Na Sala Comunal

Capitulo 6- Na sala comunal

 

 

Lene, Dorcas e Lily andavam despreocupadamente, conversando á caminho do grande salão. Entraram pela imensa porta dourada e foram em direção a mesa da Grifinória. Para o desgosto de Lily e Lene logo ao entrarem viram claramente Tiago e Sirius rindo juntos sentados a mesa ao lado de Pedro e Remo. Dorcas sabia que as amigas iriam sentar o mais afastadas possível dos marotos e para sua infelicidade, ela ficaria longe de Remo.

Sua suspeita se concretizou. Lily acompanhada de Marlene caminharam lentamente com os narizes empinados até o local mais afastado possível dos garotos, o que não era muito já que a mesa encontrava-se cheia de alunos e haviam poucos lugares vagos. Dorcas percebeu ao passar que os dois garotos haviam parado de rir e amarrado a cara enquanto encaravam amargurados as duas amigas. Viu Sirius cochichar algo para Tiago que murmurou umas palavras e balançou a cabeça em concordância.

Olhou mais a frente, Pedro estava absorto em seu prato de comida cheio até a boca. Mais a frente ela viu Remo, comendo calmamente com os olhos sobre seu habitual livro sobre a mesa. Não conseguiu conter um sorriso, “Ele é adorável” pensava ela bobamente.  Remo voltou-se para a comida e por um segundo seus olhares se encontraram. Remo sorriu de lado para ela e abanou discretamente.

Dorcas avermelhou as bochechas e com as mãos um pouco tremulas acenou de volta. Saiu caminhando apressada ao encontro das amigas.

 

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-Há, olha só pra elas! Adoram implicar com a gente empinando aqueles narizinhos!- disse Sirius para Tiago ao verem Marlene e Lily passarem empinadas por eles, sendo seguidas por Dorcas.

 

-Uhum, duas exibidas!- murmurou Tiago em concordância enquanto os dois encaravam as duas meninas.

 

Remo lia pela milésima vez seu exemplar de: As forças das trevas: um guia para sua proteção, quando algo chamou sua atenção, virou disfarçado para a comida e foi surpreendido pelo olhar de Dorcas Meadowes.

A garota o olhava bobamente, seus olhos brilhavam e ele não conseguiu conter seu sorriso mais encantador – há tempos que Dorcas havia conquistado sua atenção e agora ela o olhava tão maravilhada que ele não conseguiu pensar em outra coisa que não fosse: “Ela gosta de mim!”. Sentiu-se animado com a possibilidade, acenou discretamente para a menina na esperança de que Tiago e Sirius não o vissem e tirassem sarro de sua cara, mas para sua felicidade os amigos estavam mais ocupados lançando olhares azedos para Lily e Marlene que sentavam mais a frente.  Dorcas retribuiu o aceno parecendo constrangida e Remo pôde ver de relance as bochechas da menina corarem fracamente, enquanto caminhava até as amigas.

 

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Marlene sentava-se a um lado de Lily e Dorcas encaminhou-se ao lugar vago ao outro lado da menina.

 

-Vocês viram a carinha dele? – perguntou Dorcas ainda sorrindo bobamente quando acomodou-se.

 

-De quem? -questionou Lily pegando um prato e observando a fartura de comida sobre a mesa.

 

-Do Remy é claro, ele estava sorrindo pra mim, e que sorriso mais lindo! Até parece um príncipe! - disse sonhadora.

 

-E depois ela vem nos dizer que não esta apaixonada por ele... – comentou Lene para Lily que concordou com a cabeça.

 

-Vou fingir que não ouvi esta provocação de quinta categoria de vocês duas e falar sobre algo que realmente interessa... – suspirou Dorcas fazendo as amigas rirem.

 

-E o que seria mais interessante do que você confessar que esta apaixonada, podemos saber?- questionou Lene risonha pegando um prato para se servir.

