Encosto
- Ronald, faça-me o favor de retirar essa toalha molhada de cima da minha cama! - Hermione gritou.
- Não é só sua cama! - o ruivo revidou. - Nossa!
- Não quero saber, fui eu quem pagou e quero que você tire a toalha de cima dela!
Rony obedeceu deixando escapar um muxoxo.
- É só uma toalha! Onde quer que eu a coloque?
- Só uma toalha, ele diz. - ela sussurrou. - Em algum lugar para secar, obvio.
Era manha de Segunda-Feira. Rony e Hermione estavam se preparando para trabalhar, enfrentar um novo dia após o outro.
A castanha vinha observando uma mania particularmente chata do noivo: deixar toalha molhada na cama. Aquilo a irritava profundamente, mas ainda não tinha dito nada, achando que ele iria parar. Nas vezes em que ele o fizera ela quem colocara a toalha para secar no varal.
- Não faz mais isso! - passou por ele, que ainda segurava a toalha, indo em direção ao banheiro.
Não precisava se estressar, mas aqueles últimos dias estavam sendo tensos para ela. Enquanto algumas coisas bobas a deixavam chateada, como descobrir que no mercado não vendem mais sorvete de flocos, outras a deixavam extremamente feliz, como achar uma loja em que o livro que tanto desejava comprar está com um preço mais que ótimo. Se bem que a parte do livro seria normal para Hermione, pois ela ficaria feliz com qualquer livro.
Depois de devidamente arrumada, encontrou o namorado na cozinha tentando preparar ovos.
- O que aconteceu com o cara que fez meu café da manha no outro dia? - brincou.
- Deve estar por ai! - respondeu sem muito interesse virando o ovo na frigideira.
- Tá assim por causa da toalha? - ao invés de responder ele apenas deu de ombros. - Tenha dó Rony! Quando você ficar com bactérias por não secá-la direito não venha falar comigo. Eu faço isso pelo seu bem, quer ficar doente?
- Não mamãe! Falou igual a ela agora! - ironizou.
- É para o eu bem! - tornou a dizer. - Será que você pode ir mais depressa? Chegaremos atrasados!
Segundas de trabalho eram sempre cansativas, pelo fato do final de semana ser de descanso e as pessoas ainda estarem no pique daqueles dias. Dia da preguiça, do mau-humor.
Os dois enfrentaram bem o dia. Rony ocupado com o futuro projeto da empresa e Hermione aguardando o dia em que a ligariam querendo fazer uma entrevista de emprego em alguma escola local.
Psicologia não era uma área carente de profissionais, mas também não choviam ofertas. As pessoas se viravam bem sem um(a), e ela não queria abrir uma clínica tão cedo. Queria ganhar experiência e só depois pensar em trabalhar para si mesma. Mas aquela espera estava deixando lhe aflita. Se havia uma coisa que ela não tinha era muita paciência.
Sempre saia do trabalho antes do ruivo, o que lhe dava chance de tentar aperfeiçoar suas técnicas para preparar um jantar decente. Cozinhar não era seu forte, mas teria que se tornar. Morar com Rony não seria moleza, ele era uma caixinha sem fundo, sempre faminto e nunca satisfeito.
- Que cheiro ótimo! - ela levou um susto ao ouvir sua voz. Estava tão concentrada tentando acertar a receita que nem escutou o barulho da porta ou de seus passos.
- Você me assustou!
- Ah é, por quê? Estava aprontando algo errado? - sua expressão tornou-se desconfiada.
- Claro que não seu bobo! Só estava concentrada. Vá se trocar, daqui a 10 minutos nosso jantar estará pronto!
- E o que é, posso saber?
- Surpresa! Vai lá!
Gina realmente estava começando a tomar os mesmo rumos de Hermione indo morar com Harry, mas a castanha sempre ficava na casa quando a ruiva não estava, como naquele dia. Rony não ficava muito satisfeito, mas tentava não pensar muito no assunto. Seria pensar no que sua irmã e seu amigo estavam fazendo, sozinhos, e aquilo soava extremamente estranho.
Hermione tentara preparar macarrão com salsicha, mas a massa ficara um tanto dura, todavia comestível. Não tinham outra opção.
