Capitulo Quatorze
Estamos chegando perto do final... ainda faltam 4 capitulos, maas, comecem a se despedir. Sei que atrasei novamente, mas está complicado. "/ Tenho trabalhado até tarde e além disso eu tenho uma casa para cuidar... o que me toma bastante tempo.
Bem gente, eu vou responder somente um review que me deixou meio chateada.
deboraeyke: Bem, nem preciso falar para voce que fiquei chateada com a maneira como voce falou, neh!? "isso tá ficando chato já "[...] Então, eu trabalho o dia inteiro, estudo a noite e toco meus muitos outros projetos também. Moro com o meu noivo, então, temos que cuidar da casa tb. Então, chato é escutar você me cobrando sem saber o que se passa. Eu tenho uma vida fora daqui... eu tenho muitas coisas para fazer. E eu escrevo e posto fics porque eu AMO! Faço com o maior prazer, é meu momento de descanso! Só que infelizmente as fics não me dão dinheiro. "/ Então, eu tenho que sacrificar alguma coisa... e acaba sendo as fics. Não pense que eu atraso porque eu quero... porque eu gosto de fazer as leitoras esperarem... só espero que voce entenda que existe um mundo fora daqui.
Gente, sei que voces não tem nada haver com o que deboraeyke escreveu, por tanto, peço desculpas pelo desabafo.
Espero que gostem do capitulo, e obviamente deixem reviews!! E sim, eu leio todos... e agradeço imensamente pelo carinho de voces!!
Beijos
Angel_S
---***---
Com a chegada do mês de julho, a cidade encheu-se das cores dos cinco arcos olímpicos, pronta para recepcionar o maior evento esportivo do mundo. Os preparativos moveram a cidade inteira e Londres nunca esteve tão florida, até mesmo o característico céu cinzento parecia ter se dissipado para a chegada das comemorações.
Mas para Annelise o motivo de comemorações era outro, há apenas três dias de se iniciarem os jogos olímpicos, ali estava ela, parada na pista de pouso observando, e contando os minutos, para ter Harry novamente em seus braços. Havia dias que a saudade parecia consumi-la, por mais que o houvesse visitado outras duas vezes, não havia sido o suficiente para suprir semanas de ausência. Havia sido sim o suficiente para fazê-la se preocupar em tê-lo de volta em Londres, pois o médico fora claro, o tratamento não estava concluído, por mais que Harry estivesse muito bem e tivesse muita força de vontade, o médico lhe alertara de que essa fase de readaptação poderia ser complicada. Afinal, como o próprio médico explicara a ela, o que dera início a esses vícios de Harry fora justamente sua família.
Esperava que com a possível separação de William e Catherine, a rainha tivesse assuntos suficientes para ocupá-la, não tendo que ficar na cola de seu neto mais novo.
Logo seus pensamentos foram dissipados, ali estava ele. Correu ao seu encontro e riu alto ao ser erguida do chão. Harry a abraçou com força e girou com ela em seu colo, refletindo a felicidade que sentia de tê-la de volta. Beijaram-se com desejo, mas, principalmente, com saudades.
- Parece que fiquei anos longe de você – disse ele ao colocá-la de volta no chão.
- Estava morrendo de saudades.
Do outro lado da cidade, Hermione segurava a mão de Draco com um sorriso no rosto, enquanto o motorista os levava em direção à clínica, um caminho já tão conhecido por ela a essa altura da gestação. Sorriu quando entraram no prédio moderno, mas discreto e foram direto em direção a recepção. Uma jovem os atendeu e minutos depois estavam em frente da doutora Montgomery, que sorria ao recebê-los.
- Como estamos? – ela perguntou com a calma de sempre.
- Exausta. – resmungou Hermione ouvindo a doutora rir. – Meus pés estão inchados, minha coluna dói e dormir é um ato de contorcionismo – continuou a resmungar.
- A boa notícia é que tudo isso é absolutamente normal – disse a médica. – Vamos tirar suas medidas? – perguntou.
- Já sei o caminho – Hermione respondeu com um sorriso e seguiu até o biombo.