 

-Da pra você falar um pouquinho mais baixo? Daqui a pouco a escola inteira esta sabendo!- sussurrou Dorcas desgostosa também pegando um prato.

 

-Então você esta admitindo que esta apaixonada?- provocou Lily com uma sobrancelha levantada.

 

-Eu não disse isso!- defendeu-se Dorcas.

 

-Mas pensou?! – provocou Lene rindo-se.

 

-Argh! Parem vocês duas!- exclamou Dorcas- Escutem, quem vocês acham que “Os Marotos” vão convidar pra ir no passeio a Hogsmeade de amanha?? – perguntou.

 

-Hum, é, este assunto de fato, também é interessante – disse Lene- o Black provavelmente vai com aquela vaca da Vance. – supôs desgostosa.

 

-O Potter talvez leve alguma queridinha do seu fã clube, já cheguei a pensar que ele vai convidar a Isabelle Brum. – comentou Lily.

 

-Isabelle, a artilheira da Corvinal? – perguntou Dorcas.

 

-Esta mesma. – confirmou Lily servindo-se de batatas assadas e frango.

 

-Por que você pensou isso?- questionou Lene servindo-se de um suculento rosbife.

 

- Vi os dois conversando no campo de Quadribol depois dos testes para os times desse ano. – disse ela dando de ombros.

 

-Hum, talvez. E o Remo? O que vocês acham?- perguntou Dorcas- Vi ele falando com aquela garota da Lufa-lufa, Caroline O’donnel na aula de Herbologia. –comentou chateada.

 

-Ele já saiu com ela uma vez, não saiu? – questionou Lene cutucando o rosbife com o garfo.

 

- Já, uma vez no Dia dos Namorados, me lembro que eu tinha aceitado sair com o Zac McDonald, da Corvinal e vi os dois no Café da Madame Puddifoot. – contou Lily enquanto servia-se de suco de aboboras.

 

-Ótimo, me sinto bem melhor agora. – disse Dorcas sarcasticamente também se servindo de suco.

 

-Eu me lembro deste dia! Eu estava saindo com o John Jackson, um dos batedores da lufa-lufa, mas nós fomos direto para o Três vassouras e bebemos cerveja amanteigada até cair, literalmente.  Foi um encontro muito agradável... – comentou Lene dando uma garfada na comida.

 

-Oh sim! Também me lembro, em compensação eu tive o pior encontro da minha vida! Richard Jackson o irmão gêmeo do John e segundo batedor da lufa-lufa passou o tempo todo se lamentando por ter terminado com a namorada, mesmo assim era um bom amigo. Alguém sabe o que aconteceu com eles?– perguntou Dorcas pegando uma coxinha de galinha. 

 

- Bem, o Zac eu sei que esta estagiando no Ministério com o pai dele no Departamento de Cooperação Internacional em Magia, esta tendo sucesso. – contou Lily.

 

-Como você sabe disso?- questionou Lene.

 

-Ah, ele me escreveu nas férias, foi uma surpresa devo admitir, mas foi ótimo receber noticias. – comentou ela dando de ombros - E os gêmeos Jackson agora são batedores de um time famoso, o Vespas de Wimbourne. – continuou Lily- Li sobre isso em uma revista de Quadribol que estava jogada em um canto na sala comunal.

 

-Bem, só espero que o Remo não volte a sair com a O’donnel. Com um pouco de sorte, talvez no próximo dia dos namorados eu possa ir com ele para o Café da Madame Puddifoot. – suspirou Dorcas.

 

-Não é de sorte que você precisa, é de atitude. – afirmou Lene- Só precisa perder toda esta timidez.

 

-Também acho!- concordou Lily- Ele já me disse que te acha muito bonita e francamente, acho que se você der umas investidas hoje à noite, ele te convida pra sair com ele amanha. – comentou com sinceridade.

