Gilderoy Lockhart
|Título: Os Gêmeos Potter e a Câmara Secreta
|Sinopse: 2ª temporada da série "Os Gêmeos Potter". Em seu segundo ano em Hogwarts, os gêmeos encontram novos mistérios e aventuras. O que era a voz na parede? Quem estava por trás dos ataques aos alunos? Mais uma vez, Hogwarts trazia a eles muito mais do que aulas de magia.
|Disclaimer: Harry Potter e seus personagens pertencem apenas à Tia Jô. Peguei emprestado apenas, e dei o meu toque pessoal. Espero que gostem! ^^
|Escrita por: Gaby Amorinha
|Betada por: Drica Grint
|Classificação: 14+
|Gêneros: Ação, Amizade, Aventura, Escolar, Fantasia, Ficção, Magia, Mistério, Romance e Novela, Shoujo
|Alertas: Heterossexualidade, Spoilers
|Shipps: Segredo. Por enquanto.
|Capítulo 6
Lumus!
Olá leitores.
Não vou mentir, esse foi um capítulo bem chato de se escrever, por isso demorei tanto com ele. Pelo bem ou pelo mal, espero que curtam! Foi feito com carinho 3
Boa leitura,
Gaby Amorinha
Capítulo 6 - Gilderoy Lockhart
Harry gostaria de poder dizer que as coisas melhoraram depois da viagem de carro, mas aparentemente sempre dava pra piorar.
Começou no café da manhã. Hermione lia um dos vários livro de Lockhart, Excursões com vampiros, Ash lia a letra de Bohemian Rhapsody que ela pegara com Dino Thomas, enquanto dava uns pedaços de carne para Morgana empoleirada em seu ombro, Rony comia até não poder mais e Harry recolhia uns petiscos para Edwiges. Era uma calmaria bem confortável, mas que foi interrompida quando um bolo de penas cinzentas aterrissou no mingau de aveia de Hermione.
- Eca! - ela reclamou. - Ah, está vivo.
- É o Errol! - Rony disse, feliz, mas seu sorriso desbotou quase que no mesmo segundo.
- O que foi? - Harry perguntou. Ele olhou para onde os olhos de Rony tinham se fixado. Havia um envelope vermelho berrante preso a uma das garras da coruja, e as palavras "Ronald Weasley" estavam escritas com clareza na parte do destinatário. Embora fosse difícil dizer uma vez que a própria coruja não ficava quieta, Harry pode jurar que viu o envelope se mexer um pouco.
- Ah não… - Rony murmurou em desagrado.
- É um berrador! - Neville exclamou. - Vixi Rony, se eu fosse você abriria. Minha avó me mandou um uma vez e eu ignorei. Foi horrível.
Rony ficou extremamente pálido, e não fez um movimento sequer em direção ao pedaço de pergaminho.
- Ande logo! - Neville reforçou. - Está fumegando!
E estava mesmo. Era possível ver fumaça saindo por baixo da aba do envelope. Rony engoliu em seco e estendeu uma mão razoavelmente trêmula em direção ao berrador. Harry estava curioso, de uma forma negativa, para saber o que ia acontecer. Rony parecia prestes a tocar em um explosivo.
Bem, era quase isso.
Quando Rony pegou o envelope e o abriu, a voz de Molly Weasley se fez ouvir em todo o salão, em um tom forte e certamente constrangedor.
"RONALD WEASLEY! COMO SE ATREVEU A ROUBAR AQUELE CARRO?! ESTOU TOTALMENTE DESGOSTOSA! SEU PAI ESTÁ ENFRENTANDO UM INQUÉRITO NO TRABALHO E A CULPA É TODA SUA! SE VOCÊ SAIR MAIS UM DEDINHO DA LINHA VAMOS TRAZÊ-LO DIRETO PRA CASA! Ah, e Gina, querida, parabéns por entrar na Grifinória. Eu e seu pai estamos muito orgulhosos!"
Ao terminar de falar, o envelope rosnou e se rasgou em pedacinhos, que depois pegaram fogo e deixaram uma pequena pilha de cinzas para trás.
