CAPITULO QUATRO: OS SETE POTTE

CAPITULO QUATRO: OS SETE POTTE



Harry voltou correndo ao seu quarto, chegando ainda em tempo de ver o carro dos Dursley se afastar rua acima. Avistou, ainda, a cartola de Dédalo Diggle entre Petúnia e Duda, no banco traseiro. O veículo virou à direita, no fim da rua dos Alfeneiros, suas janelas se avermelharam por um momento ao sol poente, e, então, desapareceu.


 


— Informação demais. — Falou Scorp.


 


Harry apanhou a gaiola de Edwiges, a Firebolt e a mochila, lançou um último olhar ao quarto anormalmente arrumado e, então, desceu desajeitado para o hall, onde pousou a gaiola, a vassoura e a mochila próximos ao pé da escada. A claridade diminuía rapidamente, o hall enchia-se de sombras crepusculares. Parecia muito estranho ficar parado ali, naquele silêncio, sabendo que ia sair de casa pela última vez. Anos atrás, quando os Dursley o deixavam sozinho e iam se divertir, as horas de solidão tinham se constituído num presente raro: parando apenas para furtar alguma guloseima da geladeira, ele corria escada acima para brincar com o computador de Duda, ou ligar a televisão e trocar de canal à vontade. Dava-lhe um estranho vazio lembrar aqueles tempos: era como lembrar um irmão mais moço que tivesse perdido.


 


— Você passou por tudo isso? — Perguntou Gina.


Harry apenas assentiu.


 


— Não quer dar uma última olhada na casa? — perguntou a Edwiges, que continuava aborrecida com a cabeça sob a asa. — Nunca mais viremos aqui. Você não quer lembrar os bons tempos? Isto é, olhe só para esse capacho. Que recordações... Duda vomitou aí depois que o salvei dos dementadores... Ele acabou me agradecendo, dá para acreditar?... E no verão passado, Dumbledore entrou por essa porta...


 


— O que Dumbledore foi fazer lá? — Perguntou Harry.


 


— Como você é o único herdeiro do Sirius, você tinha o direito de ficar com a herança dos Black, papai diz que não queria, mas teve que ficar com a herança. — Respondeu Al.


 


— Porque ele não quis ficar com a herança? — Perguntou Molly.


 


— Porque era a herança da família que Sirius sempre odiou, ele teria que ficar com a casa que Sirius ficou trancafiado. — Respondeu Lily.


 


— Você diz como se ele tivesse sido obrigado a ficar com a herança. — Fala Sirius.


 


— Mais ou menos. Se ele não ficasse com a herança, a herança seria de Bellatriz Lestrange, ele não achou certo a pessoa que te matou ficar com a sua herança. — Falou James.


 


— Mais e minha filha, não recebeu nada? — Perguntou Sirius.


 


— Quando o padrinho a conheceu e comprovou que ela era sua filha, ele quis dar a herança inteira pra ela, mas ela não quis. — Falou Teddy.


 


— Porque ela não quis? — Perguntou Arthur.


 


— A sua herança foi destinada para os filhos dos marotos. — Falou Teddy desarrumando os cabelos.


 


— Como assim? — Perguntou Remo.


 


— Eles dividiram a herança em três. — Explicou Teddy.


 


— Mas porque eles dividiram? — Perguntou Sirius.


 


— Porque a Helena já tinha recebido a herança dos Mckinnon, e o padrinho a dos Potter, então eles dividiram em três a herança dos Black, fazendo uma poupança para quando eu fosse para a escola. — Explicou Teddy.


 


Remo olhou para Harry, com toda certeza Harry é um menino especial, ninguém que ele conhecesse a não ser James e Sirius negaria dinheiro, ainda mais de graça.


 


— Obrigado. — Falou Remo.


 


— Pelo que? — Perguntou Harry.


 


— Por ter cuidado dele. — Respondeu Remo.


 


— De nada. — Respondeu Harry feliz.


 


— Vamos voltar à leitura, antes que eu comece a chorar aqui. — Falou Hermione fazendo todos riram.


 


Harry perdeu por um instante o fio dos pensamentos, mas Edwiges não fez nada para ajudá-lo a retomar seu discurso e continuou parada na mesma posição. Harry virou as costas para a porta da frente.


 


— Eu não acredito que vou falar sobre isso. — Falou Harry.


 


— Falar do que Harry? — Perguntou Rony.


 


— Continue a ler Luna. — Pediu Harry.


 


— E aqui embaixo, Edwiges — Harry abriu uma porta sob a escada —, é onde eu costumava dormir! Você nem me conhecia na época... caramba, eu tinha esquecido como é apertado...


 


— Como assim você dormia em um armário de baixo da escada. — Perguntou um garoto da Lufa-Lufa.


 


— Você acha que a minha vida foi um mar de rosas, que tinha tudo que queria? — Perguntou Harry.


 


As pessoas que nunca conheciam o verdadeiro Harry assentiram.


 


— Pois ai está a verdade, a minha vida começou quando eu conheci o Hagrid, antes disso eu não tinha amigos, era uma vida sem alegria, mentiram pra mim sobre a morte dos meus pais, as pessoas do mundo bruxo sabiam mais sobre mim do que eu mesmo. — Falou Harry.


 


— Dumbledore olhe pelo que o menino passou. — Falou Minerva.


 


— Eu não sabia que Petúnia faria isso com o próprio sobrinho. — Falou Dumbledore.


 


Snape começou a rir, todos o olharam espantado, ninguém nunca viu Snape rir.


 


— Do que está rindo? — Perguntou Sirius.


 


— Próprio sobrinho Dumbledore? Petúnia sempre implicou com a Lily depois que ela recebeu a carta. Você acha que ela respeitaria o filho de Lily Evans. — Falou Snape.


 


— Está tentando proteger o Harry? — Perguntou Hermione.


 


— Não, estou dizendo que a tia dele é o cão no corpo de gente, sem ofensas. — Falou Snape.


 


— Eu nunca pensei que iria dizer isso, mas... eu concordo com o Snape. — Falou Harry.


 


— Professor Snape, Harry. — Corrigiu Dumbledore.


 


Harry revirou os olhos.


 


— Eu só não estou entendendo uma coisa. — Falou Rony.


 


— Que novidade. — Falou Hermione sarcástica.


 


Harry riu.


 


— O que você não entendeu Rony? — Perguntou Harry.


 


— Desde quando Snape conhece a sua tia? — Perguntou Rony.


 


— O livro vai lhes dizer o que nunca imaginou, não vai apenas falar sobre Tio Harry, mas também fazer você mudar de ideia sobre as pessoas. — Falou Rose


 


— É como dizem, não se julgue um livro pela capa. — Falou Lily.


 


— Você me impressiona. — Falou Dumbledore.


 


Lily corou.


 


— Vou lhe dizer uma coisa que alguns aqui achariam IMPOSSIVEL. — Falou James.


 


— Me diga, se for sobre a Sra. Potter, eu acreditarei, com ela me parece que tudo é possível. — Falou Dumbledore.


 


— ELA SE DA BEM COM O SNAPE, ELA CONVERSA COM ELE, COMO SE ELE FOSSE UMA PESSOA NORMAL. — Falou James em um tom indignado.


 


O queixo de Harry caiu.


 


— Antes de nós voltarmos a ler, deixa eu falar uma coisa que vocês irão achar normal. É sobre o meu irmão mais velho. — Falou Lily.


 


— Fique a vontade senhorita. — Falou Dumbledore.


 


— Snape ODEIA o James. — Falou Lily.


 


Sirius e Remo cairam na gargalhada, Sirius quase caiu no chão de tanto rir.


 


— O Snape também não gosta do James II. Porque eu tenho a impressão de saber que ele odeia mais o James II do que o James I? — Perguntou Sirius.


 


— Porque o papai teve a coragem de juntar o nome James e Sirius em uma pessoa só. — Falou Al.


 


— Você tá querendo dizer que o nome dele é James Sirius Potter? — Perguntou Sirius.


 


— Acertou na mosca. — Falou James.


 


— Então existiu pessoa pior em marotices do que James e Sirius? — Perguntou Remo.


 


— Se você quer dizer pior, a ponto de explodir a mesa da Minerva, sim. — Falou Teddy.


 


— Você explodiu a mesa da MIVERVA? — Perguntou Rony.


 


— Ela ficou me olhando de cara feia por um mês. — Falou James.


 


— Vamos voltar a leitura, antes que o James comece a contar as marotices dele e o Teddy também. — Falou Vic.


 


Luna voltou a ler.


 


Harry correu o olhar pelos sapatos e guarda-chuvas empilhados, lembrando-se de que acordava toda manhã encarando o "avesso" dos degraus da escada, que muito frequentemente estavam enfeitados com uma ou duas aranhas.


 


Rony estremeceu.


 


— Eu devia apresentar esse lugar ao Rony, ele vai adorar. — Falou Harry.


 


— Muito engraçado você Harry, hahaha. — Falou Rony.


 


. Naquele tempo, desconhecia sua verdadeira identidade, e ainda não descobrira como os pais tinham morrido nem a razão de coisas tão estranhas sempre acontecerem ao seu redor. Harry ainda lembrava os sonhos que o perseguiam, mesmo naquela época: sonhos confusos que incluíam clarões verdes e, uma vez — tio Válter quase batera com o carro quando lhe contara um deles —, uma moto voadora...


 


— A noite que o Hagrid foi te buscar. — Falou Dumbledore.


 


— E eu que pensava que era apenas um sonho. — Falou Harry.


 


Um ronco repentino e ensurdecedor ecoou perto dali. Harry se endireitou abruptamente e bateu com o cocuruto no portal baixo. Parando apenas para dizer alguns dos palavrões mais enfáticos aprendidos com o tio, saiu cambaleando até a cozinha com as mãos na cabeça e espiou o quintal pela janela.


A escuridão parecia estar ondulando, o ar estremecia. Então, uma a uma, as pessoas começaram a aparecer instantaneamente à medida que se desfaziam os Feitiços da Desilusão. Dominando a cena, ele viu Hagrid, de capacete e óculos de proteção, montando uma gigantesca motocicleta com um sidecar preto. A toda volta, outras pessoas desmontavam de vassouras e, em dois casos, de cavalos alados negros e esqueletos.


 


— Testrálios. — Falou Al.


 


— Consegue velos? — Perguntou Harry.


 


— Graças a Merlin não, mas papai já falou sobre isso pra mim. — Explicou Al.


 


Abrindo com violência a porta dos fundos, Harry correu para o centro do círculo. Ergueu-se um grito de boas-vindas enquanto Hermione abria os braços para ele, Rony lhe dava um tapinha nas costas e Hagrid perguntava:


— Tudo bem, Harry? Pronto para o bota-fora?


— Com certeza — respondeu, incluindo todos em um grande sorriso. — Mas eu não estava esperando tanta gente!


— Mudança de planos — rosnou Olho-Tonto, que segurava duas sacas grandes e cheias e cujo olho mágico girava do céu do anoitecer para a casa e dali para o jardim, com estonteante rapidez. — Vamos entrar antes de lhe explicar tudo.