- Até que estava bom! - juntou-se a namorada no sofá após a refeição e lavar a louça. Ela cozinhava, ele lavava. Hermione navegava na internet pelo notebook.
- Ah, obrigada, fez eu me sentir muito bem! - ironizou. - Sou uma negação na cozinha! O que vou fazer? Não posso cozinhar para o meu futuro marido.
- Nós daremos um jeito. - ele riu. - Um curso de culinária!
- Ah, idiota! - enfatizou com raiva.
- Certo, não é para tanto, né! - Rony falou levantando as mãos para o alto em tom de rendição.
- Não é isso. - Hermione desfez o mal entendido. - É que... - parou de falar abruptamente. - Não é nada importante! - tentou disfarçar.
- Você mente muito mal! Não costuma chamar ninguém de idiota se o motivo não for importante. Pensei que fossemos, acima de tudo, amigos e que pudéssemos contar um com o outro.
- Sim, é que... - mordeu o lábio insegura. - Não faça uma escândalo. Faz um tempo que não mexo no computador e hoje entrei no *'Earbook', tenho mensagens de feliz aniversário e tal, e uma dessas mensagens é do Vitor...
- O quê? - perguntou exaltado, mas logo recompondo a compostura. - E desde quando você tem ele lá?
- Esse é o problema, eu não o tenho adicionado!
Ela ia excluindo a publicação do búlgaro, mas Rony pediu que esperasse antes. Pegou o notebook das mãos da namorada e entrou no perfil do sujeito. Queira vê-lo, saber com quem a castanha havia se relacionado, mesmo que estivesse fervendo por dentro. Podia sentir seu sangue borbulhando nas veias, mas iria manter a compostura.
- É a irmã dele! – respondeu Hermione a muda pergunta de Rony ao clicar na foto do rapaz.
Estava em uma praia com uma moça sorridente, de cabelos negros e covinhas. Como o perfil de Krum não era privado ou protegido, Rony aproveitou para espiar as outras fotos.
- O que você viu nele? - questionou passando por várias fotos onde o moreno estava em frente ao espelho sem camisa, mostrando o abdome malhado.
- Ele era legal comigo... No início de tudo. E beleza não é fundamental... Até porque eu namoro com você! - acrescentou rindo.
Ele a encarou pelo canto do olho.
- Aham, e eu ganhei na loteria!
- Tá, mas vamos esquecer esse idiota! - ela pegou o notebook de volta, fechando a página do rapaz e excluindo a publicação.
Mas Rony não esqueceria aquilo tão cedo. Por que tão inconveniente...
"Querida Hermione, mais um ano se passou e não estávamos juntos. Apenas quero que se lembre da nossa paixão e dos belos momentos que passamos juntos. Feliz aniversário, seu Vitor."
Novamente retirou o notebook das mãos da namorada. O fechou, pôs sobre a mesa e beijou a apaixonadamente, querendo provar a si mesmo que ela era dele e de mais ninguém.
...
Noite de Sexta-Feira, véspera de final de semana. Não tinha nada melhor do que sair do trabalho e ir para casa aquele dia. Podia jogar seus jogos preferidos até tarde no Xbox 360, ou dedicar um tempo a mais a noiva. Rony só sabia que não deveria pensar em trabalho. Queria chegar a casa o quanto antes.
Seu celular começou a tocar. Sem desviar muito a atenção do trânsito, que não estava lá essas coisas, e muito menos congestionado, atendeu a ligação e pôs no viva voz.
- Oi amor, onde você está? - era Hermione (evidentemente) e tinha aquele tom de que vai pedir alguma coisa.
- Oi eu estou chegando em casa, no carro.
- O senhor está dirigindo e falando ao celular? - aquele tom de advertência. Ela detestava que infringissem as leis.
- Não do jeito que você está pensando. Minhas duas mãos estão no volante, e o telefone está no viva voz.
- É bom mesmo, mas não se distraia. Eu só quero te pedir um favor! - continuou um tanto hesitante.
- Sério? Nem pensei nisso. - ironizou. - Pode falar, eu faço.
- Jura?
- Juro... Espera, por que eu tenho que jurar? - ele pode ouvi-la suspirando.
- Tem farmácia por ai? - ignorou a pergunta dele.
- Provavelmente...