- Hey – Draco apareceu um minuto depois. – Tudo certo? – perguntou ele ao vê-la ainda vestida.
- Sabia que deveria ter posto uma roupa mais simples de vestir – ela reclamou virando-se para ele, que ajudou com o zíper do vestido. – Obrigada – respondeu e o empurrou, o que o fez rir. – Eu me viro sozinha agora – maneando a cabeça Draco caminhou até o lado da maca, seu lugar de praxe.
Instantes depois a médica a mediu, conferiu peso e pressão, e logo Hermione se deitava na maca, pronta para o momento mais aguardado por eles.
- Antes de fazermos o ultrassom, chegou a hora do exame de toque – a médica disse calmamente. – O parto está se aproximando e preciso ter uma ideia da posição do bebê... Você tem sentido as contrações que conversamos na última consulta?
- Senti umas duas vezes desde a última consulta – disse Hermione olhando para Draco, que assentiu com a cabeça confirmando. – Da última vez parecia mesmo que ele queria nascer – contou.
- Mas você fez o que combinamos? Relaxou e cronometrou as contrações?
- Fizemos – contou Draco, que por sorte estivera com ela. As falsas contrações haviam começado pouco tempo após o jantar e lhes rendeu uma madrugada acordados e ansiosos, mas no fim fora apenas um alarme falso. – Não progrediram.
- Ótimo, essas contrações são a preparação do seu útero para o momento do parto... Agora vamos ao exame – avisou enquanto colocava as luvas. Hermione segurou a mão de Draco e fechou os olhos ao sentir a médica tocá-la.
- Auch – resmungou com os olhos fechados e Draco franziu o cenho.
- Só mais um minutinho – a médica disse, mas Hermione seguiu de olhos fechados e apertava a mão de Draco com mais força, o que o deixava preocupado. – Prontinho, pode relaxar. – disse instantes depois.
Ainda levou um minuto para que Hermione suspirasse e finalmente relaxasse sobre a maca.
- Sabe o que eu senti? – perguntou a médica animada. – A cabecinha do bebê – anunciou. – Ele está quase encaixadinho!
- Oh! – Hermione exclamou sorridente.
- Mas o seu útero ainda está fechado, então vamos nos conter nessas últimas semanas, ok? Faremos o acompanhamento a cada dez dias esse mês e começando agosto, quando você completar as trinta e seis semanas, nos veremos semanalmente, ok? – Hermione assentiu. – Só precisamos que o bebê continue nessa posição e tudo correrá bem...
- Mas e o parto? Está tudo bem para fazermos o normal, certo? – questionou Hermione sentindo Draco ficar tenso ao seu lado. – Draco teme que não seja a melhor opção...
- Garanto que é. – a médica disse de forma compreensiva. – Hoje em dia a maioria das mulheres opta pela cesárea, mas como médica não é o que eu recomendo. Hermione está muito bem, engordou apenas dez quilos, que é o ideal na gestação, pouco mais de um quilo por mês, como vocês viram nos outros ultrassons Alexander vai ser um garotinho grande, mas acredito que você não terá dificuldades para trazê-lo ao mundo, além do mais, com o bebê encaixado e a gestação tranquila que você teve, o parto normal é o ideal, principalmente pela recuperação que é muito mais rápida.
- Meu receio não é o parto normal, é onde Hermione quer fazê-lo...
- Ela me contou tudo – a médica disse de forma doce. – Hermione me contou que é uma tradição na sua família e lhe digo, senhor Malfoy, que atualmente a maior parte dos partos que temos feito são em casas. Temos uma equipe preparada para isso, e assim que a bolsa estourar o hospital estará sob aviso, uma ambulância será reservada para vocês e estará a disposição caso ocorra qualquer imprevisto... O que acredito que não ocorrerá. Vamos só confirmar como esse garotão está, e você terá o meu aval para preparar a casa para ter seu parto lá – disse confiante.
As palavras da médica não o tranquilizaram totalmente, mas Draco tinha de admitir que nada o faria. Não imaginava que poderia ficar tão ansioso para conhecer aquela pessoinha, mas essa era a realidade que tinha de encarar. Outro dia mesmo se pegara riscando os dias do calendário.