 


— Também queremos saber o que iremos fazer. — Falou Tonks.


 


Harry conduziu-os à cozinha onde, rindo e tagarelando, eles se acomodaram em cadeiras, sentaram-se nas reluzentes bancadas da tia Petúnia ou se encostaram em seus imaculados eletrodomésticos: Rony, magro e comprido;


 


— Não mudou muito. — Falou Hermione.


 


Hermione com os cabelos bastos presos às costas em uma longa trança;


 


— Não lembro-me de ver você de trança. — Falou Rony.


 


— Não sou muito chegada a trança. — Respondeu Hermione.


 


Fred e Jorge, com sorrisos idênticos;


 


Fred e Jorge riram.


 


Gui, cheio de cicatrizes e cabelos longos;


 


— Que cicatrizes? — Perguntou Gui.


 


— Você esbarrou no Greyback. — Respondeu Vic.


 


— Você quer dizer que Gui foi mordido por Greyback? — Perguntou Remo com raiva.


 


— Sim, mas Greyback não estava na lua cheia, então Gui não se transforma, só fica mal-humorado. — Explicou Teddy.


 


— É por isso que o Teddy não vai na casa das conchas na lua cheia. — Falou James rindo.


 


Luna voltou a ler.


 


O Sr. Weasley, o rosto bondoso, os cabelos rareando, os óculos meio tortos;


 


— Também não mudou nada. — Falou Molly rindo.


 


Olho-Tonto, cansado de guerra, perneta, o olho mágico azul girando na órbita; Tonks, cujos cabelos curtos estavam pintados no rosa berrante de que tanto gostava; Lupin, mais grisalho, mais enrugado; Fleur, esguia e linda com seus longos cabelos louros platinados; Kingsley, careca, negro, os ombros largos;


 


— Pensei que Kingsley ia ficar vigiando o ministro trouxa. — Falou Tonks.


 


Hagrid, de barba e cabelos sem trato, curvando-se para não bater a cabeça no teto; e Mundungo Fletcher, franzino, sujo e trapaceiro.


 


O pessoal da Ordem fechou os punhos, ainda estavam com raiva de Mundungo por ter largado o posto na hora de ficar vigiando Harry.


 


O coração de Harry pareceu crescer e se iluminar ao vê-los; gostava incrivelmente de todos, até de Mundungo, que ele tentara estrangular da última vez que o encontrara.


 


— Porque eu tentaria estrangular ele? — Perguntou Harry.


 


— No mínimo ele roubou alguma coisa que era seu. — Falou Sirius.


 


— Kingsley, pensei que você estivesse cuidando do primeiro-ministro trouxa, não? — perguntou do lado oposto da cozinha.


— Ele pode passar sem mim por uma noite — respondeu. — Você é mais importante.


 


— Isso responde a nossa questão. — Falou Neville.


 


— Harry, adivinha? — falou Tonks, empoleirada sobre a máquina de lavar roupa, acenando os dedos da mão esquerda para ele; brilhava ali uma aliança.


— Você se casou? — gritou Harry, seu olhar correndo da auror para Lupin.


 


Os olhos de Tonks brilharam.


 


— Que pena que você não pôde assistir, Harry, foi superíntimo.


— Genial, meus para...


— Tudo bem, tudo bem, teremos tempo depois para pôr as novidades em dia!


 


— E eu que pensei que o Rony não tem tato. — Falou Hermione.


 


— Ei. — Reclamou Rony.


 


— rugiu Moody, abafando a algazarra, e fez-se silêncio na cozinha. O bruxo largou as sacas junto aos pés e se virou para Harry. — Dédalo provavelmente lhe disse que tivemos de abandonar o plano A. Pio Thicknesse passou-se para o outro lado, o que nos causou um grande problema. Decretou que são transgressões puníveis com prisão ligar esta casa à Rede de Flu, criar uma Chave de Portal, aparatar ou desaparatar aqui. Tudo em nome de sua maior proteção, para impedir que Você-Sabe-Quem chegue a você. Coisa absolutamente sem sentido, uma vez que o feitiço de sua mãe já se encarrega disso. Na realidade, o que ele fez foi impedi-lo de sair daqui em segurança.


—Segundo problema: você é menor de idade, o que significa que ainda tem um rastreador. —


— Não estou...


— O rastreador, o rastreador! — interrompeu-o Olho-Tonto com impaciência. — O feitiço que detecta atividades mágicas em torno de menores de dezessete anos, e que permite ao Ministério descobrir quando um menor faz uso da magia! Se você, ou alguém ao seu redor, lançar um feitiço para tirá-lo daqui, Thicknesse saberá, e os Comensais da Morte também.


"Não podemos esperar o rastreador caducar, porque, no momento em que você completar dezessete anos, perderá toda a proteção que sua mãe lhe deu. Em resumo: Pio Thicknesse acha que o encurralou de vez."


Harry não pôde senão concordar com o desconhecido, o tal Thicknesse.


— Então, que vamos fazer?


 


— Também queremos saber. — Falou Hermione.


 


— Vamos usar os únicos meios de transporte que nos restaram, os únicos que o rastreador não poderá detectar, porque não precisamos lançar feitiços para usar: vassouras, testrálios e a moto do Hagrid.


 


— A moto é minha. — Falou Sirius fazendo bico.


 


Harry riu.


 


Harry percebia falhas nesse plano; contudo, calou-se para dar a Olho-Tonto a chance de continuar.


— Ora, o feitiço de sua mãe só se desfará sob duas condições: quando você se tornar maior ou — Moody fez um gesto abrangendo a cozinha impecável — quando deixar de chamar este lugar de lar. Hoje à noite você e seus tios vão seguir caminhos separados, concordando plenamente que jamais voltarão a viver juntos, certo?


 


— Graças a Merlin. — Falou Harry.


 


Harry assentiu.


— Então desta vez, quando você sair, não haverá retorno, e o feitiço se desfará no momento em que deixar o âmbito desta casa. Decidimos desfazer o feitiço antes, porque a alternativa é esperar Você-Sabe-Quem entrar e capturá-lo no momento em que completar dezessete anos. A única coisa que temos a nosso favor é que Você-Sabe-Quem ignora que estamos transferindo você hoje à noite.


 


— Infelizmente o Snape avisou a eles quando Harry seria transferido. — Falou Sirius.


 


— O que me deixa curiosa é como Snape descobriu isso. — Falou Tonks.


 


Sirius apenas assentiu em concordância.


 


— Deixamos vazar uma pista falsa no Ministério: acham que você vai esperar até o dia trinta.


 


— Infelizmente eles sabem que é uma pista falsa. — Falou Rony.


 


Ainda assim, estamos lidando com Você-Sabe-Quem, portanto não podemos confiar que ele se deixe enganar com a data; certamente, por precaução, terá alguns Comensais da Morte patrulhando o céu desta área. Então, equipamos umas doze casas diferentes com toda a proteção que é possível lhes dar. Todas aparentam ser aquela em que vamos escondê-lo, todas têm alguma ligação com a Ordem: minha casa, a do Kingsley, a de Muriel, tia de Molly... entende a idéia."


— Entendo — confirmou Harry, com pouca sinceridade, porque ainda era capaz de ver um enorme furo nesse plano.


 


— Eu estava pensando na mesma coisa, acho que eles ainda não nos contaram a segunda parte do plano. — Falou Moody.


 


— Eu também acho Moody. — Concordou Tonks.


 


— Você vai para a casa dos pais de Tonks. Uma vez dentro dos limites dos feitiços protetores que lançamos sobre a casa, poderá usar uma Chave de Portal para A Toca. Alguma pergunta?


— Ah... sim — respondeu Harry. — Talvez eles não saibam para qual das doze casas seguras eu irei primeiro, mas não ficará meio óbvio — e ele fez uma rápida contagem das cabeças — quando catorze de nós voarmos para a casa dos pais de Tonks?


 


— Boa pergunta. — Falou Sirius.


 


— Ah — disse Moody —, me esqueci de mencionar o principal. Os catorze não irão voar para a casa dos pais de Tonks. Haverá sete Harry Potter deslocando-se pelo céu hoje à noite, cada um deles com um companheiro, cada par rumando para uma casa segura diferente.


De dentro do casaco, Moody tirou um frasco contendo um líquido que parecia lama. Ele não precisou acrescentar mais nada: Harry entendeu o restante do plano imediatamente.


 


— Poção Polissuco. — Falou Harry, Rony, Hermione, Remo e Snape.


 


— Como você saberia que é poção Polissuco? — Perguntou Minerva.


 


— Pela descrição do liquido. — Respondeu Hermione.


 


Todos assentiram.


 


— Agora sabemos o que significa “os sete Potter”. — Falou Rony.


 


— Não, nem pensar. — Falou Harry irritado.


 


— Não! — exclamou alto, sua voz ressoando pela cozinha. — Nem pensar!


 


— Não mudou muito. — Falou Gina rindo.


 


— Eu avisei a eles que essa seria a sua reação — disse Hermione com um ar indulgente.


— Se vocês acham que vou deixar seis pessoas arriscarem a vida...!


— ...porque é a primeira vez para todos nós — interpôs Rony.


 


— Vocês já usaram poção Polissuco? — Perguntou Minerva.


 


Harry, Rony e Hermione apenas assentiram.


 


— Isto é diferente, fingir ser eu...


— Bom, nenhum de nós gostou muito da idéia, Harry — disse Fred, sério. — Imagine se alguma coisa der errado e continuarmos para o resto da vida retardados, magricelas e "ocludos".


 


— Eu não sou retardado. — Falou Harry.


 


Os gêmeos riram.


 


Harry não sorriu.


 


— Mal-humorado. — Exclamou Fred e Jorge juntos.


 


— Não poderão fazer isso se eu não cooperar, precisarão que eu ceda uns fios de cabelo.


 


— Treze pessoas que podem usar magia a vontade contra uma pessoa que não pode usar magia, acha mesmo que um fio de cabelo irá impedir eles de continuar com o plano? — Perguntou Draco.


 


— Odeia ter que concorda com ele, mais ele está certo. — Falou Scorp.


 


— Você não concorda com o seu pai? — Perguntou Remo.


 


— Só concordei quando ele decidiu botar fogo na mansão Malfoy. — Respondeu Scorp.


 


— Eu coloquei fogo na mansão dos meus pais? — Perguntou Draco.


 


— Se você soubesse o que já aconteceu naquela casa, já teria colocado fogo nela a muito tempo. — Falou Scorp.


 


— Continue a ler Luna. — Falou Harry.


 


— Então, lá se vai o plano por água abaixo — comentou Jorge. — É óbvio que não há a menor possibilidade de arranjar fios dos seus cabelos, a não ser que você colabore.


— É, treze de nós contra um cara proibido de usar magia; não temos a menor chance — acrescentou Fred.


 


— Não tem outra hora para vocês fazerem piadas não? — Perguntou Molly.


 


Fred e Jorge apenas encolheram os ombros.


 


— Engraçado — disse Harry. — Realmente hilário.


 


— Papai é muito mal-humorado. — Falou James.


 


— Concordamos. — Falou Fred, Jorge e Fred II.


