Revolta e Trapalhadas
Capitulo 7- Revolta e Trapalhadas
Lily não podia ficar ali. Não queria, mas ao mesmo tempo não sairia correndo dali, com teimosas lágrimas que ela sabia estarem se formando nos olhos e a dor da magoa pesando em seu peito.
Ela era orgulhosa demais para chorar na frente das pessoas, muito menos por um garoto como Tiago, que não merecia nenhuma daquelas lagrimas.
Esforçando-se ao máximo, ela empinou o nariz e demostrou uma expressão que beirava a indiferença e o desprezo e com um ato desesperadamente controlado virou-se novamente e saiu às pressas pelo buraco do retrato.
Aquela noite ela certamente não iria ao Grande salão para o jantar.
Tudo o que ela queria na mais pura e sincera verdade, era ficar sozinha. Sozinha com suas duvidas, com suas lamentações, com suas incertezas, e com seus sentimentos.
Não daria a chance de que algum colega a visse, e muito menos que suas amigas a encontrassem para darem consolo, colo ou compreensão. Ela não queria nada daquilo, não queria conversar, preferia sofrer sozinha á passar pela humilhação de mostrar fraqueza e fragilidade.
Não, ela era e sempre fora durona, forte e segura, e não seria por um pequeno contratempo como o amor, que ela deixaria macular sua preciosa imagem e seu precioso orgulho.
Tanta coisa que ela já havia suportado até ali. As brigas com a irmã, os maus tratos que recebia dos colegas e até mesmo de professores nas escolas trouxas em sua infância por ser uma menina diferente... Tudo aquilo não fora em vão, com a ajuda de Severo, ela havia suportado e podia-se dizer, até superado. Severo, seu melhor amigo, de quem agora ela sentia tanta falta.
Com a chegada a Hogwarts, com a chegada ao mundo da magia, tudo a havia ajudado a se tornar uma menina mais forte. Por que agora um garoto qualquer que sempre a importunou teria tanto poder de influencia sobre ela a ponto de fazê-la perder o controle de tudo?
Com todos os pensamentos e sentimentos pesando no peito e afundando seu estomago, ela andou, andou e andou pelos corredores até encontrar o banheiro feminino.
Dirigiu-se até uma das pias, ligou a torneira e jogou um pouco de água gelada no rosto quente, que ela tinha certeza, se fosse possível, transformaria aquela água em vapor de tão fervoro de raiva que se encontrava.
Agora, depois da mágoa, depois de chorar, depois de tudo, ela sentia absoluta gana, raiva e intolerância. Não era possível- nem justo - ela se apaixonar justamente por TIAGO POTTER! Aquele garoto arrogante, metido e exibido que ela tanto tentou afastar.
Tentou, mas não conseguiu.
Lembrou-se das vezes, nos anos anteriores que ele beijava outras meninas e depois tentava roubar-lhe selinhos surpresa nos corredores, nos jardins, e até mesmo na sala de aula - o que a fizera pagar uma detenção. Há! Como se ela quisesse ganhar beijos dele naquela época.
O ponto era que antes, mesmo quando ele beijava outras e depois viesse tentar beija-la, ela não se importava, não dava à mínima, e até mesmo torcia para que ele beijasse outras e a esquecesse.
Mas agora, ela não conseguia parar de pensar na petulância de ele finalmente ter conseguido um beijo dela e em menos de uma semana tivesse a coragem- e a vontade - de sair e beijar outras meninas, e ainda por cima na frente de todos os seus amigos e colegas.
Não podia suportar a ideia de ter se entregado aos braços dele e- como sempre soubera que aconteceria - ser somente mais uma a ter feito isso.
Mais lagrimas escorreram pelo seu rosto, dessa vez não eram lagrimas de tristeza e sim lagrimas de revolta. Sentia-se revoltada por ter se deixado ser usada daquela maneira.
Mas agora, pensar naquelas coisas não ajudaria em nada, só a faria se sentir pior.
Ela precisava de um plano e rápido. E enquanto não tinha um, ela iria se preocupar em manter o controle, a razão, e principalmente em manter sua sanidade.
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Marlene e Dorcas continuaram sentadas na sala comunal enquanto Lily e Tiago saíam pelo buraco do retrato.
-O que será que ela vai falar?- questionou Lene pensativa.
-Eu não sei, mas eu adoraria ter toda esta coragem. – confessou Dorcas.
-Coragem pra que?- perguntou uma voz suave atrás delas.
-Oh Droga. – murmurou Lene.
-Remo!- exaltou-se Dorcas.
-Estou atrapalhando uma conversa importante?- perguntou ele estranhando a reação das duas amigas.
-Não! Hahaha, que isso, não, não esta atrapalhando nada. – esganiçou-se Dorcas, nervosa.
-Ahn, eu vou ali, sabem, acender uma velinha. – disse Lene esgueirando-se.
-O que?!- esganiçou-se Dorcas novamente.
-Ah! Não, não uma vela para segurar por causa...ahn... de vocês, entendem... é só uma velinha para uma prece. Realmente estou precisando de um milagre para conseguir um par até amanha também. - respondeu Marlene atrapalhada com as palavras.
-Também? – questionou Remo para Dorcas que corou furiosamente e escondeu o rosto nas mãos.
-Ah, puxa vida! Não que Dorcas já tenha um par Remo, mas acho que... – Lene tentou corrigir- Ai, me desculpem. – pediu ela constrangida e saiu às pressas por entre a sala apinhada de gente.
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Remo reprimiu um riso ao virar-se e dar de cara com Dorcas balançando a cabeça com o rosto escondido nas mãos.
-Ahn, Dorcas?- chamou ele.
Aos poucos a menina tirou as mãos de frente ao rosto, revelando bochechas gloriosamente ruborizadas e um olhar envergonhado.
