Capítulo 3



 Era loucura o que ela estava fazendo. Simplesmente loucura! E se ele descobrisse que era ela?


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 10 mêses haviam se passado desde aquele encontro no Estúdio. Estavam quase concluindo o primeiro filme, e Tom e Emma criaram um vínculo mais próximo. Às vezes um visitava o outro, e a família de Tom conhecia muito bem Emma, e a dela conhecia muito bem ele. E nesses mêses, Emma tinha reparado mais nele.
 Observava-o atentamente, quando o loiro não estava percebendo. Ela também reparou no modo como ficava instantaneamente vermelha quando ele a olhava e a elogiava pela suas atuações.   Também em como seu coração batia mais rápido e as borboletas em seu estômago apareciam, quando ele sorria para ela, a abraçava ou com um simples toque de mãos.
 Ela tinha apenas 11 anos, mas já desconfiava do que aquelas sensações poderiam dizer.


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 "Tom, você simplesmente me faz sentir algo estranho quando estou perto de você. Algo bom. Meu coração simplesmente dispara quando você chega perto de mim, minhas mãos tremem, e parece que há milhares de borboletas voando na minha barriga. Não sei muito bem o que isso pode significar, mas acho que estou me apaixonando por você. Não me leve a mal, não estou preparada para dizer isso pessoalmente a você. Espero que me entenda. Admiradora."
 Era ridículo, aquilo era ridículo. Tinha entrado disfarçadamente dentro do camarim dele, enquanto ele estava filmando uma cena. Só para colocar aquele bilhete estúpido ali. Não sabia como tinha conseguido fazer aquilo. E se ele descobrisse que era ela que estava mandando aquilo? Bem, Bonnie tinha uma quedinha por ele, então não seria só ela a suspeita. Mas aquela pergunta ficava perturbando seus pensamentos.
 Terminara de escrever e colocara em cima de uma escrivaninha. Saiu dali, certificando-se que não tinha ninguém a observando.


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 Depois daquele dia, Emma tentava falar o menos possível com Tom. Estava envergonhada, e achava que Tom tinha descoberto que era ela que tinha escrito o bilhete.
 As filmagens de "A Pedra Filosofal" estava chegando ao fim. Depois de quatro mêses aconteceria uma premiere para o primeiro filme, e o elenco só voltariam algumas semanas depois.
 Tinham acabado de filmar a cena do salão principal, quando Grifinória virava o jogo e vencia a copa das casas. Emma voltava ao seu camarim conversando animadamente com Bonnie e Rupert sobre a festa que aconteceria. Emma e Bonnie falavam sobre com qual vestido iriam, e Rupert tentava, frustrado, falar sobre a última vitória do Tottenham Hotspur, seu time de futebol preferido.
 Quando alcançaram o camarim de Emma, Tom esperava ao lado da porta, com um papel em uma das mãos.A morena, ao perceber que se tratava do mesmo papel em que escrevera o bilhete para ele, ficou de repente, muito nervosa, suas mãos tremiam e começava a corar.
 – Está tudo bem, Emma? - Bonnie perguntou, ao perceber que a amiga estava agindo de modo estranho.
 – Tudo bem, Bonnie. - Respondeu.
 – Olá Tom - Emma cumprimentou, agradecendo por sua voz estar normal, não demonstrando seu nervosismo.
 – Olá Em - Tom respondeu ao cumprimento.
 Bonnie, percebendo que algo estava errado, e que os dois precisavam conversar, logo foi se despedindo, puxando Rupert junto com ela, que continuava com uma cara emburrada.
 Emma entrou em seu camarim e convidou Tom a fazer o mesmo.
 – Então Tom, em que posso te ajudar?
 Tom mostrou-lhe o papel.
 - Encontrei isso no meu camarim, e achei que você soubesse quem poderia ter escrito isso.
 Emma pegou o papel que Tom lhe estendia, e se deparou com sua própria caligrafia. Leu tudo o que tinha escrito, antes de devolver o papel a Tom e colocar sua melhor expressão de quem não entendia nada.
 – Não faço ideia de quem possa ter escrito isso, Tom. - Ela disse, evitando olhar em seus olhos.
 – É uma pena. - Tom disse - Confesso que, por um momento, pensei que você poderia ter escrito.
 Emma quase engasgou de suspresa. Olhou espantada para o loiro, torcendo para que seus olhos não a denunciasse.
 – Eu? Você sabe muito bem, Tom, que o que eu sinto por você nunca passou de amizade. - "Que grande mentira" Emma pensou.
 – Me desculpe Emma, eu sei disso, mas quem poderia ter escrito?
 Ela vasculhou seus pensamentos, a procura de alguém que Tom acreditaria ter escrito aquilo.
 – Bem, poderia ter sido Bonnie, não? Você deve ter percebido, ela te olha diferente às vezes. - Emma pediu desculpas mentalmente a Bonnie, não deveria ter falado aquilo, mas a ruiva era sua única opção.
 – Bonnie? Será que poderia ser ela? Você realmente acha isso? - Tom olhava para a morena com um olhar de interesse e curiosidade, o que fez ela sentir um ciúme bobo.
 – Não sei, por quê não pergunta pra ela? Já que parece que você estaria feliz se fosse ela que tivesse escrito isso. - Emma disse com uma pitada de raiva na voz. Ela tentou conter aquilo, mas Tom parecia realmente interessado na ideia de que Bonnie tivesse feito uma declaração para ele, naquela simples folha.
 – O.K. vou perguntar para ela - Tom apertou os olhos, enquanto olhava para Emma com uma expressão desconfiada. - Até mais tarde. então.
 – Até.
 No momento em que Tom saiu de seu camarim, Emma se jogou no sofá, aliviada de que ele não insistiu na questão se fora ela que escrevera a declaração.
 Esperava que Tom esquecesse aquilo. Fora um erro ter escrito aquele bilhete. Se ele descobrisse que fora ela, sua amizade acabaria, e ela ficaria muito tímida para ver ele de novo.
 Suspirou e tentou se concentrar em uma coisa que não a fizesse pensar nele.
 Mas se lembrou que precisava falar com Bonnie imediatamente, antes que Tom fizesse isso antes.


 

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