 


— Se tivermos que usar a força, usaremos — rosnou Moody, seu olho mágico agora estremecendo um pouco na órbita ao encarar Harry com severidade. — Todos aqui são maiores de idade, Potter, e todos estão dispostos a se arriscar.


Mundungo sacudiu os ombros e fez uma careta; o olho mágico virou de esguelha pelo lado da cabeça de Moody para repreendê-lo.


— Não vamos continuar a discutir. O tempo está passando. Quero alguns fios de cabelo seus, moleque, agora.


 


— Educado. — Murmurou Hermione.


 


— Isto é loucura, não há necessidade...


 


— Não há necessidade Harry? Tom está a solta. — Falou Gina.


 


— Quem é Tom? — Perguntou um menino da sonserina.


 


— Esse é o nome verdadeiro de Voldemort, Tom Riddle. — Explicou Harry.


 


— Não há necessidade! — rosnou Moody. — Com Você-Sabe-Quem aí fora e metade do Ministério do lado dele? Potter, se dermos sorte, ele terá engolido a pista falsa e estará planejando emboscar você no dia trinta, mas ele será doido se não mantiver um ou dois Comensais da Morte vigiando. É o que eu faria. Talvez eles não possam atingir você nem esta casa enquanto o feitiço de sua mãe estiver em vigor, mas está prestes a caducar e eles têm uma idéia geral de sua localização. A nossa única chance é usar chamarizes. Nem mesmo Você-Sabe-Quem é capaz de se dividir em sete.


O olhar de Harry encontrou o de Hermione e desviou-se rapidamente.


 


— Eles sabem de alguma coisa que não sabemos. — Falou Gina.


 


— Mas com certeza a Ordem sabe sobre isso. — Falou Molly.


 


— Não se eu dei as informações direto a Harry. — Falou Dumbledore.


 


— Vamos continuar a ler, depois tiramos nossas duvidas. — Falou Sirius.


 


— Portanto, Potter, uns fios do seu cabelo, por gentileza.


 


Harry olhou para Rony, que fez uma careta como se dissesse "dá logo".


 


— Eles se comunicam só com o olhar. — Falou Simas.


 


— Agora! — vociferou Moody.


Com todos os olhares convergindo para ele, Harry levou a mão ao topo da cabeça, agarrou um punhado de fios e arrancou-os.


— Ótimo — disse Moody, mancando até ele e puxando a tampa do frasco de poção. — Aqui dentro, por gentileza.


 


— Gentileza Harry. — Falou os gêmeos.


 


Harry deixou cair os fios no líquido cor de lama. No instante em que o cabelo tocou a sua superfície, a poção começou a espumar e fumegar e, instantaneamente, se tornou límpida e dourada.


 


— A cor da poção não age de acordo com a pureza da alma da pessoa? — Perguntou Hermione.


 


— Sim, senhorita. — Respondeu Dumbledore.


 


Todos olharam para Harry impressionados.


 


— Ah, você parece muito mais gostoso que o Crabbe ou o Goyle, Harry — comentou Hermione antes de notar as sobrancelhas erguidas de Rony e, corando levemente, acrescentou —, ah, você entendeu o que eu quis dizer, a poção de Goyle lembrava um bicho-papão.


 


— Você tinha que ver o gosto então, que coisa horrível. — Falou Rony fazendo uma careta.


 


— Como vocês podem saber a cor da poção deles? — Perguntou Snape.


 


— Bom... A Hermione fez uma poção Polissuco no segundo ano. — Falou Rony.


 


— Eu me pergunto porque a Hermione não está na Corvinal. — Falou Fred.


 


— Mesmo que seja uma façanha incrível, vocês não deveriam ter feito essa poção, poderia dar errado. — Falou Minerva.


 


— Não foi a poção que deu errada. — Falou Rony olhando para Hermione.


 


Hermione deu um tapa no braço de Rony.


 


— Cala a boca Rony. — Falou Hermione fazendo bico.


 


Rony apenas riu.


 


— Certo, então, os falsos Potter alinhem-se do lado de cá, por favor — pediu Moody.


Rony, Hermione, Fred, Jorge e Fleur se enfileiraram à frente da reluzente pia de tia Petúnia.


 


— Falta um. — Falou Tonks.


 


— Mundungo. — Falou Remo.


 


— Falta um — disse Lupin.


 


Tonks corou.


 


— Aqui — respondeu Hagrid rispidamente, e, erguendo Mundungo pelo cangote, largou-o ao lado de Fleur, que enrugou o nariz deliberadamente e foi se postar entre Fred e Jorge.


 


— Pelo visto, nos damos bem com a nossa cunhada. — Falou Jorge.


 


— Digamos que no começo do namoro dos meus pais, a tia Gina não gostava muito da minha mãe. — Falou Vic.


 


— Porque? — Perguntou Gui.


 


— A minha mãe tem mania de tratar todos como se fosse criança. — Falou Vic.


 


— Sem falar a mania de entrar no quarto dos outros sem bater. — Falou Teddy.


 


— É, isso também. — Falou Vic.


 


— Eu lhe disse que preferia ser guarda — reclamou Mundungo.


— Cala a boca — rosnou Moody. — Como já lhe expliquei, seu verme invertebrado, quaisquer Comensais da Morte que encontrarmos tentarão capturar Potter, e não matá-lo. Dumbledore sempre disse que Você-Sabe-Quem iria querer liquidar Potter pessoalmente. Serão os guardas que terão de se preocupar mais, os Comensais da Morte tentarão eliminá-los.


 


— Nossa, isso me deixa tão calmo. — Ironizou Harry.


 


Mundungo não pareceu muito tranquilo, mas Moody já tinha tirado de dentro da capa meia dúzia de cálices, que distribuiu após servir em cada um a dose da Poção Polissuco.


— Todos juntos, então...


Rony, Hermione, Fred, Jorge, Fleur e Mundungo beberam. Todos ofegaram e fizeram caretas quando a poção chegou à garganta: imediatamente, suas feições começaram a borbulhar e distorcer como cera quente. Hermione e Mundungo cresceram de repente; Rony, Fred e Jorge encolheram; seus cabelos escureceram, os de Hermione e Fleur pareceram reentrar na cabeça.


 


— Isso deve ser muito estranho. — Falou Gina.


 


— Você acha? Porque todo dia que eu acordo eu me vejo com uma aparência mais velha, é como se me visse no futuro. — Falou Al.


 


— Do que você está falando? — Perguntou Molly.


 


— Não sei se vocês perceberam, mais o Al é a cara do papai sem óculos, a Lily é a cara da mamãe e eu sou como se fosse a mistura. — Explicou James.


 


— O Hugo se parece com o papai, mas tem os olhos da mamãe, eu me pareço com a mamãe e tenho os olhos do papai. — Falou Rose.


 


Harry, Rony, Hermione e Gina coraram com a semelhança entre eles e seus filhos.


 


— Vamos voltar a ler. — Falou Teddy.


 


Moody, indiferente, começou a soltar os cordões das enormes sacas que trouxera: quando tornou a se aprumar, havia seis Harry Potter exclamando ofegantes diante dele.


Fred e Jorge se viraram um para o outro e disseram juntos:


— Uau... estamos idênticos!


— Não sei, não, acho que estou mais bonito — comentou Fred, examinando seu reflexo na chaleira.


 


Todos riram com a piada de Fred.


 


Bah! — exclamou Fleur, mirando-se na porta do microondas —, Gui, nam olhe parra mim: estam horrenda.


 


— Obrigada pelo elogio. — Ironizou Harry.


 


— Eu não sou feio. — Falou Al.


 


— Se fosse, as meninas não ficariam correndo atrás de você Al. — Falou James rindo.


 


— E como anda a Lovegood, James, ela te deu outro chute? — Perguntou Al com um sorriso maroto em seus lábios.


 


— O que ele quis dizer com chute? — Perguntou Luna.


 


— A sua filha é muito agressiva, ela não gosta de mim. E como anda as coisas com a Elliz? — Perguntou James para Al sorrindo maroto.


 


— Eu não tenho nada com a Elliz, James. — Falou Al.


 


— Mas queria. — Falou James.


 


— Pelo menos eu nunca levei um chute no meio das pernas. — Falou Al rindo.


 


— Se vocês não calarem a boca, quem irá levar um chute no meio das pernas são vocês. — Falou Lily.


 


— Você e mais quem vai chutar a gente Lily? — Perguntou James e Al juntos.


 


— Pode deixar que eu ajudo ela. — Falou Rose.


 


James e Al se olharam.


 


— Ruivas. — Falaram juntas revirando os olhos.


 


— Pode continuar a leitura, por favor. — Falou Al.


 


Sirius e Remo estavam rindo lembrando dos velhos amigos falecidos.


 


— Se as roupas ficarem largas em vocês, há tamanhos menores aqui — disse Moody, indicando a primeira saca —, e vice-versa. Não esqueçam os óculos, há seis pares no bolso lateral. E depois de se vestirem, a bagagem está na segunda saca.


 


— Eles vão ter que trocar de roupa. — Falou Hermione corando.


 


O verdadeiro Harry achou que aquela talvez fosse a cena mais bizarra que já presenciara na vida, e já vira coisas extremamente exóticas. Observou seus seis duplos mexerem na saca de roupa, tirar trajes completos, pôr os óculos e guardar as próprias coisas. Teve vontade de pedir que demonstrassem um pouco mais de respeito por sua intimidade quando começaram a se despir sem censura, visivelmente mais à vontade em desnudar o seu corpo do que estariam com os próprios corpos.


 


Harry corou.


 


— Eu sabia que Gina estava mentindo sobre aquela tatuagem — disse Rony, olhando para o próprio peito nu.


 


— Que história é essa? — Perguntou Gui.


 


— Isso ainda não aconteceu, eu não sei de nada. — Falou Harry.


 


— Mais eu sei, no sexto ano do papai, as meninas inventavam histórias que papai tinha uma tatuagem. — Falou Lily.


 


— E como sabe disso? — Perguntou Gina.


 


— As meninas que falavam era companheira de quarto da mamãe. — Respondeu Lily.


 


As companheiras de quarto de Gina coraram.


 


— Harry, a sua visão é ruim mesmo — comentou Hermione, ao colocar os óculos.


 


— Porque você acha que eu uso óculos Hermione? — Perguntou Harry sarcástico.


 


Hermione corou.


 


Uma vez vestidos, os falsos Harry Potter tiraram da segunda saca mochilas e gaiolas de coruja, cada uma contendo uma alvíssima coruja empalhada.


— Ótimo — aprovou Moody, quando, por fim, os sete Harry vestidos, equipados com óculos e bagagem, se viraram para ele. — Os pares serão os seguintes: Mundungo irá viajar comigo de vassoura...


— Por que vou com você? — protestou o Harry mais perto da porta dos fundos.


 


— Porque é o único que precisa ser vigiado. — Falou Moody.


 


— Porque você é o único que precisa de vigilância — rosnou Moody, e, de fato, seu olho mágico não se desviou de Mundungo enquanto continuava —, Arthur e Fred...


 


— Eles vão fazer aquela piada velha. — Falou Gina.


 


— Como sabe? — Perguntou Harry.