Rony conseguira ficar ainda mais vermelho que o envelope.
Obviamente, o salão inteiro tinha parado para ver, mas assim que o som acabou, todos voltaram a cuidar de suas próprias vidas.
Rony olhou para seus amigos, a tempo de ver Hermione entreabrindo a boca para falar algo.
- Ah, não me venha dizer que eu mereci. - ele disse.
Harry voltou o olhar para seu prato de mingau. A fome se esvaíra, e ele fora tomado por um enorme remorso. O Sr. Weasley estava enfrentando um inquérito no trabalho, e era tudo culpa de Harry, ou pelo menos assim o menino achava.
Foi com muita pouca empolgação que Harry pegou seu horário com McGonagall, constatando que o primeiro horário era Herbologia com a turma da Lufa-Lufa.
Depois de um café da manhã no qual Hermione se mostrou bem mais simpática, provavelmente pensando que o berrador havia sido castigo o suficiente, o grupo tomou seu caminho para as estufas. A meio caminho foi possível ver o Salgueiro Lutador com diversos ramos apoiados em tipóias, o que, mais uma vez, fez Harry ser atacado por remorso.
Alguns metros para baixo, ele pode ver de onde as tipóias tinham vindo: Sprout subia na direção dos alunos ainda com algumas faixas nos braços. Estava acompanhada de Gilderoy Lockhart, que carregava uma expressão de orgulho no rosto.
- Ah, crianças! - ele cumprimentou, ao chegar suficientemente perto dos quatro. - Eu estava justamente mostrando à Prof. Sprout como cuidar do Salgueiro Lutador. - o rosto da professora se contorceu indicando claramente que ela não estava muito satisfeita com a situação. - Mas, claro, não sou melhor que ela em Herbologia, não pensem isso! Apenas encontrei umas plantas exóticas em algumas viagens e…
- Estufa três. - Sprout disse, apenas, seguindo seu caminho e sendo seguida pelos alunos. Junto com eles, foi um burburinho de excitação. Até então, os alunos nunca tinham entrado na estufa três, que guardava as plantas mais interessantes e perigosas.
Para a tristeza de Harry, Lockhart não se deteve na discreta despensa de Sprout, e continuou os seguindo.
- Então, Harry, roubar um carro… - ele balançou a cabeça negativamente, com um sorriso presunçoso no rosto. - Devo dizer, fiquei bem surpreso quando ouvi. Mas então, sejamos sinceros… Tenho minha parcela de culpa e ela é grande. Você experimentou um pouco da fama, e quis mais, não é?
- Hm, professor, na verdade…
- Sprout! - Gilderoy disse, quando estavam quase dentro da estufa. - Eu gostaria de dar uma palavrinha com o Harry, você não se importa, importa?
Pela cara que a mulher fez, ela se importava, sim, mas não disse nada. Assim, Lockhart foi guiando um Harry deprimentemente irritado para um ponto mais afastado das estufas.
- Harry, Harry, Harry… Ouça bem as palavras de um homem mais velho, que já alcançou as coisas que você almeja: vá com calma, sim? - Harry sentiu o estômago embrulhar. - Eu sei o que você está pensando: "é fácil para você, que já é tão famoso, falar uma coisa dessas", mas vamos ser justos Harry. Você já é bem famoso também, não é? Toda a história com Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado… Já é um começo Harry. É um começo.
E com uma piscadela que fez Harry querer vomitar, ele deu as costas e foi embora. Aliviado por finalmente sair da presença do bruxo, Harry voltou para a estufa, onde Sprout já começara a aula.
- ...então eu gostaria de saber se algum aluno saberia me dizer que planta é essa.
Não surpreendentemente, a mão de Hermione se ergueu no ar.
- É uma mandrágora.
- Excelente srta. Granger! Cinco pontos para a Grifinória! E quanto aos usos da mandrágora?
Dessa vez, a mão de Ash acompanhou a de Hermione, e a professora deu a Potter o direito de falar.
