Entre Quatro Paredes
Title: Departamento de Mistérios
Author name: Jesse Kimble
Author email: [email protected]
Category: Drama
Rating: PG - 13.
Spoilers: PS, CoS, PoA, GoF, OOTP.
Shippers: Harry/Hermione
Summary of the chapter: tá, eu sei que não tá muito maior que os primeiros capítulos, o cap 4 tem mais palavras, mas dêem um tempo, fiz 2568 palavras para vocês! O duelo final no Ministério e, pela primeira vez nessa fic, temos a mudança do ponto de vista, mas só um pouco, pq vocês não vão perder a melhor parte!
Disclaimer: *Ainsley cai sentada na frente do próprio computador, totalmente confusa* Droga, por que ela tinha que fazer isso?? Justo agora que eu estou ocupada com o final da história! Ah, ela que espere! Quando eu terminar esse capítulo vou dar um jeito de colocar minha história no computador dela e ela vai ter que aceitar que não pode nos controlar! Ou isso ou vou entrar em greve contra o monopólio da J.K. Rowling, que ainda possui o Harry Potter...
Capítulo Oito - Entre quatro paredes
“Is this the real life?
Is this just fantasy?
Caught in a landslide
No escape from reality
Open your eyes
Look up to the skies and see
I´m just a poor boy,I need no sympathy
Because I´m easy come, easy go,
A little high, little low,
Anyway the wind blows, doesn´t really matter to me,
To me
…
Too late, my time has come,
Sends shivers down my spine
Body´s aching all the time,
Goodbye everybody, I´ve got to go
Gotta leave you all behind and face the truth
Mama oooh (any way the wind blows)
I don´t want to die,
I sometimes wish I´d never been born at all
…
But I´m just a poor boy and nobody loves me
(He´s just a poor boy from a poor family
Spare him his life from this monstrosity)
Easy come easy go, will you let me go?”
-- Queen, “Bohemian Rhapsody”
***
O sono de Harry foi tranqüilo naquela noite. Talvez por estar em um lugar tão seguro como Grimmauld Place, cercado por bruxos da Ordem, que não deixariam nada lhe acontecer, ou talvez por saber que depois que o plano tivesse sido posto em prática, Voldemort não poderia mais atingi-lo como conseguia.
Entretanto, ao acordar, ele não sentia muita vontade de descer e encarar Hermione, lembrar-se que poderia ser a última vez que estaria encontrando-a.
Quem sabe quando ele ficasse no Departamento de Mistérios ela achasse que ele fora suficientemente punido e o perdoasse, mas que diferença isso faria? Ele nunca saberia mesmo.
Ele tão pouco saiu do quarto para almoçar, continuava sem vontade de encontrar outras pessoas, embora soubesse que teria que fazer isso mais cedo ou mais tarde. Por hora, passou o tempo todo sentado na cama, observando o álbum de fotografias que Hagrid o presenteara no primeiro ano.
***
Fazia quase um dia que ela não o encontrara. Depois da conversa com Dumbledore, Harry simplesmente escondera-se no quarto, recusara-se a jantar e também a almoçar no dia seguinte e ninguém atrevera-se a perturbá-lo.
Isso estava ficando patético. Ele matara uma pessoa; talvez estivesse sentindo remorsos, mas tudo tinha um limite. No meio da tarde, cansada de esperar, Hermione subiu as escadas como um furacão e entrou no quarto de Harry sem ao menos pedir licença.
- Você vai descer ou vai continuar ignorando todos que se preocupam com você? - falou ela, quase em tom de exigência, para o garoto que estava de frente para a janela.
- É bom ver você também, Hermione... - respondeu Harry, calmo e irônico, como se nem tivesse ouvido a pergunta dela.
Hermione respirou fundo, tentando evitar ficar mais ansiosa do que estava. Harry desviou sua atenção da janela e aproximou-se de Hermione.
- Vai descer? Molly está extremamente preocupada, você não come nada desde ontem.
- Não estou com vontade de comer nada, mas se você quiser, eu desço.