 


— Conheço os irmãos que tenho. — Respondeu Gina.


 


Harry apenas assentiu em concordância.


 


— Eu sou Jorge — disse o gêmeo para quem Moody estava apontando. — Você não consegue nos distinguir nem quando somos Harry?


— Desculpe, Jorge...


— Eu só estou zoando você, na verdade sou o Fred...


 


— Não é hora pra brincadeira. — Falou Moody.


 


Os gêmeos apenas mexeram os ombros.


 


— Chega de brincadeiras! — rosnou Moody. — O outro... Fred ou Jorge, seja lá quem for, você vai com Remo. Srta. Delacour...


— Vou levar Fleur em um testrálio — disse Gui. — Ela não gosta muito de vassouras.


 


— Ela não é a única. — Falou Hermione.


 


Fleur foi para junto dele, lançando lhe um olhar apaixonado e servil que Harry desejou de todo o coração que jamais voltasse a aparecer em seu rosto.


 


Os gêmeos riram.


 


— Srta. Granger com Kingsley, também em um testrálio...


Hermione pareceu mais tranquila ao retribuir o sorriso de Kingsley; Harry sabia que a amiga também não se sentia segura em uma vassoura.


 


— Papai diz que só viu mamãe voar em uma vassoura por vontade própria uma vez na vida. — Falou Hugo.


 


— A Rose também não gosta de voar. — Falou Scorpius.


 


Rose corou.


 


— E você sobra para mim, Rony! — comentou Tonks animada, derrubando um porta-canecas ao acenar para ele.


Rony não pareceu tão satisfeito quanto Hermione.


 


— Se a Tonks já é desastrada na terra, imagina no ar. — Falou Remo rindo e logo em seguida levando um tapa de Tonks.


 


— Ora, Ora, se não é o Aluado fazendo piada. — Falou Sirius.


 


Fred e Jorge se entreolharam.


 


— Continua ler Luna. — Falou Fred.


 


Luna assentiu.


 


— E você vai comigo, Harry. É isso? — perguntou Hagrid, parecendo um pouco ansioso. — Iremos de moto. Vassouras e testrálios não aguentam o meu peso, entende. Não sobra muito espaço depois que eu me sento, então você irá no sidecar.


— Beleza — disse Harry, sem muita sinceridade.


 


— Porque sem muita sinceridade? — Perguntou Sirius.


 


— O momento tá meio tenso. — Respondeu Harry.


 


— Achamos que os Comensais da Morte esperarão que você esteja voando em uma vassoura — explicou Moody, que pareceu perceber o que Harry estava sentindo. — Snape já teve tempo suficiente para acabar de informar a eles tudo que sabe sobre você, por isso, se toparmos com Comensais, apostamos que irão escolher um Harry que pareça à vontade montando uma vassoura. Muito bem, então — continuou Moody, amarrando a saca com as roupas falsas de Harry e saindo primeiro para o quintal. — Calculo que faltem três minutos para o nosso horário de partida. Não adianta trancar a porta dos fundos, não vai segurar os Comensais da Morte quando vierem procurar você... Vamos...


 


— Também acho que não precisa trancar a porta. — Falou Hermione.


 


Harry correu ao hall para apanhar sua mochila, a Firebolt e a gaiola de Edwiges antes de se reunir aos outros no quintal escuro. A toda volta, vassouras saltaram para as mãos dos donos; Kingsley já tinha ajudado Hermione a montar um grande testrálio negro; e Gui ajudou Fleur. Hagrid estava pronto ao lado da moto, com os óculos de proteção.


 


— Papai ia dar a Firebolt pra mamãe. — Falou Lily.


 


— E não deu porque? — Perguntou Harry.


 


— Continua a leitura. — Falou Lily.


 


— É essa? A moto de Sirius?


— A própria — respondeu Hagrid, sorrindo para Harry. — E a última vez em que a montou, Harry, você cabia em uma das minhas mãos!


 


Harry corou, e as meninas acharam fofo.


 


— Não é de uns tempo pra cá que o Harry é baixinho. — Falou Lino.


 


Harry não pôde deixar de se sentir um pouquinho humilhado ao embarcar no sidecar. Isto o colocava vários metros abaixo dos demais: Rony deu um sorrisinho debochado ao ver o amigo sentado ali, como uma criança em um carrinho de parque de diversões.


 


— O que é um parque de diversão? — Perguntou Rony.


 


— Não queira saber. — Falou Hugo.


 


Rose riu.


 


. Harry empurrou a mochila e a vassoura para o lugar dos pés e encaixou a gaiola de Edwiges entre os joelhos. Ficou extremamente desconfortável.


— Arthur andou fazendo uns ajustes — contou Hagrid, indiferente ao desconforto de Harry. Montou, então, a moto que rangeu um pouco e afundou alguns centímetros no solo. — Agora tem uns botões especiais no guidão. Esse aí foi minha idéia. — Hagrid apontou com o grosso dedo um botão roxo junto ao velocímetro.


 


— Tomara que não precisem usar. — Falou Gina.


 


Harry pegou na mão de Gina, como um sinal de que tudo iria ficar bem.


 


— Por favor, tenha cuidado, Hagrid — recomendou o Sr. Weasley, que estava parado ao lado deles, segurando a vassoura. — Ainda não tenho certeza se é aconselhável, e certamente só deve ser usado em emergências.


— Muito bem, então — anunciou Moody. — Todos a postos, por favor; quero que todos saiam exatamente na mesma hora, ou invalidamos a idéia de despistamento.


Todos montaram as vassouras.


— Segure-se firme agora, Rony — disse Tonks, e Harry viu o amigo lançar um olhar furtivo e culpado a Lupin antes de colocar as mãos na cintura da bruxa. Hagrid deu partida na moto, que roncou como um dragão e o sidecar começou a vibrar.


 


— Não estou gostando desse modo de transferência. — Falou Molly.


 


— Concordo com você. — Falou Harry.


 


— Boa sorte a todos! — gritou Moody. — Vejo vocês dentro de uma meia hora n'A Toca. Quando eu contar três. Um... dois... TRÊS.


 


As meninas respiraram fundo.


 


Ouviu-se o estrondo da moto, e Harry sentiu o sidecar avançar assustadoramente; estavam levantando vôo em alta velocidade, seus olhos lacrimejavam um pouco, os cabelos foram varridos para trás. A sua volta, as vassouras subiam também: a cauda longa e negra de um testrálio ultrapassou-o. As pernas do garoto, entaladas no sidecar pela gaiola de Edwiges e a mochila, já estavam doendo e começando a ficar dormentes. Seu desconforto era tão grande que ele quase se esqueceu de lançar um último olhar ao número quatro da rua dos Alfeneiros; quando finalmente olhou pelo lado do sidecar, já não sabia distinguir qual era a casa. Eles foram subindo, sem parar, em direção ao céu...


Então, de repente, sem ninguém saber de onde nem como, eles se viram cercados. No mínimo uns trinta vultos encapuzados pairavam no ar, formando um vasto círculo no meio do qual entraram os membros da Ordem, sem perceber...


 


Hermione e Gina fizeram o mesmo movimento, cada uma pegou a mão de um dos meninos, Gina a de Harry e Hermione a de Rony.


 


Gritos, clarões verdes para todo lado: Hagrid soltou um berro e a moto virou de cabeça para baixo. Harry perdeu a noção de onde estavam: lampiões de rua no alto, berros à sua volta, ele agarrado ao sidecar, como se disso dependesse sua vida. A gaiola de Edwiges, a Firebolt e a mochila escorregaram de baixo dos seus joelhos...


-Não...! EDWIGES!


 


— EDWIGES. — Gritaram Gina e Harry juntos.


 


Tonks começou a chorar e Remo passou o braço em volta de seus ombros a abraçando.


 


A vassoura girou em direção ao solo, mas ele conseguiu, por um triz, agarrar a alça da mochila e a gaiola quando a moto voltou à posição normal. Um segundo de alívio e outro clarão verde. A coruja soltou um grito agudo e tombou no chão da gaiola.


— Não... NÃO!


 


Gina começou a chorar.


 


A moto avançava veloz; de relance, Harry viu Comensais da Morte encapuzados se dispersarem quando Hagrid rompeu o seu círculo.


— Edwiges... Edwiges...


 


A coruja, porém, continuou no chão da gaiola, imóvel e patética como um brinquedo. Harry não conseguia acreditar, e sentiu um supremo terror pelos companheiros. Espiou rapidamente por cima do ombro e viu uma massa de gente se deslocando, clarões verdes, dois pares montados em vassouras se distanciavam, mas não sabia dizer quem eram...


— Hagrid, temos que voltar, temos que voltar! — berrou para sobrepor a voz ao ronco atroante do motor, empunhou a varinha, empurrou a gaiola de Edwiges para o chão, se recusando a aceitar que estivesse morta. — Hagrid, DÊ MEIA-VOLTA!


 


— Nem pensar. — Falou Sirius bravo.


 


— Minha obrigação é levar você em segurança, Harry! — berrou Hagrid, acelerando.


 


— Concordo com ele. — Falou Sirius aliviado.


 


— Pare... PARE! — gritou Harry. Quando tornou a olhar para trás, dois jorros de luz verde passaram voando por sua orelha esquerda: quatro Comensais da Morte tinham deixado o círculo e vinham em sua perseguição, fazendo pontaria nas largas costas de Hagrid. O bruxo se desviou, mas os Comensais emparelharam com a moto; lançaram mais feitiços contra eles, e Harry teve que se abaixar para evitá-los. Torcendo-se para trás, ordenou "Estupefaça!", e um raio de luz vermelha partiu de sua varinha, abrindo uma brecha entre os quatro perseguidores, ao se dispersarem para evitar ser atingidos.


— Segure-se, Harry, isso acabará com eles — rugiu Hagrid, e Harry ergueu os olhos bem em tempo de ver o amigo meter o dedo grosso em um botão verde ao lado do medidor de gasolina.


Uma parede, uma parede maciça de tijolos irrompeu do cano de escape. Espichando o pescoço, Harry a viu expandir-se no ar. Três dos Comensais da Morte se desviaram para evitá-la, mas o quarto não teve tanta sorte: desapareceu e em seguida despencou como uma pedra por trás da parede, sua vassoura despedaçada.


 


— Um a menos. — Disse Rony.


 


Um dos companheiros diminuiu a velocidade para socorrê-lo, mas eles e a parede voadora foram engolidos pela escuridão quando Hagrid se inclinou por cima do guidão e acelerou.


Mais Maldições da Morte lançadas pelos dois Comensais sobreviventes voaram pelos lados da cabeça de Harry, mirando Hagrid. Harry respondeu com Feitiços Estuporantes; vermelho e verde colidiam no ar produzindo uma chuva de faíscas multicoloridas, e o garoto pensou intempestivamente em fogos de artifício, e nos trouxas lá embaixo que não fariam idéia do que estava acontecendo...


 


— Como é que você consegue pensar isso em um momento desses? — Perguntou Gina.


 


Harry encolheu os ombros.