- Ela é muito usada em antídotos e poções que revertam alguma alteração de estado. - Ash respondeu. Podia nunca ter visto uma mandrágora na vida, mas de poções ela entendia. E muito.
- Muito bom, muito bom! Mais cinco pontos! E para terminar, alguém imagina porque eu trouxe abafadores de ouvido para uma aula sobre mandrágoras?
Hermione, mais uma vez.
- Porque o grito dela pode ser fatal.
- Incrível! Cinco pontos para a Grifinória! Agora, os abafadores… Me leva ao tópico da aula de hoje. O que vamos fazer será reenvasar mandrágoras. Elas estão crescendo e precisam de vasos maiores. Eu vou demonstrar com essa mandrágora aqui. - ela disse, indicando o vaso à sua frente. - Agora cada um pegue um par de abafadores.
Os alunos se apressaram, muitos tentando fugir dos rosa e peludos. Neville não teve tanta sorte e acabou pegando justamente um desses.
- As mandrágoras que temos aqui são bem novinhas, e o grito delas não pode matar, mas pode lhes deixar inconscientes por várias horas. Acho que não querem perder o primeiro dia de aula não é?
- Eu não me importaria… - Ash murmurou para si mesma.
- Então se certifiquem de estarem com os abafadores no lugar. Eu vou contar até três com os dedos e então realizar o procedimento, ok? Estamos prontos?
Um "sim" geral se fez ouvir no ambiente. Sprout levantou um dedo, depois dois, e então três. Ao fazer isso, puxou a planta para cima, e um grito de surpresa se prendeu no ar. Debaixo da terra, não haviam raízes, mas sim um bebê. Um bebê raíz gordo e muito feio, que pelo movimento da boca devia estar chorando a plenos pulmões.
Sprout o colocou no vaso maior e foi jogando terra por cima até o topo. Então ergueu um polegar e retirou o próprio abafador, gesto que os outros alunos copiaram em seguida.
- Muito bem, e é isso. À frente de vocês verão tabuleiros com vasos de mandrágora e um vaso maior. A terra está aqui no fundo. Dividam-se em grupos de quatro para cada tabuleiro e reenvasem sua mandrágora. Não se esqueçam dos abafadores!
Ash, Hermione, Harry e Rony formaram um grupo, como era de se esperar. Rony e Ash passaram a mandrágora para o vaso maior e ficaram tentando fazê-la parar de berrar enquanto Harry e Hermione tiraram um pouco os abafadores e foram pegar a terra no fundo da estufa.
Ao chegarem lá, havia um menino recolhendo um saco de terra sozinho para seu grupo. Harry se aproximou para ajudá-lo.
- Ah, obrigado. - ele agradeceu. - Sou Justino Finch-Fletchey. Você é Harry Potter, claro. E você… - ele abriu um leve sorriso. - É Hermione Granger, sempre a primeira em tudo… - a menina corou. - Estão de grupo com o menino do carro e sua irmã, não é? - Harry respondeu que sim com a cabeça. - Aquele é meu grupo. - Justino apontou para um tabuleiro, e ficou claro o motivo dele estar carregando a terra sozinho. A mandrágora deles era particularmente teimosa e estava exigindo o esforço de três para se manter quieta.
- Corajosos. - Harry comentou.
- Que nada, corajoso é aquele Lockhart, não acha? Leu os livros dele? Eu teria me borrado de medo só por pensar em fazer metade das coisas que ele fez. Temos muita sorte de tê-lo como professor. Mamãe relaxou com essa história de magia por causa dele. Virou fã quando leu as coisas que ele fez. Sou trouxa, sabe?
Finalmente, o grupo chegou a uma distância demarcada da mesa e tiveram que recolocar seus abafadores. Depois de ajudar Justino com seu saco de terra, Harry voltou até Hermione para que levassem o deles até o vaso. Rony e Ash estavam suados, sujos e exaustos, e o olhar deles indicava que estavam com vontade de enfiar a cara dos amigos no balde de esterco de dragão por fazê-los esperar tanto.