 

-Duvido muito... – disse Dorcas, ainda assim parecendo um pouco mais animada com o comentário de Lily.

 

-Pois eu tenho certeza! Você devia falar com ele sabe... – incentivou Lene.

 

 -Não acho uma boa ideia... Se o Remo não for com uma garota com certeza volta com uma.  –afirmou chateada- Talvez ele vá acompanhado do Pedro também.

 

-O Pedro vai acompanhado de comida e volta com mais comida, então, com ele você não precisa se preocupar. – brincou Lene, Lily e Dorcas não conseguiram segurar o riso e as três caíram na gargalhada.

 

-Não sejam tão más... – riu-se Alice chegando com Frank e Marie, sentando-se a frente das três.

 

-Desculpa, mas, não deu pra segurar. – ria-se Lene limpando as lagrimas no canto dos olhos.

 

-Esta foi boa, vamos admitir... – concordou Frank que dividia dormitório com os marotos- Mas me diga, não foi você que perseguiu o Pedro pela escola ameaçando com a varinha se ele não entregasse o Sirius e o Tiago?- questionou para Lene, risonho.

 

-Como as noticias correm hein? –riu-se Lily.

 

-A-HA! Quem é a neurótica aqui hein?! Fala agora Lene! – provocou Dorcas.

 

-Ora, não foi bem assim! –resmungou Lene- Verdade que eu apontei a varinha e disse que se ele não dissesse onde estavam o Black e o Potter teria problemas, mas eu não persegui ele pela escola, e eu nem ia azarar ele de verdade, eu só... Ameacei. – disse dando de ombros.

 

-Eu não aguento vocês!- brincou Alice- Dividir dormitório com estas garotas é uma loucura!- comentou ela para Frank.

 

-E você acha que é fácil dividir dormitório com o Sirius, o Tiago, o Remo, e o Pedro?!- questionou Frank – Se você já estava lá dentro até aguenta, mas se entra por uns momentos, sai louco, não tenha duvida!- brincou ele.

 

-É por isso que eles não podem ficar um minuto no mesmo ambiente sem causar confusão??- perguntou Marie.

 

-Marie, querida, você ainda tem muito que aprender!- disse Alice- Às vezes eu esqueço que você só esta aqui há quase dois meses.

 

-Quando você nos apresentou naquele trem no inicio do ano letivo, eu já soube que cursar um ano inteiro de intercambio nesta escola seria dureza. – comentou Marie rindo-se- Agora, quase dois meses depois, eu tenho certeza que será bem mais difícil do que eu pensei. – acrescentou.

 

-Ah para! Quando você terminar o intercambio e se dar conta de que não vai voltar no ano que vem, vai morrer de saudades da gente!-falou Lene convencida.

 

-Ah, com certeza! – brincou Marie.

 
 

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As aulas da tarde passaram correndo, Lily e Dorcas, como haviam combinado, faltaram o ultimo período de história da magia para ficarem com Lene.  

 

Era e ultima sexta-feira de outubro antes do Dia das Bruxas e no dia seguinte seria o primeiro passeio á Hogsmeade do ano. A temperatura começara a cair consideravelmente e muitos alunos se contentavam em ficar dentro de suas quentes e confortáveis salas comunais.

 

Lily, Marlene e Dorcas aproveitaram à tarde para descansarem os pensamentos, se divertirem jogando Snap Explosivo e Xadrez de Bruxo e também adiantar os preparativos para o passeio do dia seguinte.

 

-Ei meninas, o que acham de ir comigo ao Corujal enviar uma carta aos meus pais?- perguntou Lily certa hora quando alguns alunos do terceiro ano passaram por elas pelo corredor que levava ao pátio da torre do relógio, aliviados com o final da ultima aula do dia.

 

-Legal, também preciso responder a ultima carta da minha mãe, sabe, ela anda muito empenhada em tentar descobrir quem era o príncipe que eu chamei uma noite dessas nas férias de verão...- comentou Dorcas corando levianamente.