- Certo, me ouça com atenção. Eu preciso muito que você me compre um remédio para cólica e um pacote de absorvente.
- Um o quê? - fez-se de desentendido aproveitando que a mulher falara rápido demais.
- Nem vem que não tem, eu sei que você entendeu!
- E por que eu tenho de comprar?
- Simples, você já está na rua. Eu estou de banho tomado, em meu pijama, e não seria nada legal uma garota como eu andando na rua a essa hora da noite!
- São 19horas e 41 min, nem é tão tarde...
- Tudo bem então, eu vou me trocar e me expor, sem problemas.
- Certo, certo, eu vou! Olha, acabei de achar uma farmácia. Já chego em casa. Tchau. - podia ver Hermione sorrindo vitoriosamente mesmo estando distantes.
- Obrigada ruivo, prometo que te recompenso assim que puder!
- Tá, já chego.
Ronald Weasley em uma farmácia comprando Modess, o que ele não fazia por Hermione?
Após estacionar o carro no estacionamento do pequeno comércio, dirigiu-se à farmácia. Havia um ou dois clientes ali, andou até seção feminina e sentiu-se bastante desconfortável com uma das atendentes o encarando. Desejou, no fundo de seu interior, que ela não viesse atendê-lo.
- Boa noite, posso ajudá-lo em algo, senhor? - estava indo contra a maré.
- Sim, eu acho. Eu preciso... Quer dizer, eu não, minha noiva pediu para que eu comprasse remédio para cólica e... Sabe, aquela troço que vocês usam.
- Ah... Acho que entendi! Bom, aqui encontramos vários tipo. - indicou a prateleira atrás do ruivo. - Sem aba, com aba, noturno, normal, interno, para fluxo intenso ou fraco, vai querer qual?
- Pode falar em meu idioma, por favor? Não faço a mínima ideia. - respondeu perplexo.
A mulher sorriu.
- Por que não liga para sua noiva? Com certeza ela sabe!
E foi o que ele fez. Não voltaria àquela farmácia jamais em sua vida!
...
- Obrigada por terem vindo e ficado para ajudar.
- Ora senhora Weasley, não precisa agradecer.
Após lavar a louça, Hermione, Molly e Gina, iam de encontro aos namorados que assistiam alguma partida de futebol.
Não era domingo, mas aquele sábado era mais que especial. Arthur e a esposa estavam completando 30 anos de casados.
- Quantas vezes eu tenho que pedir para me chamar de Molly? - questionou em seu tom brincalhão.
- É costume... - respondeu sentando-se ao lado de Rony.
- Então, mãe, qual é mesmo o nome da música de vocês?
- Ah... "Meu amor, Sempre que eu estava inseguro, Você me levantou e me fez ter certeza, Você me devolveu meu orgulho, Preciosa amiga, Com você eu sempre terei um amiga, Você é alguém que eu posso contar, Para trilhar em um caminho que por vezes termina" - Arthur cantou e Molly completou:
- "Sem você, A vida não tem significado ou rima, Como notas para uma música fora de tempo, Como posso retribuir, Você por ter fé em mim" - os dois trocaram sorrisos. - Chama-se You make me feel brand new da banda Simply Red!
- Certo, bonitinha a letra! - disse Gina que prestava atenção ao jogo dos rapazes.
- Foi seu pai quem sugeriu! Ele cantou para mim quando tínhamos uns dezoito anos! Mas e as senhoritas?
- Harry às vezes canta uma música que diz "Eu devo confessar que me senti um pouco desconfortável, Quando ela se abaixou para amarrar o cadarço do meu sapato". Nunca entendi a razão!
- Eu te disse que me identifico com essa parte, é como se eu tivesse presenciado em algum momento da vida... - o moreno falou sem tirar os olhos da televisão.
- E você Hermione? Vocês têm alguma música especial? - uma Gina curiosa perguntou.
A castanha revirou sua mente, tentando lembrar-se de algum resquício de memória em que eles haviam dito, por acaso, que determinada música combinava com suas personalidades. Mas não lembrou-se de nada.
- Não... Quer dizer, na verdade acho que nem paramos para pensar sobre isso...