Quando finalmente a aula acabou, todos estavam muito sujos e cansados. Sprout fizera parecer fácil, mas estavam todos acabados o bastante para querer socar Neville por simplesmente ousar sair feliz daquela aula.
O fato de estarem tão cansados, porém, não comoveu McGonagall, que estava rígida como sempre nas suas aulas. Para começar o ano, os alunos tinham que transformar besouros em botões. Harry por um bom tempo se sentiu péssimo por estar tendo problemas, mas meio olhar para Rony o fez se sentir melhor. A varinha quebrada do amigo estava funcionando de forma deplorável, e não parava de fazer o besouro soltar uma fumaça malcheirosa. Por fim, o aluno esmagou o bichinho com o cotovelo sem querer e foi obrigado a pedir McGonagall para que o cedesse mais um.
Exatamente por esses motivos foi péssimo para ele observar Ash e Mione trocando botões de suas coleções no horário de almoço.
- O que vamos ter depois do almoço? - Harry perguntou, olhando para o horário de Hermione.
- Horário livre, e depois Defesa Contra As Artes Das Trevas. - ela respondeu, trocando um botão vermelho e grande por um perolado pequenininho.
- Posso saber por que - Rony questionou. - você sublinhou os horários do Lockhart com coraçõezinhos?
Hermione sentiu o rosto enrubescer e tomou o papel de volta.
- Isso não te interessa.
- Hmpf, tanto faz. - Rony respondeu, revirando os olhos. - Ter aula dessa matéria com essa varinha vai ser um pesadelo.
- Por que não liga pros seus pais e pede outra? - Harry sugeriu.
- E receber outro berrador dizendo que mereci? Não, obrigado.
- Eu poderia te comprar uma, sabe? Tipo presente adiantado de natal. - Ash sugeriu.
- Nem pensar. - Rony respondeu. A garota achou melhor não insistir. Sabia como Rony era orgulhoso, principalmente com dinheiro.
- Bem, então eu já vou nessa. - ela concluiu, guardando seus botões e se levantando.
- Vai? Pra onde? - Harry perguntou.
- Teste pro coral do Flitwick. Me desejem sorte! - ela respondeu, saltando do banco, jogando a mochila nas costas e saindo pelo corredor.
- Coral, aulas e quadribol? - Rony comentou. - Ela vai morrer de sobrecarga. Vai ficar pior que a Hermione!
- Eu ouvi isso. - Hermione respondeu, passando uma página do Excursões com Vampiros.
Ashley já estava bem nervosa antes, mas conseguiu piorar quando ela esbarrou com Olivio Wood no corredor.
- Ah, Ash! Oi! O que está fazendo? Não vai ter aula agora?
- Ah eu… Hm… Não. Horário livre.
- Que coincidência! Quer dar uma volta de vassoura?
- Ah, bem… - ela olhou em volta, nervosa e um tanto quanto corada. - Não posso… Eu… Hm… Compromisso. Coral. Vou nessa.
- Espera!
Ela não esperou. A última coisa que precisava era de Olivio vendo seu teste do coral. Deixou o garoto plantado no corredor e foi correndo até o dormitório buscar a letra da música. Os testes começariam depois do almoço no Salão Principal e tudo que Ash esperava era que a essa altura do campeonato o lugar estivesse praticamente às moscas.
Usualmente a garota não ligava de chamar atenção. Não mesmo. Mas ninguém daquela escola nunca a tinha ouvido cantar, e ela tinha muito medo de dar vexame. Quem não teria? Se lembrava de ter pedido orientação para uns três alunos do coral e todos tinham sido bem simpáticos: você só precisa cantar uma música. O Flitwick vai classificar a sua voz e pronto.
Pronto.
"Pronto, viu Ash? É fácil. Fácil fácil…"
Ela pegou a letra e voltou para o salão… E para o desespero dela, tinha bem mais gente por lá do que o necessário. Além do próprio coral, o professor Flitwick e dos alunos que iam fazer teste, muitos amigos de alunos estavam lá para assistir… E MUITOS alunos para ver Ashley Potter cantar.