A médica deslizou o aparelho sobre o ventre de Hermione e logo tiveram na tela a imagem nítida do bebê.
- O peso e os batimentos estão dentro do padrão, o cordão não está enrolado e não vai oferecer perigo... Diria que vocês estão perfeitos para o parto, mas não vamos apressar que ainda temos algumas semanas pela frente.
Hermione suspirou pesadamente. Sentia-se inchada e pesada, os sapatos dificilmente lhe cabiam no pé de tão inchados que estavam e todas as roupas pareciam apertá-la de alguma forma. O calor do verão londrino não estava ajudando também... por sorte previam que a temperatura fosse cair nos próximos dias, era tudo que ela precisava.
- Como é a sua primeira gestação, se até o dia de completar a quadragésima semana a bolsa não tiver rompido, não se assuste, ok? É perfeitamente normal, principalmente porque todos os exames são com datas aproximadas, caso isso ocorra irei supervisioná-la com maior frequência, mas acredito que o bebê vá nascer na data prevista...
- Como eu posso saber que ele está chegando? – questionou Hermione.
- Sua barriga ainda está bem empinada – disse com um risinho. – Nos últimos dias a barriga baixa, de certa forma, o que ocorre pelo encaixe do bebê, ele fica posicionado mais aqui embaixo – apontou com o dedo. – então não há volume aqui em cima – seguiu apontando.
Meia hora depois os dois deixavam entravam em uma confeitaria para tomar o café da manhã, Hermione deliciou-se com um pedaço de torta enquanto Draco pediu apenas um café.
- Mais seguro agora? – perguntou ela com um sorrisinho e Draco maneou a cabeça.
- Não muito – ele deu de ombros. – Mas já me dei conta de que você não vai desistir da ideia, e como esse é o seu momento, nada mais justo que fazê-lo como você preferir – disse segurando a mão dela. – Mas você já sabe que se a médica dizer uma palavrinha que pode ser perigoso, arriscado, qualquer coisa do tipo, nada feito.
- Pensei em irmos até a mansão essa semana ver tudo que precisaremos, a casa tem de ser aberta e tudo mais – ela disse.
- Tudo bem. – Draco deu de ombros, bebericando o café. – Em três dias começam os jogos olímpicos e nós deveremos estar presentes, temos convites para o evento todo e meus planos são, assim que encerrarem, vamos nos instalar na mansão até o bebê nascer... Mas se sua barriga baixar antes disso, ou aquelas contrações persistirem, dane-se o evento, ok? Sei que você está mais empolgada que eu para assistir as competições, mas o seu bem estar e o de Alexander vem em primeiro lugar para mim! – disse inclinando-se para beijá-la.
- Combinado...
E assim, três dias depois a capital da Inglaterra se enchia de orgulho com um grande evento que dava início aos Jogos Olímpicos, foram diversas apresentações, diversas homenagens e discursos, todos muito bem elaborados como Hermione podia conferir de seu lugar privilegiado. Logo atrás do trono dos reis, estavam sentados Catherine e William – que não se falavam, apenas representavam por ordens da rainha –, Harry e Annelise, e ao lado da loira, Draco e Hermione, que já se sentia desconfortável naquela cadeira após tanto tempo sentada, mas estava tão fascinada pela beleza da apresentação, que apenas ignorava o desconforto.
O show foi maravilhoso, os discursos emocionantes e as coreografias muito bem elaboradas, até a forma de se acender a pira foi muito bem feita, e quando acabou, todos aplaudiram satisfeitos. Dirigindo-se ao Palácio onde a rainha oferecia um jantar para os mais íntimos em celebração ao sucesso da abertura dos jogos olímpicos, que prometia trazer ao país um enorme lucro por conta do turismo. Dinheiro esse que era inegável que o país precisava, por mais que a Inglaterra não sentisse os efeitos da crise do euro por não ter acolhido a moeda, a libra esterlina também vinha sofrendo oscilações e a quebra de tantos bancos europeus não era um bom sinal.