 


— Lá vamos nós outra vez, Harry, segure-se — berrou Hagrid, apertando um segundo botão. Desta vez saiu uma rede pelo escape, mas os Comensais da Morte estavam preparados. Não só se desviaram, como o que havia desacelerado para salvar o amigo inconsciente os alcançou: brotou inesperadamente da escuridão e agora três deles vinham em perseguição da moto, todos disparando feitiços.


 


Gina tremeu.


 


— Isso vai resolver, Harry, segure firme! — berrou Hagrid, e o garoto o viu bater com a mão espalmada no botão roxo ao lado do velocímetro.


Com um urro inconfundível, o fogo de dragão, incandescente e azul, jorrou pelo escape e a moto arrancou com a velocidade de uma bala produzindo um som metálico. Harry viu os Comensais da Morte desaparecerem para evitar a trilha mortífera de chamas e ao mesmo tempo sentiu o sidecar sacudir sinistramente: as ligações metálicas que o prendiam à moto racharam com a violência da aceleração.


— Tudo bem, Harry! — berrou Hagrid, empurrado para trás pelo ímpeto da moto; ninguém controlava agora, e o sidecar começou a se retorcer violentamente no jato de ar que a moto deslocava.


 


— Quanto tempo irá demorar para isso acabar? — Perguntou Molly.


 


—Estou alerta, Harry, não se preocupe! — berrou Hagrid, e, do bolso do blusão, ele tirou o guarda-chuva cor-de-rosa e florido.


 


— Não é uma boa ideia o Hagrid usar magia. — Falou Hermione.


 


Rony concordou.


 


— Hagrid! Não! Deixa comigo!


— REPARO!


Ouviu-se um estampido ensurdecedor e o sidecar se soltou completamente: Harry disparou para a frente, impulsionado pela velocidade da moto, então o sidecar começou a perder altura...


 


— Não. — Gritou as meninas.


 


Desesperado, Harry apontou a varinha para o carro e gritou:


Wingardium Leviosa!


 


Harry e Hermione olharam para Rony, os três se lembrou dos acontecimentos do primeiro ano.


 


O sidecar subiu como uma rolha, desgovernada, mas, pelo menos, no ar. Seu alívio, porém, durou apenas segundos: mais feitiços passaram por ele como raios, os três Comensais da Morte agora mais próximos.


— Estou chegando, Harry! — gritou Hagrid da escuridão, mas o garoto sentiu o sidecar recomeçar a afundar: agachando-se o mais baixo que podia, apontou para os vultos que se aproximavam e berrou: — Impedimenta!


 


Remo e Sirius se entreolharam, lembraram que James usava muito esse feitiço.


 


O feitiço atingiu no peito o Comensal do centro. Por um instante, o homem abriu absurdamente braços e pernas no ar, como se tivesse batido contra uma barreira invisível: um dos seus companheiros quase se chocou com ele...


Então o sidecar começou de fato a cair e um dos Comensais disparou um feitiço tão perto de Harry que ele precisou se encolher abaixo da borda do sidecar, e perdeu um dente ao bater contra o assento...


 


Harry e Gina se entreolharam e fizeram careta, acabaram rindo um da careta do outro.


 


Cho observava tudo morrendo de ciúmes.


 


— Estou indo, Harry, estou indo!


Uma mão descomunal agarrou as vestes do garoto pelas costas e guindou-o para fora do sidecar em mergulho irreversível; Harry puxou para si a mochila ao se arrastar para o assento da moto e se viu sentado de costas para Hagrid. Ao ganharem altitude, afastando-se dos dois Comensais da Morte restantes, o garoto cuspiu o sangue da boca, e, apontando a varinha para o sidecar que caía, gritou:


Confringo!


Sentiu uma dor terrível como se lhe arrancassem as entranhas quando Edwiges explodiu; o Comensal mais próximo foi arrancado da vassoura e saiu do campo de visão de Harry; o companheiro recuou e desapareceu.


 


Gina soltou um suspiro de alivio.


 


— Harry, me desculpe, me desculpe — gemeu Hagrid. — Eu devia ter tentado consertar o sidecar... você ficou sem espaço...


— Isto não é problema, continue voando! — gritou Harry em resposta, no momento em que mais dois Comensais da Morte emergiam da escuridão e vinham em sua direção.


Quando os feitiços cortaram o espaço entre eles, Hagrid se desviou e ziguezagueou; Harry sabia que o amigo não ousaria usar novamente o botão do fogo de dragão, com ele sentado sem a menor segurança. Disparou um Feitiço Estuporante atrás do outro contra os perseguidores, mal conseguindo mantê-los a distância. Disparou outro feitiço para detê-los: o Comensal mais próximo desviou-se e seu capuz caiu, e, à luz vermelha do Feitiço Estuporante seguinte, Harry reconheceu o estranho rosto vidrado de Stanislau Shunpike, o Lalau...


 


Hermione arregalou os olhos.


 


Expelliarmus! — berrou Harry.


 


— Droga. — Falou Sirius batendo a mão na mesa, causando um susto em todos.


 


— É ele, é ele, o verdadeiro!


O grito do Comensal encapuzado chegou aos ouvidos de Harry apesar do ronco da moto: no momento seguinte, mais dois perseguidores tinham recuado e desaparecido de vista.


— Harry, que aconteceu? — berrou Hagrid. — Onde eles se meteram?


— Não sei!


Harry, porém, teve medo: o Comensal encapuzado gritara "é o verdadeiro"; como soubera? Correu os olhos pela escuridão aparentemente vazia e sentiu o perigo. Onde estavam? Ele se virou no assento para ficar de frente e se agarrou nas costas do blusão de Hagrid.


— Hagrid, use o fogo do dragão outra vez, vamos dar o fora daqui.


— Segure-se bem, então, Harry!


Ouviu-se uma trovoada metálica e ensurdecedora e o fogo branco-azulado jorrou do escape: o garoto sentiu que estava escorregando para trás no pouco assento que lhe cabia, Hagrid foi atirado para cima dele, mal conseguindo manter as mãos no guidão...


— Acho que despistamos eles, Harry, acho que conseguimos! —berrou Hagrid.


 


— Só acredito quando chegarmos na casa dos pais da Tonks. — Falou Harry.


 


Harry, contudo, não se convenceu: o medo o envolvia enquanto olhava à direita e à esquerda, à procura dos perseguidores e seguro de que viriam... Por que teriam recuado? Um deles ainda segurava a varinha... "É ele, é ele, o verdadeiro"... tinham exclamado logo depois que ele tentara desarmar Lalau...


— Estamos quase chegando, Harry, estamos quase conseguindo! — gritou Hagrid.


 


— Ainda bem. — Falou Molly.


 


Harry ainda não se convencera.


 


Harry sentiu a moto perder um pouco de altitude, embora as luzes em terra ainda parecessem estrelas remotas.


Então a cicatriz em sua testa ardeu em brasa: dois Comensais apareceram dos lados da moto, duas Maldições da Morte lançadas por trás passaram a milímetros do garoto...


 


Molly deu um grito.


 


Então Harry o viu. Voldemort vinha voando como fumaça ao vento, sem vassoura nem testrálio para sustentá-lo, seu rosto ofídico brilhando na escuridão, seus dedos brancos erguendo mais uma vez a varinha... Hagrid soltou um urro amedrontado e mergulhou a moto verticalmente. Segurando-se como se a vida dependesse disso, Harry disparou Feitiços Estuporantes a esmo para a noite vertiginosa. Viu um corpo passar por ele e soube que tinha atingido alguém, mas, em seguida, ouviu um estampido e viu saírem faíscas do motor; a moto entrou em uma espiral descendente, completamente descontrolada...


Jatos de luz verde tornaram a passar por eles. Harry estava totalmente desorientado: sua cicatriz continuava a queimar; esperou morrer a qualquer segundo. Uma figura encapuzada em uma vassoura vinha a centímetros dele, o garoto viu-a erguer o braço...


 


— NÃO. — Gritou Gina.


 


Harry passou o braço pelos ombros de Gina e a abraçou, Lily vendo tudo olhou para Al, os dois pensavam na mesma coisa.


 


— NÃO!


Com um grito de fúria, Hagrid se atirou da moto contra o Comensal da Morte; para seu horror, Harry viu os dois bruxos caírem e desaparecer, seus pesos somados excessivos para a vassoura...


Mal se segurando na moto com os joelhos, Harry ouviu Voldemort gritar:


— Meu!


 


Era o fim: ele não ouvia nem via onde Voldemort estava; de relance, percebeu outro Comensal da Morte fazer uma curva para se afastar do caminho e ouviu: — Avada...


 


Harry abraçou Gina com mais força.


 


Quando a dor forçou-o a fechar os olhos, sua varinha agiu por vontade própria. Sentiu-a arrastar seu braço como um enorme magneto, pelas pálpebras entreabertas viu um jorro de fogo dourado, ouviu um estalido e um grito de fúria. O Comensal da Morte restante urrou; Voldemort berrou:


 


— Como? — Perguntou Hermione.


 


— O livro explicara. — Falou Rose.


 


— NÃO!


De algum modo, Harry se deu conta de que estava com o nariz a dois centímetros do botão do fogo de dragão; socou-o com a mão livre e a moto disparou mais chamas no ar, precipitando-se para o solo.


 


— E o Hagrid? — Perguntou Gina.


 


— Hagrid! — chamou Harry, se segurando com força à moto. —Hagrid... Accio Hagrid!


 


James, Al e Lily se entreolharam e riram.


 


— O que? — Perguntou Harry.


 


— Quando nós era pequeno, quem cuidava bastante da gente era o papai, mas na hora do banho nós saia correndo de toalha pela casa, papai usava esse feitiço para pegar a gente. — Falou Lily.


 


Todos riram.


 


— E sua mãe? — Perguntou Molly.


 


— O trabalho da mamãe é mais pesado do que o do papai, ela meche com papeis. — Falou Al.


 


A moto acelerou, puxada para a terra. Com o rosto ao nível do guidão, Harry nada via exceto luzes distantes que se aproximavam sem parar: ele ia bater e não havia nada que pudesse fazer. Atrás dele, outro grito...


— Sua varinha, Selwyn, me dê sua varinha!


Harry sentiu Voldemort antes de vê-lo. Olhando de esguelha, ele deparou com os olhos vermelhos e teve certeza de que seria a última coisa que veria na vida: Voldemort preparando-se para amaldiçoá-lo.


Então o lorde sumiu.


 


— Agora sim eu acredito que estamos salvo. — Falou Harry ainda abraçada a Gina.


 


Harry olhou para baixo e viu Hagrid de pernas e braços abertos no chão: puxou com força o guidão para evitar bater nele, tateou à procura do freio, mas, com um estrondo de furar os tímpanos e uma colisão de fazer o chão tremer, a moto bateu com grande impacto em um laguinho lamacento.


 


— Acabou o capitulo. — Falou Luna.


 


— Ainda bem. — Falou Molly soltando um suspiro de alivio.


 


— Acabou o capitulo, não o livro vovó Molly. — Falou Lily.


 


Molly sorriu pelo apelido, sempre quisera ter netos.


 


— Acho melhor irmos dormir, vocês todos são da Grifinória? — Perguntou Dumbledore.