“Se você quiser eu desço? Que tipo de declaração era essa? Por que ela iria querer que ele descesse? Quem ganharia com isso seria ele, conversando com os amigos ao invés de ficar preso em um quarto escuro, se remoendo em auto-piedade...”
- Por que eu iria querer que você descesse? - ela pronunciou em voz alta uma das perguntas que tinha feito apenas em pensamento.
- Então porque outro motivo você entraria aqui dessa forma?
Sim, ela queria que ele descesse, ou que pelo menos, passasse o resto da noite com ela. Tentava não admitir isso para si mesma; ainda estava magoada com Harry. Por Merlin, porque ele tivera que matar Bellatrix? Por mais que estivessem em guerra, a mulher estava presa, ela iria para Azkaban, ele não precisava ter feito justiça com as próprias mãos.
- Você mudou... - murmurou ele delicadamente, de modo que ela só ouviu porque ele se aproximara.
- Você me decepcionou... - ela murmurou também, um pouco antes de sair do quarto deixando o garoto parado, olhando para o chão.
***
O véu da noite já começava a cobrir Londres e vários membros da Ordem chegavam apressados na casa, ajustando os últimos preparativos para a operação que realizariam em breve.
Harry agradeceu o alvoroço, por causa disso, quase ninguém prestou atenção quando ele desceu. Hermione parecia nem ter notado. Atravessou a sala e chegou à cozinha que, naquele momento, estava ocupada só por Lupin.
- Olá, Harry! - saudou ele - É bom vê-lo novamente.
- Oi, Lupin. - respondeu ele, sem prestar muita atenção.
- Então quer dizer a Granger convenceu você a descer? - perguntou uma voz fria atrás dele.
Malfoy acabara de entrar na cozinha. Por que, por que aquele garoto tinha que aparecer em todo o lugar que ele estava? Que fosse ficar com a Gina, não importava, desde que não ficasse o perseguindo!
- Você irá com nós, Draco? - perguntou Lupin, tentando manter a conversa amistosa.
- Sim, Dumbledore me pediu. - respondeu Malfoy, observando Harry atentamente para ver como ele reagia.
- Será um prazer ter você nos apoiando durante a operação. - respondeu Harry, usando seu sorriso mais falso e evitando dar a Malfoy o prazer de o ver nervoso.
- Tenho certeza que sim. - respondeu Draco.
Assim que Draco saiu da cozinha, Harry pode relaxar um pouco. Ele realmente detestava encontrar aquele garoto.
- Vocês ainda não superaram a rivalidade que tinham na escola, não é? - perguntou Lupin.
- Olha quem falando.
- Quem, eu? Eu me dou muito bem com Severo, obrigado. Ele que não se dá muito bem comigo... - explicou Lupin, sorrindo por um momento. - Sério, Harry, ele está conosco, não tem porque você tratá-lo assim.
- Ah sim... ele está na Ordem, não é? E desde quando?
- Desde que ele nos ofereceu informações úteis para impedirmos que um ataque dos Comensais causasse maiores danos... - respondeu Lupin lentamente, sabendo que estava pisando em terreno perigoso.
- Então ele ofereceu informações assim do nada e vocês simplesmente aceitaram? Sequer consideraram a possibilidade de que fosse uma armadilha?
- Faz três anos que ele nos apóia e têm sido útil desde então. Além do mais, Dumbledore confia nele. - falou Lupin, enfatizando a última parte.
- “Dumbledore confia nele...” ouvi isso durante quase todo o tempo que estudei em Hogwarts. Todos diziam que Dumbledore confiava em Snape...
- E com razão, Snape nunca fez nada para desmerecer essa confiança, fez?
- Não... - murmurou Harry.
- Você está nervoso?
Harry concordou com a cabeça, sem vontade de continuar falando.
- Tudo bem, eu também estaria, se fosse comigo. Não se preocupe, vai dar tudo certo. Nós vamos fazer dar certo.
- Hermione está braba comigo. Acho que é por eu ter matado a Bellatrix, não sei... não nos falamos muito nos últimos dias. De qualquer forma, cuida dela para mim... - murmurou Harry.