- Harry – Draco chamou o futuro cunhado, satisfeito por vê-lo tão bem e de volta a casa. – Vejo que minha irmã não quer soltá-lo. – comentou ao tentar abraçar o cunhado, mas Annelise não se afastou, o que fez o abraço ser rápido e estranho.
- Não tão cedo. – Annelise retrucou com um dar de ombros e uma pose, que arrancou risos de todos. O sorriso de Draco se expandiu ao ver sua irmã bem novamente, ao seu lado Hermione pensava o mesmo, não aguentava mais ver sua cunhada cabisbaixa e com roupas escuras.
- Se você não viesse as Olímpiadas, Anne iria buscá-lo e trazê-lo pela orelha – comentou Draco com humor e Annelise sentiu as bochechas corarem involuntariamente.
- Como se você fosse diferente com Hermione. – retrucou ela com sarcasmo. – Dois dias na Irlanda e já voltou cheio de saudades. – ironizou fazendo Draco rir. Só para irritar a irmã bagunçou o cabelo dela, o que era, na verdade, uma forma de distrair a atenção focada em si.
- Como foi voltar para casa? – Hermione perguntou com um sorriso plácido assim que sentaram a mesa destinada a eles.
- Estranho... – confessou Harry com um risinho. – Mas vejo que não mudou muita coisa, exceto por William e Catherine – apontou com a cabeça para a mesa ao lado, onde o casal estava sentado acompanhados de Charles e a esposa, da rainha e do duque. Ninguém falava nada. William sequer dirigia um olhar a Catherine. – Soube que as coisas ficaram complicadas entre eles...
- Um bocado. – respondeu Draco, rapidamente. – Mas acredito que não é hora de falarmos sobre isso, William passou alguns dias longe de casa e acredito que logo o que quer que tenha afastado ele de Catherine vai se resolver.
- Aposto que foi minha avó com sua ideia de que ele tem de ter um filho logo. – disse Harry com uma risada e Annelise o abraçou.
- Por isso eu lhe disse que não vamos nos casar tão cedo. – comentou Annelise com um risinho.
- William já tem 30 anos, não é muito cedo para eles. – comentou Hermione. – Mas você ainda pode enrolá-lo por um bom tempo. – completou com uma piscadela para a cunhada, que concordou sorridente.
- Só é um saco ter de aturá-los – resmungou Harry. – Ninguém se fala, parece que estão todos de luto – revirou os olhos.
- Você é bem vindo para ficar conosco se não se sentir bem no Palácio – comentou Hermione de forma amistosa, o que fez Draco arregalar os olhos.
- Não acredito que seja apropriado. – sussurrou ele no ouvido de Hermione.
- Sua irmã já é uma mulher, crescida e vacinada! – declarou Hermione revirando os olhos.
- Exatamente! – resmungou ele.
- Draco já está na hora de Annelise ser dona da própria vida – Hermione declarou em alto e bom tom, o que fez sua cunhada sorrir.
- Agradeço o convite, Hermione, mas acredito que não será necessário – Harry disse calmamente.
- De qualquer forma, o convite permanece. Além do mais, logo iremos para o palacete Malfoy... A casa estará a disposição – disse Hermione com um sorriso e Draco sentiu a irritação lhe percorrer, Hermione praticamente oferecia a casa para que Harry fizesse o que bem entendesse com sua irmã. Sorveu o conteúdo de sua taça de champanhe antes que acabasse falando demais.
- Draco me contou que você quer ter o bebê lá. – Annelise desviou o assunto. – Acho muito bonito isso.
- É uma tradição da família de vocês – Hermione deu de ombros. – E não vejo porque não continuá-la...
De relance Draco viu William se levantar e ir até o bar, sentou-se em uma das banquetas enquanto bebericava um copo com uísque.
- Vou conversar com William, – Draco disse a Hermione antes de se afastar.
A imagem de seu melhor amigo beirava o deplorável. William estava visivelmente mais magro e seus olhos pareciam opacos, a barba estava por fazer e nem o traje impecável que vestia naquela noite fora capaz de disfarçar esses detalhes. Draco não se lembrava de tê-lo visto tão mal assim alguma vez, nem quando tomou conhecimento do fato de que Draco já se relacionara com Catherine antes dele.
