Solução
- Vai dar tudo certo... - Rose murmurou, apertando o ombro dele gentilmente. Suas palavras soavam ocas, vazias de esperança. Draco Malfoy tinha tentado se matar, nada estava bem.
- Eu sei, ele é um lutador. - murmurou Scorpius, sua voz estava rouca e ele ainda não havia desgrudado os olhos do chão de piso frio. A ruiva suspirou: Seu noivo parecia quase tão doente quanto o pai. Sua pele estava pálida, cinzenta na iluminação forte do Hospital. Seus lábios secos e os olhos contornados por um par de olheiras.
- Senhor Malfoy? - chamou um curandeiro, aproximando-se. Ele tinha uma prancheta transparente nas mãos e parecia exausto.
- Sim? - chamou Scorp imediatamente, colocando-se de pé.
- Eu sou o curandeiro Vincenty e o encarregado de seu pai. - falou o homem, apertando a mão do jovem. Scorpius estava nervoso, Rose podia perceber isso, pois as mãos dele tremiam e ele batia o pé continuamente.
- Como ele está?
- O quadro dele é estável, mas ele terá de passar mais algum tempo em observação. Em torno de uma semana. - explicou o homem.
- Por que?
- Seu pai tentou cometer suicidio, senhor Malfoy. Nossa psiquiatra está com ele nesse exato momento... - começou o curandeiro, mas foi interrompido.
- Ele está acordado? - a voz de Scorpius era gelada, irritada. - E ninguém me avisou?
- Como eu disse, ele está com a psiquiatra por enquanto. Poderá entrar tão logo ela liberá-lo para visitas. - explicou Vincenty.
Rose podia ver que Scorpius estava contrariado, que queria discutir, então interrompeu-o. - Sabem como ele chegou a esse estado?
- Não podemos afirmar que foi isso que houve, mas é a nossa teoria. Logo depois da guerra, houve um aumento muito grande no número de suicídios. O Ministério criou então, uma anulação na maldição da morte. Se uma pessoa lançasse esta nela mesma, não haveria qualquer efeito. Provovalmente seu pai pronunciou-a erroneamente, o que permitiu passar um pouco do efeito. O suficiente para causar a parada respiratória. – explicou o médico.
- Nossa maior preocupação, no entanto, é o estado psicologico dele. - completou. - Ele apresenta sintomas de depressão e ansiedade. Também tem resquicios de claustrofobia. - o homem listou.
Toda cor deixou o rosto de Scorpius e ele apertou a mão de Rose entra a sua. - Como... Como posso ajudá-lo? - gaguejou.
- Nesse momento, Draco só precisa de apoio, precisa de atenção. Nossa psiquiatra vai encaminhá-lo para um psicológo, ao qual seu pai terá de visitar quinzenalmente. - explicou o curandeiro. O jovem concordou com um aceno.
- Vou deixá-los a sós, a enfermeira vai avisá-lo quando puder entrar. - garantiu Vincenty, antes de deixá-los. Scorpius passou uma mão pelo rosto pálido e desabou sentado.
Rose Weasley passou um braço pelos ombros dele e o abraçou. - Vai dar tudo certo... Ele está bem, Scorpius. Ele está bem... - sussurrou, desejando mais do que tudo, de que estivesse falando a verdade.
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Draco assistiu Lauren sair da sala e fechou os olhos. Ela havia lhe feito perguntas idiotas, perguntado coisas bobas sobre sua infância e sobre seu cotiano. De que lhe adiantava saber se ele tinha dificulda de em tomar decisões? Claro que tinha, era dificil escolher entre as coisas! Como ele dormia a noite? Ele fizera parte de uma guerra, obviamente não dormia como um bebê.
- Pai? - a voz de seu filho fez com que abrisse os olhos e se sentasse. O monitor começou a bipar mais rápido, deixando o constrangido. - Scorpius. - chamou, tentando não sorrir.
Não podia estar feliz, estava internado e seu filho estava provavelmente em pânico. Mas não podia deixar de se sentir alíviado, achara de que Scorp o odiaria por ter tentado suicídio.
O garoto caminhou até ele e se sentou na cadeira ao lado da cama. - O que você estava pensando, pai? - questionou, cansado. Draco suspirou. - Não o feitiço correto, obviamente... - murmurou sob sua respiração, fazendo o filho ranger o dentes.