- Não se preocupe com essas coisas. Vamos, está na hora.
***
Eles aparataram no saguão do Ministério da Magia. Aparentemente, Dumbledore tinha acertado tudo para que o Ministério estivesse vazio aquela noite. Enquanto os outros lideravam a expedição, Harry procurava ficar na retaguarda, esperando o momento em que precisaria entrar em ação.
Quando todos estavam na sala circular, alguém lembrou-se de fechar a porta. As paredes da sala giraram por algum tempo e então pararam. Empunhando a varinha, Harry parou diante de uma das portas, tentou abri-la sem sucesso e virou-se para Dumbledore, intrigado.
- Não abre... - murmurou Harry, temendo que tudo aquilo tivesse sido em vão.
- Ela abrirá quando for necessário. - respondeu o diretor - Escolha outra porta, temos que esperar os Comensais primeiro.
Harry ficou parado, não escolheu outra porta, deixou que outra pessoa fizesse isso. Afinal, o que ele esperava? Que Voldemort estivesse ali, esperando para abrir a porta para ele e ser derrotado? Isso não aconteceria. Então, como ele esperava lutar com Voldemort?
Lupin tocou seu braço, chamando-lhe atenção. Eles precisavam continuar andando, ele não poderia ficar parado ali, sozinho. Eles seguiram por uma sala conhecida, a sala dos vira-tempos, que Harry visitara na semana anterior.
Ele encostou-se na parede e fechou os olhos; sabia porque sua cicatriz estava doendo tanto agora.
- Até onde nós vamos? - murmurou Harry, sua voz repercutindo perante o silêncio do lugar.
- Até onde for necessário, garoto. - respondeu Moody, sem ao menos olhar para o lugar onde Harry estava.
Se não fosse pelo fato de que Malfoy agarrara seu braço e praticamente o arrastara atrás dos outros, Harry não teria se importado de ficar ali parado, esperando. Afinal, o que ele estava fazendo ali? Era a primeira vez que ele realmente procurara lutar com Voldemort, a primeira vez que ele tivera a chance de planejar alguma coisa.
Não precisaram caminhar muito para perceber que vozes os seguiam. Eles se prepararam para o combate e segundos depois, Comensais da Morte entraram na sala onde eles estavam.
- Entregue-nos o garoto, Dumbledore. Tudo isso pode ser evitado. - ofereceu um dos homens mascarados.
- Ah, não acho que queremos evitar algo assim... - desafiou Dumbledore, sua voz calma como sempre.
- Harry Potter, o Lord das Trevas deseja duelar com você, não é melhor você vir e evitar todas as mortes que acontecerão aqui por culpa da sua recusa? - insistiu o Comensal.
Dumbledore postou-se em frente a Harry e afirmou categórico:
- Ele não vai.
Todos na sala mantinham suas varinhas erguidas, esperando alguma ordem, ou um movimento repentino do inimigo. Dumbledore lentamente empurrou Harry para trás e deu a ordem para atacar.
- Fique aqui. - ordenou Dumbledore, levando Harry para um lugar mais afastado.
- Professor...
- Não se envolva na batalha até encontrá-lo, entendeu?
Harry concordou e ficou estático, assistindo tudo; entendia muito bem porque não devia se envolver.
Alguns Comensais foram desarmados pelos membros da Ordem, enquanto outros não se importavam de lançar poderosos feitiços e Maldições Imperdoáveis. Harry observou até que não resistiu mais. Lupin duelava com um Comensal, mas outro o surpreendeu lançando uma Maldição Cruciatus. Apesar do barulho que existia na sala, o grito de dor do ex-professor ecoou para que todos ouvissem.
Aproveitando que o Comensal estava concentrado em Lupin, Harry o estuporou por trás. Contrariando as ordens de Dumbledore, ele continuou duelando. Agora, um Comensal tentara lançar uma azaração desconhecida, que ele livrou-se rapidamente com um feitiço escudo.
Antes que pudesse revidar e azarar o Comensal, a dor que queimava sua testa tornou-se quase insuportável e ele caiu no chão, sem precisar ouvir o grito de Dumbledore para saber o que tinha acontecido: Voldemort entrara na sala.