Com um tapinha amistoso chamou a atenção de William e logo sentou-se ao seu lado.
- Vejo que está de volta – Draco não sabia por onde começar.
- Minha avó fez questão da minha presença – resmungou ele e logo sorveu um gole de sua bebida. – Não que eu quisesse estar aqui, mas parece que os tabloides já comentaram o suficiente sobre minha suposta separação e isso está trazendo efeitos negativos para a família Real – disse de forma debochada. – Além do mais, meu afilhado pode nascer a qualquer momento, não quero estar longe em um momento como esse. – disse sincero.
Draco só pôde sentir pena do amigo, sabia o quão insistente a rainha poderia ser. E o quão intimidadora ela se tornava quando não a agradavam, nem sequer parecia ser uma senhorinha. A imagem de boa senhora que ela fazia questão de passar ao povo londrino? Tudo pura fachada, a mulher era dura feito pedra, e tão insensível quanto o gelo.
- E Catherine? – questionou Draco.
- Ela me pede perdão a cada oportunidade que tem, e isso está me deixando de saco cheio...
- Mas? – questionou Draco ante a apreensão do amigo.
- Mas todos os dias que passei longe pareceram eternos, e agora tê-la ao meu lado, no mesmo quarto... Isso vai acabar comigo. – completou ao sorver todo o conteúdo de seu copo, e logo pediu mais um ao barman. Talvez se ficasse bêbado o suficiente poderia esquecer a frustração que sentia.
- Isso só prova uma coisa. – deduziu.
- Que eu sou um completo idiota? – ironizou. – Disso eu já sabia.
- Não. – Draco riu maneando a cabeça. – Que você a ama.
- Que eu a amo? – continuou a falar de forma irônica, talvez mais exasperado que o aceitável para aquela ocasião, mas Draco não estava em condições de impedi-lo de falar o que quer que fosse. – É óbvio que eu a amo! – urrou – Eu a pedi em casamento, porra! – completou ao sorver o conteúdo do copo que o barman acabara de lhe entregar. – Eu disse, na frente do mundo inteiro, que queria passar minha vida ao lado dela e não menti!
- Por que você não experimenta dizer isso a ela?
- Como se ela já não soubesse... – disse de forma alterada. – Eu lhe disse isso durante cada dia do nosso namoro, do nosso noivado e do nosso casamento. Foram oito anos dizendo a ela que eu a amo, para que no fim, eu descobrisse que a mulher com quem sou casado é uma completa estranha.
Ao olhar para o amigo, Draco soube porque demorara tanto a assumir seus sentimentos frente a Hermione, era exatamente assim que não queria se sentir.
- Então você só está adiando o inevitável, William. – disse Draco com um suspiro. – Vocês vão acabar juntos novamente.
- Estou fazendo ela sofrer. – William respondeu entredentes. – Estou aguentando o máximo possível, me corrói tê-la ao meu lado e não poder tocá-la, mas não acha que não é justo? Não é justo que eu tenha sido enganado esse tempo todo e só eu esteja sofrendo!
- Ela não me parece bem. – Draco disse em voz alta, mas William apenas revirou os olhos.
- Isso se chama culpa. – retrucou de forma mal humorada.
- Como queira chamar. – Draco deu de ombros e seu olhar se fixou na duquesa de Cambridge. Catherine realmente não parecia bem, tinha a pele pálida e olheiras sob os olhos, e não esboçara um sorriso sequer durante todo o evento. – Não vai mudar o que você sente por ela. – nunca pensou que torceria por seu amigo e Catherine, mas, por mais que odiasse a mulher que William escolhera como esposa, não podia negar que era deprimente ver o estado em que seu amigo se encontrava e, bom, se Catherine era a solução para esse problema, deu de ombros antes de concluir o pensamento. Recordava-se brevemente da noite em que tudo acontecera, recordava como era ver William e Catherine fazendo sexo e não era o tipo de imagem que gostaria de repetir nem de voltar a imaginar.