 


— Todos são, menos eu, sou da Sonserina. — Falou Scorp.


 


— Se incomoda de ficar na Grifinória, acho que seria melhor, pelo menos ficaria com seus amigos. — Falou Dumbledore sorrindo amigável.


 


— Não me importo. — Falou Scorp retribuindo o sorriso.


 


— E os adultos Alvo? — Perguntou Minerva.


 


— Nós podemos ficar na sala precisa, só pedir quartos mesmo. — Falou Teddy.


 


 


 


 


Extras.


 


— Teddy já visitou muito a sala precisa. — Falou James sorrindo maroto.


 


— Não a ponto de ir cinco vezes por semana. — Falou Teddy também sorrindo maroto.


 


— Anda nos vigiando Teddy? — Perguntou James.


 


— Não, mas seu pai sim. — Falou Teddy olhando para Harry.


 


James olhou para Harry.


 


— Amigo da onça, não digo mais nada pra você. — Falou James cruzando os braços e fazendo bico.


 


— Olha isso Almofadinhas, uma copia exata de você e do James. — Falou Remo.


 


— Cala a boca Aluado. — Falou Sirius cruzando os braços e fazendo bico.


 


— Então, as crianças para a Torre da Grifinória e os adultos para a Sala Precisa. — Falou Minerva.


 


— Não somos crianças Tia Minnie. — Falou James.


 


— Tia Minnie? — Perguntou Rony.


 


— Depois você não sabe porque ela vive brava com você. — Falou Al.


 


— Ela tá brava comigo até hoje só porque eu explodi a mesa dela. — Falou James pegando seu malão.


 


Lily estava sofrendo um pouco de dificuldade para levar a bolsa de costas e seu malão.


 


— Deixa eu levar pra você. — Falou Harry pegando o malão.


 


— Obrigado papai. — Agradeceu Lily sorrindo.


 


— Por favor, me chame de Harry, é meio estranho ser chamado de papai com 15 anos, sabe. — Falou Harry.


 


— Tudo bem, eu sou Lily, a caçulinha, ou como os meus irmão gostam de me chamar “a princesinha do papai”. — Falou Lily rindo.


 


James e Fred II estavam conversando com os gêmeos.


 


— Você é filho único? — Perguntou Jorge a Fred II.


 


— Não, eu tenho uma irmã, só que eu não sei quando ela irá vir pra cá. — Respondeu Fred II.


 


— Hugo, você se incomoda de me ajudar aqui. — Falou Rose, que vinha mais atrás com Rony e Hermione.


 


— Não da pra te ajudar não, eu já estou carregando o meu malão. — Respondeu o irmão.


 


Rony vendo a situação dos futuros filhos olhou para Hermione, que não disse nada.


 


— Deixa que eu leve pra você. — Falou Rony pegando o malão da mão da futura filha.


 


— Nossa, nem vi que você estava ai, mas obrigado pai. — Agradeceu a menina.


 


Rony olhou atentamente para Rose.


 


“Linda como a mãe.’ Pensou Rony.


 


— Por favor, me chame de Rony, sabe é estranho ver uma menina idêntica a Hermione me chamar de pai. — Falou Rony vendo que Hermione estava longe a ponto de não escutar o que ele dizia.


 


Hermione estava ajudando Hugo.


 


— Sei como é, você acha que a Hermione nunca prestaria atenção em você, porque você não tem dinheiro, porque não é famoso igual ao tio Harry. — Falou Rose.


 


Rony pensou um pouco.


 


— É mais ou menos isso. — Falou Rony corando.


 


— Porque não se declara pra ela? — Perguntou Rose gostando da conversa com a pessoa que um dia seria seu pai.


 


Rony ficou em silencio.


 


— Pode falar, não vou dizer isso a ela, talvez eu esteja passando pelo mesmo que você. — Confessou Rose corando.


 


— Se eu disser você também me diz? — Perguntou Rony.


 


— É uma boa proposta, mas eu aceito, mas você diz primeiro. — Falou Rose.


 


— Tenho medo de não ser correspondido, sabe, dela não sentir o mesmo que não possamos nem ao mesmo ser amigos. — Confessou Rony.


 


— Então, estamos passando pela mesma situação. — Falou Rose.


 


— Mas agora me diz do seu problema. — Falou Rony.


 


— Se eu ti falar, promete que não vai brigar comigo, sabe, mesmo que ele seja diferente, tenho medo de você não gostar, não conseguiria escolher entre você e ele, vocês são pessoas importantes pra mim. — Falou Rose em um tom que parecia uma criança.


 


— Não vou julgar ele antes de conhece-lo. — Falou Rony.


 


— É o Scorpius. — Confessou Rose.


 


— OQUE? — Gritou Rony, chamando a atenção de todos, que depois de alguns segundos voltaram a fazer o que faziam.


 


— Você prometeu que não ia brigar comigo, já foi difícil dizer a você que eu era amiga dele, está sendo difícil dizer isso também. — Falou Rose.


 


— Então vamos fazer de um jeito mais fácil, começa a contar essa história desde o começo, desde antes de serem amigo. — Falou Rony tentando se acalmar.


 


“Minha filha com um MALFOY?” Pensou Rony.


 


— Bom, quando você e a mamãe foram me levar pra plataforma 9 ¾ você me disse pra ficar longe dele, mas eu não consegui... — Rose foi interrompida.


 


— Por que? — Perguntou Rony.


 


— Porque com a reputação dos Malfoy os pais das crianças já pedia para eles ficarem longe do Scorpius, ele não tinha amigos, vivia sozinho, afastado das pessoas, então eu e o Al que temos a mesma idade fomos falar com ele, ele é um menino normal, isolado, mas normal, o Scorpius disse que nós fomos os primeiros amigos que ele teve. — Falou Rose.


 


— Nossa, pensei que o filho do Malfoy também andaria com uns guarda costas. — Falou Rony.


 


Rose riu.


 


— Mas de qualquer maneira, eu teria que contar pra você e pra mamãe que eu era amiga dele. Quando eu contei você quase teve um treco, ficou quase uma semana sem falar comigo. Então nas férias de natal, o Scorpius teve uma ideia, ele disse para o pai dele que ia passar o natal no castelo, mas ai ele foi pra toca. — Falou Rose.


 


— Eu até posso imaginar a reação de todos. — Falou Rony rindo.


 


Rose também riu, quando lembrou a cara de todos.


 


— Primeiro conversamos com você e a mamãe, você não aceitou de primeira, então Scorpius tomou a iniciativa de ter uma conversa com você, contou como foi a infância dele, contou que as pessoas o julgavam sem nem ao menos conhece-lo. Papai disse que só aceitaria a amizade com uma condição. — Falou Rose.


 


— E qual seria a condição? — Perguntou Rony curioso.


 


— Se o pai dele aceita-se tudo bem. — Respondeu Rose.


 


— E o Malfoy aceitou? — Perguntou Rony.


 


— Como fomos os primeiros amigos dele, é claro que o Sr. Malfoy aceitou, mas você ficou mais agradecido quando o Scorpius me salvou. — Falou Rose.


 


Rony arregalou os olhos.


 


— Ele te salvou do que? — Perguntou Rony.


 


— Eu estava triste, muitas das meninas na minha época não gostam de mim por que eu ando com “os meninos mais gato da época”, as vezes falavam que eu parecia um menino, por andar com meninos, eu triste comecei a correr, sem rumo, o Scorpius não gostou do que as meninas falaram, e foi atrás de mim, eu tropecei e cai, eu só sei que no segundo seguinte eu estava pendurada pelos pé, tinha caído embaixo do Salgueiro Lutador, o Scorpius teve que desviar dos galhos para poder aperta o nó e paralisar a arvore, a minha queda não foi alta, mas foi o bastante para eu desmaiar. — Explicou Rose.


 


— Tudo bem, contou a parte da amizade, agora conte a parte em que começou a gostar dele. — Falou Rony.


 


— Há, todos diziam que eu gostava dele, só eu que não vi, até o dia em que uma garota o beijou na minha frente, senti ciúmes. Foi ai que a ficha caiu. — Falou Rose.


 


— Entendi. — Falou Rony lembrando que só notou Hermione quando sentiu ciúmes.


 


— Mamãe contou a história de vocês, achei um tanto divertida. — Falou Rose.


 


— E o que ela contou. — Perguntou Rony.


 


— Que você só notou ela, quando a viu com o Krum. — Falou Rose fazendo careta.


 


— Porque a careta? — Perguntou Rony.


 


— Porque eu e o Hugo também não gostamos do Krum, ele nós trata como criança, falei uma vez pra mamãe que ele é o pior amigo que ela já arrumou na vida. — Falou Rose.


 


— O que ela fez? — Perguntou Rony.


 


— Ela ficou brava comigo, ficou sem falar comigo por três dias. — Respondeu Rose.


 


Começaram a dar risada, nem perceberam que já estavam na torre da Grifinória.


 


— Do que estão rindo? — Perguntou Hermione.


 


— Nada. — Responderam os dois.


 


— Se não fosse nada, não estariam dando risada. — Falou Hermione.


 


— A Rose estava dizendo do dia em que deu um soco em um menino, não é Rose? — Perguntou Rony se virando para Rose e fazendo uma careta, como pedida para que ela concordasse.


 


— Estávamos, coitado o menino ficou com um olho roxo. — Falou Rose.


 


— E de que menino? — Perguntou Hermione desconfiada.


 


— No Scorpius. LEMBRA ESCORPIUS AQUELE DIA QUE EU TE DEU UM SOCO? — Gritou Rose para Scorpius, também fazendo uma careta, para que ele entendesse o recado.


 


— Hã?... É foi mesmo. — Falou Scorpius.


 


Hermione olhou desconfiada para os dois, e foi se sentar em uma poltrona na frente da lareira.


 


Al estava todo esparramado no sofá, com um notebook no colo, todos sentados no chão, e ele no sofá.


 


— Cansei, Al deixa eu sentar ai. — Falou Gina.


 


— Só se você deixar eu deitar no seu colo. — Falou Al olhando para o notebook.


 


— Você é muito folgado. — Falou Gina.


 


— Não, só gosto de conforto. — Falou Al.


 


— Tudo bem, você deita no meu colo, mas deixa eu sentar ai. — Se rendeu Gina, sentando no sofá com, e deixando Al pousar a cabeça em seu colo.


 


Harry olhava aquilo tudo atentamente, não conseguiu conter o pouco de ciúmes que sentiu.


 


— O que exatamente é isso que você está mexendo? — Perguntou Gina apontando para o notebook.


 


— É um notebook, um aparelho trouxa. — Explicou Al.


 


— Como o seu notebook tá pegando, ele nem ligaria com a interferência de tanta magia no castelo. — Falou James.


 


— Papai colocou um feitiço nele, quanto mais magia, mas rápida a net vai ficar. — Falou Al digitando.


 


— E o que você esta fazendo? — Perguntou Lily.


 


— Estou vendo fotos e conversando. — Respondeu Al.


 


— Como assim você está conversando? — Perguntou Gina de novo.


 


— É só aperta esses botões com letras, e começam a formar palavras na tela, depois é só apertar enter e irá aparecer na tela do notebook da outra pessoa. — Explicou Al.