Parecia que a batalha ficaria estagnada naquele momento. Os Comensais da Morte pararam, como em um gesto de respeito; os membros da Ordem da Fênix observaram Harry, atônitos.
Um arrepio percorreu sua espinha ao encarar os olhos gélidos de seu inimigo. Tinha chegado a hora. Vendo que os Comensais estavam todos distraídos, ele estuporou um deles, reiniciando o duelo. Logo, seus companheiros fizeram o mesmo, aproveitando a vantagem.
Voldemort parecia ter irritado-se com o pirralho que ousou recomeçar a lutar na sua presença. Ele lançou uma maldição da morte em Harry, mas alguém interpôs-se entre eles e sofreu as conseqüências do feitiço lançado pelo Lord das Trevas.
Harry não teve tempo de ver quem ficara caído atrás dele, estava correndo o máximo que conseguia para sair da sala. Ele sabia onde precisava ir e sabia também que Voldemort o seguia.
Aproximou-se novamente da porta trancada; precisava descobrir o que havia ali dentro. Tentou abri-la; novamente sem sucesso. Por que isso estava acontecendo? Dumbledore disse que abriria. Dumbledore disse que ele usaria o que estivesse atrás daquela porta para derrotar Voldemort. Como ele poderia usar o que quer que estivesse lá dentro se ele não conseguia entrar?
Voldemort vinha atrás dele, ele podia ouvir seus passos. Ficou parado, sem reação, não sabia o que fazer. Sentou-se encostado na maldita porta; seus olhos marejados. Ela não abriria, não adiantava ele insistir, tinha acabado o plano. Dumbledore tinha se enganado, ele era humano, isso poderia acontecer. Tudo isso tinha sido um grande, um imenso erro.
Por mais vezes que ele tivesse vencido Voldemort, talvez não coubesse a ele derrotar o Lord das Trevas. Desde quando profecias são verdadeiras? Deve ter sido um delírio daquela vespa da Trelawney, estavam vendo coisas que não existiam.
Ele sentiu uma gargalhada fria cortar seus ouvidos. Lord Voldemort estava parado a sua frente, divertindo-se com a cena.
- Então Dumbledore deixou o garoto de ouro visitar o Ministério da Magia?
- Vê? Dumbledore sabe que não é necessário mais que um garoto para derrotar o poderoso Tom Riddle. - respondeu Harry, levantando-se e empunhando a varinha.
- Garoto insolente, desafiando o Lord das Trevas!
Harry tentava pensar em alguma azaração para lançar. Estuporá-lo provavelmente não daria certo e ele não conseguia nem lançar uma maldição imperdoável... Harry não conseguia pensar muito, sua cabeça parecia estar prestes a pegar fogo.
- Por que está parado na frente dessa porta enquanto os outros estão lutando com os Comensais? - perguntou Voldemort, esquecendo um pouco a raiva e estudando a porta.
Harry imediatamente se postou entre Riddle e a porta, apoiando a mão no trinco, impedindo Voldemort de tentar abri-la.
- Saia da frente. Quero ver o que tem aí! - ordenou Voldemort, quase o empurrando.
- Não adianta, ela não abre.
Voldemort aproximou-se, tocou o trinco e... abriu. Harry observava surpreso, não entendendo porque suas tentativas não deram certo. Seguiu Voldemort quando entrou na sala e, para sua surpresa, encontrou a sala vazia, exceto por um grande espelho que estava postado no centro e pelo homem que também observava o objeto. A porta fechou-se no instante em que ele desejou que isto acontecesse.
- Então, isto é o que a grande porta secreta do Departamento de Mistérios esconde? Ou será que é algo dentro deste espelho como da última vez, Harry Potter?
Harry não respondeu. Duvidava que Dumbledore escondesse algo ali, talvez o diretor tivesse contado a ele se fosse assim.
- Aproxime-se, Harry Potter. - convidou Voldemort, sua voz o mais próximo possível de parecer um convite. - E diga-me: O que você vê?
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