- Não estava pensando direito, eu só... Eu estou cansado. -explicou. Scorpius estava furioso, o Malfoy sabia disso só de ver o jeito com que os olhos dele se estreitavam e ele apertava as mãos.
- Cansado? Pessoas cansadas tiram férias, vão para o Caribe, sei lá! Pessoas cansadas não se matam! - ele rosnou, se levantando.
- Não estava cansado fisícamente, Scorp. Estou cansado fazem anos, fazem muitos anos. Estou...
- Farto de viver? - sugeriu o rapaz, os punhos cerrados. - Como você pode fazer uma coisa dessas, pai? - questionou, incrédulo com tamanha estupidez. - Você pensou em alguém além de si mesmo? Pensou em mim?! - exclamou.
Draco se encolheu. Não queria discutir, queria dormir. Não queria irritar Scorpius, nem deixá-lo triste. - Eu sinto muito. - murmurou, baixando os olhos. - Eu só... Parecia a saída mais fácil...
- Para quem?! - gritou Scorpius, ouvindo os bipes voltarem a aumentar a velocidade. - Para você, só se for! Quão egoísta você é? Você é tudo que eu tenho, pai! - exclamou. Draco sentiu suas mãos começarem a tremer.
Ele não havia considerado isso. Em nenhum momento ele tinha considerado que deixaria seu filho sozinho, despreparado. - Você tem a Rose. - murmurou, sentindo o ar se fechar ao seu redor. Scorp não ficaria sozinho, ele era esperto e amigável: Tinha uma noiva, tinha amigos... E Draco não tinha ninguém.
- A Rose não é meu pai, não é minha mãe. Ela é minha noiva! Então é esse seu motivo estúpido? Tem medo de ficar sozinho? Bom, se continuar agindo como um adolescente emotivo e irresponsável, vai terminar sozinho! Vai te... Pai? - a voz do garoto rachou e ele se adiantou até o homem, que hiperventilava.
- Pai! - chamou, deixando-o mais ereto e apertando a campainha ao lado da cama. O monitor batia rápido e Draco estava branco como um cadáver. - Porra, pai, respire! - exclamou o jovem, em pânico. Ele estava matando seu pai, estava sufucando-o com seus gritos e sua raiva.
A porta foi aberta e uma enfermeira entrou. - Você tem que sair. - instruiu, empurrando Scorp para fora e se sentando ao lado de Draco, erguendo seu queixo para limpar-lhe as vias respiratórias.
Scorpius se apoiou no portal e assistiu, horrorizado, os olhos de seu pai revirarem e ele desmaiar. A enfermeira soltou-lhe e o ajeitou na cama, a melhor posição para que respirasse bem.
- Garoto, se estressar seu pai novamente, vou ter de bani-lo das visitas. - orientou a mulher, olhando-o firmemente nos olhos. Scorp concordou, desorientado.
- Ele está bem? - sua voz quebrou como a voz de um adolescente assustado.
- Está, foi apenas dificuldade de respirar. Vou trocar seu IV para que continue dormindo. - falou.
- Scorp? O que aconteceu? - questionou, Rose, correndo até ele. Scorpius balançou a cabeça, parecia que cada segundo que passava, tudo ficava pior. - Nós... Nós discutimos, eu... Eu o estressei demais e ele quase teve outra parada respiratória. - murmurou. Rose arregalou os olhs azuis e abriu a boca para consolá-lo, mas não tinha o que dizer.
- Você pode ficar com ele? Vou... Vou buscar um café, já que vou ficar o resto da noite aqui. - falou. Rose concordou e tomou o lugar dele junto a cabeceira do homem.
Scorpius caminhou o mais rápido que podia para o Jardim de Inverno do Hospital. Geralmente ali, os pacientes tomavam um banho de sol, antes de voltarem para seus quartos.
Contudo era noite e estava vazio.
O rapaz apoiou as costas contra a parede cor de creme e fechou os olhos. E então chorou, como um menino assustado durante uma tempestade.
Chorou de medo, chorou de alívio por seu pai estar bem e de nojo por ter quase matado-o novamente. E, mais do que tudo, chorou por que achava que aquilo tudo, nada mais era do que os trovões antes da tempestade. Sabia que tudo iria ficar muito pior antes de melhorar.
Comentários (2)
otima sua fic, continue postando, to esperando o encontro do draco com a hermione
2013-03-10otima sua fic, continue postando, to esperando o encontro do draco com a hermione
2013-03-10