Deu um tapinha nas costas de William quando o anúncio do jantar foi feito e logo se pôs de pé, sua esposa o esperava com um sorriso carinhoso nos lábios e uma protetora mão sobre o ventre avantajado. Sentou-se ao lado de Hermione e beijou seu rosto.
- Como ele está? – perguntou ela visivelmente preocupada. Ainda se sentia imensamente grata por William ter falado com a rainha e feito com que Draco ficasse em casa, ele não precisaria viajar até Alexander completar seis meses e estar forte o suficiente para acompanhar os pais. Foi a primeira vez que Hermione acreditou que, em algum lugar daquele corpo, a rainha possuía um coração.
- É de dar pena. – murmurou Draco, não gostaria que outras pessoas o ouvissem dizer que sentia pena do príncipe. – Mas eles vão se acertar logo.
- Você tem certeza? – Hermione sorriu quando o marido puxou a cadeira para que ela sentar-se.
- Eu gostaria muito de ter essa certeza. – Draco sentou-se ao lado da esposa. – É realmente estranho estar tão envolvido em uma situação como essa, mas ao mesmo tempo tão distante. Eu só espero que William decida o que é melhor para ele, irei apoia-lo independentemente de sua decisão.
- É a única coisa que você pode fazer em um momento como esse.
Os garçons passaram depositando o prato de entrada para cada convidado, e o silêncio reinou no salão enquanto todos se ocupavam de degustar o belo jantar, que contou ainda com dois pratos principais e sobremesa. Hermione se recostou na cadeira ao terminar de comer, estava mais que satisfeita com o jantar. Apoiou uma mão sobre a barriga sentindo os movimentos de Alexander, que parecia também ter aprovado o jantar.
- Você parece cansada – Annelise comentou ao seu lado.
- Um dia você sentir essa sensação – Hermione lhe respondeu com um sorriso doce. – Mas a culpa maior são desses malditos sapatos de salto, não sei onde estava com a cabeça quando escolhi calçá-los...
- Bem que eu avisei a você para não calça-los. – repreendeu Annelise, revirando os olhos para a cunhada.
Mas ela sabia sim. Ao calçá-los pensava que já estava cansada de ser a baixinha barriguda ao lado do sempre belo Draco Malfoy. Sentia-se bem com o seu corpo, estava radiante na reta final da gravidez, mas não podia evitar sentir-se frustrada a cada reportagem que apareciam, ela com sapatos baixos e sem graça, pois os confortáveis nunca eram muito atraentes, e ele sempre formoso. Assim que por pura vaidade naquela noite decidira desfrutar dos saltos e agora se arrependia amargamente. Pelo menos o vestido era confortável, uma peça vinho que se moldava ao seu corpo, realçando a gravidez, não havia mais nada a esconder mesmo. Mas o que mais gostava era do belo decote, era aberto, mas sem parecer vulgar, realçando os seios inchados pela gestação. Depois de muito tempo, sentia-se atraente naquela noite.
O evento perdurou por boa parte da madrugada, nas mesas só se falava da majestosa apresentação do início de um evento que prometia trazer bons rendimentos ao país nessa época de crise, pois, por mais que a libra esterlina não estivesse sofrendo as quedas do euro, toda a economia europeia estava em apuros.
Hermione aconchegou-se ao lado de Draco enquanto ele discutia com alguns dos clientes da empresa que administrava, a empresa da família de sua mãe, que vinha dando bons rendimentos agora que possuía uma sede nos Estados Unidos. Hermione até tentou conter um bocejo, mas foi inevitável e arrancou risos de Draco.
- Acredito que já está na hora de levar minha esposa para casa – ele disse ao homem com quem conversava, um senhor bem apessoado que também estava acompanhado da esposa, muitos anos mais jovem que ele.
Despediram-se com um aceno de cabeça e poucos minutos depois partiam de volta para casa, acompanhados de uma sorridente Annelise.
- Pensei que você fosse ficar mais um pouco – comentou Hermione.
- Harry precisa conversar com a avó logo cedo, ele também já estava se retirando – disse com um dar de ombros.