Há tempos os outros filhos do casal Weasley tinha ido para suas respectivas casas. Molly só queria ter reunido a família, relembrar os momentos juntos, ver os filhos que nem sempre via, mas nem tudo saíra como ela desejara. Percy brigara com os pais pois começara a trabalhar com política em tempos onde havia bastante corrupção, coisa que tanto Arthur quanto Molly abominavam.
- Só lhe digo uma coisa: não são vocês que escolhem a música, é ela que vem até vocês.
...
Na volta para casa um silêncio mais que incomodo instalou-se entre Hermione e Rony. Não porque eles queriam, mas enquanto Rony ficava de olho na estrada, a castanha estava concentrada no livro que ganhara de aniversário. Ganhara muitos, alias, fizera uma lista com uma ordem específica na qual os leria. Ordenados por ordem alfabética a letra da vez era "O", e o livro era O Diário da Princesa. Não era nem um pouco fã do filme, mas tinha uma experiência boa com livros que se tornaram filme, e quem sabe, no fim, aquele livro viesse a ser muito bom.
Tão concentrada explorando as páginas de seu novo companheiro de viagens, com os pés levantados para o alto, que se assustou quando Rony ligou o rádio.
- "... O meu espírito não está quebrado, Seu amor é tão incrível, Seu corpo tão alucinógeno, Você me dá uma overdose de amor, Um pouco já é o suficiente”.
- Ronald, eu não sei se você percebeu, mas eu estou lendo! - levantou o livro na altura dos olhos do ruivo.
- Eu percebi sim, mas é que está silencioso demais!
Ela revirou os olhos e desligou o rádio. E dai que estivesse silencioso? Há momentos em que ele diz tudo! Rony tornou a ligá-lo, agora em um canal diferente.
- Ah, essa é ótima... "E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas, E todas as luzes que nos levam até lá nos cegam, Existem muitas coisas que eu gostaria de te dizer, Mas não sei como”.
- Me poupe, Oasis! - endireitou-se no banco. - Não acredito que ainda escuta essa banda!
- Disse a garota que gosta de Beatles! - revidou se divertindo com a cena. Era divertido, ver Hermione descontrolando-se.
- Algum problema? - perguntou olhando para o namorado, aquele olhar de "Você é um homem morto!"
- Tirando esse dos Beatles, nenhum!
- Se você quer saber os Beatles fizeram parte da primeira "invasão" musical daqui, ok? E Oasis foi influenciado por eles, então fica na sua porque se não existisse Beatles talvez não existisse Oasis!
- Você tem sorte de eu estar dirigindo e ter de ficar de olho na rua, mas espera só chegar em casa...
- Nossa, estou morrendo de medo! Essa eu quero ver. - entraram em um consenso deixando o rádio desligado.
Hermione lera um pouco mais de cem páginas do livro, graças ao curso de leitura dinâmica que fizera há alguns anos.
Passaram pelo porteiro dando boa noite, subiram o elevador na companhia da senhora do nono andar, a senhora Figg, e mal eles entraram no apartamento da castanha, Hermione sentiu o livro sendo tirado de suas mãos, um dos braços de Rony lhe envolver a cintura, enquanto o outro subia para seus cabelos o afastando de seu pescoço.
- Ron! - ela arfou quando Rony a beijou naquela região, provocando arrepios.
Ele sempre tinha uma carta na manga quando sabia que estava na pior, mas nada o livraria de pelo menos uma hora de explicação sobre como Beatles é bem mais influente que Oasis.
Rony fazia Hermione perder a noção do que devia ou não fazer, e no calor do momento realmente não se importava, apenas depois veria o quanto ele lhe influenciava, com palavras bonitas e caricias. Iria se detestar por isso, já que demonstrava que tinha pouca resistência ao se tratar do namorado.
- Os Beatles ainda são melhores, não importa o que você faça! - disse Hermione, tempos depois de "cair na rede do pescador".
Os dois estavam abraçados, entre a coberta, pois a temperatura havia caído bastante, mesmo com o entusiasmo de momentos atrás.
- Tenho que confessar, eu fiz de propósito! Começar aquela "briguinha" sobre as bandas. Você acha que eu não sei como você é?
- Você é muito idiota e convencido!
- Idiota e convencido que você ama! - Rony a beijou.
Logo caíram no sono.
No meio da noite, Hermione acordou assustada, suando. Sua movimentação acordou Rony também.