 

-Sério que você chama pelo Remo até dormindo?-perguntou Lene rindo da amiga.

 

-E quem disse que o Remo era o tal príncipe?- retrucou Dorcas, muito desgostosa- Podia ser qualquer um!

 

-Não foi você que disse hoje mais cedo que ele parecia um príncipe? – lembrou Lene.

 

-É, ela te pegou dessa vez Dory...- concordou Lily rindo das amigas.

 

-Por Merlin, por que Isso sempre acontece comigo?- reclamou Dorcas levantando as mãos para o céu, enquanto as amigas seguravam o riso.

 
 

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As três amigas seguiram caminho até o Corujal, subiram os lances de escadas com o vento cortante bagunçando os cabelos.

 

-Lene, me empresta a sua coruja?- pediu Lily.

 

-Claro, pode pegar! – concordou Lene- Sabe, você devia seguir o exemplo de Dorcas e também comprar uma coruja pra você!

 

-Você sabe que eu não poderia ter uma coruja. Meus vizinhos trouxas iriam desconfiar e isto faria a Petúnia matar o pobre bicho, provavelmente! Ela já tenta matar o meu Gato, o coitado. Vocês sabem que ela não aceita nada que não seja “normal.”- disse Lily.

 

-Ela tem inveja de você Lily, não tem outra explicação.- comentou Lene.

 

-Com certeza é isso!- concordou Dorcas.

 

-Nós já conversamos sobre isso meninas e vocês sabem que eu não gosto que falem assim da Petúnia! Ela pode ser o que for, mas ainda sim é minha irmã.- falou Lily aborrecida.

 

-Tudo bem, nós sabemos... – desculpou-se  Lene.

 

-É, não devíamos ter falado sobre isso, desculpa.- concordou Dorcas.

 

-Ta! Agora mudando de assunto... Eu quero comprar umas penas amanha, estou precisando. – comentou Lily.

 

-Precisando? Você é a pessoa que mais tem penas que eu conheço!- disse Dorcas.

 

-O que você esta querendo? Abrir uma loja de Penas em variedade? Ser a maior colecionadora de penas do mundo bruxo ou algo do tipo?- brincou Lene.

 
 

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Assim que terminaram de mandar e responder suas cartas, as três meninas desceram pela escada escorregadia do Corujal e subiram pelos terrenos já cobertos de sereno até a sala comunal da Grifinória. Encontraram a sala lotada de alunos que se abrigavam do vento cortante que corria pelos corredores.

 

Se acomodaram em três poltronas livres em frente à lareira. Lily olhou inconscientemente para a outra extremidade da sala, onde um certo garoto de cabelos pretos e arrepiados  encontrava-se rodeado dos amigos e de algumas meninas.

 

“-Como é que eu não percebi você antes?”-murmurou ela referindo-se ao sentimento que agora pesava em seu peito.

 

-Que foi que disse Lily?- perguntou Dorcas.

 

-Ah, quê? Nada, eu não disse nada.- respondeu a garota despertando de seus devaneios.

 

-Hum, pensei ter ouvido você dizer. –disse Dorcas dando de ombros.

 

-Olha só pra eles! Logo ali, se divertindo com aquelas garotas descaradamente na nossa frente. – comentou Lene com amargura- Nem lembram que a gente existe!

 

-Pelo menos você já teve alguma coisa com o Sirius, Lene. Ainda pode ser lembrada... Já eu, nunca nem mesmo falei algo com Remo que não fosse sobre as aulas ou as brigas de vocês duas com os amigos dele. – retrucou Dorcas desgostosa.

 

-E olhem só pra nós! – exclamou Lily de repente fazendo as amigas se sobressaltarem- Aqui em um canto nos lamentando sem ao menos tentar algo pra mudar isso!

 

-Tem razão, nem parecemos nós mesmas!- concordou Lene tristemente.

