Lilian lia o profeta diário para ocupar o tédio.

- Boa noite. – Scorpius entrou na sala e todos olharam para ele assustados.

- O que está fazendo aqui? – Rose perguntou.

- Eu queria conversar com você.

- Er... Gente! Eu to com fome. Vamos até o grande salao. – Lilian disse olhando para Hugo e Alvo. Hugo olhou desconfiado para os dois, mas aceitou ir para o salão, já que também estava morrendo de fome. Seu apetite era igual o do pai.

- Você é louco? Vem aqui assim. Meu irmão deve ter desconfiado. – Ela disse falando baixo.

- Não ligo. Não importa mais. Porque eu decidi uma coisa. – Ele disse sorrindo.

- O que? – Ela olhou assustada para ele.

- Eu vou até a sua casa dizer para o seu pai que estamos namorando.

- O que? Está louco Scorpius?

- Não, não estou louco. Não quero ficar namorando escondido com você.

- Mas, meu pai vai te matar.

- Eu tenho treinado um pouco a bloquear feitiços. – Ele brincou, mas ela não riu. – Fique tranquila Rose. – Ele segurou suas mãos. – Tenho certeza que seu pai uma hora vai entender. Sua mãe é uma ótima pessoa e vai nos ajudar. Sei disso.

- Bom... Se quer tanto... Por mim tudo bem. – Ela sorriu. Não poderia esconder que estava realmente feliz por ele ter tomado essa decisão.

- Eu tenho uma coisa pra te dar. – Ele colocou a mão em seu bolso e deixou um papel cair no chão, mas nenhum dos dois percebeu. Ele pegou uma pequena caixinha e entregou para Rose.

- O que é? – Ela perguntou emocionada. Ela abriu a caixinha e dentro tinha um pingente de ouro com a letra “R”.

- Scorpius... É lindo! – Ela disse olhando para o pingente.

- Espero que tenha gostado. – Ele sorriu e colocou o pingente nela, beijando o seu rosto logo depois.  – Sempre pense em mim enquanto usá-lo.

- Sempre. – Ela o abraçou forte.

- Agora tenho que ir... Amanhã eu venho me despedir de você, e combinamos o dia pra eu ir até a sua casa. – Ele a beijou rapidamente. – Eu te amo.

- Eu também te amo. Obrigada pelo presente, e por decidir conversar com meu pai.

- Você merece isso e muito mais. – Ele beijou sua mão e saiu. Rose olhou para o chão, e viu que havia um papel no chão, e o pegou.

 

                Scorpius,

Depois de ler a sua carta eu senti um orgulho enorme de você. É ótimo que está apaixonado, e ainda melhor que você quer fazê-la feliz. A única dica que eu te dou é para trata-la como uma princesa. Eu não posso voltar ao passado e ser uma pessoa diferente, mas posso te ajudar a ser uma pessoa diferente. Espero que você realmente dê certo com a filha do Weasley, eles são ótimas pessoas. E aqui está o presente que você pediu para comprar. Se ela for parecida com a mãe, isso vai combinar com ela. Conte-me tudo depois.

 

Draco Malfoy.

 

                Rose terminou de ler o papel e deu um sorriso. Teria que guarda-lo para mostrar para sua mãe. Já que ela era a única que acreditava que Draco Malfoy realmente tinha mudado.

 

 

 

                Hermione lia um livro quando ouviu o telefone tocar. Antes que pudesse atender, Alex correu até ela com o telefone na mão.

- Mamãe, um moço quer falar com você. – Ela deu o telefone para Hermione.

- Alô? – Hermione atendeu. – Ah, olá Michel. Sim, posso falar sim. Ahm... Eu não sei Michel. Tenho que conversar com meu marido antes, e não sei se ele vai concordar comigo...

                Enquanto Hermione falava no telefone, Rony chegou em casa.

- Paaai. – As duas correram e pularam em seu colo.

- Oi bonecas. – Ele beijou cada uma. – Com quem sua mãe está falando?

- Com um moço que chama... Michel. – Alex falou inofensiva.

- Michel? – Rony olhou para Hermione, desconfiado.

- Está bem Michel. Eu prometo que te dou uma resposta até amanha. Ok. Tchau. Pra você também. – Ela desligou o telefone.

- O que o Michel queria com você? – Rony perguntou seco.

- Olá pra você também Ron. – Ela se aproximou e lhe deu um selinho. – Ele queria me oferecer um emprego na livraria. Ele disse que está sem tempo de cuidar de lá, e não confia em qualquer pessoa.

- Se ele está sem tempo, por que ele não fecha?

- Rony, as coisas não são assim.

- E você vai aceitar?

- Não sei, estou pensando. As meninas já estão grandes.

- E com quem você vai deixa-las?

- Não sei ainda, ainda não decidi se vou realmente.

- Acho que você não deveria aceitar.

- E por que não? – Ela colocou a mão na cintura.

- Vamos para o quarto Mia. – Alex segurou a mão da irmã e as duas foram para o quarto.

- Porque você não precisa trabalhar. Eu posso muito bem sustentar nossa família.

- Eu sei que pode, mas não é essa a questão. Eu não quero ficar em casa sem fazer nada Rony, e você sabe como eu adoro livros. Seria um prazer pra mim, trabalhar com livros.

- E é só por isso que você quer trabalhar? Ou tem algum outro motivo?

- O que tá insinuando?

- Não fui com a cara desse Michel.

- Você nunca vai com a cara de ninguém, Ronald. E ele é uma ótima pessoa.

- Ah é? Uma ótima pessoa?  Por isso quer ir trabalhar com ele então?

- Eu não vou trabalhar com ele. Ele quase não vai à livraria Ronald.

- Isso porque você não trabalha lá.

- Olha Rony estou cansada desses ciúmes seus. Eles me ofendem.

- Até parece que você não tem ciúmes. Lembra-se da Pamela?

- Sim, lembro-me da Pamela. E meus ciúmes são totalmente diferentes do seu. Eu não te ofendo.

- Aposto que se ela aparecer aqui em casa agora você vai dormir sem conversar comigo.

- Rony isso não vem ao caso.

- Então que tal se eu for até a casa dela jantar essa noite?

- Isso mesmo! Vá! – Ela gritou com ele.

- É eu vou mesmo! – Ele gritou de novo e saiu de casa, batendo a porta.

                Hermione sentou-se no sofá e abaixou a cabeça. Rony não seria capaz de cumprir o que ele disse. Pelo menos... Era o que ela esperava.

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