- O que foi? - ele perguntou um tanto assustado com seu estado. Acendeu o abajur do criado-mudo.
- Eu não sei ao certo, foi um sonho... Como um presságio.
- Um presságio... - ela assentiu. - Mas um presságio bom ou ruim? - julgando pelo estado em que ela acordara.
- Não sei te responder, mas... Tudo indica que não seja algo bom. Eu estou assustada, o que poderia acontecer? - sua voz tinha uma nota de pânico.
- Não vamos pensar nisso, pelo menos não agora. Se tiver de ser será! - Rony a abraçou. - Tente esquecer, só por hora isso... Pense em coisas boas... Pense em uma música, a primeira que vier a cabeça.
- Hum... Olhe nos meus olhos, Você verá o que você significa pra mim, Procure em seu coração, procure em sua alma, E quando você me achar lá, Não irá mais procurar...
- Que música é essa? - perguntou interessado na letra.
- Você não conhece! Bryan Adams, (Everything I Do) I Do It For You. Meio antiga, mas eu gosto...
- Bem que você podia cantar para mim. - voltaram a deitar ainda abraçados. - Quem foi que pagou o maior mico naquele karaokê? Estou brincando! - acrescentou quando ela lançou lhe aquele olhar inquisitivo: "Mico?"
Ela cantou, tinha a voz afinada, mas nunca pensaria em ser cantora. Rony voltou a dormir bem antes dela, que passou grande parte da noite acordada pensando em seu sonho.
...
O dia seguinte, domingo, amanheceu nublado, ameaçando chover. Normalmente Rony tinha o sono bastante pesado, mas aquele dia os papéis foram invertidos. Acordou no segundo toque do celular, que estivera a pouco repousando no criado mudo do quarto de Hermione.
Número confidencial
O ruivo relutou em ter que deixar o calor que a coberta e o corpo da castanha lhe proporcionavam, para atender ao telefonema na sala. Estava frio e ele vestia apenas sua samba canção.
- Alô! - sua vontade era a de descontar a perturbação em quem quer que fosse do outro lado da linha. Acordá-lo as dez e tanto da manha, em um final de semana, não era nem um pouco divertido.
- Você deve ser Ronald Weasley, sim? - uma voz masculina, carregada de sotaque, falou do outro lado da linha.
- Sim, sou eu. - respondeu um tanto desconfiado. - E quem é você?
- Eu? - a pessoa deu uma risada irônica. - Sou aquele com o qual você não deveria ter cruzado o caminho! Tenho algumas palavras para você: Hermione é minha, e não é você que irá tirá-la de mim! - e desligou.
Rony não precisou pensar muito para descobrir que era o autor da ligação, Vitor Krum, com certeza. O único obcecado por sua namorada. Achou que ele tinha desencanado, mas o atrevido parecia estar aguardando o momento certo para atacar. Uma raiva repentina surgiu. Sentiu vontade de jogar o celular na parede, o que levantaria suspeitas, justamente o que ele não queria. Não iria preocupar Hermione por causa do ex, não por causa dele... Aquela altura já tinha esquecido o ocorrido da madrugada.
Ouviu o barulho da porta destrancando, e uma Gina um tanto agitada entrou no apartamento.
- Não devia ficar perambulando por ai com roupas de baixo! - Gina disse largando sua bolsa no sofá. - Não é só você que mora aqui!
- Bom dia para você também! - disse ironicamente. - Você mal para nessa casa agora que está noiva do Harry! - um sorriso brotou nos lábios da garota.
- Não é maravilhoso? Eu serei a senhora Potter!
Ela andava demasiadamente alegre. Fora a melhor notícia até então. Achou que Harry fosse demorar mais para pedi-la em casamento. Rony não foi tão condescende, mas também não reagiu mal. Ser a única filha mulher de sete filhos era complicado, já que seus irmãos se sentiam na obrigação de protegê-la das coisas más na vida, mas como Rony disse "Se for para Gina casar com alguém, que pelo menos seja alguém que conheçamos!”.
- Não sei... Qualquer coisa estou dormindo! - e voltou-se para o quarto.
Demorou alguns minutos para dormir novamente, pensando no que Krum queria. Sentia tanta raiva daquele cara.
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