- Ah, não…
Entre eles, como não poderia deixar de ser, Draco Malfoy e seus amigos, prontinhos para tirar sarro dela se ela errasse alguma coisa.
- Não não não…
O professor Flitwick foi até o pedestal onde subia como maestro e pediu silêncio, que aos poucos se instaurou.
- Boa tarde, alunos! Quando eu chamar seus nomes, venham até aqui e digam aos instrumentos a música que vão cantar. Eles vão fazer o acompanhamento para vocês. - como em confirmação, um par de baquetas tamborilou sobre a bateria. - Usualmente, no coral, não usamos nenhum instrumento além de nossas vozes, e vez ou outra um adereço qualquer, mas como sabemos que muitos de vocês possuem um repertório de músicas bem diferente uns dos outros, usamos os instrumentos na audição para ajudar vocês. Alguma pergunta?
Ash se remexeu no banco. Ela queria muito perguntar se podia cantar música de trouxa, mas estava acuada demais. Podia imaginar a reação do grupinho do Malfoy se ela perguntasse isso, e dá-los mais um motivo para distraí-la não era uma ideia muito boa.
- Nervosa? - Ash ouviu a voz vir de trás dela. Sobressaltou-se e olhou para a origem dela, em tempo de ver Olivio ocupando um espaço ao seu lado no banco.
- O que você está fazendo aqui? - ela perguntou, ficando ainda mais desesperada.
- O que acha? Vim ver Ashley Potter cantar. Eu e mais da metade dos alunos que estão aqui.
- Aaaaah não…
Olivio abriu um sorriso.
- Ei, calma. Ficar nervosa é normal. Eu estava exatamente como você no meu primeiro jogo de quadribol.
Ash ergueu o rosto para olhar o rapaz.
- É?
- É.
- E o que você fez?
- Imaginei a plateia em uma situação mais vulnerável que a minha. No meu caso, estavam todos cobertos de pus de bubotúberas.
- Bem, mas… Mas comparado com isso quadribol é fácil. Você sobe no ar com mais seis jogadores do seu time e ninguém vai ficar com a atenção só em você por muito tempo.
- É, isso é verdade… Então acho que você vai ter que ser um pouco mais criativa com a sua plateia.
Ash olhou para ele ainda sem entender.
- Imagine que estão só com a roupa de baixo… Ou que desceram para o café da manhã sem se lembrarem de trocar o pijama. Isso deve ajudar.
Ashley abriu a boca para respondê-lo, mas um outro aluno fez uma pergunta que chamou a atenção dela.
- Sou trouxa! - o rapaz disse. - Posso cantar música de trouxa?
- Ah, claro, claro! - Flitwick respondeu. - Cante o que quiser. Algo mais?
Ninguém mais se manifestou.
- Ótimo! Então, vamos por ordem de inscrição. Peekes, Clarence.
Uma garotinha da lufa-lufa se levantou e foi até a frente, tão nervosa como qualquer outra.
Ash sentiu sua mão ser segurada por Olívio, e agradeceu internamente por isso. Ela sabia que estava apertando a mão dele a ponto de quase quebrar alguns dedos, se tivesse força pra isso, mas ele não pareceu se importar.
Três pessoas cantaram. Todas recebiam uma análise bem detalhada de Flitwick, eram classificados e iam se assentar junto com os integrantes do coral. Na quarta chamada, foi o nome de Ashley.
Ela ouviu um burburinho que a seguiu enquanto ela ia a passos trêmulos até a banda. Chegou perto de um dos pratos da bateria e cochichou o nome da música. O instrumento bateu os pratos duas vezes, indicando que entendera, e Ash foi até o microfone.
Ela pensou se teria que falar alguma coisa, mas não teve tempo, pois o coro das cabeças empalhadas começou a cantar as vozes de fundo antes que ela tentasse alguma coisa.
Ela sabia que estava tremendo, e viu Draco e os amigos rindo lá no fundo, e fazendo gestos de tremedeira.