 


De repente Al começa a ver fotos de sua família, Gina fica impressionada com as fotos, algumas parece ser dos pais de Harry.


 


De repente Gina deu um grito, e colocou a mão na frente da tela.


 


— O que foi Gina? — Perguntou Hermione.


 


— Nada, não foi nada. — Respondeu Gina — Onde foi que você conseguiu essa foto? — Perguntou Gina sussurrando para Al.


 


— Que foto? — Perguntou Al.


 


— Essa foto. — Respondeu Gina tirando a mão da tela.


 


Quando ela tirou a mão da tela, apareceu uma foto sua de quando tinha 1 ano, estava montando em uma vassoura e segurando uma goles de pelúcia.


 


— A vovó Molly me mostrou, então eu coloquei no notebook. — Respondeu Al.


 


— Al, deixa eu ver o seu notebook? — Perguntou Harry que escutava tudo.


 


— Não. — Respondeu Gina pegando o notebook e o prendendo nos braços.


 


— Mãe, me devolve. — Falou Al.


 


— Não, vocês não vão ver isso. — Falou Gina se levantando.


 


— Me devolve isso. — Falou Al.


 


— Você não devia pegar o notebook do Al. — Falou Lily.


 


— Por que? — Perguntou Gina.


 


— Porque ele fica uma fera, quase explodiu o quarto uma vez. — Respondeu James.


 


— ME DEVOLVE. — Repetiu Al.


 


— Se eu não devolver vai fazer o que? — Perguntou Gina com desdém.


 


— Isso! — Respondeu Al segurando os braços de Gina, dando uma rasteira e antes que ela chegasse ao chão, ele a segurou, fazendo com que Gina ficasse a centímetros do chão, Gina por instinto fechou os olhos.


 


Todos arregalaram os olhos.


 


— Gina, abra os olhos. — Pediu Al.


 


Gina abriu os olhos assustada, estava esperando uma queda que não sentiu.


 


— Vai me devolver o notebook? — Perguntou Al.


 


— V-Vou. — Gaguejou Gina.


 


— Ótimo. — Respondeu Al levantando Gina.


 


— Como fez isso? — Perguntou James.


 


— Eu tenho mania de invadir a penseira do papai, quando não tem nada de bom pra fazer. — Respondeu Al pegando o notebook e sentando no sofá, com Gina ao seu lado


 


— Papai já falou mil vezes pra não invadir aquela maldita penseira. — Falou Lily.


 


— Eu aconselho a não invadir mesmo, tem lembranças muito tristes, feias e nojentas. Papai explodiria com tanta lembrança, se ele souber o que eu vi, ele vai me esganar. — Falou Al.


 


— O que você viu? — Perguntou Harry.


 


— Se eu disser, você vai ficar com vergonha pro resto da vida, e tem criança na sala. — Falou Al olhando para Lily.


 


— EU NÃO SOU CRIANÇA. — Gritou Lily cruzando os braços e fazendo bico.


 


— Tudo bem, princesinha do papai. — Falou Al rindo.


 


— Não posso fazer nada se ele gosta mais de mim. — Falou Lily mostrando a língua.


 


— E a mamãe gosta mais de mim. — Revidou Al.


 


— E eu tenho a atenção dos dois. Pra informação de vocês. — Falou James rindo.


 


— Claro, a Minerva chama papai e mamãe 4 vezes por mês no castelo, você sempre explode alguma coisa, ou seja, ganhando a atenção dos dois. — Falou Al.


 


— Não posso fazer nada se mamãe me chamou de James Sirius. — Falou James balançando os ombros.


 


— Vocês por favor podem mudar de assunto? — Perguntou Scorpius.


 


— Você disse que estava conversando, com quem? — Mudou de assunto Gina


 


— Tô conversando com a Elliz. — Respondeu Al.


 


— Depois diz que não tem nada com ela, com a família inteira pra escolher, ela foi se dar melhor com você. — Falou James.


 


— Qual o problema ela se dar bem comigo James? — Perguntou Al irritado.


 


— Nenhum problema. — Respondeu James.


 


— Quem é Elliz? — Perguntou Gina.


 


— Por ironia do destino, é a neta do Sirius, só que é meio difícil falar com ela. — Respondeu James.


 


— Como assim é meio difícil falar com ela? — Perguntou Rony.


 


— A Elliz mora no Brasil, só que ela estuda em Hogwarts, o natal ela passa lá em casa. — Respondeu Lily.


 


— Dizem que as Brasileiras são as mulheres mais bonitas do mundo. — Falou Dino.


 


Ninguém tinha notado a presença dele ali.


 


— Desde quando você está ai? — Perguntou Al.


 


— Desde a hora que eu cheguei à Torre, tô escutando tudo que vocês estão dizendo. — Respondeu Dino.


 


— Não é apenas as mulheres que são bonitas, o país também. — Falou Al.


 


— Como pode saber que o lugar é bonito, você nunca foi lá. — Falou Lily desconfiada.


 


— Fotos. — Respondeu Al.


 


— Al, o que você está escondendo? — Perguntou Rose.


 


— Porque acha que eu estou escondendo alguma coisa? — Perguntou Al desviando o olhar.


 


— Além de nós estudar com você desde o primeiro ano, ela é sua prima desde que nasceu, acho que é por isso que ela sabe quando você está escondendo algo. — Respondeu Scorp.


 


— Tá tudo bem, eu já fui ao Brasil. — Confessou Al.


 


— Quando? Eu não me lembro de você viajar nas férias. — Perguntou James.


 


— Foi no aniversario na Elliz. — Respondeu Al.


 


— Mas... O aniversario da Elliz é em fevereiro, nós temos aula em fevereiro, como você iria viajar? — Perguntou Lily.


 


— No Brasil, as meninas fazem aniversario de 15 anos, a Helena pediu para que Elliz chamasse alguém para passar o aniversario com ela no Brasil, a Elliz pediu pra eu ir com ela, papai deu autorização, então eu fui. — Respondeu Al digitando algo no notebook.


 


— Eu não acredito que o papai deixou, porque não nos contou? — Perguntou James.


 


— Não pude contar para ninguém, se soubessem que o filho do HARRY POTTER teve autorização para viajar durante as aulas, iam pensar que o papai pode fazer tudo o que quer, entendeu? — Perguntou Al.


 


Todos assentiram.


 


— Papai já tenta nos deixar o mais longe possível de sua fama. — Falou Lily.


 


— Quando descobriram meu nome inteiro, fizeram o favor de colocar no profeta, a mamãe diz que o papai ficou uma fera, e olha que é difícil o papai ficar com raiva, nem quando eu explodi a casinha da Lily ele ficou com raiva. — Falou Al.


 


— O que tem a ver o seu nome? — Perguntou Harry.


 


— Bom, cada um dos filhos do Sr. Potter recebeu um nome em homenagem a alguém, James Sirius, Alvo Severo, Lily Luna. — Começou Scorpius.


 


— Porque o meu filho tem o nome do Snape? — Perguntou Harry.


 


— Foi o único jeito do meu pai agradecer o favor que Snape fez. — Respondeu Al.


 


— Porque eu agradeceria o Snape? — Perguntou Harry.


 


— Só vão saber lendo. — Respondeu James.


 


— Então, já que não vão nos dizer nada, me mostra essa tal de Elliz. — Falou Gina chegando mais perto de Al.


 


Al mostrou a foto de Elliz, pele branca cabelos negros com mechas ruivas, corpo escultural e olhos azuis.


 


— Ela é bonita. — Falou Gina para Al que apenas sorriu.


 


— Qual é a semelhança dela para as outras mulheres Potter’s? — Perguntou Lily sorrindo maroto.


 


— Não sei. — Falaram Harry e Gina.


 


— Ela é ruiva. — Respondeu Al.


 


Gina arregalou os olhos.


 


— Como assim? O que tem a ver mulheres Potter’s com ruivas? — Perguntou Gina.


 


— Os Potter’s tem manias de se apaixonar por ruivas, só eu que vou quebrar a tradição. — Falou James.


 


— Mas essa tal de Elliz não é ruiva. — Falou Gina apontando para a tela.


 


— Não, mas ela tem mechas ruivas. — Falou Al mudando a foto para uma que o rosto estava mais perto, e que daria para ver os cabelos.


 


— O James gosta de loiras. — Falou Lily.


 


— Principalmente aquelas que tem o sobrenome Lovegood. — Falou Al sorrindo maroto.


 


— Filha da Luna? — Perguntou Gina.


 


— Sim, ela teve um casal de gêmeos. — Falou Lily.


 


A Torre ficou em silencio, nem tinham notado que só estavam eles ali, e que Dino já havia ido dormi.


 


— Bom... Já que eu estou sobrando, vou dormi. Boa noite! — Falou Scorp dando um beijo da bochecha de Rose e em seguida bagunçando o cabelo da mesma.


 


— Aff... Scorp já falei que não gosto disso. Da próxima vez eu te esgano. — Falou Rose brava.


 


— Também te amo ruiva. — Falou Scorp bagunçando o cabelo de Rose de novo e em seguida correndo.


 


Rose se levantou e saiu correndo atrás de Scorp, que foi direto para seu dormitório.


 


Al fechou seu notebook, o deixou em cima do sofá e se levantou.


 


— Eles são sempre assim? — Perguntou Hermione.


 


— São... Vou lá em cima separar as crianças, a Rose deve estar esganando o Scorp mesmo. — Falou Al indo em direção as escadas.


 


— Eu também vou dormi, é muita descoberta pra um dia só. — Falou Rony também subindo as escadas.


 


— Espera ai que nós vamos com você. — Falou Hugo subindo as escadas com James.


 


— Já está tarde... Vamos Lily, acho que você vai ficar no meu dormitório. — Falou Hermione levando com sigo Lily.


 


— Boa Noite! — Falou Lily.


 


— Boa Noite! — Respondeu Harry e Gina.


 


Harry se levantou, pegou o notebook e colocou em seu colo, abrindo. Gina via os movimentos de Harry, sabia o que ele iria procurar ali.


 


Quando Harry levantou a tela, apareceu a foto de Elliz, Harry começou a apertar o botão de seta, procurando uma foto, não sabia que foto era, só sabia que descobriria na hora, quando achou uma foto de uma menina ruiva, em cima de uma vassoura com uma goles de pelúcia na mão, olhou para Gina e depois para a menina da foto.


 


— Era essa foto que não queria que ninguém visse? — Perguntou Harry virando o notebook para Gina.


 


— Era, por que? — Perguntou Gina.


 


— Por nada, porque não queria que ninguém visse? — Perguntou Harry.


 


— Porque eu era pequena Harry, essa foto tá feia, tira isso. — Respondeu Gina.


 


— Vou ter que descorda de você, tá bonitinha. — Falou Harry sorrindo.


 


— Para de rir de mim, duvido se não tem foto sua ai, você é pai do Al. — Falou Gina.


 


— E você a mãe. — Falou Harry percebendo que Gina paralisou com o que ouviu.


 


Gina pegou o notebook e colocou em seu próprio colo.