- Ele parece muito bem – comentou Draco. – Entretanto, não podemos levar esse tipo de coisa em conta. – disse Draco mais para si mesmo.
- Mudando de assunto, por onde anda a mamãe?
- Ela tem se mantido reclusa na casa de Cambridge. Não atende telefone, não entra em contato com ninguém. – Draco coçou a cabeça. – Estou preocupado com ela.
- Talvez ela precise de um tempo para se adaptar a nova situação. – comentou Hermione acariciando o ventre. – Ela ficou casada com Lucius por muitos anos, ela precisa desse espaço.
- Minha mãe não é o tipo de pessoa sentimental .
- Sei disso, Draco... mas não temos como julga-la em um momento como esse. Apesar dos pesares, ela ficou ao lado do seu pai até o ultimo momento.
- Acho que irei visita-la na próxima semana. – comentou Annelise. – Quero ter certeza que, ao menos, ela está bem.
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Enquanto isso no Palácio um príncipe bêbado subia as escadas de forma trôpega. Vez ou outra quase caiu, mas de alguma forma deu um jeito de chegar até sua habitação, mas sequer se deu ao trabalho de se arrastar até sua cama, sabia que Catherine estaria lá e não queria confrontá-la, não nesse estado, pois sabia que não responderia por si.
Detestava os dias que precisava dormir no Palácio de Buckingham, ali não era a sua casa. Gostava do sossego de Kensington. O quarto onde morava Catherine, apesar de espaçoso era aconchegante, o que não acontecia em Buckingham, onde tudo era demasiado formal e impessoal.
Largou-se pelo sofá, tirou apenas os sapatos e se aconchegou da melhor forma possível, com um suspiro fechou os olhos, pronto para dormir. Estava exausto depois de dias longe de casa, e sabia que sua rotina só se intensificaria, afinal a rainha não tinha mais idade para comparecer a todos os jogos, tarefa essa que teve de dividir com seu irmão, e que não seria nada fácil. Todos os dias, diversos jogos em diversos estádios. E o que considerava pior naquele momento: acompanhado de Catherine em todos eles.
Tinham de fazer a imagem de casal real, sempre juntos e sorridentes. Só de pensar nisso sentia vontade de enfiar a cabeça entre as almofadas e nunca mais levantar.
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- Então – Draco sussurrou afagando os cabelos de uma sonolenta Hermione que o abraçava com carinho. – Que jogos devemos assistir?
- Ginástica – ela disse com um sorrisinho. – Sempre foi o meu esporte preferido, as coreografias, as músicas, é tudo tão bem ensaiado... Mas posso acompanhar você a algum esporte um pouco mais masculino – ela murmurou arrancando uma gargalhada de Draco.
-Seria realmente bom! – disse ele. Um chute em suas costelas logo distraiu sua atenção. – Será que ele acordou? – perguntou de forma carinhosa, uma mão apoiada sobre o ventre saliente de sua esposa.
- Ele sempre acorda quando eu me deito – ela resmungou. – Mas hoje estou tão cansada que acho que nem que ele se mova a todo instante vai me impedir de dormir.
- Boa noite, meu amor – murmurou Draco aconchegando-a melhor em seus braços, não levou mais que um minuto para que Hermione estivesse dormindo.
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- William – uma voz parecia chamá-lo à distância. – William! – com um gemido abriu apenas um dos olhos, o que foi suficiente para ter contato com a claridade e sentir toda sua cabeça explodir. – Você precisa levantar...
Com muita relutância William se pôs de pé. A sua frente, Catherine estava parada com uma muda de roupas em mãos.
- Você tem que se apressar, não temos muito tempo para chegarmos ao estádio – ela disse estendendo-lhe a muda de roupas. – Acredito que você deva tomar um banho antes de qualquer coisa... é possivel sentir o cheiro do whisky de longe.
- O que é isso? – ele questionou ao notar que a blusa que ela lhe estendia era igual a que ela usava, mas em uma versão masculina.
- Discuta isso com sua avó depois – retrucou Catherine sem muita paciência. – Agora você precisa se arrumar!
