Novo Comando
[CORREDORES, DOIS DIAS APÓS DUMBLEDORE DEIXAR A ESCOLA]
─ Severo Snape?
─ Logo ele?!
─ McGonagall devia ser a diretora! Ela era a substituta!
─ Onde está Dumbledore?
─ Sonserina vai detonar!
O burburinho de conversas rondava toda a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. A notícia absurda de que Alvo Dumbledore havia se demitido sem intervenção do Ministério da Magia de Hogwarts e que Severo Snape assumiu o cargo de diretor deixou todos os alunos perplexos. As fofocas eram tão frequentes que os professores não viram mais nenhum motivo para esconder a verdade.
O aviso foi postado no Quadro de Avisos por Argus Filch naquela madrugada:
“Por motivos pessoais, na noite passada, Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore (Ordem de Merlim, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Nacional dos Bruxos), renunciou ao seu antigo cargo de diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Por pedidos do próprio Alvo, seu cargo foi passado para o mestre de poções Severo Snape. O Conselho de Professores e o Ministério da Magia aprovaram a escolha, portanto, Snape governará sobre a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts até segunda ordem.”
─ Estou surpreso ─ murmurou Matheus Alcofra entredentes a seu amigo Armando Agra.
─ Eu não ─ confessou Michael Douglas, um menino alto com cabelos negros, bem ao lado de Alcofra ─ Não acredito que Dumbledore saiu da escola e agora estamos nas mãos de Snape... ─ O monitor Matheus parecia deveras preocupado. Enquanto caminhavam pelo corredor do quarto andar, esbarraram com Eve Callegari e Ninetta Cerutti, duas grifanas simpáticas e sorridentes.
─ Ei, vocês estão sabendo que...
─ Severo Snape é o novo diretor de Hogwarts? ─ sugeriu Alcofra. ─ Todos parecem estar sabendo...
Os cinco alunos voltaram a caminhar em silêncio.
[COMUNAL DA SONSERINA]
─ O Herdeiro é o melhor ─ murmurou Thaís Giffoni para a colega de casa Lennora Fournier que concordou em um aceno.
Paulo Ribeiro, que estava ouvindo a conversa de longe e disse em voz alta:
─ Sugiro que não diga isso alto, Thaís ─ murmurou o sonserino com um sorriso. ─ As paredes têm ouvidos.
Thaís mexeu preguiçosamente nos cabelos encaracolados.
─ Sugiro que essas paredes fiquem com os ouvidos bem longe, ou elas podem ter problemas ─ ameaçou Thaís Giffoni.
─ As paredes ficarão em silêncio se fizerem o que for pedido... ─ Paulo ergueu as sobrancelhas.
Lennora franziu o cenho.
─ Ainda estamos falando das paredes? ─ inquiriu, soando absurdamente confusa.
Thaís e Paulo se limitaram a rir em voz alta.
[COMUNAL DA LUFA-LUFA]
─ Dumbledore quer nos matar ─ disse Alex Willys. ─ Tudo bem que ele está com problemas e precisa sair da escola, mas... Severo Snape?
─ Ele deve ter seus motivos ─ disse Laralis Kürths por trás de um emaranhado de cabelos loiros.
─ Que seja. Espero que não aconteça nada com a gente, apenas isso...
[LAGO NEGRO]
─ Mas, Alonso... ─ começou Marcelo Cassiano ─ E se eles invadirem de novo? O que você acha que podem fazer?
─ Pelo o que fizeram da última vez ─ disse Alonso Aguirre, nada esperançoso ─, não espero nada de bom.
Gabriel Kriguer estava pacífico. Um mar de calmaria.
─ Vocês são muito pessimistas. E se o Herdeiro não quiser nos fazer mal? E se ele apenas quiser o Mundo Bruxo pra ele? ─ perguntou erguendo uma sobrancelha, não tirando os olhos do horizonte.
─ Isso nos faria mal, cérebro de alpiste! ─ disse Marcelo.
─ Eu não acho ─ rebateu Kriguer.
Antes que começassem a discutir, Alonso interrompeu:
─ Ah, cada um tem sua opinião ─ disse Alonso erguendo as mãos ─ Pelo amor de Merlim, não teremos mais um segundo de paz nessa escola?
[ESCRITÓRIO DO DIRETOR]
─ Preciso dele agora ─ disse o mascarado mais alto.
─ Acontece que eu não disponho de nenhuma cobaia agora ─ rebateu Severo Snape.
─ Acontece... ─ A varinha do mais baixo ergueu-se na direção do diretor ─ que não podemos esperar suas disponibilizações? Nem nosso mestre.
Severo Snape esperou alguns segundos seriamente. Por pouco os dois mascarados pensaram que haviam conseguido intimidar o diretor, mas logo depois Severo Snape jogou a cabeça pra trás e começou a rir de modo absurdamente alto.
─ O que acha que vai fazer com isso? Pensa que eu não sei que não está apto a usar feitiços? ─ inquiriu retoricamente o homem.
Os dois homens vacilaram perante a figura do diretor.
─ Mas... já que precisam urgentemente... Filch! ─ sua voz estalou pelos corredores. O zelador não demorou nem um minuto para aparecer, todo sujo e ofegante. Entre seus pés, sua gata Madame Nor-r-a o acompanhava.
─ Chamou-me, eh, diretor? ─ perguntou o zelador.
─ Você escutou-me lhe chamar?
─ S-sim, senhor.
─ Então lhe chamei ─ sacou a varinha, mas Argus não entendeu absolutamente nada até que a ponta foi apontada para ele. ─ Obscuro! ─ Uma fenda cobriu os olhos de Argus Filch e Madame Nor-r-a mostrou seus dentes para o diretor, emitindo um tipo de grunhido. ─Estupore! ─ Quando o clarão avermelhado bateu no corpo do zelador ele desmaiou e Madame Nor-r-a disparou pelo corretor miando descontroladamente.
─ Fique com a boca fechada, Severo. Espere o sinal e faça os feitiços novamente.Não faça antes do sinal, se não ficamos presos aqui.
Snape acenou com a cabeça e os dois homens seguraram o zelador pelos pés e pelas mãos, e o levaram pelo corredor sorrateiramente. Antes de desaparecerem, vislumbrou o corpo desmaiado de Filch. Ele é um idiota, mas não posso mandar ninguém para a morte. Não para AQUELA morte.
Argus Fich seria uma nova cobaia para os experimentos do Herdeiro. Sentia-se mal só de pensar na imagem dos capangas do menino enchendo o zelador de produtos, fazendo-o derreter pouco a pouco apenas para coletar resultados.
Era cruel demais...
Sacrifícios serão necessários, Severo, havia dito Dumbledore. Não se sinta mal por isso.
Então, meu caro Alvo, recordou Snape, por que não o fez você mesmo?
Socou a mesa, levantou-se com agilidade e disparou pelos corredores. Quando alcançou a Sala de Feitiços, gritou pelo professor:
─ Flitwick! Abra imediatamente!
Escutou uma tranca ser aberta e um assustado Filius abriu a porta. A varinha estava entre seus dedos e debaixo de seus olhos havia muitas olheiras. Ele não dormia desde que pedira para o meio anão aquele serviço, dois dias atrás, logo após Dumbledore deixar a escola.
─ O feitiço anti-desaparatação foi desfeito! ─ proferiu Snape, como se não soubesse que aquilo já havia sido feito. ─ Refaça-o! Imediatamente!
Filius saiu correndo pelos corredores. Snape o acompanhou e assim que teve um primeiro vislumbre do céu, sorriu discretamente.
Eles ainda não haviam mandado sinal algum.
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