 


— É aqui que muda? — Perguntou Gina apontando para o botão.


 


Harry assentiu.


 


— Como sabe? — Perguntou Gina.


 


— Meu primo tem um, claro, menos evoluído. — Respondeu Harry.


 


Gina começou a ver as fotos, muitas eram do Al, outras da Elliz, mas teve uma que chamou sua atenção, na foto estavam Harry, Gina, James, Al e Lily, começou a observar, todos estavam sorrindo, parecia que estava vendo uma foto de seus sonhos.


 


Harry também observava a foto, nunca pensou em construir uma família, estava ocupado demais fazendo coisas que muitos não faziam.


 


— Gostou da foto? — Perguntou Harry.


 


Gina se assustou, ficou corada, tinha se esquecido que Harry estava ali.


 


— Desculpa Harry, eu me esqueci que você estava ai. — Falou Gina sorrindo.


 


Harry ficou encantado pelo sorriso de Gina.


 


— Eu percebi, mas não respondeu minha pergunta. — Falou Harry.


 


— Que pergunta? — Perguntou Gina.


 


— Se gostou da foto. — Respondeu Harry.


 


— Há, isso. Vocês quatro fica bonito na foto. — Respondeu Gina sorrindo.


 


— São cinco pessoas na foto Gina. — Falou Harry.


 


— É só que é muita coisa pra digerir, entende? — Perguntou Gina olhando para a foto.


 


— Entendo, até a hora do jantar eu te considerava uma irmã. — Falou Harry.


 


— Você me considerava a irmã mais nova do seu melhor amigo. Apenas isso? — Perguntou Gina.


 


— Se eu dissesse que não estaria mentindo. — Falou Harry.


 


Gina apenas assentiu, começou a mudar de fotos.


 


— Gina, onde está o seu pomo? — Perguntou Harry.


 


Gina achou meio estranho a mudança de assunto.


 


— Está aqui, por que? — Perguntou Gina tirando a caixinha do bolso.


 


— Posso ver? — Perguntou Harry.


 


Gina passou a caixinha para Harry, que a abriu e tirou o pomo, e leu o recado.


 


— Antes de souber que em um futuro distante irá ter filhos comigo, você achava a ideia impossível? — Perguntou Gina sem olhar para Harry.


 


— Acho que não impossível, é que eu nunca pensei na ideia de construir uma família, é como dizem, tudo é possível. — Respondeu Harry.


 


— Acho que a Cho não gostou muito da ideia. — Falou Gina, sentindo um aperto no peito por ter falado isso.


 


— Cho?... Há, eu tinha até me esquecido disso, acho que o negocio com a Cho não vai dar muito certo. — Respondeu Harry analisando o pomo.


 


Gina teve vontade de dar pulinhos de alegria por ter ouvido isso.


 


— Por que não? — Perguntou Gina querendo saber o motivo da mudança.


 


— Tá na cara que ela ainda não esqueceu o Cedrico. — Respondeu Harry.


 


— Foi perceber agora? — Perguntou Gina sorrindo.


 


— Para de rir, sou novo nesse negocio de relacionamento. — Falou Harry.


 


— Pior é que eu estou fazendo a mesma coisa que a Cho. — Confessou Gina.


 


— Como assim? — Perguntou Harry confuso.


 


— Estou usando Miguel para esquecer os olhos verdes. — Falou Gina.


 


— Olhos verdes, conheço? — Perguntou Harry.


 


— Conhece. Porque você olha tanto para esse pomo? — Perguntou Gina.


 


— Estou com uma ideia na cabeça. — Respondeu Harry.


 


— Pensei que a inteligente no trio era a Hermione. — Falou Gina rindo.


 


— Muito engraçada você Gina, hahaha. — Falou Harry sarcástico.


 


Gina riu mais.


 


— Mas... Me diz... Qual é a ideia? — Perguntou Gina.


 


— Encoste os lábios no pomo. — Falou Harry entregando o pomo a Gina.


 


— O QUE? — Gritou Gina.


 


Harry colocou a mão em sua boca, achando que ela iria gritar mais.


 


— Fala baixo, tem gente que está dormindo, sabia? — Perguntou Harry sarcástico.


 


Gina assentiu.


 


Harry tirou a mão calmamente.


 


— O que quer que eu faça? — Perguntou Gina confusa.


 


— Quero que toque os lábios no pomo. — Repetiu Harry.


 


— Mas... Pra que? — Perguntou Gina.


 


— Faz logo Gina. — Falou Harry impaciente.


 


Gina pegou o pomo, foi aproximando de vagar dos lábios, ainda não entendia muito bem o porque, quando tocou os lábios não aconteceu nada, mas logo que o deixou na palma da mão ele se abriu, dentro havia alguma coisa que não dava para ver direito.


 


Gina olhou para Harry chocada.


 


— Como sabia disso? — Perguntou Gina.


 


— A Rose disse no salão, mas acho que só eu ouvi, então a ideia veio a cabeça. — Respondeu Harry.


 


— Veja o que é. — Falou Gina estendendo a mão a Harry.


 


— Não Gina, o presente é seu. — Falou Harry.


 


— Mas foi você que me deu. — Falou Gina.


 


— Não foi eu, foi o outro Harry. — Falou Harry.


 


Gina fez uma cara de entediada e continuo com a mão no mesmo lugar, ficaram se olhando por alguns minutos.


 


— Não vai desistir né? — Perguntou Harry já sabendo a resposta.


 


— Não, não vou. — Respondeu Gina sorrindo.


 


Harry pegou o pomo e o virou de ponta cabeça, de dentro caiu o que parecia um colar.


 


— O que é? — Perguntou Gina.


 


— Parece ser um colar. — Respondeu Harry o erguendo.


 


De fato era um colar com um pingente de duas letras enfeitadas do que se parecia esmeralda.


 


— São letras? — Perguntou Gina.


 


— São. — Respondeu Harry.


 


— Que letras? — Perguntou Gina.


 


— Pera ai deixa eu ver. — Falou Harry.


 


Ele virou o colar de frente para si, as letras eram.


 


HP


 


— Porque verde? — Perguntou Harry mais para si mesmo do que para Gina.


 


— Olhos verdes. — Respondeu Gina sorrindo.


 


— O que? — Perguntou Harry.


 


— Olhos verdes. — Repetiu Gina.


 


Foi ai que a ficha de Harry caiu, olhos verdes era ele, lembrou seda indireta que Gina mandou a ele no salão.


 


— Coloca pra mim? — Perguntou Gina se virando de costas.


 


Harry passou o colar pelo pescoço de Gina e o fechou a trás, quando Gina se virou de frente seus rostos ficaram a centímetros de distancia, o coração dos dois acelerou com a proximidade, Harry passou a mão no pescoço de Gina e foi em direção à nuca, quando chegou onde queria foi se aproximando lentamente, até seus lábios se tocarem, Harry pediu passagem com a língua e Gina cedeu, Gina para ter mais contato a Harry passou os braços em volta do pescoço de Harry, as línguas tentavam ao máximo explorar a boca do outro, mas com o tempo eles precisariam de ar, foram se separando lentamente.


 


Ficaram se olhando, enquanto regulavam a respiração.


 


— Desculpa, não resisti. — Falou Harry com a voz roca.


 


— Não precisa pedir desculpas, se eu não quisesse eu não corresponderia. — Falou Gina.


 


Harry abraçou Gina, ficaram abraçados por alguns minutos, até uma coisa latejar na mente de Harry.


 


— Gina, temos um problema. — Falou Harry.


 


— Qual? — Perguntou Gina.


 


— Você está com o Miguel. — Respondeu Harry.


 


— Bom... O Miguel terminou comigo hoje, na hora em que estávamos voltando, sabe ele terminou comigo por causa da descoberta de que temos filhos no futuro. — Respondeu Gina.


 


— Então, eu sou “olhos verdes”? — Perguntou Harry.


 


Gina corou.


 


— Bom... é. — Respondeu Gina.


 


— Por que não falou antes? — Perguntou Harry.


 


— Você disse que me considerava uma irmã, não sabia que ia ter essa atitude. — Respondeu Gina.


 


— Falei que te considerava uma irmã até o jantar. Você vai anunciar que estamos juntos? — Perguntou Harry.


 


— Ainda não, se não eles vão pensar que estamos juntos só por causa desse negocio de ter filhos. — Falou Gina.


 


— Tudo bem. — Falou Harry beijando Gina de surpresa.


 


Ficaram um tempo ali conversando e se beijando.


 


— Gina, acho melhor nós ir dormi, sabe temos aula amanhã. — Falou Harry ainda abraçado a Gina.


 


— Vamos. — Falou Gina se levantando.


 


Harry já ia subindo quando Gina o parou.


 


— Eu subo com você, vou entregar para o Al. — Falou Gina subindo as escadas com o notebook. Harry a acompanhou, entraram em silencio.


 


Estavam todos dormindo.


 


— Eles aumentaram o quarto, pra colocar as outras camas. — Falou Harry, lá estavam dormindo Al, Scorp, James, Hugo, Neville, Simas e Dino, a cama de Harry estava vazia (claro dã).


 


Gina chegou na cama de Al e o cutucou, ele não se mexeu, então Gina puxou sua coberta, levou um susto, Al estava de cueca, sem nenhum pijama, Gina por instinto fechou os olhos com as mãos e deixou o notebook cair em cima de Al, que finalmente acordou.


 


— Cadê a minha coberta? — Perguntou Al.


 


Harry apontou para o chão.


 


Al vendo que ela estava no quarto pegou a coberta e se cobriu.


 


— Já pode olhar. — Falou Al.


 


Gina soltou um suspiro de alivio e tirou a mão dos olhos.


 


— Porque você está dormindo de cueca? Não tem pijama? — Perguntou Gina.


 


— Eu não gosto de pijama, durmo de cueca desde os 10, então não enche. O que você está fazendo aqui é o dormitório masculino. — Falou Al.


 


— Vim te entregar o seu negocio trouxa, por sua culpa o Harry viu aquela maldita foto. — Falou Gina pegando o notebook e entregando na mão de Al.


 


— Sério que ele viu? — Perguntou Al.


 


Harry assentiu rindo.


 


Al pegou o relógio e viu a hora, eram 1:30.


 


— E vocês estavam lá até agora? — Perguntou Al sorrindo maroto.


 


— Estávamos por que? — Perguntou Gina.


 


— Porque são 1:30 da madrugada, faz mas de uma hora que todos vieram dormi. — Respondeu Al.


 


— Bom... Eu vou dormi, já te entreguei o seu negocio. Boa noite! — Falou Gina saindo.


 


— Boa noite. — Falou Harry fechando a porta.


 


Al ainda o olhava com um sorriso maroto.


 


— Tá, pode falar, o que vocês estavam fazendo lá? — Perguntou Al.


 


— Nada. — Respondeu Harry desviando o olhar.


 


— Ficaram mais de uma hora sem fazer nada? — Perguntou Al.


 


— Estava vendo as fotos do seu notebook. — Respondeu Harry.


 


— Se você diz. — Falou Al fechando as cortinas de sua cama e indo dormi.


 


Harry colocou o pijama e foi dormir.

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