 

-Nós éramos tão corajosas e lutávamos pelo o que queríamos, e agora estamos aqui.- falou Dorcas sentindo-se profundamente estranha ao perceber o que andava acontecendo com ela e as amigas.

 

-Bem, eu não sei vocês, mas eu vou fazer alguma coisa a respeito!- Disse Lily decidida, levantando de sua poltrona . As amigas a olharam, assombradas.

 

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Tiago, Sirius, e Remo viram Dorcas, Lene e Lily abandonarem o Grande Salão, risonhas entre si. Não demorou muito para os próprios meninos abandonarem o Salão, satisfeitos e de barriga cheia.  Pedro dissera a eles que tinha algumas coisas para fazer antes da primeira aula da tarde e os deixara na entrada. Mesmo estranhando a atitude do amigo, os meninos seguiram seus caminhos até o dormitório e pegaram seus materiais escolares das próximas aulas.

 

Por mais incrível que parecesse, durante aquela ultima aula do dia, História da Magia, Tiago e Sirius não estavam dormindo, como de costume. Remo surpreendeu-se ao ver os amigos muito bem acordados, murmurando entre si.

 

-Ei, que é que vocês tanto cochicham ai?- perguntou curioso.

 

-Ah, nada importante. Só estamos fazendo a nova lista de garotas com quem eu e o Sirius vamos sair. – respondeu Tiago simplesmente.

 

Remo rolou os olhos.

-Mas vocês não estavam decididos em conquistar a Lily e a Lene? – questionou.

 

-Quê? Isso é passado meu amigo. – respondeu Tiago passando a mão pelos cabelos, fazendo a pequena parcela de meninas que ainda estavam acordadas assistindo a aula, suspirar.

 

-É, não vamos ficar batalhando causas perdidas enquanto temos muitas mais para vencer e desfrutar.  – explicou Sirius.

 

-Hogwarts é nossa!- vangloriou Tiago dando um aperto de mão com Sirius em meio a sorrisos marotos.

 

- Hogwarts é nossa!- repetiu Sirius, concordando alegre.

 

-Bom, só espero que não se arrependam depois. Por que pelo o que eu conheço das meninas, vocês nunca vão conquista-las desse jeito. – aconselhou Remo.

 

- Claro que vamos! Isso é psicologia reversa meu caro. – respondeu Sirius tranquilamente.

 

-Psicologia reversa? – questionou Remo com as sobrancelhas levantadas.

 

-É claro! Se elas pensarem que nós não gostamos delas, ai sim elas vão querer a gente. – disse Tiago sorrindo de lado.

 

-Isso sempre funciona. Quando a gente esnoba, ai sim elas correm atrás. – acrescentou Sirius, um sorriso arrogante e debochado se espalhando pelos lábios.

 

-Então este é o plano de vocês? – perguntou Remo incrédulo- Sério?

 

Tiago e Sirius acenaram animadamente com a cabeça em sinal de concordância.

 

-Não sei por que é que eu ainda me surpreendo com os planos de vocês. - comentou Remo entre incrédulo e risonho- Isso é...

 

-Eu sei, nossa genialidade assusta. – gabou-se Tiago.

 

-Na verdade, eu ia dizer que isso é loucura, mas se vocês acham que é genial, então boa sorte. –debochou Remo entre risos.

 

-Seja um pouco mais otimista Aluado, e aprenda um pouco com a genialidade de seus amigos, um dia pode lhe ser muito útil. – brincou Sirius.

 

-Ah claro, eu realmente vou precisar. – ironizou Remo.

 

 

 

Com o final da aula, Tiago, Sirius e Remo juntaram os materiais e foram, a passos relaxados, pelos corredores em direção à torre da Grifinória.

 

-Senha, por favor? – pediu a mulher no retrato quando se aproximaram.

 

-“Gárgulas falantes”- respondeu Remo prontamente.