-Sim? – perguntou ela.
-Ah, bem, o que Marlene disse é verdade? – perguntou ele com um sorriso torto.
“POR QUE ELE ESTA ME OLHANDO DESSE JEITO?! MEU MERLIN, AI, É AGORA!” Pensava Dorcas nervosa.
-Que parte do que ela disse?- perguntou controlando o desespero na voz.
-A parte em que você ainda não tem um par para Hogsmeade. – respondeu Remo, enchendo-se de coragem.
-Ah! – sobressaltou-se Dorcas - Bem, é verdade. - respondeu meio acanhada, demonstrando embaraço.
- Hum, então, você... sabe...ér, não estaria interessada em ir comigo?- convidou Remo, o coração palpitando em disparada.
Naqule instante, muito de repente Dorcas assumiu uma fisionomia séria, seu olhar saiu de foco e em seguida murmurou algumas palavras desconexas antes de desmaiar em pleno fervor da sala comunal.
- Ir com ele... Hogsmeade... Interessada... meu Merlin! – ela escorregou da poltrona fofa onde estava sentada e Remo apressou-se em segura-la.
-Dorcas! Dorcas... acorde!- começou Remo, embaraçado enquanto dava tapinhas de leve no rosto macio de Dorcas.
-Merlin! O que aconteceu? – Era Marlene, com uma vela grudada em um pires, segura entre as mãos.
-Ela desmaiou...- começou Remo, parando em seguida- Eu não acredito que você realmente foi acender uma vela...
- Ué, nem todas tem a sorte de ser chamada pra sair por um garoto como você. – defendeu-se ela.
-Como você sabia que eu ia...?- começou ele.
-Chama-la pra sair? Oras, esta na cara! Não precisa ser tão esperta para perceber. – respondeu Lene dando de ombros.
-Vamos leva-la para a enfermaria? – perguntou Remo, ainda fazendo esforço para não rir ao olhar para a vela que Marlene segurava.
- Ah, não precisa... –disse Lene abanando a mão livre em sinal de descaso- Deixa que eu levo ela para o dormitório, logo ela acorda.
O quadro do buraco de retrato rangeu e Tiago entrou com cara de poucos amigos.
-Vish... pelo visto a conversa não correu muito bem. – comentou Marlene.
-Não mesmo. – acrescentou Remo assim que Laura Edwards colou os lábios em Tiago, que parecera atordoado com a súbita ação da menina.
-E essa história ainda vai piorar. – acrescentou Lene ao ver Lílian parada com os olhos arregalados e a boca entre aberta observando a cena.
Um segundo depois, Lily murmurou algo que os dois não entenderam e virou-se saindo novamente da sala, visivelmente apressada.
-Vem, me ajuda a levar a Dori para o dormitório. – disse Marlene colocando seu pires com a vela na mesinha ao lado da poltrona.
- Mas e a Lily? – questionou Remo, preocupado.
-Acredite, ela não quer a nossa companhia agora. Basicamente a Lily é do tipo que primeiro prefere sofrer sozinha, depois busca apoio. – respondeu Lene e ela e Remo começaram a carregar Dorcas, apoiada nos ombros de ambos, pela sala até a escadaria no dormitório feminino.
-Não posso mais ajudar a partir daqui. – disse Remo apoiando delicadamente Dorcas sobre Marlene.
-Por quê? – perguntou a outra, franzindo o cenho sob o peso da amiga.
-Meninos não podem subir até o dormitório das meninas. Quando Hogwarts foi criada os fundadores acharam que as meninas eram mais dignas de confiança que os meninos, por isso vocês podem visitar os nossos dormitórios, mas nós não podemos visitar os de vocês. – Explicou Remo.
-Me deixe adivinhar? Você leu isso em Hogwarts, uma história? – falou Marlene.
-É, foi sim. Você também já leu este livro? – perguntou Remo entusiasmado.
-Não, mas a Lily já. Milhares de vezes. Reconheci essa fala assim que você falou sobre dignidade de confiar ou algo do tipo. – respondeu Lene.
-Dignas de confiança... - corrigiu ele.
-Que seja. – retrucou Lene e saiu carregando Dorcas pela escadaria de uma forma que Remo julgou que renderia muitos hematomas á menina.
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N/A: Olá pessoal! Aqui estou eu novamente, depois de bastante tempo, eu sei, me desculpem. Espero que tenham gostado do capitulo. Apesar de ser um pouco pequeno, achei bem divertido. Confesso que ADORO o jeitinho tímido da Dorcas e o jeito meio maluco da Lene hahaha. Volto assim que puder, mas prometo não demorar tanto quanto esta ultima vez. Beijos Marotos e não deixem de acompanhar a fic! Comentários são sempre bem-vindos :D
LeleCangane: Obrigada pelo carinho e por acompanhar a fic tão assiduamente, é ótimo poder escrever para leitores como você. Sobre a série Apaixonada pelo Maroto, eu já li toda e também adoro a história, acompanhei a Má desde o inicio também :D Beijos e continue acompanhando!
Comentários (2)
Dorcas é tão Fofaaaaaaa! Ela é tímida, é esperta! Aaah, nao tem como nao amar! Hahahah e a Lene fala bastante, hein? Hahahah ri muito!!! Ótimo capitulo, de verdade! Ameeeei! Ansiosissima pro próximo!!!! *-* quero que a Dorcas acorde! Hahaha
2014-01-28Desculpe só comentar agora...Mas eu tenho que dizer essa fic é P-E-R-F-E-I-T-A!!!Eu tenho uma QUEDINHAAAAAAaaa... por fics dos marotos, e essa é definitivamente muito boa!Eu estou esperando anciosamente pelo próximo cap.
2014-01-12