Ela olhou para Olívio. Ele levantou um pouco a barra da blusa, a lembrando do que tinham combinado. Ash respirou fundo e focou seus pensamentos.
"Imagine-os de roupa de baixo."
O coro das cabeças parou e ela começou a cantar. Trazia a letra da música na mão, mas não foi necessária. Ela repassara tanto a letra em sua cabeça que estava gravada quase que a ferro em seu cérebro.
Aos poucos a vergonha foi sumindo, a julgar pelos rostos felizes da plateia e o de desagrado do grupo de Malfoy, ela estava mandando bem.
Ainda assim, ficou feliz quando acabou. Bem feliz.
- Hm… Meus parabéns Srta. Potter. - Flitwick agradeceu, como fizera a todos os outros alunos.
A tremedeira voltou.
- Ah… Obrigada.
- Você tem um tipo de voz interessante… Não alcança os maiores agudos de um soprano, nem os graves mais graves de um contralto… Mas consegue cantar faixas nos dois tons de voz.
Ash sentiu como se fosse uma gambiarra humana.
- Hm… Isso é bom?
- Anh? Ah, sim, sim, é bom sim. É uma mezzo-soprano. Um tipo muito bonito de voz. Pode ir. Próximo, Travis McConollay.
Ashley foi se juntar ao restante do coral. Todos foram se apresentando para ela e a parabenizando, mas logo se calaram para ouvir o tal Travis, da Corvinal, cantar. Enquanto ele cantava uma música sobre dançar como um hipogrifo, ela viu Olivio lançar um sorriso e levantar os polegares para ela.
Ela sorriu também. Estava o devendo uma.
Mais tarde naquele dia, Ash, Harry, Rony e Hermione estavam terminando de matar o tempo livre nos jardins. Os três também tinham visto o teste dela, mas Hermione tivera o bom senso de dizer a eles que fizessem isso escondidos para não deixar Ash mais nervosa, o que a garota agradeceu muito.
Hermione agora se entretia no Excursões com Vampiros, e os outros três discutiam táticas de quadribol desenhando com a varinha na terra. Foi um delicioso momento de paz… Que infelizmente não pode durar muito.
- Harry? Harry Potter?
Os trio se virou para trás e deu de cara com um calouro da Grifinória que segurava uma câmera fotográfica.
- Pois não?
- Sou Colin, Colin Creevey! - o menino se apresentou, estendendo uma mão que Harry apertou meio atordoado. - Eu sou seu fã! O melhor! Aquela história do carro… Nossa! Você é incrível! Posso tirar uma foto?
- Uma… O quê?
Ashley mordeu o lábio, segurando uma gargalhada. Aquele definitivamente não era o ano de Harry. Gina derrubando mingau, Lockhart o perseguindo e agora um garoto com uma câmera fotográfica.
- Pra provar que te conheci! E aí quem sabe você possa autografar a foto e…
- Uuuuuuu! - uma voz irritante veio se juntar à bagunça. Ash perdeu a vontade de rir. Harry quis enterrar a cabeça na terra como um avestruz. - Então agora o Potter está distribuindo fotos autografadas?
Rony se levantou, raivoso.
- Vá comer lesmas, Malfoy.
Draco e seus comparsas riram.
- Eu tomaria cuidado se fosse você, Weasley. "Se sair um dedinho da linha…" - ele disse, em uma imitação de falsete. - Por que não pega umas dessas fotos autografadas com o Potter e vai vender por aí? Talvez te ajude a pagar um andar ou dois daquele monte de madeira que você chama de casa…
Harry teve que segurar Rony pelos braços para impedí-lo de avançar sobre Draco, o que seria péssimo uma vez que já tinham detenção para cumprir por conta do carro.
E quando acharam que não dava para piorar, Lockhart apareceu.
- Fotos autografadas Harry, mas já?
Harry quis chorar de raiva de seu azar.