 

-Tagarelas é o que são!- resmungou a mulher gorda, e o quadro girou deixando os três meninos entrarem na sala comunal. Haviam poucos alunos acomodados nas poltronas de inicio. Os meninos subiram para o dormitório para largarem os materiais e trocarem o uniforme, quando voltaram à sala já se encontrava apinhada de gente. Mal haviam chegada ao pé da escada e uma voz bastante conhecida já os chamava.

 

-Ei Sirius! Tiago! Remo! Estamos aqui!- chamou Emmeline Vance, acenando para eles, acompanhada de suas amigas: Laura Edwards e Cloe Marrison.

 

-Eu não vou!- exclamou Remo fazendo uma careta ao ver Cloe.

 

-Ah para com isso Aluado! A Marrison é super bonita, mas se você não quer ficar com ela pelo menos acompanha a gente. – resmungou Sirius.

 

-É. Vai me dizer que prefere não ficar com a gente, do que aguentar a Cloe por algumas horas?- perguntou Tiago.

 

-Quer saber sinceramente? Acho que prefiro.   – debochou Remo.

 

-Ah, qual é?! Você aguenta muito bem o seu “probleminha peludo”, tenho certeza que pode aguentar a Cloe, mesmo ela sendo uma maníaca pervertida em relação a você. - disse Tiago.

 

-Olha, ter uma maníaca pervertida não pode assim tão mal, acho que vou querer uma.– brincou Sirius.

 

-Aé? Nem precisa procurar! Eu te dou a minha de presente, pode pegar. - retrucou Remo, aborrecido.

 

-Vamos logo!- disse Tiago puxando os dois amigos pelo cangote- E ai meninas, sentiram saudades? – perguntou assim que chegaram ao local onde estavam Cloe, Emmeline, Laura, alguns jogadores da equipe de Quadribol da casa e mais algumas das meninas mais bonitas do ano.

 

-E ai meninos, beleza?- perguntou Emmeline.

 

-E ai gatinha!- respondeu Sirius sensualmente, dando uma piscadela para a garota.

 

-Oi Tiago!- cumprimentou Laura Edwards assim que o menino se aproximou.

 

-Ahn, Oi. – respondeu Tiago, mas ele na verdade não prestava atenção em nada ao seu redor, exceto em uma garota com longos cabelos ruivos e sedosos que naquele momento entrava pelo retrato, acompanhada de mais duas meninas.

 

-Cuidado pra não babar Pontas!- debochou Remo em um sussurro para Tiago.

 

Sentindo um grande vazio, Tiago aos poucos recobrou a consciência.

 

-Cloe querida! Como você esta?- disse ele dando um breve e maldoso sorriso para Remo.

 

-Bem melhor agora que seu amiguinho esta aqui, Potter. – respondeu a garota olhando perversamente para Remo.

 

Os dois amigos se fuzilaram por alguns instantes antes de Tiago cair na gargalhada e Remo escapulir para o outro lado da roda de amigos.

 

 

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Lily levantara da poltrona, muito convicta de sua decisão.

 

-O que vai fazer?- sobressaltou-se Dorcas, assombrada ao ver a amiga andar em direção há um grupo de pessoas próximas.

 

-Vou falar com ele, é claro.- respondeu  ela.

 

-O quê? Ficou louca? – perguntou Lene, escandalizada.

 

-Não. Estou decidida a resolver toda esta situação.- disse Lily dando passos lentos, mas firmes em frente.      

 

-Isso não vai prestar!- suspirou Dorcas.

 

E ela e Marlene ficaram paralisadas, apenas olhando, abobadas, Lilian se aproximar e tocar o ombro de Tiago.

 

 
 

 

-Potter!- chamou Lily, baixinho, quando se aproximou de Tiago e tocou-lhe no ombro para chamar sua atenção.