Arrastou-se até o banheiro e foi só quando já estava no banho que William se deu conta de uma coisa: a indiferença de Catherine.
Durante todos os dias em que esteve longe, ela sempre lhe mandava mensagens dizendo que sentia muito, sempre arranjava uma forma de se desculpar e o tratava com o maior carinho do mundo. Até aquela manhã.
E diferentemente do que insistia em dizer a si mesmo todos os dias, doeu senti-la indiferente. E pela primeira vez duvidava do que Draco lhe dissera na noite anterior: vocês vão terminar juntos. E se sua indiferença houvesse feito Catherine se cansar de esperar por perdão?
Restavam-lhe menos de vinte dias para descobrir isso. De uma forma ou de outra, sempre soubera que quando as Olímpiadas se encerrassem, teria de tomar sua decisão: perdoava Catherine ou lhe pedia o divórcio.
Nenhuma das duas opções lhe agradava, mas pensar em pedir o divórcio fez seu peito doer como nunca antes.
Comentários (8)
amei! continue :)
2013-08-04queria tanto que a Kate se humilhasse se jogasse aos pés do William,detesto que ela consiga tudo que quer sem sofrer consequencias,affffffffffff.........quanto ao casal mara,ansiosa pra ler o Draco papai,tudo de bom esse Draco
2013-07-26espero que no cap seguinte Hermione já esteja com o filho nos braços. Quero ver ela com o filho logo nos braços. Imaginando Draco babão. kkkkkkk
2013-07-26Tadinho do William... Não merecia esse desconforto todo. Além de ter sido, como podemos dizer, "corno", ele ainda tem que segurar as situações de ser um Príncipe e da enorme frustração de não conseguir um filho. Sinto até uma certa pena de Kate agora... Concordo com tudo o que Hermione já explicou.Mas enfim... Graças ao Will, Draquinho lindo amor da Mione vai poder ficar com ela nos últimos tempos da gestação! (eeeeee!) Alexander vai ser um menininho muito amado, a certeza disso é convicta!E a Anne e o Harry estão tão bem... Tomare que continuem assim, se Deus (e as meninas! kk') quiserem.Beijos flores, e até a próxima!
2013-07-25Ooii !!! Entendo vc ... Estou ocupada com o vestibular e quase não tenho tempo pra nada !!! Mal tenho tempo para ler as fics que acompanho !!! Bom .... qual o motivo de Kate estar indiferente? ? Bjo
2013-07-24jurava que até o fim do jantar ia haver uma reviravolta e alguem poderi ter entrado em trabalho de parte (quem ser´neh? cri, cri, cri...)brincadeira, é que eu t meio ansiosa pra saber como vai ser esse ep. n sei pq, mas sempre gostei de partos escandalosos e dramatizantes por parte de pais... e que no final sempre dão certo...E só mais uma coisinha, infelizmente, não deu pra mim ler o que a mocinha criticadora escreveu, pq ou ela apagou ou ta no menu em vez do cap. mas tnha a total certeza q eu entendo vc, e sei mt bem como é. E se ela ta achando intediante ou chato, que ela guarde pra ela, ou sinseramente dexe de ler. pq pra mim, eu prfiro q deixe de ler, do que fique creticando por motivos baais.Adoro, com demora ou sem demora. Com parto escandaloso ou sem. com confissões de amor ou sem. Ainda estou lendo, ainda estou adorando. e ainda continuarei lendo...
2013-07-24O capítulo foi ótimo, apesar de sempre falar isso, falo com sinceridade. Catherine e William vão voltar? Estou louca pra saber.Essa velhinha é fogo, hein. Você pensa que ela é bondosa e ela vemfazendo ameaças, ainda bem que minha avó não é caquética e má.
2013-07-24Já sinto um clima de despedida dessa FIC. Ela vai terminar com chave de ouro. Muito bem escrita e a trama teve um desenvolvimento que surpreendeu. Eu acompanho desde o Nyah e achei absurda a exigência que fizeram lá acerca do nome dos personagens serem reais.
2013-07-23