- Harry, Harry, Harry… - por bem ou por mal, Rony se acalmou por estar na presença de um professor. Assim sendo, Harry o soltou e Lockhart aproveitou para passar um braço pelas costas do garoto. - Realmente, você se assemelha tanto comigo… Mas eu te disse para ir com calma, não disse? Vai chegar uma época em que você vai precisar ter um bolo dessas com você onde quer que vá, mas não ainda, sim? Vamos ter paciência.
E com tapinhas amistosos nas costas de Harry, ele se afastou.
- Ai, chega. - Hermione comentou, guardando o livro. - Vamos gente, vamos para a sala. - ela disse, e saiu, sendo seguida por Harry, Rony e Ash.
- É melhor torcer pro Colin não conhecer a Gina, ou eles vão fundar um fã clube do Harry Potter. - Rony comentou, a caminho da sala.
- Por favor, não diga isso em voz alta. É a última coisa que eu preciso que Lockhart ouça.
- É, mas Rony tem razão. E eles já devem se conhecer Harry. - Ash comentou. - Os dois são do primeiro ano da Grifinória.
Harry soltou um muxoxo de desagrado e entrou na sala de Gilderoy.
Os outros alunos não demoraram muito para chegar. Quando todos ocuparam seus lugares, Lockhart se virou para eles de trás de sua mesa. Pegou um dos livros que tinha seu rosto na capa e mostrou aos alunos.
- Eu. - ele disse. - Gilderoy Lockhart, Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga de Defesa contra as Forças do Mal e vencedor do Prêmio Sorriso Mais Atraente da revista Semanário dos Bruxos cinco vezes seguidas, mas não falo disso. Não me livrei do espírito agourento de Bandon sorrindo para ela. - ele comentou, rindo um pouco de maneira exagerada. Como ninguém riu com ele, ele continuou. - Bem, eu sei que estão todos ansiosos para pegar suas varinhas e começarem a lutar contra as forças das Trevas, mas antes que possamos fazer isso… - ele pegou um bolo de pergaminhos e começou a distribuir pela turma. - ...tenho um pequeno questionário para vocês.
Um "Aaaaah…" geral se fez ouvir.
- São respostas curtas gente, relaxem. Vocês tem quinze minutos a partir de… Agora.
Harry desceu o olhar para seu bolo de folhas e pela milésima vez no dia quis socar a cara daquele professor. As perguntas iam até o número 54, contando com tópicos como:
1. Qual é a cor favorita de Gilderoy Lockhart?
2. Qual é a ambição secreta de Lockhart?
3. Qual é na sua opinião a maior realização de Gilderoy Lockhart até o momento?
Até chegar na última:
54. Quando é o aniversário de Gilderoy Lockhart e qual seria o presente ideal para ele?
Ao terminar o tempo, Harry não tinha respondido nenhuma delas com certeza do que fazia. Todas foram chutes completamente vazios e ele torcia para que aquilo não valesse pontos.
Gilderoy recolheu os questionários e começou a ler em sua mesa, aparentemente concentrado. Muitos dos alunos começaram a dormir ou tacar bolinhas de papel uns nos outros, até que finalmente o professor se moveu.
- É, é uma pena… Nenhum de vocês pareceu se lembrar de que minha cor favorita é lilás, ou que eu gostaria de ganhar a harmonia entre os povos mágicos e não-mágicos de presente de aniversário, embora eu não recuse um garrafão do Velho Uísque de Fogo Ogden… Nenhum… À exceção da srta. Hermione Granger! Na realidade, ela acertou todas as questões! Onde está, mocinha?
Hermione ficou muito corada e levantou a mão, olhando embebecida para o professor. Rony e Ash fizeram um gesto de apontar para a própria garganta com o dedo, como se fossem vomitar.
- Excelente! Excelente! Dez pontos para a Grifinória! - o professor lançou uma piscadela para a aluna e voltou para sua mesa. - Agora, vamos ao tópico da aula de hoje. - ele anunciou, pegando uma gaiola coberta com um pano e colocando sobre a mesa. - Vocês irão presenciar hoje um dos maiores terrores da vida de vocês. Essas criaturinhas ardilosas e cruéis não são brincadeira… E não devem ser subestimadas.