 

Tiago virou-se para ela lentamente e Lily arrependeu-se instantaneamente de sua decisão de conversar com o garoto, apenas de olhar nos olhos e ver os vestígios de magoa reprimida e indiferença.

 

-O que quer Evans?- perguntou ele simplesmente.

 

-Conversar. – murmurou Lily, sem mais nada conseguir dizer.

 

-Não tenho nada para conversar com você. – respondeu o menino e virou-se novamente para a roda de amigos, que conversavam animadamente, como se Lily fosse invisível, como se não estivesse ali.

 

-Mas eu tenho algo para conversar com você. – retrucou ela, timidamente.

 

Tiago virou-se novamente, os olhos castanho-esverdeados, esquadrilhando os verdes como se pudesse ver através deles.

 

-Tudo bem. – suspirou Tiago- Mas vamos sair daqui, tem muita gente.

 

 

 

Já eram sete e meia da noite, o céu escurecia e o sol sumia por trás das arvores na margem da floresta negra.

 

Tiago e Lily haviam saído da sala comunal e agora andavam lado a lado, em silencio pelos corredores do castelo.

 Pararam em frente há uma janela comprida no quinto andar, onde a visão do sol se pondo, os últimos raios do dia e os primeiros raios lunares se encontrando e refletindo uma luz bruxuleante, criavam uma perfeita atmosfera romântica.

 

 Lily virou-se ansiosa para Tiago, mas o menino olhava pela janela, parecia distante e indiferente.

 

-Então, o que você quer conversar comigo?- perguntou ele fazendo Lily, que o observava, se sobressaltar.

 

-Ah! Eu... eu... e-eu...- começou ela, muito nervosa.

 

-Você não me chamou aqui para gaguejar, espero. – disse ele rispidamente.

 

Lily sentiu um fervor incomodo subir por suas bochechas e pescoço ao ouvir o garoto ser tão grosseiro.

 

-Não. – retrucou ela, enraivecida que não tivesse conseguido falar algo mais inteligente.

 

- E então? – perguntou ele- Seria bom se você desembuchasse de uma vez, por que tem pessoas que realmente gostam de mim me esperando lá em cima. – provocou.

 

-Olha Tiago, eu não te chamei aqui para você ficar fazendo malcriação. – disse ela cruzando os braços e olhando enfurecida.

 

-Pra que você me chamou então? – perguntou ele.

 

- Por que tem uma coisa que eu preciso te dizer. - respondeu ela.

 

-E o que é?- perguntou ele, demonstrando impaciência.

 

-Não quero que você fique bravo comigo por culpa daquela discussão boba e sem fundamentos. Nós podíamos ser amigos, se você não fosse tão implicante. – disse ela.

 

-Boba e sem fundamentos? – murmurou ele.

 

-É! Nós podíamos esquecer... Fingir que nunca aconteceu e talvez, começar de novo. – respondeu ela.

 

-Se você já terminou acho que eu já vou subindo.- Respondeu o garoto amarrando a cara e virando-se de costas, seguindo caminho.

 

-Espera! Você ainda não me respondeu. – disse Lilian caminhando em direção á Tiago, desconcertada.

 

-Não respondi o que? – questionou ele, continuando seu caminho, com as mãos no bolso.

 

-Se você aceita ou não ser meu amigo, é claro. – respondeu Lily, já temendo a resposta.

 

-Desculpa Evans, mas não estou interessado. –  finalizou o garoto friamente, deixando Lilian para trás, novamente mergulhada em pensamentos.

 

 

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Tiago tinha que admitir que ficara muito surpreso quando virou-se na roda dos amigos na sala comunal e deu de cara com uma garota de cabelos ruivos, linda e muito corada que geralmente fazia o máximo para se manter afastada dele. “O que ela queria afinal? Conversar? Que história era aquela?”

 

É claro que ele não poderia imaginar o que viria a seguir.