A seriedade no tom de voz do professor fez a sala entrar em um suspense misterioso anormalmente interessante para o teor do restante da aula.
- Só peço a vocês que não gritem… - o professor disse. - Poderia… Assustá-los! - e ele retirou o pano.
Debaixo do pano estava preso um enxame de pequenas fadinhas azuis muito feias e mais uma vez muitos alunos tiveram que conter um riso.
Dino Thomas não foi um deles.
- Diabretes da Cornualha? - ele perguntou, mal se segurando para não rir.
- Diabretes da Cornualha recém capturados mocinho, e podem fazer um estrago e tanto!
Dino continuou rindo, o que levou boa parte da sala com ele. Nisso, Gilderoy se empertigou em suas vestes e tocou o tranco da gaiola.
- Muito bem… Então… Vamos ver o que acham deles!
Caos. Gilderoy abriu a gaiola e os Diabretes saíram voando, bagunçando livros, virando quadros, mordendo alunos… Boa parte dos alunos fugiu sala afora, mas Neville foi pego pelas orelhas e suspenso até ficar preso no lustre da sala.
- Peskipiksi ksi pesternomi!
Fosse o que fosse que o feitiço de Gilderoy devesse fazer, não surtiu efeito, e ele saiu correndo porta afora.
- Vocês aí, recolham o restante deles! - ele ordenou desaparecendo em seguida.
- Isso é sério? - Ash perguntou, usando um livro pesado para acertar com força um dos Diabretes. - Como se para essas coisas?
- Boa pergunta… - Rony reclamou, puxando um dos bichinhos que lhe mordia o calcanhar.
- Hermione! - Harry gritou, esperançoso. - Hermione por favor, diga que sabe pará-los… Por favor…
- Eu… Eu… Ah! - ela ergueu a varinha e apontou para o ar. - Immobilus!
Os Diabretes pararam e ficaram flutuando no ar.
- Uau! Hermione… Você é o máximo. - Ash elogiou.
Vendo o caos acabar, e seus amigos recolhendo os Diabretes, Neville pareceu ser capaz de respirar de novo.
- Por que sou sempre eu? - ele perguntou, com o rosto triste.
- Ash! - Rony chamou, indicando o garoto.
Harry e Hermione terminaram de recolher os Diabretes e Ash e Rony ajudaram Neville a descer do lustre.
- Obrigado. - ele agradeceu.
- Não foi nada. Tome cuidado, ok? - Ash aconselhou. O garoto assentiu, sem jeito, e saiu da sala.
Ash e Rony foram ajudar Harry e Hermione a deixar a sala em ordem.
- Esse Lockhart… Que tragédia! - Rony comentou.
- Ah, não é assim Rony… - Hermione respondeu. - Ele só devia estar nervoso. Foi a primeira aula dele!
- E foi um fracasso total! Como ele.
- Ele não é um fracasso! - ela insistiu. - Olha só todas as coisas maravilhosas que ele fez!
- Que ele diz que fez. - Rony encerrou, colocando a última pilha de livros no lugar e deixando a sala.
Espero que tenham gostado! Tem sido uma luta escrever essas fanfics, e tenho estado meio desanimada com a ideia de que eu nunca vou terminá-las da forma como queria... Mas acho que não posso deixar isso me dominar, não é? Então eu continuo tentando, por vocês, leitores amados 3 Enquanto eu tiver condições, estarei aqui. Não quero mais lhes abandonar.
Beijos e abraços
Gaby Amorinha
Nox!
N/B: Como sempre temos mais um capitulo cheio de surpresas hein? ASH sambou na cara dazinimigas nessa audição. Cadê seu queixo agora Malfoy? Olivio sendo fofo *-* Ron e Mione *-* sinto cheiro de ciúmes aqui Lockhart ... Vamos ver o que rola agora e quanto tempo o Harry aguenta o ego desse professor. Vejo vocês no próximo capitulo ! Beijos da Beta
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