 

“-Primeiro ela me ignora, briga comigo, me diz coisas que até Merlin duvida e depois me chama para conversar?”- Pensava ele indignado.

 

“Amigos? Eu implicante? Conversa boba e sem fundamentos?” -Como é que aquela garota tem a cara de pau de pedir para sermos amigos? Como ela tem a cara de pau de dizer que a maldita conversa -na qual eu confessei estar apaixonado por ela- fora boba e sem fundamentos? Por Merlin! Qualquer garota com mais de 13 anos em toda a Hogwarts daria tudo para ter a sorte que ela tem e ela vem querer justamente o contrario do que eu quero?! – Resmungava para si mesmo.

 

“-Nós podíamos ser amigos!” disse ela, e aquela frase ficou ecoando na cabeça do garoto até que ele entrasse na sala comunal e em uma fração de segundos se visse com os lábios colados com uma garota loira, coisa a qual, ele realmente não esperava.

Tiago só teve tempo suficiente para puxar o folego antes de ser –literalmente- agarrado por Laura Edwards.

 

Houve uma rangida e o retrato da sala comunal girou, revelando uma Lilian Evans completamente incrédula e escandalizada.

 

-Mas o quê? – mumurou ela como se o que visse fosse uma miragem ou uma alucinação e não a realidade.

 
 

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Lilian havia ficado para trás. Novamente Tiago a tinha deixado sozinha em um corredor depois de uma nova discussão, que não tomara exatamente o caminho e desenrolar que ela havia planejado.

 

Com um longo suspiro a menina debruçou-se sobre a janela do corredor, respirando lentamente.  O vento acariciava lhe a face, os cabelos moviam-se conforme a brisa gélida que assolava o lugar, agora que o calor de Tiago á havia deixado. Os lábios rachados pelo frio imploravam intimamente que fossem aquecidos com um beijo. Mas ele não veio. Havia se perdido em palavras verdadeiramente não ditas e em sentimentos que ela teimava em não aceitar e a esconder.

Eram tantos pensamentos ao mesmo tempo em sua cabeça, que ela sentia como se não conseguisse pensar em nada. Ficou ali mais alguns minutos, apenas apreciando a paisagem e sentindo o ar gelado descolorir o vermelho de suas bochechas.

 

Em seguida seguiu seu caminho até a sala comunal, o coração pesando dentro do peito. Uma angustia que antes não havia agora a fazia desejar não ter coração e muito menos a capacidade de sentir. Um pressentimento de magoa comprimia suas entranhas. Que estava acontecendo com ela?

 

Foi se aproximando do retrato, murmurou a senha, e ao atravessa-lo, teve o completo entendimento do que aqueles sentimentos significavam.

Ao entrar na sala comunal, teve a visão inteira e clara de Tiago, seu ex-futuro Tiago, aos beijos com outra.

 

-Mas o quê?- foi o que lhe escapou.

 

A incredulidade a cercava, não podia acreditar. Era uma visão, um pesadelo. Não era a realidade. E mesmo sabendo que era, desejou de todo o coração que não fosse. Ela teria rezado -ou gritado- se o choque não há tivesse pegado de surpresa.

 

 

 

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N/A: Olá pessoal! Aqui estou eu novamente e é claro, rodeada de pedidos de desculpas... sei que demorei bastante para postar o capitulo, mas tenho uma boa explicação: ESTUDOS! Estou cursando o terceiro ano do ensino médio e estou em época de provas, então, a menos de um ano da formatura, não posso relaxar e o tempo para escrever diminuiu muito ultimamente, sinto muito. Mas como eu já disse antes: NÃO abandonarei esta fic JAMAIS, então, mesmo que eu demore mais um mês para postar o próximo capitulo, não desistam, pois eu voltarei! Espero que tenham gostado do capitulo tanto quanto eu e não esqueçam de comentar, a oponião de vocês é de total importancia! Beijos marotos!



 

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